AMADOR DE ARIMATHÉA (Dô)
ANÁPOLIS SUAS RUAS– SEUS VULTOS
NOSSA HISTÓRIA 1830
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2007
ANÁPOLIS - SUAS RUAS - SEUS VULTOS - NOSSA HISTÓRIA – AMADOR DE ARIMATHÉA - (Dô)
AMADOR DE ARIMATHÉA (Dô) nasceu em Anápolis, Goiás, em 25 de janeiro de 1935, filho de José Ferreira da Silva e de Amélia Pereira Dutra. Escritor de acentuada tendência regionalista que, no entanto, universaliza sua escrita quando provocado, como no presente trabalho. É de sua autoria, entre outros: “A Quem Interessar Possa...”, Causos do Meu Goyaz; Rio dos Meus Amores; Vingança Consentida, A Pequena Grande Loja, sendo sua mais recente obra esta: ANÁPOLIS – Suas - Ruas - Seus Vultos-Nossa História. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde concluiu o Curso Superior de Educação Física, na ESEFEX - Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro. Em 1953, com 18 anos de idade, incorporou-se ao Exército Brasileiro. Em 1957, foi transferido para Brasília, ando a servir na 6ª Companhia de Guarda Pessoal do Presidente Juscelino Kubitscheck. Em 1961, com 25 anos, foi transferido para o Rio de Janeiro, apresentando-se como voluntário para compor o BATALHÃO SUEZ, tropa que se incorporaria ao Contingente da ONU (Organização das Nações Unidas). ‘“UNITED NATIONS EMERGENCE FORCE.” Durante dois anos lutou no conflito armado entre árabes e israelenses, no Oriente Médio. De volta ao Brasil, formou-se em Direito pelo Universidade-CEUB de Brasília-DF, tornando-se advogado. Casou-se com Theresinha Jayme de Arimathéa, sendo seus filhos: Leonardo, Denise e Eduardo Jayme de Arimathéa, todos nascidos em nossa cidade. Em 1966, com 30 anos de idade, foi iniciado na Loja Maçônica Lealdade e Justiça II, de Anápolis. Com o ar do tempo, com outros irmãos fundou a Loja Maçônica Fênix de Brasília nº. 1959, em Brasília, no Distrito Federal, onde reside. Membro da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal, foi membro do Conselho Federal da Ordem Maçônica, bem como é Deputado Federal junto à Soberana Assembléia Federal Legislativa Maçônica do Brasil. Dezenas de condecorações, entre as quais, Benemérito da Ordem (25 anos), Grande Benemérito (30 anos), Estrela de Distinção Maçônica (35 anos), Grande Cruz da Perfeição Maçônica (40 anos), e Grande Comendador da Ordem de Dom Pedro I, a maior comenda do Grande Oriente do Brasil, é membro do Capítulo do Santo Real Arco de Jerusalém da Maçonaria de Brasília, Membro da Ordem dos Cavaleiros Templários de Malta e da Ordem Unidas Religiosas, Militares e Maçônicas do Templo de São João de Jerusalém, Palestina, Rhodes e Malta e Províncias Ultramarinas da Inglaterra, diploma 2
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de Maçom Pioneiro de Brasília, Diploma de Cavaleiro da Ordem do Mérito Maçônico de Brasília, Medalha de Pioneiro de Brasília, pelo Clube dos Pioneiros-DF. Dezenas de outras honrarias maçônicas e seculares, dentre outras, Diploma e Medalha UNEF-United Nations Emergence Force, por serviços relevantes prestados à pátria e à humanidade, no Oriente Médio, conforme Decreto 43.800, de 23.05.1958, assinado por Juscelino Kubitscheck, e detentor do “Prêmio Nobel da Paz” de 1988 (parcial). É relembrado no livro “Meio Século Formando Gerações” (1997), de Olimpio ‘ Ferreira Sobrinho. Sua importância como escritor está no verbete do Dicionário Bibliográfico Regional do Brasil, de Mário Ribeiro Martins.
Mozart Soares Filho Médico
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A N ÁP O L I S SUAS RUAS- SEUS VULTOS NOSSA HISTÓRIA
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Copyright 2007, Amador de Arimathéa Título original: “ANÁPOLIS-Suas Ruas-Seus Vultos-Nossa História” Capa: do autor Revisão: Professora. Helena Melazzo Digitação técnica: Ten. Geraldo Batista de Camargos Edição: Gráfica e Editora Papillon Ltda – Goiânia-Goiás. Primeira edição: 2.000 exemplares Brasil – Catalogação na fonte ---------------------------------Arimathéa, Amador – 2007 Outros títulos: - A Quem Interessar Possa...
- Rio dos Meus Amores... - Causos do Meu Goyaz - Vingança Consentida! - A Pequena Grande Loja ---------------------------------------------------------------Todos os direitos reservados: Amador de Arimathéa (Dô) SQS 305-Bloco “G”- Ap. 602 – Brasília-DF – CEP 70.325.070 Telefone:061.3242.7245 - e-mail:
[email protected] Permitida a citação e o uso do histórico aqui contido, desde que citada por inteiro a fonte pesquisada.
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AMADOR DE ARIMATHÉA
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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS À Prefeitura Municipal de Anápolis, na pessoa do nosso Prefeito, Dr. Pedro Sahium, que ao ler a obra em seu original, vislumbrou de pronto a fidelidade do retrato da nossa história, e mais, o seu alto teor didático, cujo texto veio preencher uma laguna até então existente nas escolas do Município. Reconhecemos também a participação decisiva da Secretária de Educação, Cultura Ciência e Tecnologia, Professora Marisa Espíndola, que ciente da forma pedagógica e didática empregada na elaboração do livro, solicitou da equipe técnica da sua Secretaria um laudo avaliativo da obra no seu aproveitamento na rede escolar, suprindo, assim, uma lacuna até então existente, quanto à verdadeira história de Anápolis, contada na forma didática de ensino na nossa rede escolar. Da mesma forma e com a gratidão de colega, o autor estende seus agradecimentos a toda Comissão Técnica da Secretaria de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Secretaria de Educação do nosso Município, que não só aprovou o nosso trabalho, mas, principalmente, com o laudo técnico reconhecendo o trabalho, como sendo de grande importância didática, o que na verdade era o sonho do autor. Então, é com alegria que cito os nomes dos professores e professoras que, com os seus altos conhecimentos, concorreram para aprovação desta obra como sendo de utilidade e importante na formação histórica dos nossos jovens, bem como fonte fidedigna de informações nas bibliotecas de Anápolis. Obrigado ao professor Tiziano Mamede Chiarotti, Coordenador do Núcleo de Pesquisa Científica; professoras Maria Geli Sanches, Assessora Pedagógica de Políticas Públicas; Sueni C. Moreira Youssei, Assessora Técnica; Carla Cordeiro da Silva Barbaresco, Gerente de Ensino e a entusiasmada Gerente de Projetos, professora Maria Stela Rosa, Aparecida Lino Reis, Coordenadora do Departamento de Projetos, Beatriz Policena, Diretora de Cultua e, finalmente, as “madrinhas” Salma.... Diretora istrativa e Myriam Marques, coordenadora de projeto de lançamento e expansão do livro, a quem:.
A carrocinha da história diz: a todos a nossa gratidão!
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IN MEMORIAM Dona AMÉLIA PEREIRA DUTRA Filha de Joaquim Pereira Dutra e de Ana da Silva Batista e neta de um dos pioneiros da nossa cidade, senhor Manuel Pereira Dutra – 1819 – 1877, que aqui chegou nas primeiras décadas do Século IXX. (1835). Dona Amélia casou-se aos 14 anos com José Ferreira da Silva, fazendeiro do município, de cuja união teve seis filhos: Maria Fausta de Barros, Jair Ferreira, Olímpio Ferreira Sobrinho, Nena Fausta, Helena Melazzo, Amador de Arimathéa (Dô), e em segundas núpcias a menina Cleusa Porto Farinha. E aqui convidamos o senhor Moacir Romeu Costa (97 anos) para um eio na carroça da história e, segundo seu depoimento vivo, lúcido e de memória invejável, relata que viveu a infância e a juventude ao lado dessa família, já que seu pai de criação – Francisco Pereira Dutra - era irmão de Joaquim Pereira Dutra e, portanto, tio de dona Amélia. Lembra ele, com bastante clareza, que dona Amélia era uma mulher envolvente, afável e agregadora. Em sua casa – religiosamente - reunia-se toda a juventude de Anápolis daquele tempo. Seu Joaquim Dutra, como o outro irmão, era tropeiro e homem de certas posses, o que lhe dava condições de promover festas e mais festas, característica principal de sua personalidade. Portanto, não é de se estranhar que, ao longo de sua vida, dona Amélia tenha sido essa figura alegre e cativante, fazendo sempre da sua casa o quartel de todos os amigos. Mãe Mélia, como era chamada, fez da sua vida o exemplo da mulher anapolina, ativa, alegre, participativa e, acima de tudo, uma mulher cristã e de sábios conselhos. É de se notar a saga dessa mulher, quanto à preservação de suas amizades ao longo do tempo, tempo este que não foi capaz de consumir a afeição da família Pina: Aquiles, Tonico e Carlos de Pina, Waldemar Borges de Almeida, José Fernandes Valente, Dr. Fanstone, Dona Dayse, Arinesto Pinto de Oliveira, Augusto Pinto, Professor Brasil, Narceu de Almeida e outros, muitos outros que, ao longo dos nossos anos, ouvimos loas a essa mulher que fez da sua vida um hino de louvor à fé no seu poderoso Deus. À essa mulher o nosso respeito e iração. O autor, seu filho. 8
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Ao irado do autor:
Humberto Crispim Borges, anapolino, filho de família centenária, vulto de destaque da cidade, escritor, memorialista, contista e o maior e o mais abalizado narrador da história de Anápolis. Sem a sua dedicação, seu faro de perdigueiro e muito trabalho de pesquisa, certamente, a nossa história estaria incompleta e hoje não teríamos do que tanto nos orgulhar – ANÁPOLIS!
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APRESENTAÇÃO Disse o poeta Castro Alves: “... o livro caindo n’alma é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar”. Com certeza o livro é uma das coisas mais úteis e marcantes de nossas vidas: distrai, enriquece nosso vocabulário, ilustra, informa e educa. É de irar e aplaudir a aptidão e a inteligência de quem escreve um livro, dos mais variados estilos e gêneros literários. Aparentemente é fácil escrever uma história, mas no caso desta obra, a responsabilidade do autor aumenta em razão do fato de ser ele o único responsável pela descrição dos feitos de tantas personalidades aqui historiadas. Pode parecer simples, mas não é e por isso aplaudimos o autor desse importante trabalho. Nesta obra, Amador de Arimathéa, com toda a sua autoridade de filho de uma das mais antigas famílias de Anápolis, reúne lembranças e uma cuidadosa pesquisa sobre a história da nossa cidade, trazendo à vida pessoas importantes, seus feitos e suas histórias. amos por cada página deste livro como se caminhássemos pelas ruas de Anápolis em épocas e circunstâncias adas. Ser convidado para fazer a apresentação desta obra foi uma surpresa agradável e muito honrosa para mim, especialmente porque neste livro pode-se ler sobre parte significativa da vida de meu tio Jibran El Haje, a quem presto homenagens em nome de minha família, pelo cidadão respeitável e grande amigo que sempre foi no tempo em que caminhamos juntos. Tantas informações registradas com riquezas de detalhes somente foram possíveis graças ao excelente trabalho do autor da obra, que se aprofundou na busca de documentos existentes em diversas fontes, como cartórios, museus, livros de outros 10
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escritores; tudo para transformar este relato de resgate histórico num verdadeiro ato de iração e respeito àqueles que fundaram, construíram e consolidaram a Manchester Goiana, e a entregaram a nós, cujo compromisso é o de manter bem alto o seu nome e á-la, íntegra e forte, àqueles que virão depois de nós. Este título “Anápolis–Suas Ruas-Seus Vultos-Nossa História” traz ao nosso pensamento as maiores lembranças históricas do nosso ado centenário. Nele, a esperança e a fé do anapolino são as palavras mágicas que nos conduzirão à realização do tão sonhado desejo de transformar a Cidade de Ana no paraíso do trabalho, da ordem e da prosperidade em todo o Centro Oeste brasileiro.
Parabéns, Anápolis Centenária! Mounir Naoum Empresário
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PREFÁCIO Esta é uma obra necessária, imprescindível, para aqueles que melhor desejam saber e conhecer as razões que levaram anapolinos de antanho a nomear ruas e praças de nossa cidade, além de enriquecer sobremaneira a parca bibliografia histórica de Anápolis. O autor, Amador de Arimathéa, o Dô, é um craque, sempre foi: nos esportes, no Exército, nas lides maçônicas, no bom relacionamento com os amigos, no trato das coisas do dia-a-dia, na sua profissão e, de tempos a esta parte, na literatura, através da publicação de outras obras de sua lavra, com forte temática regionalista e, principalmente, acentuando ainda mais o seu já acendrado amor ao torrão natal. Deparando-se com cerca de 350 bairros e em torno de cinco mil ruas e praças – algumas com nomes idênticos – o amigo Dô, ao brindar o Centenário de Anápolis com este extenuante trabalho de pesquisa, enquadrou o eio de sua imaginária e interessante carrocinha em quatro pontos geográficos, perando o que poderíamos denominar centro histórico, bairros e vilas adjacentes. O mais notável da trajetória da carrocinha é que o autor não se limita a fornecer uma biografia do homenageado em determinado logradouro, mas traz à nossa memória ilustres figuras que ali moraram,fazendo brotar na alma de quem lê uma saudade imensa daquela gente, daquele tempo, daquela cidade tranqüila e gostosa. A pena do autor é leve: numa linguagem simples, direta e sem floreios, nos leva junto ruas afora, ora aqui, ora mais adiante, revelando os principais dados levantados nas suas buscas ou arrancadas da memória, tornando a leitura extremamente agradável – um deleite! 12
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O Dô acertou em cheio ao escolher os caminhos desta obra, oferecendo-nos um raro e prestimoso presente a servir de reflexão e de estudo para os anapolinos de hoje em relação aos nossos ilustres anteados, pessoas que deambularam pelas mesmas ruas que nós, ou de grandes vultos que ajudaram a construir o Estado de Goiás e outros, a Nação, fora datas relevantes da nossa existência. Residindo em Brasília, por força de exercício profissional, o autor amigo jamais se desvinculou de sua terra, com presença constante na cidade, sempre ligado ao pessoal daqui, às nossas coisas e fatos – daí a necessidade permanente de por em ação suas palavras e suas lembranças, bem como o faz nesta obra, um ponto ganho definitivo nos registros da nossa história. Por fim, o autor promove um sobrevôo pelas diversas istrações anapolinas, numa parada na Rua dos Prefeitos, reservando ainda um bom espaço para grandes figuras de nossa história – uma obra de fôlego que certamente será lida com prazer, como aconteceu conosco frente a grandes reputações e homens e mulheres de nosso sangue e nossa vida: Antônio Crispim, bisavô, Graciano Antônio da Silva e Dona Senhora, avós, Sócrates Diniz, sogro, e Jonas Duarte e Dona Zita, pais. É de arrepiar! Parabéns, Dô. Anápolis, no ano do Centenário. Haroldo Duarte
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INTRODUÇÃO Vulto é todo aquele que mesmo na presença do nada faz notar a sua figura!
ANÁPOLIS,
a Manchester Goiana, esta vibrante cidade que não dorme, é constituída por centenas de bairros e mais de quatro mil e novecentos ruas, do “Anápolis City” à Vila Fabril, do DAIA à Reboleira, sendo estes os quadrantes geográficos da nossa referência. Suas avenidas, praças, ruas e travessas são as nossas artérias canalizadoras, que balisaram o nascimento, o desenvolvimento e o perene progresso da cidade dos nossos amores. Caminhar pelas ruas, quase todas planas, é respirar nossa história a cada o dado. Perambular pelas ruas da cidade é dar de encontro com tantos homens e mulheres que dignificaram o nosso crescimento, com ações honradas e pensamento desenvolvimentista, cheias de altruísmo, cidadania e patriotismo. Por isso mesmo, hoje são lembradas na perpetuidade de seus nomes estampados de forma elevada em placas singelas, mas indicativas de pessoas marcantes que elas querem sempre lembrar. Infelizmente, a geração atual atravessa uma época desfavorável e hostil aos fatos históricos por que am os homens e a nossa cidade em pleno despontar do seu primeiro centenário. É absurdo e inconcebível – criminoso até - o atual momento em que os escribas mais apressados, num gesto de verdadeira preguiça mental e no uso sistemático da internete, esquecem do espírito vocacional e outra coisa não fazem que compilar fatos e feitos que desaparecem sem deixar marcas de suas personalidades na narrativa da história. 14
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Neste eio a bordo da carroça da história estamos respirando a nossa verdadeira identidade e tropeçando nos feitos heróicos desses vultos que emprestam seus nomes para indicar o verdadeiro caminho percorrido por eles na busca do conhecimento e do progresso, a fim de nos legar – cem anos depois – esta cidade imponente, altaneira e que não deixa abater o seu espírito provinciano, pelos arranha-céus da metrópole. O nosso imaginário permite-nos buscar na memória aquelas figuras que nos antecederam: são as ilustres personagens que percorreram e ainda percorrem a nossa história. Por isso, é que esta obra tem por objetivo mostrar, por meio dos nomes dados às ruas, praças e nossas avenidas o que esses vultos significaram na constituição da sociedade anapolina. “Veneremos, portanto, a memória augusta daqueles que construíram os alicerces deste grande marco da civilização, que é a magnífica cidade de Anápolis, a capital econômica do Estado de Goiás” (Humberto Crispim). Claro que hoje estamos vivendo momentos de integral globalização, mas não podemos conhecer o mundo se não conhecemos a nossa própria história. Portanto, não devemos nos esquecer do nosso ado, de onde viemos, do que fizemos, do caminho que percorremos. É preciso preocuparmo-nos com a memória dos feitos do ado, porque deles é que saem os caminhos condutores, junto dos jovens de hoje e de amanhã, nesse veículo de tração que viaja pela história da nossa cidade. Preocupado com essa geração de hoje - e essa que vem surgindo - é que ofereço um bilhete de agem na carroça da história para revisitar essas ruas do berço da nossa infância e da lembrança de muitos forasteiros que aqui aportaram há tanto tempo. Ainda é de se perguntar: porque essa imensa fonte de cultura que são as ruas, é, não só praticamente desconhecida da sociedade em geral, quanto o é também pelos estudantes. Quem foram essas pessoas, de onde eram, que fizeram, como se 15
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notabilizaram? – Que fatos realmente realizaram para que seus nomes encabecem e justifiquem as pequenas tabuletas das ruas que intitulam? – Que ideais os motivaram e os uniram? Por tudo que encerram esses nomes e seus significados na história da cidade, é que nos esforçamos para que este trabalho possa cobrir a lacuna ora existente: a de refrescar e reativar a memória anapolina, já tão esquecida e, em alguns casos, algo desvalorizada. Entremos na carroça, pois vamos descer – inicialmente - a Avenida Goiás, sentido Leste Oeste, rumo à Vila Fabril em busca dos nomes dos vultos e fatos que denominam nossas ruas, avenidas e fazem parte importante da nossa história.
CAPÍTULO I Fatos relevantes – Começo da história Fato altamente relevante para todo historiador que queira dissecar os meandros das ruas de Anápolis, certamente, é a obrigação de ar pelo primeiro ato governamental do Intendente da época – Miguel Pereira Dutra - que oficializava o número exato de ruas existentes e as nominavam. Assim é que, pela Lei Municipal de nº. 34, de 20 de Março de 1903, ela determina: “Organiza o quadro das denominações das ruas e praças desta Vila”: “Miguel Pereira Dutra, Vice-Intendente Municipal de Sant´ana das Antas, em exercício e na forma da Lei”: “Faço saber que o Conselho Municipal decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - São mantidas as denominações da Praça Sant´ana, do Largo da Boa Vista e das ruas Tenente-Coronel José Batista, 10 de Março, Comercial e 1º de Maio”. 16
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“Art. 2º - am-se a denominar-se: a) Rua Desembargador Jayme a atual Rua Doutor Jaime; b) – A Avenida Dr. Xavier de Almeida - a atual Avenida Padre Cunha; c) – Rua 5 de Agosto – a atual rua Intendente Abadia. Art. 3º - Ficam denominadas: a) Rua 15 de Dezembro – compreendida entre a rua Tenente-Coronel Batista e a Cruz do Roque; b) – Rua Nova – a que vai da Avenida Dr. Xavier de Almeida à Rua 15 de Dezembro. Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário. Segundo o historiador pesquisado, as ruas 15 de Dezembro e Nova, a que se refere à lei supra transcrita, são, hoje, respectivamente, a Eugênio Jardim e a 7 de Setembro. Mas, provavelmente, nelas, à época, não havia construções, enquanto que a Rua 5 de Agosto é, atualmente, a Rua Dr. Genserico. Esclarecido este fato importante, comecemos a dar asas ao nosso imaginário, nessa viagem que faremos através de ruas, praças e avenidas da nossa cidade. Para isso, será preciso que voltemos algumas dezenas de anos atrás, mais precisamente no fim da década de trinta do século ado, quando, em Anápolis, já fervilhavam centenas de carroças tracionadas por animais, como resultado do extraordinário feito da chegada dos trilhos da estrada de ferro que viriam transformar, substancialmente, a economia, não só do Centro Oeste, mas também para grande parte do Norte do País. Daí, a importância desse meio de transporte daquela época para o escoamento e distribuição dos produtos industrializados trazidos de São Paulo e Minas Gerais e que abasteceriam toda a região. Antes, ainda, temos que dar notícia de que este extraordinário feito da chegada da Maria Fumaça a Anápolis, fez surgir na cidade o seu primeiro ferreiro profissional e o comunista mais convicto daquela época, o respeitável senhor Querubino Pires da Silva, morador à Rua 1º de Maio e o responsável pela fabricação da primeira carroça equipada por rodas de pneus, 17
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artesanato este feito por encomenda do senhor Konrad, o alemãoaustríaco dono da sortida “Padaria 51”, que ficava na esquina da Avenida Goiás, com a Rua 15 de Dezembro. Como este eio terá que ser feito com muito vagar e paciência, a fim de não tropeçarmos nos pontos históricos do trajeto da história a ser percorrido, resolvemos tomar emprestado este veículo, cuja serventia já foi declinada em notas acima. Agora, só nos resta atrelar os muares Pretete e Morena, pôr em seus lombos a arreata e colocá-los entre os varais e no balancim e começar a deslizar pela Avenida Goiás, a mais extensa e importante artéria central da cidade, até ao primeiro cruzamento que é com a RUA SENADOR ALFREDO NASSER: V. Santana-Lei Municipal nº. 322 de 1962 ALFREDO NASSER, político goiano, jornalista e professor, nascido em Caiapônia, no dia 30/04/1905, deputado estadual por dois mandatos, Senador da República no período de 1947 a 1951 e Deputado Federal de 1959 a 1963, político de grande liderança, orador emérito e tido, sem dúvida, como o maior tribuno do nosso Estado, Ministro da Justiça, um dos mais combativos jornalistas de Goiás, fundador do então estridente jornal “Cinco de Março”, hoje “Diário da Manhã”, e com grandes e relevantes serviços prestados, não só a Goiás, mas tanto quanto ao Brasil. PRAÇA MANOEL DEMÓSTENES (Vila Santana) MANOEL DEMÓSTENES BARBO DE SIQUEIRA, foi prefeito de Anápolis, nomeado pelo Interventor Pedro Ludovico, em 1940. Muito dinâmico, concluiu a 18
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construção do edifício da Prefeitura e do Fórum, obra iniciada pelo então Prefeito José Fernandes Valente. Foi o criador da 1ª “Feira Livre de Anápolis”, a qual funcionava na Praça Santana. Foi o responsável pela abertura de uma grande avenida que dava saída para Goiânia, a que deu o nome da hoje Avenida Pedro Ludovico. O engenheiro Demóstenes também inovou com a transferência do campo de futebol do Bairro Jundiaí para o centro da cidade, que ficava localizado acima da “Induspina” e atrás da “Pina & Irmãos”, no começo do bairro São Jorge, cujo próprio municipal levou o seu nome: “Estádio Manoel Demóstenes”, durante muitos anos. O engenheiro Manuel Demóstenes governou o Município durante os anos de 1940/1943. De volta ao eixo da Goiás, do nosso lado esquerdo, mesmo na contramão, começamos a percorrer a: RUA ROBERTO MANGE – Vila Santana Lei Municipal nº. 315/1957 Mais conhecida como Rua do Senai. Seu nome tem origem na figura do Doutor Roberto Mange, primeiro Diretor Nacional da Escola SENAI, em Campinas-SP. Seu trabalho de expansão no ensino profissional trouxe para Anápolis, no início da década de 1950, a efetivação em nossa cidade do mais importante estabelecimento de ensino profissional do País, o SENAI. E como gratidão do nosso povo tomou-se-lhe o nome emprestado, colocando naquele logradouro essa denominação. Lembrança bem marcante da memória desse vulto. Tomando sempre como eixo a Avenida Goiás, como se continuação fosse, viramos à direita e entramos na: RUA CAPITÃO SILVÉRIO: - Vila Santana Lei Municipal nº. 112/1952 19
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SILVÉRIO PEDRO DA SILVA, de tão desconhecido, é necessário um comentário maior. De Curralinho, - tem um autor pesquisado que afirma ter nascido o Capitão em Bonfim, mas o escriba prefere ficar com a informação do cartório de Itaberaí - de onde era natural, mudando-se para a freguesia de Santana das Antas em sua fase inicial. O CAPITÃO SILVÉRIO Pedro da Silva foi comerciante e fazendeiro abastado no município, tendo sido o primeiro Juiz de Paz da localidade, Inspetor de Quarteirão, político atuante e aqui desenvolveu operosa atividade em benefício da coletividade anapolina. Faleceu a três de dezembro de 1887, deixando viúva e seis filhos, dos quais o senhor Odorico da Silva Leão, que exerceu diversos cargos no município, inclusive o de Intendente. Figura notável esse cidadão! PRAÇA 31 DE JULHO – Vila Santana Lei Municipal nº. 525/1975 Data muito importante essa que denomina a praça junto à Câmara Municipal, pois ela representa o dia de maior glória política da nossa cidade. Foi nesse dia, 31 DE JULHO DE 1907, que vimos nascer a nossa maioridade municipal, estabelecida pela Lei Estadual nº. 320, desta data, assinada pelo Presidente do Estado, senhor Miguel Rocha Lima. De tão importante que é esta Lei para o nosso Município, transcrevemos abaixo o seu inteiro teor: “Lei 320 – de 31 de Julho de 1907”. Miguel Rocha Lima, Presidente do Estado de Goiás: Faço saber que o Congresso decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. Único. – A Vila de Santana de Antas fica elevada à categoria de cidade com a denominação de Anápolis, revogada as disposições em contrário”. Mando, portanto, a todas as autoridades a que o 20
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conhecimento e a execução desta lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela contém”. Palácio da Presidência do Estado de Goiás, 31 de Julho de 1907 – 19º da República. Mais uma vez é nosso dever salientar a efetiva participação do Coronel José da Silva Batista como o grande responsável pela nossa emancipação política, razão pela qual, com muita justiça, o cognominaram de “O Consolidador”. AVENIDA BRASIL NORTE/SUL (Centro) Esta é a avenida mais extensa de Anápolis. Começa no trevo do DAIA, na saída para Goiânia e se entende por toda a extensão da cidade no sentido Sul/Norte, até se encontrar novamente com a Rodovia 153, no trevo de Corumbá. Ao longo do seu trajeto, esta avenida hospeda importantes marcos da cidade, tais como, logo no início, o Cartódromo Internacional de Anápolis, que, para quem não sabe, esta raia é uma das três maiores e melhores pistas dessa competição em todo o País. Descendo um pouco mais, à nossa esquerda impõe-se o Ginásio “Carlos de Pina”. Logo mais à frente e à direita, o Estádio “Jonas Duarte”, próprio da nossa municipalidade. Descendo mais, já às margens do córrego das Antas, encontramos a bela sede da nossa Comarca, onde se abriga o nosso Judiciário, e ao seu lado as instalações da Prefeitura Municipal e a Praça do Ancião. Mais à direita, a imponente sede do Legislativo Municipal, donde se originam as leis que estabelecem as normas de conduta dos munícipes. À direita, a estação rodoviária e bem lá em cima o grande complexo educacional da Associação Educativa EvangélicaUNIEVANGÉLICA, grande marco da educação do nosso município.
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PRAÇA DO ANCIÃO – Centro Lei Municipal nº De volta ao eixo da Avenida Goiás, esperemos o semáforo abrir para atravessarmos a Avenida Brasil e depararmos logo, à nossa esquerda, com a mais poética e aconchegante praça de Anápolis, inaugurada exatamente no “Dia Internacional do Ancião”, que se comemora em setembro. Estou a falar da “Praça do Ancião”, fruto da vitalização de um terreno baldio e inteiramente recuperado pelo prefeito da época, Dr. Olímpio Ferreira Sobrinho. Aqui cabe uma divagação: esta praça foi construída especificamente para abrigar os nossos anciãos nas manhãs ensolaradas e tardes românticas. A praça é hoje denominada Praça Deputado Abílio Wolney. AV. SEN. JOSÉ LOURENÇO DIAS (Lei Municipal nº. 141 de 1959) - Centro Seguindo em frente começamos a subir a Goiás. EPA! Exclamamos surpresos, novamente! Mudaram o nome da Avenida Contorno. Sem mais por que, depois de tantos anos, hoje é denominada de Avenida Sen. José Lourenço Dias. Figura ímpar, pois como rábula provisionado pelo Tribunal de Justiça de Goiás, fez brilhante carreira em nosso meio jurídico e político, chegando ao Senado Federal, durante o mandato de um ano (1950). Apenas como curiosidade: a agem do Dr. José Lourenço Dias pelo Senado não marcou a sua participação em nenhuma proposição de lei e nenhum pronunciamento da tribuna do Senado, segundo informa a Secretaria daquela Câmara Alta. No entanto, nada mais ele precisaria fazer do que nos legar como herança a sua prole, onde 22
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se destacou o grande escritor-jurídico Dr. Adahil Lourenço Dias, vulto proeminente e de grande destaque no meio político e cultural da nossa cidade. Aqui também a história registra que essa avenida, no começo da década de 1950, foi aberta pela atuação marcante do doutor Olímpio Sobrinho, sendo este responsável pela primeira casa construída naquele logradouro.
RUA CORONEL BATISTA - Centro Lei Municipal nº. 34 de 20/03/1903 JOSÉ DA SILVA BAPTISTA nasceu em Pirenópolis no dia 1º de setembro de 1856, sendo filho do coronel Theodoro da Silva Baptista e de dona Eufigênia de Siqueira Baptista - Que bom é relembrar a toda a hora a figura ímpar da nossa história, essa do Coronel Zeca Batista. Político dos mais importantes do Estado, foi notável a sua participação na emancipação do Município, bem como foi decisiva a sua atuação na elevação da Freguesia de Antas à categoria de Vila de Antas, isso ocorrido em 15 de Dezembro de 1887. Em luta contra as autoridades pirenopolinas, que não aceitavam a condição de Vila de Antas, Zeca Batista tanto fez que no dia 10 de Março do ano seguinte foi instalada oficialmente a Vila de Antas, sendo eleito pelo povo anapolino, através das eleições de 1892, Presidente da Junta istrativa da Vila, tendo como Presidente do Conselho Antônio Crispim de Souza. 7 de janeiro de 1910, dia infausto e lutuoso para Anápolis. Aos cinqüenta e quatro anos de idade faleceu nesta cidade o seu “Consolidador”, o senhor Coronel José da Silva Baptista, sendo testemunhas declaratórias desse infausto acontecimento o seu filho Segismundo Baptista, e seus grandes amigos, senhor Miguel Pereira Dutra e Antônio Leite de Morais. 23
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Aqui cabe um esclarecimento que é válido para todos os casos de morte ocorridas em Anápolis, no período compreendido entre 1870, época da criação da Vila de Antas, até 1922, quando chegou à cidade seu primeiro médico residente, Dr. Genserico Gonzaga Jayme, que assumiu daquela época em diante a responsabilidade da dos atestados de óbitos ocorridos na cidade. Durante todo esse tempo as mortes ocorridas eram registradas pelo cartorário mediante um “termo declaratório” que era assinado por três pessoas idôneas da cidade – de preferência pessoas muito ligadas ao falecido – que além dos dados do morto atestavam o motivo da morte do finado. No caso do Coronel Zeca Batista informaram os declarantes que a causa da morte do grande vulto anapolino tinha sido arteriosclerose, sendo o que consta da certidão fornecida pelo cartório onde pesquisamos este fato histórico. RUA 1º DE MAIO: - Centro Lei Municipal nº. 34 de 20/03/1903 Continuando a subir a Goiás, damos de cara com essa rua, aquela do ferreiro Querubino Pires da Silva, que fabricou a nossa carroça, e começamos a percorrer a primeira rua aberta no nosso município de antanho, construída pelo senhor Gomes de Souza Ramos, o fundador da cidade, para dar o aos materiais de construção da capela de Santa Ana, padroeira da nossa cidade, por escolha de sua esposa, da qual ela era muito devota. – Segundo pesquisa feita em documentos da época, no dia 1º de maio de 1896, sendo Intendente Municipal o senhor Antônio Pereira Dutra, foi sancionada a primeira Lei Orgânica do Município, que havia sido promulgada a 10 de março do mesmo ano. Mais tarde, seria dado a essa via pública o nome de “Rua 1º de Maio”. Reforça essa afirmativa o fato da nossa história registrar como primeiro comerciante de Anápolis o senhor Francisco da Luz Bastos que, por uma questão lógica, se 24
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estabeleceu bem próximo da construção da Igreja Santana, ali onde é hoje o começo da Rua Aluízio Crispim. Nesta rua também morava um dos maiores fazendeiros da região, o primogênito do juiz de paz e fiscal de quarteirão, Capitão Silvério, o senhor Odorico da Silva Leão. Outro vulto importante dessa rua foi o Dr. Benedito de Barros Abreu, grande filantropo, foi o mais destacado aprovisionador do “Asilo São Vicente de Paula”, fundado por Dom Abel, quando era vigário da cidade e inaugurado no ano de 1933, sendo durante décadas e décadas seguidas istrado por esse irável cidadão. Prova de que o que é de raça caça, estão aí os seus descendentes a dirigir com denodo e abnegação este asilo, até nos dias de hoje. Apesar de muito antiga, essa rua só teve sua denominação confirmada como homenagem a promulgação da Lei nº. 34, de 10 de março de 1903, que consagrava a criação da Lei Orgânica do Município, outorgada pela Intendência Municipal em 1º de maio daquele ano. Tão importante foi esse dia para a nossa história que ele é considerado feriado municipal até hoje, por força de Lei, ainda em vigor. Agora, aqui se faz necessária uma explicação sobre a verdadeira data internacional do DIA DO TRABALHO, que foi criada em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. Esta data foi em homenagem à greve geral que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, principal centro industrial dos Estados Unidos daquela época, que resultou numa tragédia em que muitos operários foram presos e alguns perderam suas vidas. Por tudo o que significou aquele dia na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, o Congresso acima referido instituiu o dia 1º de Maio como o “Dia Mundial do Trabalho”. RUA ALUIZIO CRISPIM - Centro ALUÍZIO CRISPIM, nascido na Vila de Antas, no ano de 1900 e falecido aqui mesmo em 1952. 25
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Era fazendeiro e dono da primeira cerâmica da cidade, que ficava na atual rua que leva seu nome, e foi também delegado de polícia do nosso município. Descendente de tradicional família pirenopolina, o senhor Aluízio Crispim se fez respeitável cidadão, deixando aos seus pósteros um legado de grande tradição familiar. PRAÇA DAS MÃES - Centro Lei Municipal nº. 584/1976 No começo das ruas Desembargador Jayme e 1º. de Maio, surge uma praça de destino histórico, tendo o seu feito maior acontecido no dia 18 de março de 1926, quando a Intendência Municipal era exercida pelo senhor, Coronel Graciano Antônio da Silva, e nesse dia foi inaugurado em Anápolis o primeiro Grupo Escolar “Dr. Brasil Caiado”, tendo como seu Diretor o cidadão Alarico Torres Verano. Na festividade de inauguração, Sua Excia. o Presidente do Estado de Goiás, o homenageado, foi representado pelo Juiz de Direito da Comarca, Dr. Jovelino de Campos, que na ocasião foi saudado em orações vibrantes pronunciadas pelo Dr. Carlos Alberto de Freitas e, também, pelo deputado Arlindo Costa. Esta praça, em tempos idos era chamada de “Moisés Santana”, foi reconstruída na gestão do Prefeito Jonas Duarte, destacando no seu conjunto uma bela estátua em homenagem às “Mães” anapolinas, razão do seu nome, hoje. RUA DESEMBARGADOR JAYME: - Centro Lei Municipal nº. 34 de 20/3/1903 SENADOR LUIZ GONZAGA JAYME nasceu em Pirenópolis, Goiás, no dia 8 de maio de 1855. Filho do coronel João Gonzaga Jayme de Sá e de Maria Tomázia Batista e 26
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falecido em 29 de janeiro de 1921, no Rio de Janeiro. O mais importante nome no conjunto da história do Estado de Goiás. O Desembargador Jayme foi Promotor Público da Comarca da Capital - Goiás Velho, Juiz Municipal de Santa Luzia (Luziânia), Juiz de Direito de Coxim, membro do Tribunal de Relação, Chefe de Polícia do Estado de Goiás, Desembargador, Ministro do Superior Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Juiz Municipal de Pirenópolis, professor, jornalista e político influente no Estado, tendo sido eleito senador por dois mandatos, 1909 a 1912 e de 1912 a 1921. Pai de dois ilustres vultos anapolinos, Dr. Alarico Gonzaga Jayme e Dr. Genserico Gonzaga Jayme, que também tem rua na cidade com o seu nome. A história considera o desembargador Jayme como o mais ilustrado cidadão de Goiás e, depois do Dr. Pedro Ludovico, o político mais importante de Goiás, sua família é a maior do Estado, não só de membros, mas, principalmente, pela paixão pela literatura e pelas artes. – Nessa rua a carroça da história deu uma parada: logo no começo, encontramos com mais uma das reservas morais de Anápolis, senhor Joaquim da Costa Ferreira, que juntamente com os senhores Nicolau Silva e Almiro de Amorim, todos do mesmo quilate, foram serventuários da Justiça por mais de 40 anos. Quando da sua aposentadoria, assim disse o influente advogado Brasil Xavier Nunes: “Joaquim da Costa Ferreira foi, durante quase 50 anos, um funcionário justo, honesto e caprichoso, sem nenhuma falta ao longo desse tempo e com relevantíssimos serviços prestados à Justiça. Estendo, por merecidas, todas as adjetivações que ficam perpetuadas, aos senhores Nicolau Silva e Almiro de Amorim que, juntamente com o homenageado, souberam honrar e dignificar a justiça”. Esta rua responde por um bom pedaço da nossa história, que continua com a:
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TRAVESSA SOUZA (Centro) Esta travessa faz homenagem ao senhor José de Souza, o “Zeca de Souza”, que em tempos idos tinha naquela esquina uma das pensões mais antigas da cidade: “Pensão Souza”. Zeca de Souza foi uma das reservas morais da fé protestante da nossa cidade, onde deixou uma prole atuante e altamente relevante para a nossa sociedade. PRAÇA SANTANA – Centro Lei Municipal nº. 34 de 20/03/1903 A segunda mais importante praça de Anápolis, abriga em seu interior duas estátuas confeccionadas em bronze que reverenciam a Padroeira da cidade, Nossa Senhora Santana, tendo este obelisco a característica de ser o maior monumento metálico da cidade. Outra lembrança é dedicada ao senhor Antônio Luiz de Pina, benfeitor da paróquia que recebeu doações e muito trabalho na construção do templo dedicado à nossa Padroeira. Um busto de bronze num pedestal representa essa homenagem. ...Um instante, à espera de o sinal abrir e entramos na: RUA ARINESTO PINTO - Centro (Lei Municipal nº 244 de 1975) Nesta esquina, “Goiás” com “Arinesto Pinto”, ase importante fato da nossa história. Era ali a sede do jornal “A Luta”. Seu proprietário, senhor A.G.Pinto, e mais os senhores Querubino Pires da Silva, Basileu Pires Leal, Jerônimo Soares Barbosa, Dagoberto Batista e outros fizeram dessa esquina o
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berço do Partido Comunista, secção de Anápolis, e o jornal tornou-se o órgão oficioso do PC em Goiás. Deram trabalho... Já o Venerável Mestre da Maçonaria de Anápolis, homem justo e perfeito, o senhor Arinesto de Oliveira Pinto, nasceu em Uberlândia-MG, no ano de 1887, chegando à Vila de Antas três anos após. Destacou-se nos estudos práticos de contabilidade e despontou, dentre tantos vultos anapolinos, como o mais fiel e correto coletor de impostos do município. Dedicado e constante funcionário Municipal, sempre atento às causas dos menos favorecidos. Maçom dos mais atuantes foi um dos fundadores do Abrigo dos Velhos “Prof. Nicephoro Pereira da Silva”. Faleceu nesta cidade em 1964, cercado do mais alto respeito pelo povo de Anápolis. RUA 10 DE MARÇO: - Centro Lei Municipal de 20/03/1903 Esta rua tomou a atual denominação como lembrança do dia 10 de março de 1892, dia em que foi efetiva e festivamente instalada a Vila de Santana de Antas, obedecendo à Lei Estadual de nº. 811, datada do ano 1887. Registre-se aqui o nome de importante vulto da nossa história, José da Silva Batista (Zeca Batista) que foi nomeado Presidente da nova Junta istrativa da recém criada Vila e o maior responsável pela emancipação política de Anápolis, acontecida em 31 de Julho de 1907. A este tão honrado, irado e muito respeitado cidadão, Coronel José da Silva Batista, Anápolis tem sido parca de reconhecimento aos seus extraordinários feitos e a história tem lhe negado o pedestal a que sua memória tem direito. Nunca é tarde para esse reparo...
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RUA/PRAÇA MIGUEL JOÃO - Centro Este logradouro relembra a memória de um dos mais antigos patrícios que aqui aportaram, oriundo do Oriente Médio, lá pelo começo do século XX. O senhor Miguel João Alves, o primeiro árabe a abrasileirar o seu nome, tornando-se conhecido à época pelas suas benemerências e ajuda aos mais necessitados. Boa lembrança essa do senhor Miguel João. Miguel João foi um empresário empreendedor, pois já na década de 20 possuía maquinário próprio para beneficiamento de café para exportação e, segundo dados colhidos pelo escriba, foi ele, juntamente com o senhor Maximiano da Cunha, os responsáveis pela construção do Cine Goianás, o primeiro cinema da cidade. RUA AMAZILIO LINO DE SOUZA - Centro (Lei Municipal nº 179 de 1970) Chacareiro da baixada do córrrego das Antas, morador da cidade desde o começo do século ado, chefe de um numeroso clã, dedicou a sua vida ao plantio de legumes e verduras das mais verdes lembranças da nossa infância. Homem atual, à sua época, de posição política definida mais à esquerda, o senhor Amazilio ficou conhecido pela sistemática audição diária das apresentações do famoso “Repórter Esso”, da Rádio Nacional e leitor assíduo dos jornais diários de São Paulo e Rio de Janeiro, de onde tirava suas conclusões da situação do Brasil e do mundo. Faleceu nesta cidade, deixando uma numerosa prole para a edificação da sua memória. PRAÇA DO EXPEDICIONÁRIO - Centro (Lei Municipal nº 314 de 1953)
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Primeiramente denominada de Praça Capitão Silvério Pedro da Silva e depois Mário Caiado. Durante a Revolução dos anos 30 ou a chamar-se Praça da Bandeira e assim foi até 1953, quando, por força de Lei Municipal, ou a denominar-se “Praça do Expedicionário”. Esta homenagem do povo anapolino pode parecer pouca, como o é, mas foi a maneira pela qual a nossa sociedade, não muito afeta a reconhecer os méritos dos seus filhos, achou para perpetuar a lembrança dos heróis anapolinos que lutaram na Itália, durante mais de 10 meses em que o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial. Aqui vale lembrar que o nosso país foi a única nação sul americana a fornecer tropa treinada para se juntar aos outros países aliados na Europa, no combate nessa guerra sangrenta levada a cabo contra os nazistas alemães e os fascistas italianos. Muitos feitos para poucas lembranças. Que o diga o nosso herói de guerra Capitão Waldyr O´Dwyer, que hoje, na provecta idade de 90 anos, se dispõe como um bravo infante às causas desenvolvimentistas da nossa cidade – Aqui cabe um comentário sobre este cidadão anapolino: há muito tempo chegou a esta cidade e se integrou de tal maneira aos nossos modos que hoje, a sua presença, nos diversos segmentos da sociedade, se confunde com os nossos costumes de uma província séria e de um tradicionalismo arraigado. Grande personagem, esse Capitão Waldyr. RUA MANUEL D`ABADIA - Centro (Lei Municipal nº 225 de 1950) Aqui se tropeça facilmente no ado, basta entrar na Manuel D`Abadia, que muitos vultos importantes estão à espera da agem da carroça da história para juntarem-se a nós no levantamento dos feitos de muitos grandes homens que por essa rua deixaram marcas indeléveis de suas personalidades 31
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ímpares. A começar pelo homenageado, Dr. Manuel Francisco D`Abadia, (1861 – 1945), nascido em Paracatu-MG, além de grande cafeicultor foi juiz distrital e municipal, delegado de polícia, promotor e Intendente por duas legislaturas, exerceu outros importantes cargos no Município de Anápolis. Logo nos primeiros os paramos à esquerda para dar um bom dia ao Senador José Lourenço Dias e a todos os seus filhos, com destaque especial para o Dr. Adahyl Lourenço, advogado, escritor e figura marcante da sociedade anapolina e que também tem rua com o seu nome na cidade. Do lado direito, numa conversa amistosa, encontramos Dona Tuna, proprietária do tradicional hotel do mesmo nome, conversando com o ilustre e respeitado Juiz de Direito Dr. Alceu Galvão Velasco, cuja família honra as tradições da história do nosso Estado. Ooié! Parem um pouco, Pretete e Morena. É nessa esquina que morou o “Consolidador do Município” que, além de professor, foi Presidente da Junta Governativa da Vila de Antas e Presidente do Estado de Goiás, como 3º. Vice. Aqui descemos da carroça para homenageá-lo. Mais na frente, três grandes figuras da Maçonaria anapolina, três grandes beneméritos da nossa sociedade: Professor Antônio de Oliveira Brasil, Diretor do Colégio “Couto Magalhães” – quantos serviços prestados -, Manuel Pereira Dedé, dono da maior alfaiataria que teve Anápolis, homem conhecido como um dos maiores humanistas da cidade, tendo como vizinho o senhor Arinesto Pinto de Oliveira, cuja vida já foi cantada nessas notas. Valendo também lembrar aqui uma figura de suma importância para a educação no nosso Município. A história fala do Dr. Carlos Pereira Magalhães, professor, advogado e missionário por vocação. Deixara São Paulo no início dos anos trinta em demanda às terras do Araguaia. Atacado pela febre acabou por dar com os costados em Anápolis, aonde veio a exercer o cargo de Promotor de Justiça. Uma perseguição 32
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religiosa impedia que os filhos de protestantes se matriculassem nas escolas públicas. Amparado e incentivados pelo grande vulto da nossa história, o “Evangelizador” Jarbas Jayme, o Dr. Carlos e sua esposa, dona Gertrudes, insatisfeitos com a situação, resolveram fundar uma escolinha primária para atender as poucas famílias que tinham decidido pela fé protestante. Visionários como eram denominaram a Escolinha de “Colégio Couto Magalhães”, em homenagem ao grande vulto nascido em Diamantina-MG e projetado na história goiana e brasileira, o General José Vieira Couto de Magalhães. Ufa! – foi duro deixar estes vultos para trás... É, mas na esquina da “Barão” a parada será obrigatória, pois daqui já avistamos uma dama de preto que nos espera como uma fruta na mão. Claro que estamos a ver daqui a matriarca do clã dos Puglise, dona Vó Caetana. Quanto exemplo, quanta dedicação familiar, quanta saudade! – É, mas bem em frente, olhando com atenção, divisamos um grupo de bravos empreendedores, reunidos numa assembléia a fim de fundar o Banco Comercial do Estado de Goiás, S/A, - Goiasbanc -era o ano de 1943. Lá estavam: Sócrates Mardocheu Diniz, bancário, Cel. Aquiles de Pina, grande comerciante, Antônio Luiz de Pina, o empresário, Graciano Antônio da Silva, Elizeu Jorge de Campos e Benedito Batista de Abreu. Que grande visão desses grandes homens. Olha ali em frente o senhor Francisco Dollis, o humanista anônimo que, juntamente com os seus vizinhos, Dr. Genserico Jayme, senhor Albérico Borges de Carvalho, Christalino Bernardino Costa, senhor José Honorato, ainda hoje vivo, e Dr. James Fanstone são membros efetivos da galeria das maiores reservas da moral anapolina. No final dessa rua, na bifurcação das ruas Aquiles de Pina e Dr. Genserico surge um belo logradouro: PRAÇA JAMES FANSTONE - Centro 33
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(Lei Municipal nº 048 de 1959) Aqui a história se aprofunda. Surgem os primeiros atos da presença da Revolução vitoriosa de 24 de outubro de 1930. Assume a Intendência Municipal o respeitável senhor João Luiz de Oliveira, e em obediência à Resolução nº. 4, de 24 de novembro daquele mesmo ano, que dizia: “usando das atribuições que lhe são conferidas pelo Instituto Constitucional do País, exarado pelo Chefe do Governo Provisório, triunfante em 24 de outubro findo, em 11 de novembro do corrente, resolve o intendente municipal”: Art. 1º - ará a ser denominada PRAÇA JOÃO PESSOA a praça que até então se denominava Senador Ramos Caiado. Art. 2º - ará a ser denominada de Rua Getúlio Vargas, a rua que até então se denominava Cel. Pedro Dias Campos. Art. 3º - ará a ser denominada Rua Antônio Carlos, a rua então denominada de Comercial ou 15 de Novembro. Art. 4º - Fica sendo denominada de Praça Mário Caiado a denominada até então Cel. Silvério Pedro da Silva. Art. 5º - Revogam-se as disposições em contrário
João Luiz de Oliveira Intendente Municipal Toda essa mudança aconteceu sob os olhares atônitos dos moradores dessa praça, os grandes vultos, Graciano Antônio da Silva (Sanito), natural de Piracanjuba, desde há muito radicado em Antas, onde se casou com Dona Senhora, que hoje empresta o seu nome para denominar a Travessa que liga a Praça James Fanstone à Rua 7 de Setembro. 34
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Este senhor, além de fazendeiro e comerciante, ocupou importantes cargos – delegado literário e subdelegado de Traíras, foi juiz distrital, conselheiro, presidente do Conselho Distrital, intendente e Prefeito de Anápolis. Grande figura o senhor Sanito. Do outro lado da praça, também era testemunha o senhor Antônio Luís de Pina, nascido em Pirenópolis, em 1889, tendo se transferido para Anápolis em 1911, onde fundou uma grande casa comercial, chamada de “A Rainha da Barateza”. Homem empreendedor e de espírito filantrópico, tendo falecido nesta cidade no ano de 1966, cercado do carinho e do respeito de toda a população. Do alto do mais elevado edifício da Praça, a tudo assistia a figura ímpar da história de Anápolis nos seus últimos 80 anos. Claro que a história está a falar do mais ilustre médico goiano, Dr. James Fanstone, que veio para Anápolis no começo da década de 20 (1925) do século ado, sendo o segundo médico residente da cidade, onde iniciou a construção do maior hospital do Estado de Goiás e nele mantém até hoje a Escola de Enfermagem “Florence Nigthingale”, fundada em 1933 e reconhecida pelo Estado em 1937, alcançando a equiparação Federal em 1947. Nada mais justo que a Câmara Municipal, em dias mais recentes, tenha tido a lembrança de reverenciar a memória deste tão ilustre cidadão, colocando o seu nome na praça que ainda hoje abriga a mais linda história da medicina anapolina: A Praça “JAMES FANSTONE”. Nascido no Recife, Pernambuco, a 8 de agosto de 1890. Filho de missionários, logo se dirigiu para a Inglaterra, onde foi educado. Em 1915, colou grau na Universidade de Londres, em Medicina e Cirurgia, com distinção em Patologia e Clínica Médica, classificando-se em segundo lugar. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu no Exército Britânico, no Royal Army Medical Corps, no 35
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Regimento Northampton, como Capitão-Médico, de 1915 a 1919. Em 1921, conquistou o título de Doutor em Medicina, recebendo também o diploma de Medicina de Higiene Tropical. Foi assistente, em 1915, da Clínica Médica de Lord Dawson. A partir de 1921, tornou-se Livre Docente da Cadeira de Medicina Tropical, na Universidade de Londres. Casou-se com Ethel Marguerite Peattdield (Dona Dayse Fanstone), em 1922, com quem teve dois filhos: o médico Henrique Maurício Fanstone e o advogado William Baird Fanstone, personagens marcantes na nossa história. Já no Brasil, revalidou o seu diploma, em 1923, defendendo Tese na Universidade de Minas Gerais. Após conhecer várias partes do Brasil e também de Goiás, terminou por fixar residência em Anápolis, em 1925, onde dois anos depois, fundou o Hospital Evangélico Goiano. Alguns anos mais tarde, em 1937, fundou a Escola de Enfermagem “Florence Nightingale”. Foi fundador, também, junto com Carlos Pereira Magalhães, do Colégio Couto Magalhães, em 1932, tornando-se Diretor do mesmo, a partir de 1934. Vinculado às várias entidades culturais e de classe, entre as quais, Sociedade Real de Medicina e Higiene Tropicais e do Colégio Real de Cirurgiões, da Inglaterra. É membro fundador do Rotary Club de Anápolis, do qual foi Presidente em várias oportunidades. Em 1951, recebeu de Sua Majestade o Rei Jorge VI, da Inglaterra, o título de Oficial da Divisão Civil da Mais Excelente Ordem do Império Britânico. Entre suas obras, destacam-se, “Discussões sobre Quinino”, “Missionary Adventure in Brazil” e “Três Teses”. Cidadão Anapolino, pertence também à Academia Anapolina de Letras e Artes, ocupando a Cadeira 17, cujo Patrono é Jovelino de Campos. 36
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Com sua morte e em sua homenagem, foi constituída em Anápolis a “Fundação James Fanstone”. E por estar falando em médico, por que não lembrar... RUA DR. GENSERICO – Centro DR. GENSERICO GONZAGA JAYME, na continuação da Praça James Fanstone, a Rua Dr. Genserico homenageia outro grande vulto ímpar da nossa história. Nascido em Vila Boa (Goiás Velho), em 28 de janeiro de 1898, aonde fez seus estudos básicos, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde se diplomou em medicina no ano de 1922, preferindo fixar-se em Anápolis, aonde chegou ao fim desse mesmo ano, sendo o primeiro médico residente da cidade. Desempenhou os cargos de conselheiro do município, Presidente do Conselho, inspetor de higiene e deputado estadual constituinte, sendo o mais votado naquela eleição. Filho do Desembargador Jayme, a figura do Dr. Genserico até hoje é reverenciada pelas famílias mais antigas da cidade. Médico humanista foi professor do Instituto de Ciências e Letras e da Escola Normal. Está inserido na galeria dos homens mais honrados e respeitados do nosso Estado. Faleceu o Dr. Genserico em dezembro de 1943 e sua lembrança é viva até hoje. Segundo nos relata o irado senhor Bill Fanstone, seu pai, Dr. Fanstone, médico, nutria tamanha iração pelo seu colega, Dr. Genserico, que em uma única oportunidade na vida quebrou a aversão que nutria de ir ao cemitério. E isso aconteceu justamente na morte de seu grande amigo, quando não só compareceu, como também participou intensamente da dor coletiva da população anapolina. O impacto pelo falecimento desse extraordinário vulto anapolino, comoveu tanto a população que o prefeito da época, Dr. Câmara Filho, decretou feriado municipal naquela segunda feira, 27 de dezembro de 1943, para homenagear o Dr. Genserico e dar 37
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oportunidade de toda a cidade dar adeus ao seu grande benfeitor, o filho do desembargador Luiz Gonzaga Jayme, grande jurista, senador federal e de dona Maria Augusta Sócrates Jayme, ambos de tradicionais famílias goianas. Aqui, para registro maior da história, pedimos licença especial ao seu grande amigo, escritor Jarbas Jayme, para transcrever, com absoluta fidelidade, o seu grito de dor pela perda de tão ilustre cidadão que com a sua vida enriqueceu a história da nossa cidade. Abaixo, o inteiro teor da sua mensagem: “Não posso calar a voz do meu coração e, desfolhando, fibra por fibra, a imensa dor que ainda o confrange, ocasionada pelo desaparecimento do grande brasileiro Genserico Gonzaga Jayme, ocorrido em Anápolis, a 26 de dezembro último, venho render, nestas linhas apagadas, mas sinceras, à memória do saudoso amigo, as homenagens de minha imorredoura gratidão. Os laços de parentesco espiritual e consangüíneo, que me prendiam ao ilustre finado, não me impedem que, sem ser arvorado de suspeito, fale sobre a vida, os feitos e a benemerência desse homem notável, que a morte aniquilou com golpe rude e traiçoeiro, impiedoso e irremediável. Não me anima o propósito de tecer o necrológio de Gens tanto mais que não faria que repetir, desfiguradamente embora, o que o Estado de Goiás, por seu escol pensante, por suas correntes responsáveis de opinião, por seus elementos representativos, por seu povo bom e laborioso já tem dito. Renunciante forçado pela fatalidade da inteligência fraquejante às atrações da estese literária, em virtude de perar dos anos e dos sofrimentos, morais e materiais que me têm acometido, nada mais se pode esperar deste veterano da imprensa sertaneja,, senão frases descoloridas, mas animadas de lealdade e dedicação à memória do inesquecível morto. Comovido da grande comoção que se espraiou, como onda de dor pela minha alma e pela alma do povo goiano, com a morte 38
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de Genserico Jayme, procurarei sintetizar, tanto quanto possível, o que me determina a consciência e dever de gratidão. Nasceu Genserico Gonzaga Jayme na vetusta e lendária cidade de Goiás, a 28 de janeiro de 1998. Foram seus pais o senador Luiz Gonzaga Jayme, de saudosa memória, e D. Maria Augusta Sócrates. Era neto, pelo lado paterno, do coronel João Gonzaga Jayme de Sá e D. Maria Tomázia Batista e pelo lado materno, do Comendador José Gonzaga Sócrates de Sá e de D. Ana Basília Batista. No tradicional Colégio Sant`Ana, de sua terra natal, fez os estudos primários, e parte de humanidade no Liceu de Goiás. Em 1912, em companhia de seus dignos pais e irmãos, transferiu-se para o Rio de janeiro e ali, concluídos os preparatórios, matriculou-se na Faculdade de Medicina da grande metrópole nacional. Após um curso dos mais brilhantes, recebeu o diploma de médico, havendo-se especializado em oftalmologia. Vencido esse estágio de sua carreira científica, seu espírito ainda aspirava a posição mais elevada: o grau de doutor em medicina. Para a realização desse desejo, coube-lhe a defesa da tese “Tétano Cefálico de Origem Ocular”, trabalho esse que causou iração nos cientistas nacionais, e aos que tomaram parte no Primeiro Congresso Pan-Americano, realizado em Cleveland, Estados Unidos, em outubro de 1940. O nome do ilustre coestaduano foi aclamado pelas revistas médicas da grande nação amiga, que lhe teceram os mais honrosos elogios. Em 1922 assentou residência em Anápolis, fixando, ali, sua tenda de trabalho e, durante 21 anos de benéfica atividade naquela terra dadivosa, quer no vasto campo da medicina, quer na política local e estadual, relevantes serviços prestou aos goianos. Foi conselheiro municipal e inspetor de higiene da nossa cidade, diretor de higiene do estado e deputado à Assembléia Estadual, no desempenho de cujas funções revelou inteligência, honestidade, independência e integridade moral, sem se haver transviado para a sordidez das paixões mesquinhas e vingativas, 39
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que rebaixam a dignidade humana. Teve sempre, diante dos olhos, a imagem do bem público. Nestes dias de apatia, de indecisões, de incoerência e, sobretudo de versatilidade de caráter, é bem difícil a um indivíduo atravessar incólume, as tempestades da vida e conservar seu patrimônio moral, como soube faze-lo Genserico Jayme. Os beneméritos não podem ser compreendidos nem apreciados por seus coevos: somente a posteridade pode fazer justiça e pagar o tributo devido aos grandes homens. A morte desse grande brasileiro constitui, para a sociedade anapolina e, porque negá-lo, para o Estado de Goiás, a perda de preciosa relíquia que abre impreenchível sulco em nosso meio, especialmente na dignificadora e nobre classe a que ele pertencia. Clínico notável e oftalmologista de renome, jamais se deixou contaminar desse espírito mercantil e comercial que, para a infelicidade nossa, predomina, de maneira assombrosa, em vários representantes da elevada categoria a que ele se filiou, por vocação e amor à ciência médica. Dr. Genserico exerceu, no Município de Anápolis e circunvizinhos, logo apostalado, como cientista, para quem a carreira que abraçara era verdadeiro sacerdócio. Mais se comprazia em satisfação íntima de diminuir as dores humanas, do que no mero exercício de uma função lucrativa. Quando Genserico assumia a responsabilidade de um caso clínico ou oftalmológico, via-se que ele se esmerava, desdobrava-se em energia e cuidados, no sentido de cercear a enfermidade e colher os louros decorrentes da vitória científica, além da satisfação que lhe empolgava a alma, quando aqueles louros se consolidavam com a alegria daqueles a quem o doente interessava. Em plano inferior colocava os proventos a que havia feito jus, e esses, de acordo com as possibilidades do cliente, jamais se revelando ganancioso. Em fim, soube cumprir a sua nobre e humanitária finalidade, sem fazer alarde do seu valor científico, pois era profundamente modesto. O tempo, que a tudo destrói, tudo desbota e tudo faz esquecer, não conseguirá apagar o ambiente de angústia que 40
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envolveu o dia 26 de dezembro de 1943, que ficará como o dia do pranto e da saudade, no calendário do estado de Goiás. Dessa grande dor que me punge a alma participaram todas as classes da sociedade anapolina, especialmente a dos humildes, que sempre encontrou, naquele médico filantrópico e no simples cidadão, a mão generosa a espalhar benefícios. Essa unanimidade de sentimentos evidencia a medida do valor e dos méritos do ilustre e saudoso desaparecido, que continuará a viver no culto e na iração e a receber as homenagens de profunda saudade do povo goiano. Nada mais poderei aduzir, como subsídio para a galeria dos varões ilustres do nosso Estado, a não ser o que vai nestas linhas desativadas. Nenhum favor faria Anápolis à memória do ilustre médico e amigo dedicado e franco, cuja perda todos lamentamos, se, por intermédio de seu digno prefeito, substituísse, pelo de Rua Dr. Genserico Jayme, o nome da Rua Antônio Carlos, daquela florescente cidade, de vez que, ao notável estadista mineiro Anápolis nada deve. Seria um penhor de gratidão ao pranteado morto e à sua gloriosa memória. (Palmeiras – Goiás)”. Esta grande página literária – um verdadeiro réquiem de autoria do grande escritor Jarbas Jayme foi publicada no jornal “O Anápolis”, em sua edição de 30 de janeiro de 1944. E como notícia da época, recorda-se que seu pleito foi atendido parcialmente, tendo a Rua 6 de Agosto, tomado o nome do grande vulto anapolino Dr. Genserico Jayme. Esta rua começa na Praça James Fanstone e se estende até à Praça Oeste. E para continuar com essa estirpe de homens, nada como recordar aqui ângulos da vida de um dos mais ilustres moradores que morou naquela rua. Trata-se de uma figura das mais proeminentes da filantropia e da caridade desta cidade, senhor Augusto Pinto Pereira, respeitável maçom e grande benemérito do Sanatório Espírita de Anápolis, co-fundador do 41
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Abrigo dos Velhos “Prof. Nicephoro Pereira da Silva” e outros segmentos de assistência social. Honrada figura essa do seu Augusto Pinto. Falando em benemerência, por que não lembrar, hoje, desse, sem sombra de dúvida, o maior filantropo vivo da nossa cidade! – Com certeza a história não se fará ausente no registro da agem desse ilustre senhor na vida dos mais necessitados da nossa cidade. Mas quem será este tão irado homem, morador da Rua Dr. Genserico? – A resposta é imediata: Moacir Romeu Costa. Filho do não menos ilustre jornalista e poeta, Arlindo Costa (1881-1928), nascido em Pouso Alto e criado em Antas. Moacir Costa foi criado e educado pelo senhor Francisco Pereira Dutra – tio avô do autor - e sua irável esposa, dona Ernestina Elisa das Dores. Arlindo Costa foi chefe político, conselheiro municipal, presidente do Conselho, juiz municipal e deputado estadual. Publicou em 1907 seu livro de poesias: Lírios do Vale. O que é de raça, caça... Aqui a carroça da história dá uma marcha-à-ré, porque vamos entrar na antiga Rua Getúlio Vargas, hoje:
RUA AQUILES DE PINA: - Centro (Lei Municipal nº. 143 de 1968) AQUILES DE PINA nascido em Pirenópolis – 1894 – 1968. Fixou-se ainda jovem em Antas, desenvolvendo atividades comerciais em grande escala. Político de grande prestígio em todo o Estado foi conselheiro do município e juiz municipal, elegendo-se, na suplência do Dr. Genserico, deputado estadual no ano de 1934. Esta rua foi o berço do reduto da família Pina, pontificando, além de Antônio Luiz de Pina, Agostinho de Pina, e seu principal representante político, senhor Carlos de Pina, eleito prefeito de Anápolis por dois mandatos. 42
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É dessa rua também a lembrança da figura veneranda de um dos mais ilustres e acatados cidadãos da Anápolis antiga. A história registra aqui a presença do insigne e honrado homem, senhor José Fernandes Valente. – 1897-1974 – Nascido em Descalvado-SP, veio cedo para Antas exercer sua profissão de farmacêutico, durante mais de cinqüenta anos. Foi o político que mais tempo exerceu o cargo de Intendente e Prefeito de Anápolis. É justa a posição de destaque do senhor Valente na galeria dos mais honrados homens desta cidade. Que bom é poder registrar isso. Aqui também é necessário um registro especial: foi nessa rua que alguns vultos anapolinos de destaque nasceram. Assim, registra a história que no ano de 1835 chegou a este lugar uma família de lavradores vinda das bandas de Meia Ponte (Pirenópolis), chefiada pelo senhor Manuel Pereira Dutra de Sousa. Neste local nasceu seu primeiro filho, Antônio Pereira Dutra – 1845-1908 – lavrador, negociante e homem público e segundo intendente eleito da Vila - 1895/1897 – e o primeiro anapolino a exercer este cargo. Ocupou também a função de conselheiro do município. Na data de 1879, nasceu o seu filho Francisco Pereira Dutra, antense, que desempenhou diversas funções públicas, como juiz distrital, delegado de polícia e procurador-fiscal da intendência e da prefeitura. Morreu no ano de 1932 em São Paulo. E o seu sucedâneo foi seu irmão Miguel Pereira Dutra, antense como ele, que desempenhou os cargos de conselheiro municipal e suplente de intendente, tendo oportunidade de dirigir o município por dois anos como titular. Dessa forma e por uma questão de justiça, a carroça da história, deu uma parada na porta da casa da dona Amélia Pereira Dutra, filha do senhor Joaquim Pereira Dutra e mãe do autor dessa obra. Dona Amélia nasceu na esquina desta rua com a Rua Pina Júnior, onde foi perguntada, e ficamos sabendo sobre esses vultos invulgares, notórios, para resgatar, 43
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não só as suas memórias, mas até itir, segundo registra a nossa história, ser esta família, Pereira Dutra, uma das mais antigas encontradas aqui pelos nossos historiadores, desde 1830, até aos nossos dias. RUA PINA JÚNIOR - Centro JOAQUIM PROPÍCIO DE PINA JÚNIOR, entre a Praça James Fanstone e a Rua Aquiles de Pina existe uma pequena rua, antigamente identificada por “viela do abacateiro”, pois na esquina existia um pé de abacate excessivamente alto, cujos galhos pendentes, cheios de frutos, de tão grandes eram uma ameaça aos transeuntes que pela calçada avam. Mais tarde foi conhecida como “Beco do Zé Elias”. É uma rua pequena que não retrata a importância do homenageado, Dr. Joaquim Propício de Pina Júnior, que nasceu em Pirenópolis – 1897-1943 fez seu curso preparatório em Vila Boa e Uberaba. Formou em medicina em 1926, indo servir como médico na Marinha Brasileira. Mudou-se para Anápolis onde foi inspetor e médico dedicado à pobreza. Clínico dos mais ilustres, com a característica de excessiva modéstia, o seu nome sempre foi lembrado com respeito e iração entre os seus pares e amigos, onde se impunha pela precisão e sensatez com que externava a sua opinião sobre os assuntos médicos, que a todo tempo era exaltado pelo êxito de seus diagnósticos. De sentimentos puros, o Dr. Pina Júnior foi um médico de sensibilidade rara, fazendo da sua profissão tão somente um apostolado. Não via diferença no tratamento entre ricos e pobres, sem visar recompensa pecuniária, atendia a todos com uma dedicação ímpar e muita boa vontade. Muito embora tenha atendido a centenas e centenas de doentes de suas dores, jamais se vangloriou de seus feitos, sempre preferindo a modéstia 44
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como sua marca maior e sua virtude excepcional. Excessivamente carinhoso para com a família e amigos, percorria diariamente as casas de todos os seus parentes e amigos mais íntimos. Por esta rua chega-se à Praça do “Lions”, clube de serviço muito importante no mundo inteiro. Anápolis, mais uma vez, foi pioneira no Centro Oeste brasileiro ao fundar o primeiro clube dessa organização em nossa cidade, o “Anápolis Centro”. Foi graças a ampla visão de Anapolino de Faria, José Abdala, Érides Guimarães, Amadeu Cunha, Boulanger Brossi e tantos outros que, como o irado cidadão anapolino Mounir Naoun, que ados cinqüenta anos, ainda hoje, é membro ativo daquele Clube. Seu retrato está revelado em outro quadro deste livro. Voltando à Praça LIONS, apenas como curiosidade, para muitos que não sabem o significado desta palavra, LIONS, quer dizer: Liberdade, Inteligência, Ordem, Nacionalidade e Serviços. RUA 7 DE SETEMBRO – Centro (antiga Rua Nova-Lei nº 34 de 20/3/1903) Independência! Independência! Independência! Não poderia ser diferente. Anápolis, como a maioria das grandes cidades do País, tem uma rua com essa denominação. Lógico que essa data é uma das mais importantes que se celebra no Brasil, pois é nesse dia que comemoramos o aniversário da nossa Independência do jugo português. Foi no dia 7 de setembro de 1922, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, que Dom Pedro I deu o grito da nossa emancipação de Portugal. “Independência ou Morte”! Coincidência ou não, esse dia é duplamente importante para Anápolis, pois foi numa manhã desse dia, no ano de 1935 que, triunfalmente, entrou na cidade o primeiro comboio 45
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da Estrada de Ferro Goyaz, chefiado pelo Engº Wenefredo Bacelar Portela, que mais tarde daria seu nome a uma das nossas ruas. Antes do fim dessa rua temos duas vielas: RUA CALIXTO ABDALA - Centro Lei Municipal 287/1971 Senhor Calixto, morador muito antigo da cidade e de origem árabe. Como a maioria dos patrícios, o senhor Calixto foi negociante e se estabeleceu definitivamente na cidade, onde se casou e constituiu família, trazendo para nossa sociedade os seus filhos, entre os quais, o eterno vereador Amador Abdala, o maior ecologista do nosso meio e a figura marcante do professor e grande empresário José Abdala, ambos já falecidos. Esta rua começa á 7 de Setembro e termina na Rua 10 de Março. TRAVESSA CAMPOS SALLES – Centro Um pouco mais à frente encontramos mais uma viela, a chamada Travessa Campos Sales, que nasceu Manuel Ferraz de Campos Sales, em Campinas-SP, no dia 13 de fevereiro de 1841, onde fez seu curso científico, transferindo-se para São Paulo aonde se formou em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, realizando o seu grande sonho. Em 1868 é eleito deputado pelo Partido Liberal. Com a Proclamação da República, depois de exercer diversos cargos, assume a Pasta da Justiça do Governo Provisório. Em 1881 é eleito Deputado nas eleições à Assembléia Provincial e, três anos depois, juntamente com Prudente de Morais é eleito á Câmara Geral de Deputados, que viria a ser dissolvida em 1888. Um ano depois é proclamada a República. Com a proclamação da República, assume a titularidade da Pasta da Justiça, do Governo Provisório, que havia 46
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sido exercido interinamente por Rui Barbosa. Em 1890 é eleito senador por São Paulo, e seis anos após, presidente do Estado de São Paulo, até galgar à presidência do país em 1898. Faleceu em São Paulo a 28/01/1914. RUA 15 DE DEZEMBRO: - Centro Ao percorrer esta importante artéria central, encontramos dois moradores, duas reservas morais do nosso ado recente, senhores Luiz Caiado de Godoy, um dos fundadores do mais antigo jornal e de maior tempo de circulação do Estado, “O Annápolis” e o senhor Edwirges Soares que nos afirmaram que esta rua tem o seu nome diretamente ligado a uma data muito importante para a história da cidade. Foi justamente nesse dia, no mês de dezembro de 1887 que, através da Lei 811, era declarada a emancipação territorial da região de Pirenópolis, deixando a condição de freguesia de Santana de Antas e criada a Vila de Santana. Dia glorioso esse da criação da Vila, porém, só efetivamente instalada no dia 10 de março do ano de 1892. Disseram mais que outras informações poderiam ser tomadas com seus ilustres vizinhos de rua: senhores Jaci Borges, João Luiz de Oliveira, João Asmar, Jonas Duarte, Barbahan Helou, Rogério “Fogueteiro”, Jorge Pedreiro que, certamente, confirmariam os dados aqui contidos.
RUA ENGENHEIRO PORTELA - Centro WENEFREDO BACELAR PORTELA. Hoje é dia de festa. 10 horas da manhã de 7 de Setembro de 1935. Anápolis e todos os arraiais vizinhos se aglomeram na grande Praça da Estação. A banda de música executa estridentes dobrados no maior estilo de júbilo pela ocasião. O foguetório é intenso e o artista responsável por tão feérico 47
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acontecimento, senhor Rogério Fogueteiro, se ufana pelo entusiasmo da grande população que aprecia aquele belo espetáculo. Lá vem o trem! Gritava o líder político. E o barulho das rodas nos trilhos já se ouvia. Cresce a expectativa. O ranger dos freios se ouve ao longe e logo começa o processo de frenagem da máquina até a gare. Do interior do vagão principal desce um jovem engenheiro que foi o responsável pela construção da parte final do trecho: Leopoldo de Bulhões - Anápolis. Seu nome? – Engº Wenefredo Bacelar Portela. Foi agraciado pela Câmara Municipal, com o título de cidadão anapolino e, por decisão do então Prefeito João Luiz de Oliveira, e em segundo ato pelo insigne e respeitado Intendente José Fernandes Valente, tomou o atual logradouro o nome de Rua Engº Portela, fato este ocorrido no ano de 1937. Anos depois, convidamos o valente engenheiro a que ocue um banco da carroça da história, pois queríamos apresentar-lhe dois vultos residentes naquela rua. O primeiro que encontramos, logo no início desse eio, foi o senhor Almiro de Amorim, titular do Cartório do 2º Ofício de Notas, cidadão da mais alta honorabilidade, respeitável e uma das maiores reservas morais da nossa cidade. Bem mais em cima, na esquina da Praça Bom Jesus, à nossa direita, paramos a Carroça, pois agora, já no ano de 1945, encontramos um grupo de empreendedores reunidos em Assembléia, com o fito de fundar um novo banco em nossa cidade. Eram os empresários Jonas Ferreira Alves Duarte, Plácido de Campos, Nicanor Faria Silva e Alfeu Medeiros, dentre outros, os empresários responsáveis pela criação do Banco Imobiliário e Mercantil do Oeste Brasileiro, S/A, - Oestebanc que muito mais tarde seria encampado pelo Banco do Estado de Goiás, S/A. Tão pujante era a nossa cidade que mais parecia terra 48
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de mineiros: uma população de pouco mais de cinqüenta mil habitantes e já possuía dois bancos locais, constituídos inteiramente por capital anapolino. Grandes, grandes empreendedores! Do lado de cima da Praça Bom Jesus, encontramos o senhor Washington Carvalho, o introdutor do serviço telefônico, local e interurbano de Anápolis. Grande figura que deixou marcas na cidade pelo seu pioneirismo. PRAÇA AMERICANO DO BRASIL – Centro GALENO AMERICANO DO BRASIL. Do quadrilátero formado pelo começo das ruas 15 de Dezembro, 7 de Setembro, toda a extensão da frente da Estação Ferroviária e mais a frente do antigo Hotel Faria, no local onde foi o antigo cemitério da cidade, foi construída uma bela praça, toda ajardinada e com coreto, isso lá pelos idos do fim da década de trinta, praça essa que serviria de cartão postal da cidade para os viajantes que aqui aportavam pela estrada de Ferro. Tão importante logradouro público não poderia tomar outra denominação do que o nome do primeiro filho de Anápolis a se formar em medicina, em 1917, no Rio de Janeiro – Galeno Americano do Brasil – nascido na Vila Santana de Antas no dia 11 de junho de 1894, filho de Antônio Eusébio de Abreu Júnior que, depois de clinicar em São Paulo por dez anos, aqui chegou em 1927, iniciando uma carreira brilhante, prestando relevantes serviços ao seu povo. Aqui também se desfaz o desconhecimento popular de que este logradouro teria seu nome ligado ao grande poeta, jornalista, escritor, advogado e político goiano Antônio Americano do Brasil, que foi assassinado em Luziânia e, pelo que consta, lá foi enterrado. Antônio Americano era irmão do nosso médico, mas este nunca teve nenhuma ligação de realce com a nossa história. 49
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PRAÇA BOM JESUS – Centro Segundo consta dos livros de histórias de Anápolis, morava aqui uma baiana chamada de Teresona, ou melhor, Maria Teresa de Jesus. Era empregada de muitos anos do senhor Américo Borges de Carvalho. Devota do Senhor Bom Jesus da Lapa, fazia todos os anos, no dia 6 de agosto, uma festa em homenagem ao santo. A princípio participavam dela apenas os vizinhos, gente pobre e humilde como Teresona, e a festinha foi crescendo até transformar-se em romaria. Isso atraiu a atenção do vigário de Santana, padre Henrique Isquerdo de Oliver que resolveu assumir oficialmente a devoção ao Bom Jesus. Conta-se que daí surgiu a tão conhecida Festa do Senhor Bom Jesus que, desde 1913, encanta a nossa população e também o nome da praça. Formada pela Avenida Goiás, Rua General Joaquim Inácio, Rua Barão do Rio Branco e Engº Portela, é a maior praça e a que tem a estátua em bronze do fundador da cidade, senhor Gomes de Souza Ramos, e um busto erguido à memória do monsenhor João Olímpio Pitaluga, um dos primeiros padres daquela paróquia e o que mais tempo exerceu o sacerdócio em Anápolis. Ainda, nesta praça, está localizada uma urna, lacrada por ocasião do Cinqüentenário da Cidade, urna essa que deverá ser aberta no ano 2007, no Centenário das Antas. Dentro dessa urna estão recordações e lembranças dos anapolinos daquela época. Esta Praça também foi hospedeira do prédio da Prefeitura Municipal e do Fórum por várias décadas, sendo hoje suas instalações usadas para abrigar diversas secretarias da istração municipal. RUA GENERAL JOAQUIM INÁCIO - Centro 50
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JOAQUIM IGNACIO BAPTISTA CARDOSO. A mais profunda raiz da família Cardoso no Exército é a do seu pai, Capitão Felicíssimo do Espírito Santo Cardoso, que foi casado com dona Emerenciana Azevedo do Espírito Santo Cardoso, de cujo consórcio nasceram em Goiás Velho-Go., as duas vertentes no Exército Nacional dos Cardoso, ou sejam, os irmãos Joaquim Ignácio e Augusto Ignácio Cardoso que atingiram o generalato no Exército. General de Brigada da Ativa, Joaquim Ignácio Baptista Cardoso, avô paterno do Presidente Fernando Henrique Cardoso, nasceu em 24 de junho de 1860 em Vila Boa. Antes da Guerra do Paraguai ingressou no Exército como voluntário, em 15 de julho de 1875, aos quinze anos, no 20º BC de Goiás e cadete de 2ª classe em 13 dias após. Como General comandou a Região de Pernambuco e criou a “Liga Pernambucana Contra o Analfabetismo”, enquanto conspirava pela República. Depois de uma das mais gloriosas carreiras militares, encerrou suas atividades no Exército como Marechal da Reserva, em 5 de maio de 1922, a bordo do “Scout Ceará”, na Baía de Guanabara. Abalado moralmente – acredita-se – pela ingratidão e desconsideração por seus relevantes serviços, inclusive na propaganda da República, faleceu no Rio de Janeiro em junho de 1924. Na esquina dessa rua com a Praça Bom Jesus, morou durante muitos anos uma figura ímpar da nossa sociedade, senhor Narceu de Almeida. Nascido em Anápolis no ano de 1894, notabilizou-se como grande musicista e esportista. Foi por mais de vinte anos titular do Cartório do 4º Ofício de Anápolis, vindo a falecer em Nerópolis no ano de 1952. Descendo mais esta rua, ainda na Praça, encontramos um ilustre personagem da cidade, senhor Francisco Campos do Amaral, com a provecta idade de cem anos; mais abaixo o Clube Recreativo Anapolino, tendo como um dos fundadores o Dr. Alarico Gonzaga Jayme, senhor 51
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Jandir Batista, senhor Manuel Pereira Dedé, homenageado com rua em seu nome em outro bairro. RUA 14 DE JULHO - Centro Esta rua conviveu durante muitos anos com dois fatos antagônicos. Primeiro foi a celebração da vitória da Revolução sa – 14 de Julho de 1789 – onde a situação social naquele país era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo Rei Luis XVI. A “Queda da Bastilha”, em 14 de Julho de 1789, marca o início do processo revolucionário que libertou o povo francês do jugo da tirania. O lema dos revolucionários ses era: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, pois ele representava o início do estado liberal. O outro fato é que durante muitos anos - de 1940 a 1960 – Anápolis conviveu com o cancro social de hospedar no trecho compreendido entre a Rua Conde Afonso Celso até a Avenida Getulino Artiaga, uma das maiores zonas de prostituição do Brasil Central. Em razão da grande concentração de riqueza na nossa florescente cidade, ela se tornou o centro da boêmia de toda a região, principalmente com o advento da construção de Brasília, de onde vinham desaguar os novos ricos da epopéia que viveu aquele tempo. Sério problema social que levou anos para ser resolvido geograficamente, pois a solução encontrada foi transferir aquele antro de prostituição para além da Avenida Pedro Ludovico, às margens do Córrego das Antas. Mas a rua tem a sua história na família Stekelberg, no complexo industrial de “Pina & Irmãos”, no Mercado Municipal, na Loja Maçônica “Lealdade e Justiça II”, no Colégio Auxilium, em Domingos Xavier Nunes e no prédio da Cadeia Pública. Daí pra frente, já estávamos chegando à divisa... 52
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RUA QUINTINO BOCAYUVA – Centro QUINTINO ANTÔNIO FERREIRA DE SOUSA, este
era o nome completo do ilustre político Quintino Bocayuva, que nasceu cidade de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1836, tendo falecido nesse mesmo Estado no ano de 1912. Sua atuação como político teve destaque desde o começo do governo do Marechal Deodoro da Fonseca, quando participou do Governo Provisório, assumindo a pasta das Relações Exteriores. Nessa qualidade, negociou e assinou o Tratado de Montevidéu - 25 de janeiro de 1890 - visando solucionar a Questão de Palmas, entre o Brasil e a Argentina. Considerando que o diplomata extrapolou quanto à concessão territorial para a conclusão das negociações, o Congresso Nacional do Brasil rejeitou os termos do Tratado (1891) e Bocaiúva deixou a pasta para continuar como Senador pelo Estado do Rio de Janeiro na Assembléia Nacional Constituinte. Permaneceu no cargo até à votação da Constituição - 24 de Fevereiro de 1891-, renunciando ao mandato para retornar ao jornalismo, à frente de O Paiz. Por sua atuação na imprensa, foi cognominado, por seus contemporâneos como "o Príncipe dos Jornalistas Brasileiros" Em 1899 foi reeleito Senador, sendo subseqüentemente escolhido para o governo do Estado do Rio de Janeiro (1900-1903). De 1901 a 1904, na Maçonaria, ocupou o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil, posto mais elevado na hierarquia da Ordem. Em 1909 retornou ao Senado, tendo exercido o cargo de vice-presidente de 1909 a 1912. Nessa função, apoiou a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca à presidência da República (1910) e, nesse mesmo ano, ocupou a presidência do Partido Republicano Conservador do caudilho gaúcho José Gomes Pinheiro Machado. 53
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Quintino Bocaiuva faleceu em um ambiente de pobreza, mas com uma grande carga de nobreza, porque nunca se locupletou de seus cargos. O bairro do Rio de Janeiro, onde morava, hoje leva seu nome. RUA FLORIANO PEIXOTO – Centro FLORIANO VIEIRA PEIXOTO, Presidente do Brasil no período de 30 de abril de 1893 a 23 de novembro de 1894. Floriano Peixoto nasceu no dia 30 de abril de 1839 em Maceió, Alagoas. Filho de lavradores pobres foi criado pelo tio e padrinho, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Cursou o primário em Maceió e a Escola Militar no Rio de Janeiro, para onde foi mandado aos 16 anos. Revelou distinção e bravura no Exército, especialmente, na Guerra do Paraguai, da qual participou até o desfecho, em Cerro Corá. Como lembrança, guardou a manta do cavalo de Solano Lopes. Exercia o papel de ajudante general-de-campo, segundo posto abaixo do ministro do Exército, o visconde de Ouro Preto, quando teve início o movimento republicano em 1889. Recusou-se a fazer parte da conspiração, mas também não se dispôs a combater as tropas republicanas rebeladas. Com a proclamação da República, ocupou o Ministério da Guerra, em 1890, e foi eleito vice-presidente de Deodoro da Fonseca no ano seguinte. Com a renúncia de Fonseca, assumiu a presidência e governou no regime que ficou conhecido como "mão de ferro" até o final do mandato, em 1894. Venceu um período conturbado por movimentos rebeldes, entre eles a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, e a Revolução Federalista, que começou no Rio Grande do Sul e tinha como objetivo destituir Peixoto do poder. Neste movimento, o conflito aconteceu entre republicanos de orientação positivistas e liberais, liderados por Silveira Martins, político de destaque durante o Império. 54
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Em sua homenagem o governador catarinense Hercílio Luz decretou a mudança de nome da capital, de Desterro para Florianópolis, em 10 de outubro de 1894. Floriano abandonou a carreira política assim que deixou o cargo de presidente. Morreu em Divisa, hoje distrito de Floriano, no município de Barra Mansa, Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1895. O Marechal Floriano Peixoto foi militar e político, o apelido de “marechal de ferro” era devido à sua atuação enérgica e ditatorial, pois agiu com determinação ao debelar as sucessivas rebeliões que marcaram os primeiros anos da república do Brasil. Grande figura da história do Brasil. RUA BENJAMIN CONSTANT – Centro BENJAMIN CONSTANT BOTELHO MAGALHÃES, nasceu na Província do Rio de Janeiro, no ano de 1833. Era filho de um militar reformado, e como não possuía posses para estudar resolveu ingressar na Escola Militar, apenas para que terminasse seus estudos grátis, continuando a exercer suas funções de professor no Rio de Janeiro e também em Niterói. Destacou-se como professor na Escola Politécnica e no Imperial Instituto dos Meninos Cegos, localizado no Município do Rio de Janeiro, hoje “Instituto Benjamin Constant” em sua homenagem. Participou da Guerra do Paraguai (18651870) como engenheiro civil e militar. Foi professor nas escolas Militar, Politécnica, Nacional e Superior de Guerra, entre outras. No governo provisório foi Ministro da Guerra e Ministro da Instrução Pública. Foi o autor da divisa “Ordem e Progresso” na nossa Bandeira e considerado pela Constituição de 1891 como o “Fundador da República”. Benjamin Constant é tido pela história como um dos homens mais honestos e corretos deste País e portador de uma dignidade sem par. Que saudade... 55
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RUA FIRMO DE VELASCO - Centro (Lei Municipal nº 059 de 1948) JOAQUIM FIRMO DE VELASCO, como outros tantos vultos da nossa história, o emérito professor Joaquim Firmo de Velasco – 1872-1947 – filho de uma das mais tradicionais famílias goianas, nasceu em Vila Boa-Go., transferindo-se para Anápolis na década de 20, onde, com êxito e méritos salientes desempenhou as funções de professor do Instituto de Ciências e Letras e da Escola Normal, sendo ao mesmo tempo conselheiro, juiz municipal, negociante e fazendeiro. Dá até alegria ao historiador relembrar os méritos de tão insigne figura. O professor Firmo de Velasco foi um dos maiores intelectuais da história de Anápolis. Muito cedo, ainda, na cidade onde nasceu, matriculou-se no “Seminário Santa Cruz”, até quando lhe faltava um ano para o término do seu diaconato, quando ele deixou aquele educandário e rumou para o Rio de Janeiro, onde pretendia matricular-se na Escola Militar. Frustrado seu intento, veio estudar em Uberaba, onde despertoulhe o interesse pelo espiritismo, propensão que lhe era influente desde os seus tempos de rapaz. De um périplo pelas cidades de Morrinhos e Itumbiara, ínterim em que se casou, foi guarda-livros, delegado de polícia, promotor público e juiz distrital. Em 1915 transferiuse para Anápolis, onde foi tesoureiro da Prefeitura, conselheiro municipal, sempre exercendo o magistério por onde ou, notadamente aqui, quando foi co-fundador da Escola Normal, a que se dedicou à mocidade estudiosa como professor e amigo. Na Rua Benjamin Constant, esquina com a Avenida Goiás, local onde residiu, ali a Carroça da História fez uma parada, para que os muares Pretete e Morena pudessem fazer-se 56
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refestelar dos pastos verdejantes que formavam o seu grande quintal. Era ali que os carroceiros da cidade deixavam seus animais pastando durante a noite, refazendo as forças para a labuta do dia seguinte. Com certeza, este professor - Firmo de Velasco – será sempre lembrado com honras pelo povo anapolino como um grande vulto da nossa história.
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Forte representação heráldica de Anápolis A bandeira do Município
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C A P Í T U L O II E a carroça continua o seu caminho... Do mesmo modo que fizemos no capítulo anterior, vamos dirigir a nossa carroça da história através da Rua Engº Portela, partindo da Vila Góis, rumo à Praça Americano do Brasil, sempre na direção do Sul para o Norte. Então, pulemos o Córrego das Antas e subamos a ladeira até a Avenida Senador José Lourenço Dias. Daí, a poucas centenas de metros, cruza a:
RUA EUGÊNIO JARDIM: - Centro EUGÊNIO RODRIGUES JARDIM nasceu em Goiás Velho-Goiás, no dia 18 de junho de 1857. Estudou nos colégios da cidade, transferindo-se para a Escola Militar, onde depois de formado chegou a patente de major. Voltou a Goiás, onde assumiu o Comando do Corpo de Bombeiros. Político influente conseguiu ser eleito ao cargo de governador pelo período de 1921/1923. Ao término do seu mandato como Governador, foi eleito para o cargo de senador da República por Goiás, com mandato até 1924. Faleceu Vila Boa, em 21/07/1926. AVENIDA GETULINO ARTIAGA - Centro (Lei Municipal nº 007 de 1951) GETULINO ARTIAGA, militar e político, nasceu no dia 19 de julho de 1913 em Inhumas-GO. Foi casado com a então deputada estadual Berenice Artiaga, Delegado de Polícia em Formosa e Buriti Alegre, mas se firmou mesmo na carreira, 59
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com brilhante agem pela nossa cidade, onde chefiou a Delegacia de Polícia e se expandiu no meio político e social de Anápolis, deixando entre nós a marca da sua personalidade marcante e envolvente. Coronel da Polícia Militar de Goiás e político de influência ligado ao Governador da época, Dr. Pedro Ludovico, se fez Deputado Constituinte, no ano de 1947, onde deixou sua marca de atuação. Foi assassinado em 1950, por sérias divergências políticas, na cidade de Nova Aurora-GO. AVENIDA PEDRO LUDOVICO - Centro (Lei Municipal nº. 006 de 1951) PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA. Aqui deparamos com a figura mais destacada da política de Goiás. O homem que, por força de sua tenacidade, firmeza e obstinação, contra tudo e contra todos, à época, construiu a nossa Capital, trazendo de Goiás Velho todo o acervo istrativo do governo do Estado para a planície do rio Meia Ponte. Claro que estamos reportando sobre o cognominado “JK Goiano”, Dr. Pedro Ludovico Teixeira, nascido em Goiás Velho no dia 23 de outubro de 1891, falecendo em Goiânia, no dia 16 de agosto de 1979. Iniciou os seus estudos no Lyceu de Goiás, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em medicina. Foi jornalista e proprietário rural. No campo político, foi o mais destacado líder do nosso Estado. Nomeado Governador pelo Governo Provisório da Revolução de 1930 até 1933, quando foi nomeado Interventor Federal pelo período de 1935 a 1937, sendo reconduzido a este cargo por um período maior que durou de 1937 a 1945, quando no ano seguinte foi eleito senador da República, com mandato até 1951. Findo este mandato parlamentar, volta a Goiás e disputa mais uma vez a eleição para governador do Estado, sendo eleito com expressiva 60
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votação, cujo mandato durou até 1954. Findo este governo, se lança mais uma vez ao cargo de senador, sendo eleito por mais duas vezes: de 1955/1963 e 1963/1969. Aos setenta e oito anos resolve abandonar a carreira política, dedicando-se nos últimos dez anos de sua vida a observar o desenvolvimento natural de Estado, assistindo o crescimento de novos valores da nossa política que viriam sucedê-lo no caminho progressista para o qual ele havia traçado e a que Goiás estava predestinado. Tão importante o nome desse estadista goiano que só em nossa cidade existem, entre praças, ruas e avenidas, dezenove citações com o seu nome. RUA CONDE AFONSO CELSO – Centro AFONSO CELSO DE ASSIS FIGUEIREDO JÚNIOR, – Conde Afonso Celso - nasceu em Ouro Preto-MG, em 31 de março de 1860, chamado de “Chefe venerável do nacionalismo brasileiro”, escritor e historiador, sendo o autor da obra mais importante: “Porque ufano do meu País”. Grande político, foi eleito quatro vezes deputado – 1881/1889 – e tinha dois estandartes na vida: A abolição dos escravos e a proclamação da República; defendeu os interesses de Goiás na divisa com Mato Grosso em seu livro “Questões de Limites”. Cofundador da ABL-Academia Brasileira de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro no ano de 1938. Grande figura e desconhecida, lamentavelmente... RUA SÓCRATES DINIZ - Centro (Lei Municipal nº 220 de 1961) SÓCRATES MARDOCHEU DINIZ nascido no ano de 1914 e falecido no Rio de Janeiro em 1960 na explosão aérea de um avião Convair, da companhia Real Aerovias, sobre a Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro. 61
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Sócrates Diniz chegou a Anápolis como funcionário do Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais e no ano de 1943 foi um dos fundadores do primeiro banco de Anápolis, o Banco Comercial do Estado de Goiás -“Goiasbanc”, o mais antigo estabelecimento bancário de Goiás que, inicialmente, funcionou em prédio de propriedade do Dr. James Fanstone, à Rua Manuel D´Abadia, próximo ao Hospital Evangélico. Já em meados de 1946, a Diretoria do novel estabelecimento bancário inicia construção da sua sede própria, onde hoje funciona o Itamaraty Hotel. Sócrates Diniz foi também prefeito eleito de Anápolis e suplente de senador por Goiás. Durante os 25 meses em que foi prefeito, abriu mão de seus vencimentos em favor da Santa Casa de Misericórdia. Concluiu o Mercado Municipal, construiu a sede própria do Aéro Clube de Anápolis, os lindos jardins da Praça Bom Jesus e foi fundador do Cine Santana e dirigiu com denodo o Aprendizado Agrícola de Anápolis. E, ainda, como presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Anápolis, construiu o “Parque Agropecuário”, parque este que leva seu nome. Sócrates Diniz: se mais vida tivera, mais trabalhara... RUA BARÃO DE COTEGIPE - Centro JOÃO MAURÍCIO WANDERLEY, Barão de Cotegipe – 1815/1889 – Político de alto conceito na Corte do Império, membro do Conselho Imperial, Comendador da Ordem Imperial da Rosa. Gran Cruz de Isabel, a Católica de Espanha e de Leopoldo da Bélgica, Ministro Plenipotenciário do Império. Em 9 de janeiro de 1872, assinou em nome da Corte Real o Tratado de Divisas do Brasil com o Paraguai. Foi Regente em nome do Imperador Dom Pedro II. Como senador foi grande batalhador pela implantação no Brasil do instituto do voto direto. Grande figura esse nosso Barão. 62
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AVENIDA GOIÁS - Centro Que prazer abordar a história do nosso Goiás. Os colonizadores portugueses chegaram pela primeira vez na região, hoje conhecida como o Estado de Goiás, após quase um século do descobrimento do Brasil. As primeiras ocupações deveram-se às expedições de aventureiros bandeirantes provenientes de São Paulo, entre os quais se destacava Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, que seguia em busca de ouro, tendo encontrado as primeiras jazidas no princípio do século XVII. Conta a lenda que diante da negativa dos índios de informar-lhe sobre o lugar de onde retiravam as peças de ouro com que se adornavam, Bartolomeu Bueno despejou aguardente num prato e a queimou, dizendo aos indígenas que o mesmo faria com as águas dos rios e nascentes da região, caso não lhe fosse mostrado as minas, chamando-o de Anhangüera, que significa feiticeiro no idioma nativo. Com esse nome Bartolomeu Bueno da Silva e seu filho aram à história. Em 1726, foi fundado, pelo próprio Bartolomeu Bueno, o primeiro vilarejo da região denominado de Arraial da Barra. Desde então, os povoados aram a se multiplicar e a exploração do ouro atingiu seu auge na metade do século XVIII. Já em 1744, a região que hoje se encontra o Estado de Goiás, antes pertencente ao Estado de São Paulo, foi separada e elevada à categoria de Província de Goyaz. A partir de 1860, a lavoura e a pecuária tornaram-se as atividades principais da região, ao mesmo tempo em que a atividade de mineração do ouro entrou em decadência, devido ao esgotamento das jazidas. A navegação a vapor e a abertura de estradas, no fim do século XIX, possibilitaram o escoamento dos produtos cultivados no Estado, permitindo o desenvolvimento da região. No século XX, a construção da nova capital, Goiânia, deu grande 63
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impulso à economia do Estado, que sentiu sinais de novo surto de desenvolvimento com a criação de Brasília, a nova Capital do Brasil, isso em 1960. Em 1988, o Norte de Goiás foi desmembrado dando origem ao Estado de Tocantins. ORIGEM: O nome do Estado origina-se da denominação da tribo indígena dominante dessa região, chamada de “guaiás”, que por corruptela se tornou Goiás. Vem do termo do tupi gwa ya que quer dizer: indivíduo igual, semelhante, da mesma raça, sem mistura e o mais forte. RUA BARÃO DO RIO BRANCO – Centro JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS JÚNIOR, diplomata, historiador, professor, jornalista, biógrafo, membro da ABL, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 20 de abril de 1845 e faleceu nesta mesma cidade em 10 de fevereiro de 1912. O grande político foi o responsável direto pela consolidação das nossas fronteiras com Argentina, com a questão do Amapá, em 1897, e com a Guiana Inglesa. Em 31 de dezembro de 1900 foi nomeado ministro plenipotenciário em Berlim. Em 1902 foi convidado pelo Presidente Rodrigues Alves a assumir a pasta das Relações Exteriores, na qual permaneceu até a sua morte. Logo no início de sua gestão, defrontou-se com a questão do Acre, território fronteiriço que a Bolívia pretendia ocupar, solucionando-a com o Tratado de Petrópolis. A seguir, encetou negociações com outros países limítrofes cujas fronteiras com o Brasil suscitavam questões litigiosas. Com firmeza e decisões sábias de inteligência, exigiu como bandeira das reinvidicações o princípio do uti possedetis solis, e foi com que diminuiu velhas disputas do Brasil com quase todos os países da América do Sul. É com justa razão que quase todas as maiores cidades do País homenageiam esse ilustre patrício denominando ruas e avenidas com o seu nome: Barão do Rio Branco. 64
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RUA RUI BARBOSA – Centro RUI BARBOSA DE OLIVEIRA, o gênio Rui Barbosa, nasceu em Salvador-BA, no ano de 1849. Aos cinco anos já sabia conjugar verbos e lia clássicos portugueses, com dez anos de idade, recitava Camões e Padre Vieira. Formou-se em direito na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, cidade também onde foi iniciado Maçom na Loja América. Como político, no Império, destacou-se pela elaboração da reforma da Legislação Eleitoral e na reforma do ensino. No governo Republicano Provisório, destacou-se como Ministro da Fazenda, na elaboração da Constituição de 1891. Em 1895 assumiu sua cadeira no Senado Federal. Em 1898, criou a Imprensa Oficial. Alcançou fama mundial quando representou o Brasil na Conferência de Haya, onde defendeu a tese de igualdade entre as nações. Durante a 1ª Guerra, representou o Brasil na Argentina, definindo o conceito jurídico de neutralidade; o decisivo para a ruptura entre Brasil e Alemanha. Considerado como uma das maiores reservas morais do nosso País. RUA DONA SANDITA - Centro (Lei Municipal nº 003 de 1953) DONA BENEDITA FONTES FARIA, mais conhecida na cidade como Dona Sandita, nasceu em Antas, em 25 de dezembro de 1883, senhora irável dos primórdios da história da nossa cidade, responsável direta pela criação de uma prole deveras importante para o contexto histórico de Anápolis. Dona Sandita, se já não bastasse ter sido a fiel companheira do pioneiro Francisco Silvério de Faria, com quem foi casada, ainda nos legou figuras proeminentes da nossa sociedade. São seus filhos: Alaor, João, Armante, Arnaud, Anapolino – ex-prefeito – 65
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Adalia e Adélia Faria. Dona Sandita, ao longo de sua vida nunca mudou dessa rua, na qual veio a falecer no dia 5 de julho de 1952. RUA XAVIER DE ALMEIDA - Centro JOSÉ XAVIER DE ALMEIDA é uma das ruas de pista dupla no centro da cidade e leva este nome em homenagem ao Presidente do Estado de Goiás, José Xavier de Almeida, que ouvindo o veredito do Superior Tribunal de Justiça, presidido pelo então Desembargador Jayme, que julgava inconstitucional a Lei nº. 155, de 17 de junho de 1898, que alterava os limites do nosso Município com Pirenópolis, ouvido o Congresso, assinou a Lei Estadual nº. 267, de 12 de julho de 1905, cujo teor transcrevemos: “Art. 1º - Fica revogada a Lei 155, de 17 de junho de 1898, que alterou os limites de Santana de Antas, firmados em 18 de junho de 1879, e confirmados os limites em Lei nº. 811, de 15 de dezembro de 1887”. Esta Lei proclamou a inconstitucionalidade da lei em que Pirenópolis subtraía de Santana de Antas parte do seu território que era caracterizado pela região do córrego Padre Sousa. E foi pela Lei Municipal de nº. 34, de 20 de março de 1903 que o atuante senhor Miguel Pereira Dutra, 2º - ViceIntendente Municipal em exercício, mudou o nome dessa rua de Avenida Padre Cunha para Avenida Xavier de Almeida. Ao entrarmos nessa rua, a carroça da história teve dificuldade em atravessar o pontilhão da Estrada de Ferro Goiás, reduto de um cidadão afro-descendente da alma mais pura, chamado de Chico Cambraia. Grande figura, cuja prole, criada sob a égide e os costumes da grande moral, se alastrou em Goiás. Com certo esforço, o Pretete e a Morena arrastaram o veículo ladeira acima, até debaixo de umas mangueiras, perto do curral da fazenda de um dos maiores homens empreendedores da nossa cidade: Francisco Silvério Faria (1879-1952), mineiro de Lavras, 66
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veio para cidade de Anápolis, onde constituiu família, sendo ele o chefe do clã dos Faria, de onde se desponta, entre outros, o consagrado médico e político Anapolino Faria. Chico Silivério foi delegado de polícia, juiz distrital e vice-intendente. De grande visão empresarial fundou, juntamente com o senhor Ralff Coleman, a primeira usina hidrelétrica de Anápolis, isso em 1924. Mais em cima, paramos a carroça para tomarmos um cafezinho com a família Xavier Nunes, que nada consta da nossa pesquisa, como esta família se relaciona por vias de parentesco com o homenageado Xavier de Almeida. Aí encontramos o senhor Antônio Xavier Nunes, nascido em Vila Boa – 1874-1960 – vindo residir em Anápolis. Era comerciante e fazendeiro e desempenhou no município os cargos de delegado literário, coletor, conselheiro, presidente do Conselho Municipal e juiz. Ao seu lado, um pouco mais novo, o senhor Godofredo Xavier Nunes (1883-1952) – natural da cidade de Goiás, fixando-se mais tarde em Anápolis, onde se casou. Foi comerciante, delegado de polícia e coletor federal. Seus sucessores foram e ainda são personagens de destaque na nossa sociedade, tais como Dr. Brasil Xavier Nunes, juiz de direito. Dr. Lincoln Xavier Nunes, grande causídico e deputado estadual e seu irmão mais novo, o Dr.Rivadávia Xavier Nunes, advogado e ex-Secretário de Segurança Pública de Goiás. Antes de chegarmos à Praça Americano do Brasil, bem à nossa esquerda, na esquina onde é hoje o Banco Real, paramos novamente para cumprimentarmos o jornalista Eurípedes Gomes de Melo, responsável pelo combativo e vibrante jornal “A Imprensa”. No fundo da redação, lá estavam os vibrantes jornalistas Carmo Bernardes e Jarbas de Oliveira, que mais tarde consagrar-se-iam como grandes escritores do nosso Estado. E como estamos a falar de história de jornais, não há como esquecer o elétrico, serelepe e contagiante senhor Érides Guimarães, notável figura da nossa sociedade, que extrapola a 67
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cidadania anapolina para ser anapolitano. Érides Guimarães mantinha uma crônica diária no jornal “O Anápolis”, intitulada de “Coisas e Loisas”, onde retratava o cotidiano da cidade. RUA NILO PEÇANHA - Centro NILO PEÇANHA foi Vice-Presidente de Afonso Pena - que faleceu no cargo - vindo Nilo Peçanha exercer a presidência de 1909/1910. Após a morte do Presidente Afonso Pena, Nilo Peçanha assumiu a presidência e durante o seu governo foi criado o Serviço Nacional de Proteção ao Índio, cuja direção foi entregue ao Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, a quem tanto deve o país na obra da integração do selvagem brasileiro à civilização. Os silvícolas haviam sido esquecidos pelo governo desde a invasão portuguesa na América. Em 1967 o Serviço foi mudado de nome para FUNAI. Hoje essa rua tem o nome de Antônio Xavier Nunes, personagem que Anápolis acolheu e que, fincando raízes em nossa cidade, se projetou no meio político-empresarial anapolino, firmando-se como um cidadão altamente relevante para a nossa sociedade. PRAÇA OESTE - Centro Esta praça, curiosamente, fica na saída Norte da cidade e este nome nos leva a crer que seja em lembrança da “Marcha para o Oeste”, movimento de integração nacional encetado pelo Presidente Vargas na década de 1950. Ela nos remonta à lembrança de um dos melhores hotéis da cidade daquela época, o “Hotel Oeste”, ponto de chegada e partida de gente de negócio vinda do Norte e do Nordeste do Estado. Dessa praça trifurca o caminho que dá o a três grandes ruas e 68
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avenidas, à direita: a Universitária, no meio a Avenida Kennedy e à esquerda a Tiradentes. Esta praça em 1960, por força da Lei Municipal nº. 203 ou a denominar-se Antônio Xavier Nunes, personagem já retratada em outras páginas deste compêndio.
C A P Í T U L O III Pretete e Morena nem se cansam... RUA DOS EMBOABAS – Vila Góis Já no final do século XVII, em pleno período colonial, conta-se que os paulistas que moravam na Capitania de São Vicente-SP, nas suas incursões pelo sertão, encontraram grande quantidade de ouro. Este acontecimento fez com que muitos garimpeiros e portugueses fossem para aquela região. Como os primeiros a descobrirem o ouro foram os paulistas, os outros queriam ter direitos iguais sobre o metal precioso que haviam encontrado, uma vez que este ouro estava nas terras em que viviam. Entretanto, os forasteiros pensavam e agiam diferentemente, e por isso, chamados de emboabas. Os emboabas formaram suas próprias comunidades, dentro da região que já era dominada e habitada pelos paulistas. Sendo que iam além, pois que, constantemente, estavam vigiando os paulistas, que eram chefiados pelo bandeirante Manuel de Borba Gato, enquanto os emboabas eram liderados pelo português Manuel Nunes Vieira. Dentro desta rivalidade ocorreram muitas situações que abalaram as relações entre os dois grupos. Os emboabas limitaram os paulistas na região do Rio das Mortes e o seu líder foi proclamado “governador”. A situação dos paulistas piorou ainda mais quando estes foram atacados em Sabará. 69
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Após seu sucesso no ataque contra os paulistas, Nunes Vieira foi tido como o “supremo ditador das Minas Gerais”. Contudo, este, por ordem do Governador do Rio de Janeiro, teve que se retirar para o rio São Francisco. Completamente inconformados com o tratamento que haviam recebido do grupo liderado por Nunes Vieira, os paulistas, desta vez sob o comando de Amador Bueno da Veiga, formaram um exército que tinha como objetivo vingar o massacre de Capão da Traição. Esta nova batalha durou por uma semana. Após este confronto, foi criada a nova capitania de São Paulo e, com essa criação, a paz finalmente prevaleceu entre paulistas e emboabas. AVENIDA UNIVERSITÁRIA – B. Maracanã Lei Municipal nº. 127/1968 Como o próprio nome já diz, a universidade é o local da universalização do ensino, do saber e o seu grande objetivo é formar espíritos adaptáveis e preparados para cada ocasião. É na universidade de pensamentos que os cascalhos brutos da ignorância são polidos e transformados em pedras preciosas. Talvez, por isso mesmo, é que pessoas como James Fanstone, Dr. Carlos Pereira Magalhães, Rev. Wesley Archibald, Prof. Antônio de Oliveira Brasil, Dr. Olímpio Ferreira Sobrinho e tantos outros, pensando alto, subiram a ladeira da “Charqueada” para crescer juntos com o “Colégio Couto Magalhães”, até ver este grande sonho se transformar numa das maiores universidades do Estado de Goiás: a UNIEVANGÉLICA, construída no planalto, lá no alto, bem no alto para a ignorância não subir..., mas nada tão íngreme que a nossa carroça da história não pudesse alcançar e estar presente para registrar com ufanismo como o povo de Anápolis saúda o nome desta Avenida Universitária. É a fé ultraando obstáculos! 70
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Esta avenida termina na BR-153, e segue para Corumbá. AVENIDA EVANGÉLICA – Cidade Universitária A denominação desta via pública – Avenida Evangélica - tem tudo a ver com a nossa cidade, não só por ela representar uma justa homenagem ao maior complexo educacional de Goiás, a “UNIEVANGÉLICA”, obra fantástica da Associação Educativa Evangélica de Anápolis, que honra sobremaneira a educação em nossa cidade, mas também por Anápolis ser considerada uma das mais evangelizadas cidades do Brasil. Por certo que o vereador, autor do projeto, ao querer perpetuar o nome dessa grande entidade educativa, denominando esta tão importante via pública, com o nome de Evangélica, possivelmente, tenha se esquecido da colocação da contração da preposição d + a, que aria a ser chamada de “Avenida da Evangélica”, claro que se estaria referindo à Universidade. Contudo, o escriba se submete a uma melhor definição. PRAÇA DO MAÇOM – Cidade Universitária (Lei Municipal nº. 1426/1986) Quando eávamos com a carroça da história por esta praça, logo fomos cercados por curiosos que nos perguntavam: O que é a Maçonaria? Demos sorte, porque nesse eio estava conosco o sapiente senhor Waldemar Borges de Almeida, profundo conhecedor dos mistérios Ordem Maçônica que respondeu à pergunta, afirmando ser a Maçonaria uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa, progressista e que procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranqüilidade da consciência. 71
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Satisfazendo a curiosidade, perguntaram: cite alguns brasileiros famosos que foram maçons! De pronto, o senhor “Nenê Borges”, respondeu: Dom Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa, Tiradentes, Juscelino Kubitschek, todos aqui citados são vultos que emprestaram seus nomes para melhor serem identificadas as praças, avenidas e ruas da nossa cidade. Estes vultos e outros tantos, como Arinesto Pinto, Narceu de Almeida, Zaqueu Crispim, Augusto Pinto Pereira, Jaci Borges, Luiz Caiado de Godoy, Moacir Romeu Costa, Getulino Artiaga, José Fernandes Valente, Senador José Lourenço Dias, Olímpio Barbosa de Melo, Dr. Adalberto Pereira, Henrique Fanstone, Francisco Dolis, Antônio de Oliveira Brasil, Onofre Quinan, Syrio Quinan, Manuel Pereira Dedé, Eurípedes Junqueira e muitos outros que contribuíram decisivamente para a formação da nossa história. Lembrança merecida o nome dessa praça. RUA GUIMARÃES NATAL - Centro JOAQUIM XAVIER GUIMARÃES NATAL, goiano, nascido em 25 de dezembro de 1860, na Capital da província de Goiás, onde iniciou seus estudos no Liceu Goiano de Letras, transferindo-se mais tarde para a capital Paulista, onde concluiu o curso de direito na Faculdade do Largo de São Francisco. Regressando à sua província, em 1883, foi Promotor Público e Curador de Órfãos da Comarca e também nomeado em 1885 Juiz Substituto da Capital. Com a Proclamação da República, fez parte da Junta Governativa até 1890, sendo nomeado 1º Vice-Governador do 72
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Estado, até a chegada do Governador Provisório. Em seguida foi Juiz de Direito da Comarca de Rio das Pedras. Em 3 de junho de 1890, foi nomeado 1º. Vice-Governador, época em que muito colaborou na organização política do Estado. Em setembro de 1905, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal. Exerceu o cargo de Procurador Geral da República até 1910. Foi aposentado por relevantes serviços prestados à Pátria, em 13 de abril de 1927. Faleceu em 22 de junho de 1933, na cidade do Rio de Janeiro, sendo homenageado pelo Supremo Tribunal Federal, em sessão de 4 de janeiro de 1961, por ocasião do centenário de seu nascimento. AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY (Centro) Lei Municipal nº. 464/1964 JOHN FITZGERALD KENNEDY, filho da família Norte Americana mais atuante e influente na política dos Estados Unidos, nasceu no Estado de Massachusetts, em 29 de maio de 1917 e faleceu em Dallas, no Texas, em 22/11/1963. Após a sua formatura em Harvard em 1940, ele entrou para a Marinha, onde serviu na Guerra até 1943. Após o término desse conflito mundial, ele tornou-se um congressista democrata, sendo eleito senador em 1953. Em 1960, surpreendendo o meio político norte-americano, o jovem senador conquistou a indicação democrata para a presidência da república, vencendo o favoritismo do republicano Richard Nixon, tornando-se o primeiro Presidente dos Estados Unidos não protestante. Seu discurso de posse apresentava o preceito memorável: ”não pergunte o que o seu país pode fazer por você – pergunte o que você pode fazer por seu país”. Como presidente, seus programas econômicos lançaram o país no maior crescimento sustentado desde a Segunda Guerra Mundial. 73
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Kennedy agiu vigorosamente na causa da igualdade de direitos, pedindo por uma nova legislação de direitos civis. Com o programa “Aliança para o Progresso” e as “Peace Corps”, ele empregou o idealismo americano na ajuda aos países em desenvolvimento, mesmo enfrentando a dura realidade da guerra fria. Seu governo foi um lema só: “um mundo de livre escolha, banindo a guerra e a coerção”. Na istração Kennedy o mundo viu assim o início de uma esperança, tanto de direitos iguais entre os americanos, quanto de paz mundial. Kennedy era praticamente um ídolo mundial quando foi brutalmente assassinado, em 22 de novembro de 1963. De acordo com a historiografia oficial, Kennedy foi morto pelas balas de um assassino, enquanto desfilava em carro aberto por Dallas, Texas. Entretanto, há historiadores que sustentam a tese de conspiração: Kennedy teria contrariado profundamente os interesses de indústrias bélicas e de militares ao lutar pelo fim da corrida armamentista. Como resposta, indústrias e militares poderosos teriam tramado a morte do presidente. A morte do Presidente Kennedy provocou comoção dentro e fora dos EUA. Para os americanos, ficou a impressão de que o futuro de paz, prosperidade e igualdade, representado por Kennedy, jamais seria alcançado. E não foi! AVENIDA TIRADENTES (Centro) JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER. De volta à Praça Oeste, a carroça da história toma o dorso dessa avenida e se direciona ao Morro da Capuava de onde se alcança o maior horizonte da nossa cidade. De tão amplo, começamos um exercício de imaginação de como era grande e sagrado o ideal desse homem que foi o Mártir da Inconfidência Mineira, 74
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TIRADENTES, que nasceu Joaquim José da Silva Xavier – 1746 – 1792, na Fazenda Pombal, que fica entre as cidades de Tiradentes e São João Del Rey, em Minas Gerais. Ficou órfão aos onze anos, foi mascate, pesquisou mineral, foi médico prático. Tornou-se também conhecido, na sua época, na então capitania das Minas Gerais, por sua habilidade com que arrancava e colocava novos dentes, feitos por ele mesmo, com grande arte. Sobre sua vida militar, sabe-se que pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Ficou no posto de alferes, quando comandou uma patrulha de ronda no mato, prendendo ladrões e assassinos. Em 1789, ainda no Brasil Colônia, houve, então, em Vila Rica, hoje Ouro Preto, em Minas Gerais, uma conspiração com o fim de libertar o Brasil do jugo português e proclamar a república. A conjuração começou a ser preparada. Militares, escritores de renome, poetas famosos, magistrados e sacerdotes tomavam partido nos planos da rebelião. Os conspiradores pretendiam proclamar a república, com a abolição imediata da escravatura, melhoria na educação para o povo, além de outras reformas. Tiradentes achava-se, nessa ocasião, no Rio de Janeiro. Percebendo que estava sendo vigiado, procurou esconder-se numa casa da Rua dos Latoeiros, atualmente Rua Gonçalves Dias, sendo ali preso. O processo durou três anos, sendo, afinal, lida a sentença dos prisioneiros conjurados. No dia seguinte, nova sentença modificava a anterior, mantendo a pena de morte somente para Tiradentes. O Mártir foi enforcado a 21 de abril de 1792, no Largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi esquartejado, sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, arrasaram a casa que morava e declararam infames seus descendentes. Há, hoje em dia, muitos valores que devemos lutar por eles, principalmente os jovens, posto que seja deles a 75
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responsabilidade de mantermos vivos os ideais desse grande mártir da nossa Independência. Esta avenida se prolonga até se encontrar com a sede do SESI, sendo daí para frente denominada de Fernando Costa, até se encontrar com estrada Belém-Brasília. RUA LEOPOLDO DE BULHÕES (Centro) JOSÉ LEOPOLDO DE BULHÕES JARDIM nasceu em Goiás Velho, no dia 28 de setembro de 1857, advogado, político eleito durante 5 mandatos, sendo dois de deputado federal e três de senador da 1ª República. Foi diretor do Banco do Brasil e o mais importante: nomeado o primeiro Ministro da Fazenda – duas vezes 1904 e 1910 – no Governo de Nilo Peçanha - Primeira República. Nesse período promoveu grandes reformas no Ministério e aprovou o primeiro regulamento dos concursos públicos para ingresso no serviço fazendário. Outro membro do clã dos Bulhões que se destacou no cenário político-econômico do Brasil foi seu sobrinho Otávio Gouvêa de Bulhões, que foi Ministro da Fazenda, quando os militares tomaram o poder em 1964. Ao deixar o governo em 1967, reassumiu as suas funções na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Gouvêa de Bulhões faleceu em 13 de outubro de 1990, pedindo a extinção do “monstro” que criou a correção monetária que, segundo ele foi o maior responsável pela inflação daquele período. Quanto a Leopoldo de Bulhões, este veio a falecer no dia 25 de dezembro de 1928, não sem antes vaticinar, ainda em 1893, que as “Antas serão a Ribeirão Preto de Goiás em breves dias...” E como fato histórico devemos salientar que, por força do Decreto Lei Estadual nº. 60, foi desmembrado da cidade 76
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de Silvânia o atual município que leva seu nome: Leopoldo de Bulhões, isso acontecido em 18 de dezembro de 1931. RUA COUTO DE MAGALHÃES – (Centro) JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES nasceu em Diamantina, Minas Gerais, a 01 de novembro de 1837, e morreu no Rio de Janeiro a 14/9/1898. Filho de Antonio Carlos de Magalhães e de Tereza Antonia do Prado Vieira Couto. Couto Magalhães concluiu o curso elementar no Seminário de Mariana e depois no Seminário Caraça, ambos em Minas Gerais, no ano de 1848. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, em 1857, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais. No Mosteiro de São Bento, em 1860, foi Professor de Filosofia, do futuro Presidente da República, Prudente de Morais. Em 1862, assumiu o governo de Goiás com duas idéias fixas: a navegação do rio Araguaia e a construção de uma outra cidade para capital do Estado, já que a antiga Vila Boa era decadente e sem condições. O bairrismo dos habitantes mais conservadores da cidade de Goiás o fez mudar de idéia e renunciar ao cargo, indo para Minas Gerais onde foi nomeado governador. Sem aceitar a indicação, foi transferido para Belém, onde se fez governador do Pará, em 1864. Quando Governador da Província de Goiás fundou o Colégio Santa Isabel, onde estudavam índios xavantes, gorotirés, caiapós, carajás, tapirapés e guajajaras. Em 1865, organizou três corpos de voluntários para lutar na guerra contra o Paraguai. Em 1866, deixou o governo paraense a fim de ser governador de Mato Grosso. Voltou a Goiás para ser eleito deputado geral em 1866. Era Deputado Geral por Goiás quando tentou mais uma vez em Leopoldina – hoje Aruanã - em 1868, a navegação comercial pelo Rio Araguaia, conforme acima descrito. Sofrendo de 77
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impaludismo e debilitado, partiu para o Rio de Janeiro, em 1871. Devidamente curado, assumiu alguns anos depois, a Província de São Paulo. Deixou inúmeros escritos, entre eles, “Um Episódio da História Pátria” (1862), “Dezoito Mil Milhas do Brasil” (1872), “Ensaios de Antropologia” (1874), “Memórias sobre Colônias Militares” (1875), “O Selvagem”(1876) “Anchieta e as Línguas Indígenas”(1877), “Gramática da Língua Tupi”. Em 1889, quando o império de Dom Pedro estava caindo, assumiu a Presidência da Província de São Paulo, ficando no cargo até o dia da proclamação da República. Era militar honorífico do Exército Brasileiro. Faleceu, no Rio de Janeiro, no dia 14 de setembro de 1898. AVENIDA BRASIL SUL/NORTE (Centro) A mais extensa via pública de Anápolis, começa no trevo do DAIA, às margens da Rodovia para Goiânia, ao Sul, e atravessa toda a cidade. Ao longo da sua extensão encontramos o Ginásio “Carlos de Pina”, obra da istração Olímpio Sobrinho, o Estádio “Jonas Duarte”, por este construído, quando prefeito; a majestosa sede do Poder Judiciário; o Centro Cívico Municipal, local de trabalho do nosso operoso alcaide Dr. Pedro Sahium. Logo depois encontramos a “Praça 31 de Julho”, comemorativa do dia da nossa emancipação política e que abriga a bela sede da Câmara Municipal e logo adiante a nossa Estação Rodoviária. Bem mais em cima, quase no seu final, encontramos o maior complexo de ensino do nosso Estado: a Universidade Evangélica de Anápolis – UNIEVANGÉLICA - e em seguida a BR-153. RUA ERMETTI SIMONETTI (Centro) (Lei Municipal nº. 075/1967) 78
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ERMETTI SIMONETTI, oriundo de Bauru-SP, chegou a Anápolis no ano de 1946, com o firme propósito de instalar em nossa cidade a primeira estação radiofônica. Era filho de João Simonetti que o orientou nos seus primeiros os, regressando em seguida à sua cidade natal. Superados todos os percalços de uma trabalhosa missão, em dezembro daquele mesmo ano, Ermetti colocou no ar o mais potente prefixo de emissora de toda a região: o famoso ZYJ-3, Rádio Karajá de Anápolis, a Voz do Coração do Brasil. A atuação dessa famosa emissora está estreitamente ligada à vida cultural, política e social da nossa cidade e, ainda, nos dias de hoje, a Rádio Karajá tem grande influência na formação da opinião pública anapolina. Agora, por ocasião do centenário de Anápolis, a “Voz do Coração do Brasil” completa sessenta nos de relevantes serviços prestados à cidade e ao Estado de Goiás. O ado brilhante desse cidadão nos remete à sua contribuição notável no aprimoramento das artes em nossa cidade e com ele teve início um novo ciclo de generosidade e assistência aos pobres e menos favorecidos pela sorte. Em todos esses méritos, Ermetti sempre teve à sua sombra essa fantástica mulher – dona Elídia Simonetti - que com ele dividiu os seus grandes momentos de glória na nossa cidade. TRAVESSA FRANCISCO DA LUZ BASTOS (Centro) FRANCISCO DA LUZ BASTOS nascido em Meia Ponte no ano de 1850, em plena juventude mudou para a Capela de Antas em 1871, estabelecendo-se com uma casa comercial na futura rua 1º de Maio. Por este feito é considerado o primeiro comerciante a se estabelecer na cidade, sendo pioneiro no ramo. O senhor Francisco da Luz Bastos foi um cidadão devotado ao município, onde teve a oportunidade de exercer cargos relevantes, tais como: Juiz de paz, delegado literário, 79
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agente do correio, delegado de polícia e juiz municipal, sendo também destaque na Junta istrativa em 1892. O senhor Francisco da Luz faleceu em Anápolis aos 75 anos de idade. TRAVESSA DONA SENHORA (Centro) Dita a norma geral que não se deve falar num grande homem sem lhe citar a sua sombra que, fatalmente, refletirá um vulto de mulher tão grande como a sua própria história. Assim, ao armos com a carroça da história pela Praça James Fanstone, demos uma parada na casa de dona Tereza Silva, mulher do saudoso Walter Crispim Silva, e perguntamos a ela sobre sua sogra, Dona Senhora. De pronto nos respondeu que ela chamava-se Matildes Crispim Silva, que nascera em 14 de dezembro de 1890, aqui em Anápolis (Antas), e que, além de bisneta do grande vulto goiano Manuel Crispim de Sousa, fora mulher de um grande benemérito da cidade, senhor Graciano Antônio Silva – Seu Sanito - sendo justo que lembrássemos dessa figura marcante que foi Dona Matildes. Dona Senhora, carinhosamente lembrado seu nome com essa rua, foi mãe de outras grandes personagens de Anápolis, bastando lembrar dona Zita Duarte, esposa do senhor Jonas Duarte, cujos feitos já foram cantados em outro capítulo. TRAVESSA MARCÍLIO DIAS (Centro) MARCÍLIO DIAS - Nascido na cidade do Rio Grande em fins de 1843 ou início de 1844 (a data exata é desconhecida), iniciou sua carreira como aprendiz-marinheiro aos 12 anos aproximadamente, quando foi encaminhado para a Escola de Grumetes. Em 1856, concluiu seus estudos nessa escola, embarcando na Corveta "Constituição" e, logo após, no navio "Tocantins", que tinha o Almirante Barroso como 80
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comandante. Em 11 de junho de 1865, com aproximadamente 21 anos, Marcílio Dias, durante a Batalha do Riachuelo, luta bravamente na Corveta Parnaíba contra três navios paraguaios, um foi afundado, os outros dois continuaram atacando o Parnaíba. Marcílio Dias é o primeiro na avançada. O gigante em fúria abre caminho entre os paraguaios golpeando-os de morte. Ele avança mais, até ser cercado por quatro soldados inimigos. O bravo marinheiro avança, golpeia o primeiro, enfrenta o segundo, escorrega, abre os braços para estabelecer o equilíbrio, quando recebe dois violentos golpes na cabeça e cai. Barroso, usando de inteligente estratégia, afunda um navio paraguaio e o outro trata de escapar. O Brasil estava vitorioso, enquanto Marcílio Dias agonizava no convés sem dar um único gemido. Hoje, o povo riograndino homenageia seu grande herói na Praça Marinha do Brasil), com uma magnífica escultura em bronze, inaugurada em 19 de novembro de 1940. RUA TONICO DE PINA – (Centro) ANTÔNIO LUÍS DE PINA nasceu na cidade de Pirenópolis-Goiás, em 1889, transferindo-se para Anápolis no ano de 1911, época em que fundou na cidade a maior loja comercial daquele tempo, a chamada e famosa “Casa da Barateza”. Senhor Tonico de Pina, como era habitualmente chamado, foi grande comerciante e homem empreendedor, tendo como realce a participação efetiva na construção da primeira usina hidrelétrica de Anápolis, juntamente com outros empresários, e a grande participação na fundação do Banco Comercial de Goiás, S/A, do qual foi um dos maiores acionistas. Grande filantropo, o senhor Tonico de Pina participava de todos os movimentos relacionados com a benemerência da Igreja Santana, sendo um dos maiores responsáveis pela construção da bela Igreja, dedicada à nossa padroeira. 81
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C A P Í T U L O IV A carroça da história, através dos bairros RUA FRANCISCO VALOZ (SetorAeroporto) (Lei Municipal nº 677 de 1978) FRANCISCO VALOZ nasceu em 1904 e faleceu em 31 de março de 1944. Nesse dia a notícia de sua morte teve grande repercussão por toda a cidade, quando a população tomou conhecimento da queda de seu avião Pireneus que lhe tirou a vida. Francisco Valloz foi fundador do Aéro Clube de Anápolis e o primeiro instrutor de pilotagem da Escola de Aviação Civil de Anápolis. Segundo a escritora Haydée Jayme, durante o enterro de Chico Valloz, enquanto o Cônego Trindade discursava, um avião sobrevoava o campo santo, deixando cair flores naquele local. RUA ADHEMAR DE BARROS (Jardim América) ADHEMAR PEREIRA DE BARROS nasceu em Piracicaba-SP, em 22 de abril de 1901 e faleceu em Paris no dia 12 de março de 1969. Foi médico, influente político brasileiro no contexto regional de São Paulo, entre as décadas de 1930 e 1960. Foi deputado estadual, prefeito da cidade de São Paulo, interventor federal e duas vezes governador do Estado. Concorreu à presidência do Brasil em 1955 e 1960, ficando em terceiro e quarto lugar, respectivamente. RUA ALARICO VERANO – Jardim Alexandrina 82
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PROFESSOR ALARICO TORRES VERANO, mineiro de Paracatu-MG, onde nasceu no ano de 1871. Exerceu o magistério em sua terra durante 20 anos, transferindo em seguida sua residência para Luziânia-GO, onde fundou o “Ateneu Goiano”. Em 1926 mudou-se para Anápolis, aonde veio dirigir a primeira unidade escolar da cidade, chamada de Grupo Escolar “Dr. Brasil Caiado”. Este grupo se localiza à Praça das Mães, onde é hoje o prédio de um sindicato de classe. Durante 20 anos o Professor Alarico Verano atuou em nossa cidade. O professor Alarico exerceu o magistério durante duas décadas nesta cidade, sendo o ensino a sua única preocupação, entregando-se a ele com uma dedicação sem par, distinguindo-se no serviço social e profissional pelas suas qualidades de homem sensato, honesto e trabalhador. O professor Alarico deixou grandes herdeiros que ainda hoje honram e enobrecem o seu nome. RUA ARTHUR BERNARDES–Jardim Alexandrina ARTHUR BERNARDES nasceu em Viçosa, Minas Gerais, em 8 de agosto de 1875, falecendo em 23 de março de 1955. Foi o 13º Presidente do Brasil, durante o período de 15/11/1922 a 15/11/1926. Era advogado, vereador em sua cidade e deputado federal por dois mandatos e presidente de Minas Gerais de 1918 a 1922. Participou da Revolução de 1930 e da Revolução Constitucional de 1932. Fracassado esse último movimento, Arthur Bernardes foi obrigado a retirar-se para o exílio em Portugal. RUA CASTRO ALVES – Jardim Alexandrina ANTÔNIO DE CASTRO ALVES nasceu a 14 de março de 1847 na Comarca de Cachoeira, Bahia, e faleceu em Salvador, no mesmo Estado brasileiro. Em 1862 ingressou na 83
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Faculdade de Direito e é desse tempo os seus amores com a atriz portuguesa Eugênia de Câmara e a composição dos primeiros poemas abolicionistas: Os Escravos, Cachoeira de Paulo Afonso, Navio Negreiro, todas contidas no livro Espumas Flutuantes, declamando-os em comícios cívicos. Em 1867 deixa Recife, indo para a Bahia, onde faz representar seu drama: ”Gonzaga”. Segue depois para o Rio de Janeiro, onde recebe incentivos promissores de José de Alencar, Francisco Otaviano, Machado de Assis e outros imortais. Transfere no ano seguinte sua residência para São Paulo, onde viveu seus dias de maior glória. Em 11 de novembro de 1868, em caçada nos arredores de São Paulo, feriu o calcanhar esquerdo com um tiro de espingarda, o que lhe valeu a amputação do pé. Sobreveio, em seguida, a tuberculose, sendo obrigado a voltar à Bahia, aonde faleceu. Seus versos foram os maiores gritos em prol do fim da escravidão e pela causa dos republicanos. RUA VINICIUS DE MORAES (AlphaVille) VINICIUS DE MORAES: CRONOLOGIA: - Vinicius de Moraes nasce no dia 19 de outubro de 1913, no Bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Em 1920 é batizado na Maçonaria (Louwton) por disposição de seu avô materno, cuja cerimônia o marcou pela sua vida afora. Em 1922 conhece e torna-se amigo dos irmãos Tapajós, com quem começa a compor “Loura ou Morena” e “Canção da Noite”, seus primeiros sucessos. Em 1927 bacharela-se em letras e em 1933 forma-se em Direito na Faculdade de Direito da Rua do Catete, no Rio de Janeiro e é itido no “Centro Acadêmico de Estudos Jurídicos”. Em 1938 ganha bolsa de estudos do Conselho Britânico, mudando-se para Londres. Em 1943 ingressa na carreira diplomática por concurso. Em 1946 parte para Los Angeles como Cônsul do Brasil. Em 1955 compõe em Paris uma série de canções. Em 1957 é transferido para Delegação do Brasil 84
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junto a Unesco. Em 1960 retorna à Secretaria do Estado das Relações Exteriores. Entre 1961/63 compõe com Carlos Lira, Pixinguinha, Baden Powel, Antônio Carlos Jobim, João Gilberto, Ary Barroso e Edu Lobo. Em 1964 regressa a Paris e compõe com Francis Hime. Em 1967 é exonerado do Itamaraty. De 1970 a 1979 compõe com Toquinho e a a excursionar pelo Brasil e Europa. Em 1980 é operado a 17 de abril, para instalação de um dreno cerebral. Morre na manhã de 9 de julho de edema pulmonar. Perde o Brasil o seu “Poetinha”. RUA JOÃO LUIZ DE OLIVEIRA (Alto Bela Vista) JOÃO LUIZ DE OLIVEIRA, filho dileto de Anápolis, onde nasceu em 1904 e faleceu em 1969, cercado da iração do povo anapolino. Nessa rua a carroça da história fez uma parada para reverenciar este grande vulto anapolino. João Luiz trabalhou grande parte da sua mocidade no campo cuidando de lavoura. Foi chefe aliancista do município, sendo nomeado prefeito de Anápolis depois da Revolução dos anos 30, cargo que exerceu até 1934. Bem mais tarde voltou ao cargo de alcaide de Anápolis, sendo também vereador, historiador e jornalista. Sua história completa-se em outro capítulo do livro. AVENIDA JUSCELINO KUBITSCHECK Bairro Alto da Boa Vista JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA – Presidente do Brasil no período de 31/1/1956 a 31/1/1961 nasceu em Diamantina-MG, no dia 22 de agosto de 1902 e faleceu em Resende-RJ, no dia 20 de agosto de 1976.
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JK ou a sua infância e adolescência em Diamantina, Minas Gerais. Filho de um caixeiro-viajante e de uma professora. Durante sua fase universitária foi radiotelegrafista, formou-se como médico na cidade de Belo Horizonte, em 1927. Fez curso e estágio complementares em Paris e Berlim em 1930 e casou-se com dona Sara Lemos em 1931. Espírito irrequieto e sonhador, Juscelino emprega-se como telegrafista em Belo Horizonte e inicia seus estudos na Faculdade de Medicina de Minas Gerais. Diplomado, ingressa, em 1931, na Polícia Militar de Minas Gerais, alcançando o posto de Capitão-médico, quando fez amizade com o político e futuro governador Benedito Valadares. Nomeado interventor federal em Minas, em 1933, Valadares colocou o amigo como seu chefe de gabinete. A seguir, Kubitschek foi eleito deputado federal (1934-1937), nomeado prefeito de Belo Horizonte (1940-1945) e realizou obras de remodelação da capital. Já nessa época se despontava como líder político e homem de grande visão no campo istrativo. Após uma gestão como deputado constituinte, em 1946, pelo PSD (Partido Social Democrático), foi eleito governador em Minas Gerais (1950 a 1954). Venceu a eleição para Presidente da República com 36% dos votos, numa coligação PSD-PTB, com o slogan "Cinqüenta Anos em Cinco". Na presidência, construiu hidrelétricas, estradas, promoveu a industrialização e a modernização da economia. Um de seus principais feitos foi a construção da cidade de Brasília e instituição do Distrito Federal, que marcou a transferência da Capital Federal (até então no Rio de Janeiro), em 21 de abril de 1960. Numa era pós-Vargas, seu governo foi marcado por mudanças sociais e culturais como os festivais de música e a moda da bossa-nova. Quando terminou o mandato, JK, como era conhecido, foi eleito senador por Goiás em 1962, mas teve seu 86
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mandato cassado e os direitos políticos suspensos em 1964, pelo regime militar. Em 1966 tentou organizar uma frente pela redemocratização do país, junto com Carlos Lacerda e João Goulart, mas não voltou mais ao poder. Afastou-se da política e dedicou-se ao trabalho como empresário. Morreu em um desastre automobilístico na Via Dutra, na altura da cidade fluminense de Resende, em 20 de agosto de 1976. RUA MONTE CASTELO Anápolis forma com toda a sua população para homenagear os nossos expedicionários da Segunda Guerra Mundial, quando em luta aguerrida saíram vitoriosos da batalha travada no “Monte Castelo”, na Itália. Esses heróis, a quem chamamos simplesmente de “nossos pracinhas”, souberam fazer uma história digna e merecedora da nossa iração. Bem lembrada essa homenagem: RUA MONTE CASTELO!
AV. EMIVAL RAMOS CAIADO –Bairro Alvorada EMIVAL RAMOS CAIADO, descendente de tradicional família goiana, Emival Ramos Caiado nasceu em 4 de maio de 1918, na cidade de Goiás. Advogado em 1942 pela Faculdade de Direito do Estado do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1945. Com a queda do Estado Novo (1937/1945), transferiu-se para São Paulo, onde foi Oficial de Gabinete do Secretário de Educação do Estado. Em 1947 mudouse para Anápolis, onde ou a advogar, concentrando-se na assistência aos trabalhadores. Com a perda do poder em 1930, a família Caiado ficou sem qualquer representante nos quadros 87
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políticos de Goiás, até o ano de 1950, quando Emival Caiado elegeu-se deputado estadual. Em 1954, pelo partido da UDN, foi eleito o Deputado Federal mais votado de todo o Estado de Goiás, com o percentual de votos jamais atingido até os dias de hoje. Foi eleito por mais três mandatos de deputado federal, sendo também eleito senador da República. É de sua autoria a “Lei Emival Caiado”, de agosto de 1958, que fixou a data de 21 de abril de 1960 para a transferência da Capital da República para Brasília. RUA OLAVO BILAC – Bairro Alvorada OLAVO BRÁS MARTINS DOS GUIMARÃES BILAC, nasceu no Rio de Janeiro em 1865. Começou os cursos de medicina, no Rio, e Direito, em São Paulo, mas não chegou a concluir nenhuma faculdade. Em 1887 iniciou sua carreira de jornalista literário e em 1888 teve publicado o seu primeiro livro: “Poesias”. – Republicano e nacionalista, escreveu o nosso Hino à Bandeira Nacional, composição essa elaborada com o pensamento voltado para os jovens: “recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil...”. Em 1897 foi o primeiro a ser eleito pela Revista “FON FON” o “príncipe dos poetas” – De 1915/1917 fez campanha cívica nacional pelo serviço militar obrigatório e pela instrução primária Olavo Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante dos nossos poetas parnasianos. Sua obra, embora conhecidíssima, tem merecido pouca atenção da crítica e do ensino no Brasil. A imagem que dela se cristalizou oscila entre o perfil acadêmico de um príncipe dos poetas à estética parnasiana e a aura do poeta popular cantada nos bares e declamada nas festas. 88
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Bilac foi um dos mais notáveis poetas brasileiros, prosador exímio e orador primoroso, participou da fundação da Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira de nº. 15, cujo patrono é o poeta Gonçalves Dias. Olavo Bilac morreu em 28 de dezembro de 1918. AVENIDA BERNARDO SAYÃO- Bairro Alvorada BERNARDO SAYÃO ARAÚJO CARVALHO, ao contrário do que muita gente pensa que ele é goiano, não é certo. Sayão nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 18 de junho de 1901. CRONOLOGIA: 1923 – Formou-se pela Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária de Belo Horizonte. 1939 - Visitou o Estado de Goiás pela primeira vez, demonstrando seu interesse pela região central do país. 1941 – O Presidente Getúlio Vargas escolheu Bernardo Sayão para dirigir a implantação da Colônia Agrícola de Ceres (GO), que seria o marco inicial da “Marcha para o Oeste”, movimento getulista para ocupação efetiva da Região Centro Oeste. 1944 – Sayão concluiu a estrada de 142 km que liga hoje a cidade de Ceres à Anápolis. 1954 – Bernardo é eleito Vice-Governador de Goiás, com votação superior ao próprio governador eleito. Governou Goiás interinamente por três meses. 1956 – Foi nomeado como um dos diretores da Novacap, juntamente com Israel Pinheiro, Ernesto Silva e Íris Meinberg. 1958 – Sayão foi encarregado por Juscelino Kubitscheck de construir a estrada Transbrasiliana (BelémBrasília), aceitando este desafio pessoalmente. 89
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1959 – Em 15 de janeiro desse ano, ocorre um terrível acidente: uma árvore derrubada, na abertura da estrada, cai sobre a barraca onde Sayão se encontrava e é gravemente ferido. Ele morreu no mesmo dia, dentro do helicóptero que o levava em busca de socorro médico. Ironicamente, Bernardo Sayão acabou sendo o pioneiro do Cemitério de Brasília, hoje Campo da Esperança. Em sua homenagem, a estrada Belém-Brasília recebeu o nome de “Rodovia Bernardo Sayão”, bem como outras dezenas e dezenas de avenidas e ruas por este Brasil afora, o homenageiam, como nós anapolinos. Orgulhosamente... AVENIDA PRESIDENTE VARGAS–B. Alvorada GETÚLIO DORNELES VARGAS, nascido em São Borja-RS, no dia 19 de abril de 1883, foi chefe do governo provisório depois da Revolução de 1930, Presidente eleito pela Constituinte em 17 de fevereiro de 1934, até a implantação da ditadura do Estado Novo, em novembro de 1937. Foi deposto em 29 de outubro de 1945, voltou à presidência em 31 de janeiro de 1951, através do voto popular. Em 1954, pressionado por interesses econômicos estrangeiros, com aliados no Brasil, como Carlos Lacerda e Adhemar de Barros, é levado ao suicídio a 24 de agosto de 1954. Com uma bala no peito ele atrasa o golpe militar em 10 anos e “sai da vida para entrar na história”. Todos os outros governos – exceção a JK – em maior ou menor grau colocaram a economia brasileira a serviço de interesses estrangeiros. Por isso, apesar de todos os seus possíveis defeitos, Getúlio Vargas é considerado o “melhor Presidente que o Brasil já teve em toda a sua História”... Esta tese é contestada por muitos que opinam ser Juscelino Kubitschek de Oliveira o maior estadista desse país. No que o autor concorda. 90
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CRONOLOGIA: 1898–Formou-se soldado na Guarnição de São Borja-RS. 1900–Matriculou-se na Escola Preparatória de Tática de Rio Pardo-RS. 1904 – Matriculou-se na Faculdade de Direito de Porto Alegre-RS, 0nde conheceu dois cadetes da Escola Militar, Góis Monteiro e Eurico Dutra, adeptos como ele dos ideais de Júlio de Castilho, positivista e fundador do Partido Republicano. 1907 – Advogado e promotor público em Porto Alegre-RS. 1909 – Eleito deputado estadual, reeleito até 1913 e depois até 1921. 1927 – Deputado Federal e Ministro da Fazenda – Governo Wenceslau Luiz. 1928 – Eleito Governador do Estado do Rio Grande do Sul. 1930 – Vitoriosa a Revolução de 1930, a 3 de novembro assume a Junta como Chefe do Governo Provisório. 1943 – Edita a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que garantia a estabilidade do emprego depois de dez anos de serviço, descanso semanal, regulamentação do trabalho de menores, criação da Previdência Social, a carteira profissional, a jornada de 8 horas de trabalho. Getúlio Dornelles Vargas é considerado o “Pai dos Pobres”... Trecho da “Carta Testamento de Getúlio Vargas” “E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não será mais escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e o meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a 91
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espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro o no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”. (Rio de Janeiro, 24/08/1954-Getúlio Vargas)
RUA MARECHAL DEODORO – Jardim América MARECHAL DEODORO DA FONSECA, Presidente do Brasil no período compreendido entre 15/11/1889 a 25/02/1891. Marechal Deodoro nasceu na cidade de Alagoas, no Estado do mesmo nome, no dia 5 de agosto de 1827 e estudou em escola militar desde os 16 anos. Em 1848, aos 21 anos, integrou as tropas que se dirigiram a Pernambuco para combater a Revolução Praieira e participou ativamente de outros conflitos durante o Império, como a brigada expedicionária ao rio da Prata, o cerco a Montevidéu e da Guerra do Paraguai. Ingressou oficialmente na política em 1885, quando exerceu o cargo de presidente (equivalente ao atual de governador) da província do Rio Grande do Sul. Assumiu a presidência do Clube Militar de 1887 a 1889 e chefiou o setor antiescravista do Exército. Com o título de marechal, Deodoro da Fonseca proclamou a República Brasileira no dia 15 de novembro de 1889 e assumiu a chefia do governo provisório. A primeira constituição republicana estabelecia que as eleições no Brasil fossem diretas e que o presidente e seu vice seriam eleitos pelo voto popular. Entretanto, determinava também que, em caráter excepcional, o primeiro presidente e o primeiro vice seriam eleitos indiretamente, isto é, pelo Congresso 92
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Nacional. Foi o que aconteceu. No dia seguinte à promulgação da Constituição, o Congresso elegeu de forma indireta os marechais Deodoro da Fonseca para presidente e Floriano Peixoto para vice-presidente, em 25 de fevereiro de 1891. Em1886, no Rio de Janeiro, assume a liderança da facção do Exército favorável à abolição da escravatura. Logo em seguida coloca-se à frente do movimento militar que derruba a monarquia e proclama a República, em 15 de novembro de 1889. Sua eleição como o primeiro presidente do Brasil é garantida pela pressão dos militares sobre o Congresso. Deodoro tenta vencer a oposição, articulando um golpe de estado, mas enfrenta a resistência do Exército, chefiado pelo Vice-Presidente Marechal Floriano Peixoto. Renuncia em 23 de novembro de 1892. Assume o seu lugar o Marechal de Ferro, Floriano Peixoto. O governo do Marechal Deodoro deveria terminar em 1894, mas o período registrou sérios problemas políticos e econômicos. A política econômica, que tinha como ministro da Fazenda Rui Barbosa, foi marcada pelo "encilhamento", que se caracterizou pelo incentivo à emissão de moeda por alguns bancos e pela criação de sociedades anônimas. Como resultado, houve forte especulação financeira e falência de bancos e empresas. A formação de um novo ministério liderado pelo barão de Lucena, político vinculado à ordem monárquica, a tentativa de centralização do poder e às resistências encontradas no meio militar conduziram o país a uma crise política, que teve seu ápice na dissolução do Congresso Nacional. Ao mesmo tempo crescia no meio militar a influência de Floriano Peixoto, que também fazia oposição a Deodoro, juntamente com as forças legalistas que levaram à renúncia de Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891. RUA VITAL BRASIL – Jardim América 93
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VITAL BRASIL, médico e cientista brasileiro, nasceu em 28 de abril de 1864, em Campanha-MG e faleceu no dia 5 de maio de 1950, em Niterói-RJ. Médico formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1891 e é conhecido internacionalmente por seus estudos pioneiros sobre veneno de cobra. Formado médico clinicou em várias cidades de São Paulo, combatendo epidemias. Impressionado com o elevado número de pessoas que morriam depois de serem picadas por cobra, começou a dedicar-se ao estudo do veneno desses animais e das intoxicações provocadas em outros seres. Em 1897 foi nomeado ajudante do Instituto Bacteriológico do Estado, dirigido pelo famoso Dr. Adolfo Lutz. Um ano mais tarde Vital Brasil conseguiu imunizar animais com veneno de cascavel, jararaca, urutu, obtendo os primeiros soros específicos no combate aos seus venenos. Com a criação do Instituto Butantã, em 1901, Vital assumiu a direção dos trabalhos de instalação do laboratório. Realizou o grande trabalho dos soros antipestoso e ainda um extenso programa no Instituto que ou a fornecer vacinas contra a febre tifo, a disenteria bacilar, o tétano, a varíola, a vacina BCG, contra tuberculose, as penicilinas e soros contra animais peçonhentos. Vital Brasil foi o fundador do Instituto de Higiene, Soroterapia e Veterinário do Rio de Janeiro. Grande benfeitor esse Doutor Vital. RUA SINHOZINHO CANTOR – Jardim América Só sente prazer quem com ele conviveu. E por ter vivido intensamente a companhia dessa figura ímpar que foi o Cantor Sinhozinho, e na condição de anapolino, é que reafirmo a atitude dos nossos vereadores que em boa hora lembraram a necessidade que tem a nossa história de não esquecer os seus 94
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vultos, mesmo que esses tenham vindo de outras plagas, mas aqui se inteirassem dos nossos costumes e assem a viver harmoniosamente com o nosso provincianismo sadio. Sinhozinho era um gênio da música e da poesia. Cantor inspirado, fazia chorar de encantamento as noites anapolinas. Com seu conjunto musical que trazia sempre o Nane Costa, o Sampaio, o Américo Caetano e, em tempos ainda melhores o Nico, o Joaquim e o Zé Rebeca faziam as mais belas serenatas e os forrós mais animados da cidade. Sinhozinho é autor de “Uma Canção por Pirenópolis” e “Exaltação à Anápolis”. RUA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE– B. Antônio Fernandes-Lei Municipal 1546/1988 CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE nasceu em Itabira do Mato Dentro-MG, em 31 de outubro de 1902. Filho de uma família de fazendeiros estudou na cidade de Belo Horizonte, transferindo-se depois para um Colégio de Jesuítas de Nova Friburgo-RJ, de onde foi expulso por “insubordinação mental”. De volta a Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do jornal “Estado de Minas”, que já aglutinava os adeptos locais ao incipiente movimento modernista mineiro. Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia pela Faculdade de Ouro Preto, em 1925. Ingressou em seguida no serviço público e em 1934 transfere-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete do Ministro da Educação Gustavo Capanema. Depois ou a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Líder do movimento modernista no Brasil, o poeta teve traduzidas suas obras para o espanhol, inglês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi irado 95
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e cantado por muitos vultos da nossa cultura e por muitas décadas o poeta mais influente na literatura brasileira. Alvo de iração irrestrita, tanto pela sua obra quanto pelo seu compromisso como escritor renovador e poeta moderno, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha cronista Maria Julieta Drummond de Andrade. (Resíduo) (...) Pois de tudo fica um pouco. Fica um pouco de teu queixo no queixo de tua filha. do teu áspero silêncio um pouco ficou, um pouco nos muros zangados, nas folhas, mudas, que sobem. Ficou um pouco de tudo no pires de porcelana dragão partido, flor branca, ficou um pouco de ruga na vossa testa, retrato. (...) E de tudo fica um pouco, Oh abre os vidros de loção e abafa o inável mau cheiro da memória. (Drummond de Andrade) RUA WASHINGTON CARVALHO (Centro) (Lei Municipal nº 404 de 1958) WASHINGTON DE CARVALHO foi o pioneiro da telefonia no Estado de Goiás. Em 1937 transfere-se com a 96
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família da cidade de Prata-MG para Anápolis. Naquela época não havia esse serviço de comunicação no Centro Oeste, sendo Anápolis escolhida para ser o pólo de irradiação desse melhoramento público tão importante por oferecer as melhores oportunidades de negócios. Nesse mesmo ano firma contrato de exploração desse serviço com a Prefeitura Municipal e no ano seguinte traz de Minas Gerais os filhos Wolnei, Walter, Waldir, Wanderick e Wilsonina Carvalho, instalando sua residência à Rua Engº Portela, 577, Centro. Em um dos cômodos da casa foi instalada a “Central Telefônica”, equipada com uma mesa “Ericsson Magneto”, com capacidade para 100 s. Assim, estava inaugurada a primeira empresa telefônica de Goiás e do Centro Oeste. Inicialmente foram instalados 50 telefones e com o decorrer do tempo chegou-se a 100 o número de aparelhos instalados na cidade e fazendas da região, cuja distância da sede não ultraasse a duas léguas do centro de operação. Como o centro telefônico funcionava na residência do senhor Washington, havia uma campainha que soava toda vez que era solicitada uma chamada de emergência, fora do horário de funcionamento. A numeração dos telefones era de 01 a 100. Como não existia lista telefônica, o ligava para o “Centro” e solicitava à telefonista (senhorita Wilsonina), com quem desejava se comunicar e, então, era feita a ligação. Os filhos do senhor Washington eram os responsáveis pelo serviço de manutenção, venda de aparelhos e recebimento das tarifas, enquanto isso a senhorita Wilsonina de Carvalho tornava-se a 1ª telefonista do Estado de Goiás. RUA DAYSE FANSTONE ( C. Universitária) Raras são as figuras de uma sociedade que se projetam à sombra da humildade, fazendo desse seu proceder uma marca registrada. Se um nome marcante da sociedade 97
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anapolina tivesse de ser pronunciado de público para homenagear a mulher anapolina, talvez ninguém tivesse dúvida que este nome seria o de Ethel Marguerite Peattfeld, ou melhor, DAYSE FANSTONE! Cidadã virtuosa e amiga de sua cidade limitou-se em vida, a praticar a virtude e a servir tão somente. Dona Dayse procurou e empregou sempre todos os recursos que tinha ao seu alcance para fazer o bem e generalizar o amor que sempre teve pela nossa cidade. Desde o ano de 1925, quando aqui chegou, juntamente com seu marido, o inesquecível e grande benfeitor de Anápolis, Dr. James Fanstone, que Dona Dayse Fanstone vestiu e manto da humildade e se dispôs a servir Anápolis. Deixa-nos como legado positivo os seus filhos Dr. Henrique Fanstone e Bill Fanstone, figuras de destaque no nosso meio social. Morreu em Santos-SP, onde foi enterrada no Cemitério dos Ingleses, naquela cidade. RUA ARY BARROSO – (Cidade Universitária) ARY BARROSO, compositor-ícone da era do rádio e maior nome do samba-exaltação, Ary Barroso nasceu em Ubá (MG), ficou órfão aos 7 anos e foi criado pelas tias-avós, que queriam fazê-lo pianista de concerto ou padre.
Aos
18 anos foi para o Rio de Janeiro estudar Direito. Levou nove anos para se formar e nunca exerceu a profissão. No Rio foi obrigado a tocar piano em cinemas e cabarés para se sustentar, e ou a se interessar pelo teatro musical, então em ascensão. Iniciou a sua carreira radiofônica em 1933, na Rádio Philips, e comandou programas de sucesso no rádio e mais tarde na TV, como Calouros em Desfile e Encontro com Ary. Ainda na década 98
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de 30 iniciou a carreira como locutor esportivo, profissão que nunca mais foi a mesma depois de Ary Barroso. Ele conferiu um tom emocional à transmissão e não disfarçava a torcida por seu time, o Flamengo. Conhecido por ser durão e intransigente com quem revelasse gosto ou opinião musical diferente da sua, seus programas de calouros revelaram nomes que fariam história na música brasileira, como Dolores Duran, Elza Soares ou Elizeth Cardoso. Era temido pelos calouros tanto no rádio quanto na TV, e exigia que só se cantassem músicas nacionais. Composto em 1939, o samba-exaltação "Aquarela do Brasil" ganha um prêmio e a a figurar como hino nacional alternativo brasileiro. "Aquarela" já foi gravada centenas de vezes em todo o mundo, sendo a primeira uma das mais célebres gravações, com arranjo de Radamés Gnattali, voz de Francisco Alves e percussão comandada por Luciano Perrone. A música ficou tão caracterizada que em inglês seu título é "Brazil". Ary foi eleito vereador pela UDN em 1946 e uma das suas maiores lutas foi pelos direitos autorais. Entre seus grandes sucessos estão "Na Batucada da Vida", "Camisa Amarela", "Morena Boca de Ouro" e "Na Baixa do Sapateiro". Em 1995 a editora Lumiar publicou o songbook Ary Barroso acompanhado de três CDs, em que suas músicas são executadas por mais de 50 artistas.
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Ary Barroso faleceu no Rio de Janeiro em 19/02/1964 RUA MIGUEL COUTO – Cidade Universitária Miguel Couto nasceu na cidade do Rio de Janeiro, a 1º de maio de 1865. Era filho de Francisco de Oliveira Couto e de Maria Rosa do Espírito Santo. Faleceu no Rio de Janeiro, a 6 de junho de 1934. Membro da Academia Brasileira de Letras, eleito em 9 de dezembro de 1916, foi empossado em 2 de junho de 1919. Freqüentou o Colégio Briggs ingressando, a seguir, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, da qual se tornaria lente, por concurso, no ano de 1898. Na cadeira de Clínica Médica substituíra Francisco de Castro, notável expressão da cultura médica no início do século ado. O professor Miguel Couto era poliglota e profundo conhecedor da língua portuguesa. Participou de vários congressos de Medicina nos quais se destacou pela sua competência profissional, sendo considerado um dos mais notáveis clínicos de sua época. Apóstolo da educação nacional combateu, também, a imigração japonesa, que considerava poder vir a constituir sério perigo para o Brasil, em oposição ao pensamento do seu colega de Medicina, o professor Bruno Lobo. Ainda, antes da Revolução de outubro de 1930, Miguel Couto, o mais conceituado clínico do Rio de Janeiro, proferira uma conferência na Associação sobre educação, largamente distribuído em todas as escolas normais e institutos profissionais da então Capital Federal. Era sugerida, 100
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nesse documento, a criação do Ministério da Educação, com dois departamentos: “o do ensino e o da higiene". A 14 de novembro de 1930, um decreto do Chefe do Governo Provisório da República criava "uma Secretaria de Estado, com a denominação de Ministério da Educação e Saúde Pública, sem aumento de despesa". Praticamente, o apelo de Miguel Couto na Associação Brasileira de Educação começara a dar os seus frutos. O famoso "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova", lançado em 1932, reproduziu o que já pregara Miguel Couto cinco anos antes: "Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade o da educação". Eleito deputado federal, continuou o eminente clínico a defender suas idéias sobre educação e problemas da imigração japonesa. Presidiu Miguel Couto a Academia Nacional de Medicina durante 21 anos consecutivos.
AV. ARTHUR WESLEY ARCHIBALDI – (Cid. Univ.) REV. ARTHUR WESLEY ARCHIBALD comemorou no ano ado o seu centenário de nascimento, visto ter nascido no dia 18 de agosto de 1906, na cidade de Keene, New Hampshire, USA e falecido em Goiânia no dia 30 de abril de 1986. 101
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Em 1922, após terminar o segundo grau no colégio Quincy, em Massachusetts, o Rev. Archibald trabalhou por um ano em uma fábrica de gelatina, em Boston. Pela sua eficiência no trabalho, a istração da empresa ofereceu-lhe a gerência geral, convidando-o a permanecer no emprego por tempo indeterminado. Archibald agradeceu, alegando que estava voltando aos estudos para se preparar para o seu trabalho futuro como missionário do evangelho no Brasil. No final do ano de 1929, desembarca em território brasileiro o Rev. Arthur Wesley Archibald, acompanhado de sua esposa Mildred Anna Archibald, que se achava grávida da primeira filha que viria nascer em janeiro do ano seguinte e que tomaria o nome de Carolina. Mandado ao Brasil pela “Ohio Conference dos Estados Unidos”, com o intuito de não mais voltar à sua pátria, pois a sua determinação era de nunca desistir dos seus objetivos. Deixando as brumas da Capital paulista, chega à nossa cidade no ano de 1937, procurando de imediato o Dr. James Fanstone, no Hospital Evangélico Goiano, onde o médico e missionário o recebeu com inusitada alegria, hospedando-o em uma de suas casas. Sem perder tempo, o novo missionário colocou mãos às obras e já no ano seguinte funda o Instituo Bíblico Goiano, fincado na fé e na certeza de que Deus haveria de prover os recursos e todos os meios necessários para a manutenção de tão ousado empreendimento. Desde que chegou à Anápolis, o Rev. Archibald ou a colaborar de forma efetiva com o “Colégio Couto de Magalhães” e, juntamente com o seu fundador, Dr. Carlos Pereira de Magalhães, Dr. James Fanstone e o professor Antônio de Oliveira Brasil, instalaram em 1939 o Curso Ginasial que formou a sua primeira turma em 1944. O resultado da dedicação desses extraordinários vultos é que surgiram as células “Escola de Enfermagem Florence Nightingale”, o “Instituto Bíblico Goiano”, o famoso “Colégio Couto de Magalhães” e mais a FADA – Faculdade de 102
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Direito de Anápolis, que teve como baluarte e um dos fundadores e seu diretor nos dez anos seguintes, o Dr. Olímpio Ferreira Sobrinho, resultando desse trabalho a criação da Associação Educativa Evangélica, mantenedora desse extraordinário estabelecimento de ensino que é a Universidade Evangélica de Anápolis. Segundo seu biógrafo, Dr. Olímpio Sobrinho, invocando os seus quase cinqüenta anos de ligação direta com a Associação Evangélica de Anápolis, por pequenês de alguns beneficiados por este grande mestre, “CEM ANOS SE FORAM PELO VENTO...” não foi publicado. “Em 15 de agosto de 1906 nascia o Rev. Arthur Wesley Archibald”. Deus o trouxe ao mundo com um plano já traçado. Haverá de crescer e preparar-se para embrenhar-se no sertão de uma terra estranha para levar ao povo dali a mensagem salvadora do Evangelho. Cumpriu com extrema felicidade os planos de Deus e fincou marcas nas terras que lhe foram indicadas pelo Deus Altíssimo. Levou a mensagem, ergueu escolas, criou uma casa de profetas e sua obra irá pelos séculos à dentro, para jamais se apagar das almas que conduziu a Cristo. Nas “almas sim, mesmo sentindo que muitos beneficiários de sua obra já apagaram a lembrança do seu insigne benfeitor...”
RUA ASSIS CHATEAUBRIAND (C.Universitária) ASSIS CHATEAUBRIAND BANDEIRA DE MELO nasceu na cidade de Umbuzeiro, Estado da Paraíba, no dia 4 de outubro de 1892 e faleceu em São Paulo em 4 de abril de 1968. De menino gago, tímido e analfabeto que brincava livre pela caatinga do sertão paraibano, Assis Chateaubriand tornou-se o magnata das comunicações e o homem mais poderoso do Brasil entre o final dos anos de 1930 e começo dos anos de 1960. Seu 103
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império jornalístico chegou a contar com mais de cem jornais, emissoras de rádio, estações de televisão, revistas e agência telegráfica: os Diários e Emissoras Associados. Um exímio empreendedor, além de ter sido acusado de charlatanismo e ladroagem, Chateaubriand foi também responsável pela criação, junto com Pietro Maria Bardi, do Museu de Arte de São Paulo (Masp), inaugurado em 1947, cuja sede definitiva foi concebida arquitetonicamente por Lina Bo Bardi. Chateaubriand enriqueceu o acervo do museu comprando quadros em leilões, coleções particulares e galerias com dinheiro da elite paulista. Estudante da Faculdade de Direito do Recife, dedicou-se ao jornalismo desde cedo, escrevendo no Jornal Pequeno. Aos 20 anos, já ocupava o cargo de redator-chefe do Diário de Pernambuco. Formado, mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1917, onde exerceu a advocacia e ou a colaborar no Correio da Manhã. Abandonando o cargo de redator-chefe do Jornal do Brasil, em 1920, partiu como correspondente do La Nación, de Buenos Aires, para a Europa. Começou seu reinado no mundo jornalístico com a compra, em 1924, de O Jornal, denominado "órgão líder dos Diários Associados". Em seguida, sempre arranjando dinheiro emprestado de banqueiros, ricos fazendeiros de café e industriais, fundou a revista O Cruzeiro (1927), que teve a maior tiragem da América Latina, e comprou O Estado de Minas (1929). Em 1950, inaugurou a primeira emissora de televisão do país, a Tupi. Eleito senador pela Paraíba, em 1951, e pelo Maranhão, em 1955, durante o governo de Juscelino Kubitschek, foi nomeado embaixador do Brasil na Inglaterra. Em Londres, permaneceu de 1958 a 1960, época que fundou o jornal Correio Braziliense, editado em Brasília desde sua inauguração. RUA CÉSAR LATES – (Cidade Universitária)
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CESARE MANSUETO GIULIO LATTES nasceu em Curitiba, a 11 de julho de 1924, fez seu estudo primário na Escola Americana de Curitiba, entre 1929 e 1933, e secundário no Instituo Médio Dante Alighieri, em São Paulo. Em 1938 ingressou no Departamento de Física da Faculdade de Filosofia e Letras da USP, terminando o curso em 1943, onde recebeu por aplicação o título de Honoris Causa daquela Universidade, no ano de 1948. Professor Titular aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e da Universidade Estadual de Campinas-SP. Sua carreira científica teve início em meados dos anos 40, no então Departamento de Física da Faculdade onde se formou, quando publicou o trabalho científico sobre a abundância de núcleos no universo. Desde então teve o seu nome ligado a resultados científicos da maior repercussão e a iniciativas das mais fecundas para o progresso da ciência no Brasil e na América do Sul. Dentre outros feitos, em 1949, criou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, instituto que polarizou e agasalhou iniciativas como a formação do Instituto de Matemática Pura Aplicada, a da Escola Latino-Americana de Física, o Centro Latino-Americano de Física, enquanto se destacava pela atividade de pesquisas em nível internacional na formação do pessoal que constitui hoje parcela ponderável da liderança científica atuante na física brasileira. Figura ímpar, César Lattes foi membro da Academia Brasileira de Ciências, da União Internacional de Física Pura e Aplicada, do Conselho Latino-Americano de Raios Cósmicos, da Sociedade Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física, entre outras associações tem recebido prêmios, medalhas e comendas, e no Brasil recebeu o Prêmio Einstein de 1950, o prêmio Fonseca Costa, do CNPq, em 1958, a Medalha Santos Dumont, em 1989 e muitos outros. Orgulha-se, particularmente, da iniciativa de dezenas de municípios brasileiros que lhe deram 105
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o nome a escolas municipais, bibliotecas, praças e ruas, como a cidade de Anápolis. RUA Dr. ADALBERTO P. DA SILVA B.Pedro II (Lei Municipal nº 112 de 1952) ADALBERTO PEREIRA DA SILVA, nascido na cidade de Goiás, em 1889 e falecido nesta cidade no ano de 1951. Bacharelou-se em direito, sendo em seguida nomeado escrivão de órfãos e juiz da cidade de Pilar. Em Anápolis, além do magistério e da advocacia, foi intendente municipal, quando lançou o primeiro jornal da cidade “O Correio de Anápolis”, em 1929. Grande incentivador das artes, Dr. Adalberto foi o criador do primeiro teatro da cidade. Segundo outros historiadores o Dr. Adalberto era um homem de posses e ao morrer deixou uma boa fortuna, que sua viúva, dona Olívia Ribeiro Silva, que jamais tivera filhos, adotou e criou diversos filhos de outrens, fez a doação de todos os seus bens aos filhos, criando, ao mesmo tempo, uma maternidade, com a única finalidade de dar assistência médica necessária às mães pobres. Essa casa hospitalar recebeu o nome de “Dr. Adalberto” em sua homenagem. Grande vulto de Anápolis. RUA WALDEMAR BORGES DE ALMEIDA (Bairro Filostro Machado) WALDEMAR BORGES DE ALMEIDA, o irável e acatado cidadão, carinhosamente chamado de “Nenê Borges”, filho de tradicional e honrada família da antiga Antas, juntamente com os seus pais e irmãos tomaram parte decisiva no progresso da nossa cidade, sob todos os ângulos. Seu Nenê Borges exerceu durante longos anos a titularidade do Cartório dos Feitos da Fazenda Pública de Anápolis, no qual foi substituído por um dos seus filhos. É pai do saudoso Dr. Ayr 106
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Borges, que foi Juiz de Direito em Anápolis, depois Desembargador de Justiça em Goiás. Dos feitos mais marcantes da vida do seu Nenê, chama-nos a atenção sua atuação na Maçonaria de Anápolis, de Goiás e do Brasil. Foi um dos fundadores da Loja Maçônica “Lealdade e Justiça II” de Anápolis, co-fundador e aprovisionador do Abrigo dos Velhos de Anápolis “Prof. Nicephoro P. Silva”, co-fundador do “Lar das Crianças São Francisco de Assis” e um dos fundadores da “Casa dos Hansenianos”. Ativo e partícipe de todos os movimentos sociais da nossa cidade. Seu Nenê foi diversas vezes Venerável Mestre da sua Loja Maçônica, Membro da alta Direção da Maçonaria em Goiás, membro dos altos Corpos do Supremo Conselho do Rito Escocês e Aceito e componente do mui ilustre Conselho Federal da Ordem, do Grande Oriente do Brasil. E, com certeza, o senhor Waldemar Borges de Almeida, nosso contemporâneo, foi uma das maiores reservas morais do nosso Município. AV. ANDERSON CLAYTON - (Vila Formosa) Tal qual a Rua Panair do Brasil, esta rua tem seu nome ligado a uma grande companhia cafeeira de capital estrangeiro, conhecida no Brasil como: Anderson Clayton & Cia Ltda, com sua sede no Estado de São Paulo, e que para Anápolis deslocou, no começo da década de 1950, uma filial, pois por aqui se concentrava um grande entreposto, como a Cia Goiana de Armazéns Gerais e Pina & Irmão que armazenavam toda a produção dos cafeicultores da região, como Hugo Borghi e Jeremias Lunardelli, de Cafelândia – Goianésia - e outros grandes beneficiadores de café que exportavam para São Paulo o produto acabado. A empresa Anderson Clayton se expandiu tanto por aqui que foi obrigada a construir galpões de depósito, próximos da Estação Júlio de Castilho, no Bairro Jundiaí. E como era um 107
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ponto de referência, por força do costume a população daquela região convive até hoje com a Avenida Anderson Clayton. RUA CARLOS GOMES – Jardim Goiano ANTÔNIO CARLOS GOMES– 11/7/1836 nasceu em Campinas-SP, transferindo-se na juventude para o Rio de Janeiro, onde cursou o Conservatório Musical daquela cidade, chegando a reger a ópera A Noite do Castelo. Diplomou-se maestro em Milão (Itália). Escreveu e fez representar outras notáveis peças musicais, como a peça Fosca (1873) – que alguns críticos consideram a sua obra prima. Salvador Rosa (1874), Maria Tudor (1878), O Escravo (1889) e o poema sinfônico Colombo, em 1892. Alcançou fama com a célebre ópera O Guarani. RUA EUCLIDES DA CUNHA (Jardim Goiano) EUCLIDES RODRIGUES DA CUNHA, engenheiro, escritor e ensaísta brasileiro, Euclides da Cunha, nasceu em Cantagalo, no Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1866. Freqüentou conceituados colégios fluminenses e quando precisou prosseguir nos seus estudos ingressou na Escola Politécnica e depois na Escola Militar da Praia Vermelha. Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin Constant, professor da Escola Militar, atirou, durante a revista às tropas, sua arma aos pés do Ministro da Guerra Tomás Coelho. Na ocasião, bradou as seguintes palavras: Senhores! É odioso que se pretenda obrigar uma mocidade republicana e livre a prestar reverência a um lacaio da monarquia!. Euclides foi submetido ao Conselho de Disciplina e, em 1888, saiu do Exército. Participou ativamente da propaganda republicana no jornal “O Estado de S. Paulo”. 108
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Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército, com as promoções devidas. Quando surgiu a insurreição de Canudos, em 1897, Euclides andou escrevendo artigos importantes que lhe valeram subsídios para elaborar os Sertões: campanha de Canudos (1902), sua obra prima. Esta obra trata da campanha de Canudos em 1897, no nordeste da Bahia. Em 1904 Euclides foi nomeado chefe da Comissão Mista de demarcação das fronteiras do Brasil com o Peru. Na sua volta, visando estabilidade, impossível à época na carreira de engenheiro, foi lecionar na cadeira de Lógica do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Entre suas obras, além de Os Sertões (1902), destacam-se “Os Contrastes e Confrontos”, “Peru versus Bolívia” (1907), “A Imagem da História”, (1909) e as obras póstumas de “Canudos: Diário de uma Expedição” (1909). Foi membro da Academia Brasileira de Letras. No dia 15 de agosto de 1909, no Rio de Janeiro, Euclides da Cunha foi morto por Dilermando de Assis, amante de sua esposa. RUA JOSÉ DE ALENCAR – Jardim Goiano JOSÉ DE ALENCAR, advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Mecejana, CE, em 1º de maio de 1829 e faleceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1877. Era filho do padre, depois senador, José Martiniano de Alencar. José de Alencar foi membro da Academia Brasileira de Letras e patrono da Cadeira nº. 23, por escolha de Machado de Assis. Sua família transferiu a sua residência para o Rio de Janeiro, e Alencar vai estudar em São Paulo, onde permanece até 1850. Retornando ao Rio, a a advogar e dá início à sua careira política, filiando-se ao Partido Conservador, pelo qual foi eleito deputado federal por várias vezes pelo Estado do Ceará; de 109
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1868 a 1870, foi ministro da Justiça. Não conseguiu realizar a ambição de ser senador. Desgostoso com a política, ou a dedicar-se exclusivamente à literatura... com o que ganhamos nós... Em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: “Cinco Minutos”. Em 1857, revelou-se um escritor maduro com a publicação de “O Guarani”, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, estudos políticos e filológicos. Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência técnica, mas também pelas facilidades da tarefa de racionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o verdadeiro criador, por isso é chamado “o patriarca da literatura brasileira”. José de Alencar faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade. (Algumas obras de José de Alencar: Cinco minutos (1857); A Vizinha, (1860); Lucíola (1862), Diva (1864); A Pata da Gazela (1870); Sonhos d´ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1873); O Guarani 1857); Iracema (1865); As Minas de Prata (1865); Ubirajara (1874); Guerra dos Mascates (1873); O Gaúcho (1870); O Tronco do Ipê (1871) e o Sertanejo (1875). AVENIDA CARMEN MIRANDA – J. Guanabara MARIA DO CARMO MIRANDA DA CUNHA, mais conhecida como Carmen Miranda nasceu em Marco de Canaveses, Portugal, no dia 9 de fevereiro de 1909. Seus pais mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde nasceram seus outros cinco irmãos. Com sete anos de idade Carmen foi matriculada no colégio Santa Teresa, na Lapa, fundado para atender as crianças 110
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pobres das redondezas. Anos depois Carmen foi trabalhar numa loja de moda, La Femme Chic, na Rua do Ouvidor, onde aprendeu a modelar chapéus. Em pouco tempo, ou a trabalhar por conta própria e o negócio chegou a ser tão lucrativo que seu irmão Mário largou o emprego para se dedicar à entrega dos chapéus que Carmen fazia. Em 1926, com 17 anos, Carmen já pensava em fazer cinema e se apresentava em festas em casas de família, além de participar como figurante em algumas filmagens. Em 1928, o deputado baiano Aníbal Duarte, que almoçava na pensão dirigida pela sua irmã Maria Emília Miranda, apresentou Carmen a Josué de Barros. Josué trabalhava na Rádio Sociedade Professor Roquete Pinto e levou Carmen para atuar na emissora. Ele queria ouvir a sua voz em disco, época que ela gravou a sua primeira música – o samba Não vá simbora. Carmen, então, foi apresentada ao diretor da gravadora RCA Victor, onde ela iniciou a sua carreira gravando as músicas Burucuntum e Jandaia. O famoso compositor e médico Joubert de Carvalho escutou em disco Carmen cantar a música Triste Jandaia, enquanto ava pela rua Gonçalves Dias (Rio de Janeiro), ponto de encontro de músicos e compositores, e insistiu que alguém o apresentasse à cantora. Coincidentemente, Carmen apareceu por lá naquela hora. Feitas as apresentações, Joubert revelou que queria escrever algo especial para ela. Ele compôs a música Taí e a marcha rancho Pra você gostar de mim. A música foi um sucesso e o disco vendeu 35 mil cópias no ano do lançamento, recorde absoluto de vendas para a época. Anos depois Carmen transferiu-se para os Estados Unidos, onde se consagrou como um fenômeno de comunicação artística, sendo apelidada de “A Pequena notável”. RUA MONTEIRO LOBATO – Jardim Alexandrina 111
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JOSÉ BENTO MONTEIRO LOBATO, nasceu em 1882 na cidade de Taubaté-SP. Filho de fazendeiro, ele foi inventor e o maior escritor da literatura infanto-juvenil brasileiro, um dos personagens mais interessantes da história recente desse país. Apesar de cético em tudo, acreditou na indústria brasileira do livro, fundando em 1918 a “Monteiro Lobato & Cia”, a primeira editora brasileira. – Antes de Lobato todos os livros a eram editados em Portugal, com ele inicia-se o movimento editorial no Brasil. Lobato publicou nos anos seguintes seus primeiros livros “Urupês”, “Cidades Mortas” e a “Negrinha”, com essas obras Lobato marca a sua vigorosa entrada no mundo literário brasileiro. Segundo ele mesmo afirmou: “talento não pede agem, impõe-se ao mundo”. Lobato produziu durante toda a sua carreira literária 26 títulos destinados ao público infantil. È um dos mais importantes escritores da literatura infanto-juvenil da América Latina e do mundo. Monteiro Lobato morreu vítima de um derrame no dia 4 de julho de 1948, deixando os filhos: Jeca Tatu, Saci, Cuca, boneca Emília, Visconde de Sabugosa, Pedrinho, Tia Nastácia, Dona Benta, entre outros tantos que habitam as obras deste que foi conhecido como o “Furacão da Botocúndia”. RUA SENADOR CANEDO (Jardim dos Ipês) ANTÔNIO DA SILVA CANEDO, nasceu na Fazenda João de Deus, em Goiás e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 5 de agosto de 1895. Grande comerciante da região foi deputado estadual e Senador da República no período de 1890 a 1895, representando o Partido Conservador do Império-PCI. O Senador Canedo pertenceu ao Centro Republicano, abolicionista, um dos chefes do Partido Conservador de Goiás, membro da Comissão de Marinha de 112
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Guerra, federalista, Constituinte de 1891. Proclamada a República foi incluído na lista de senadores federais à Constituinte, aceitou representar o Estado de Goiás no Congresso Nacional. PRAÇA DOM EMANUEL O eminente e ilustre cidadão Dom Emanuel foi arcebispo de Bonfim - hoje Silvânia -, o grande responsável pela vinda dos frades franciscanos para Anápolis. Era capixaba, como o grande vulto Jonas Duarte, que em boa hora decidiu homenageá-lo com o seu nome na principal praça do Bairro Jundiaí. Este bairro é constituído pelo loteamento nº. 1 da nossa cidade, desenvolvimento urbano este de iniciativa dos senhores Plácido Campos e Jonas Duarte. Dom Emanuel era a mais importante autoridade religiosa da região, àquela época. AVENIDA SÃO FRANCISCO – B. Jundiaí Lei Municipal nº. 272/1971 No dia 4 de outubro celebramos São Francisco de Assis, que nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 1186. Filho de um rico comerciante de tecidos, Francisco tirou todos os proveitos de sua condição social vivendo entre os amigos boêmios. Tentou, como o pai, seguir a carreira de comerciante, mas a tentativa foi em vão. Sonhou, então, com as honras militares. Aos vinte anos alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne que combatia pelo papa, mas em Spoleto teve um sonho revelador: Foi convidado a trabalhar para "o Patrão e não para o servo". Suas revelações não parariam por aí. Em Assis, o santo dedicou113
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se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: "Francisco, restaura minha casa decadente". O chamado, ainda pouco claro para São Francisco, foi tomado no sentido literal e o santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha. Como resultado, o pai de São Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o. Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, São Francisco deu início à sua vida religiosa, "unindose à Irmã Pobreza". A Ordem dos Frades Menores teve início com a autorização do papa Inocêncio III e Francisco e mais onze companheiros tornaram-se pregadores itinerantes, levando Cristo ao povo com simplicidade e humildade. O trabalho foi tão bem realizado que, por toda Itália, os irmãos chamavam o povo à fé e à penitência. A sede da Ordem, localizada na capela de Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, próxima a Assis, estava superlotada de candidatos ao sacerdócio. Para suprir a necessidade do espaço, foi aberto outro convento em Bolonha. Um fato interessante entre os pregadores itinerantes foi que poucos, dentre eles, tomaram as ordens sacras. São Francisco de Assis, por exemplo, nunca foi sacerdote. Em 1212, São Francisco fundou com sua fiel amiga Santa Clara, a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Já em 1217, o movimento franciscano começou a se desenvolver como uma ordem religiosa. E, como já havia ocorrido anteriormente, o número de membros era tão grande que foi necessária a criação de províncias que se encaminharam por toda a Itália e para fora dela, chegando inclusive à Inglaterra. 114
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Sua devoção a Deus não se resumiria em sacrifícios, mas também em dores e chagas. Enquanto pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, em 1224, apareceram-lhe no corpo as cinco chagas de Cristo, no fenômeno denominado "estigmatização”. Os estigmas não só lhe apareceram no corpo, como foram sua grande fonte de fraqueza física e, dois anos após o fenômeno, São Francisco de Assis foi chamado ao Reino dos Céus. Autor do Cântico do Irmão Sol, considerado um poeta e amante da natureza, São Francisco foi canonizado dois anos após sua morte. Em 1939, o papa Pio XII tributou um reconhecimento oficial ao "mais italiano dos santos e mais santo dos italianos", proclamando-o padroeiro da Itália. PRAÇA GENERAL CURADO – Bairro Jundiaí GENERAL JOAQUIM XAVIER CURADO, o mais ilustre e o mais premiado militar brasileiro da corte de Dom João VI, o General Curado, Comendador e Conde de São João de Duas Barras, o mais notável e ilustre goiano, filho de Meia Ponte, - Pirenópolis - onde nasceu em 2 de dezembro de 1743, filho de tenente José Gomes Curado e de Maria Cerqueira de Assunção, falecido no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1830. Cobriu-se de glórias nas campanhas cisplatinas, batalhas essas ocorridas entre 1810 e 1820, como marechal de campo, ao tempo do Rei Dom João VI. Participou ativamente na Independência do Brasil, como comandante das tropas na Corte, Rio de Janeiro. Entre os diversos cargos que exerceu está o de Governador de Santa Catarina. 115
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Criador de fato do Exército Brasileiro, como reafirmam retalhos da história recolhidos pelo autor, atestam que, quando a França de Napoleão Bonaparte perdeu a guerra para a Inglaterra, Dom João VI, aliado dos ingleses, que fugira dos ses para o Brasil em 1808, pôde retornar à Europa, deixando em seu lugar, como príncipe regente da colônia, seu filho D. Pedro I, que, depois, receberia ordens para também regressar a Lisboa. Sensibilizado e aclamado por seus amigos e patriotas, ele recusou-se a atender a determinação. No Dia do Fico, quando recebeu o apelo da comissão de deputados liderada por José Clemente Pereira para continuar aqui, desobedecendo a Corte, D. Pedro I respondeu, segundo se aprende na escola: “Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que eu fico”. INICIATIVA: - Mas, ficar como, se as tropas portuguesas controlavam o País inteiro, começando a fugir do seu controle? A solução veio imediatamente com a coragem, a lealdade e a determinação do seu general Joaquim Xavier Curado, que desafiou Portugal e, reunindo outros militares, organizou contingentes para garantir o cumprimento das decisões do futuro imperador. Nascia ali, pela primeira vez e de fato, o Exército Nacional brasileiro, que não existia nas batalhas do ado, quando foram expulsos de nossas costas ses, ingleses e holandeses invasores. Aquelas tropas tinham brasileiros, inclusive índios, mas eram organizadas e comandadas por portugueses. – Fato histórico, importante e nunca contestado pelos responsáveis diretos pela história do Exército Brasileiro. RUA FRANCISCO DA LUZ BASTOS – Bairro Jundiaí
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FRANCISCO DA LUZ BASTOS, nascido em Pirenópolis (Meia Ponte) no ano de 1850, transferindo sua residência para a então Capela de Antas em 1871, onde se estabeleceu com uma casa comercial, sendo considerado o primeiro comerciante da cidade. Exerceu ainda no município os cargos de juiz de paz, delegado literário, agente do correio, delegado de polícia e juiz municipal. Faleceu nesta cidade no ano de 1925. PRAÇA HAYDÉE JAYME - (Jundiaí) Lei Municipal nº. 319/2004 HAYDÉE JAYME FERREIRA nasceu em Anápolis-Goiás, na data de 29 de junho de 1926, filha do grande evangelizador, historiador e genealogista goiano Jarbas Jayme e de Maria Dinah Crispim Jayme, ambas as famílias de muita tradição em nossa cidade. Haydée Jayme iniciou seus estudos no Colégio Auxilium de Anápolis e concluiu o curso normal no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, na cidade de Silvânia, Goiás. Casouse em 1947, com o senhor Odir da Costa Ferreira, titular do Cartório de Família, Órfãos e Sucessões de Anápolis, personagem de grandes lembranças da nossa sociedade. O senhor Odir foi um dos fundadores da Associação Atlética Anapolina. Dona Haydée Jayme – até por força de uma grande tradição cultural de sua família – aprimorou ao longo dos anos o seu dom literário, escrevendo contos, poesias e a sua maior obra que é o livro “Anápolis - Sua Vida, Seu Povo”, onde remonta com precisão e grande esforço o ado da nossa cidade, desde os seus primórdios, tirando dúvidas e esclarecendo particularidades da história social de Anápolis. Ao citar este nome, é forçoso concordar com outro grande anapolino, Dr. Adahyl Lourenço Dias, quando, ao referirse à Dona Haydée, afirmou que muitos sabem fazer a história, 117
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mas só os grandes é que sabem escrevê-la. Esta é a razão da parada que deu a carroça da história na casa da Dona Haydée, ali na 1º de Maio, oportunidade em que, além de tomar um cafezinho, ficamos sabendo, através do senhor Odir, grande pescador araguaiano, os detalhes que caracterizam a rua seguinte: RUA ARAGUAIA Lei Municipal nº. 360/1973 – (Jundiaí) A referência dessa rua é toda voltada para o rio Araguaia que nasce na serra do Caiapó, na divisa de Goiás com Mato Grosso, numa altitude aproximada de 850m, em relação ao nível do mar, correndo quase que paralelamente ao Tocantins e nele desemboca, após percorrer cerca de 2.115 km na cota de 840m. Os 450 km compreendidos pelo Alto Araguaia apresentam um desnível de 570 metros. O Médio Araguaia sofre desnível de 185m em seus 1505 km de extensão. O baixo Araguaia, em seus últimos 160 km, até a sua foz, tem um desnível de somente 11 metros. Este rio – Araguaia – é o rio mais piscoso do mundo, o único que tem gaivotas, aves típicas dos mares, suas praias são as mais brancas e extensas em termos fluviais, é navegável da sua foz à nascente, e suas águas banham os Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Pará. Como o principal dono da bacia do rio Tocantins, o Rio dos Meus Amores... sofre uma tremenda injustiça geográfica, pois, correndo em leito feito por ele e recebendo importantes tributários, o Araguaia jamais poderia ser considerado afluente de nenhum outro rio, pois a sua bacia é própria, seu leito definido da nascente à sua foz, como já foi dito, e ele deságua diretamente na Baia de Guajará-Mirim, em Belém-PA. O rio Tocantins é que entra tributando no seu leito, momento em que rouba-lhe o nome e prossegue com suas águas barrentas até alcançar o mar, na baía já referida. 118
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É tão importante este rio Araguaia que suas águas, além de serem navegáveis da nascente à sua foz, formam a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal, que é o acidente geográfico mais importante da sua história. Está situada, aproximadamente entre os km 760 e 1156 e compreendida entre os dois braços do Araguaia, possuindo uma área de cerca de 20.000 km2, sendo o braço menor, à sua direita, chamado de rio Javaés. RUA LOPO DE SOUSA RAMOS – Bairro Jundiaí LOPO DE SOUZA RAMOS, ainda jovem veio com a família de Jaraguá para o vilarejo de Antas, quando aqui se tornou tropeiro e comerciante. Foi Presidente da Junta istrativa da Vila e eleito como o primeiro Intendente Municipal, eleição ocorrida em 24 de abril de 1893. Mais tarde foi transferido para o Distrito de Traíras – Souzânia -, onde exerceu o cargo de Escrivão do Registro Civil, assumindo a Intendência Municipal o 2º Vice-Intendente Miguel Pereira Dutra que assinou a Lei que dava nome à primeira rua de Anápolis, a Rua 1º de Maio. Lopo de Sousa Ramos faleceu nesta cidade no dia 1º de outubro de 1943, sendo um dos vultos mais destacados da criação da nossa cidade. Na data de seu amento o Prefeito nomeado, Câmara Filho, decretou luto oficial no município, sendo hasteada a Bandeira Nacional à porta do edifício da Prefeitura. RUA DONA TEREZONA – Bairro Jundiaí MARIA TEREZA DE JESUS, segundo revela sua história era uma baiana afro-descendente que vivia num rancho à Rua Nova, bem no centro da cidade, tendo sido lavadeira de 119
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roupas e trabalhado durante muitos anos em casa do senhor Américo Borges de Carvalho. Como boa baiana devota do Senhor Bom Jesus da Lapa, fazia todos os anos, no dia 6 de agosto, uma festinha em homenagem ao santo. – Por encomenda sua, um amigo trouxelhe, da Bahia, uma grande estampa do Senhor Bom Jesus, o que deu motivo para o crescimento acelerado dessa festa tradicional, festança na qual participavam apenas os vizinhos, gente pobre e humilde como Dona Terezona. Mais tarde a festa foi se avolumando, os festeiros cada vez mais em número maior, chegando em pouco tempo se transformar em romaria, acrescida com bebidas, guloseimas, leilões, donativos, etc. A festa cresceu tanto que chamou a atenção do Vigário da Igreja Santana, que resolveu assumir, oficialmente, a devoção ao Bom Jesus, tradição que chega até aos nossos dias. RUA PADRE LUIZ GONZAGA – Bairro Jundiaí PADRE LUIZ GONZAGA DE CAMARGO FLEURY, segundo nos informa o historiador Jarbas Jayme em seu livro “Esboço Histórico de Pirenópolis”, o Padre Luiz Gonzaga de Camargo Fleury, nascido a 21 de junho de 1793, foi pároco de Meia Ponte; redator da “Matutina Meiapontense”, primeiro jornal a ser editado em Goiás. Exerceu diversos cargos eletivos e teve marcante influência política na então província de Goiás, da qual foi presidente, ao tempo da Regência Feijó. Faleceu a 29 de dezembro de 1846, em Pirenópolis. Dado importante pesquisado sobre essa notável figura, atesta que é dele o tronco da família Jayme, iniciado com seu filho Cel. João Gonzaga Jayme de Sá, nascido em Meia Ponte no dia 13-11-1831 e falecido lá mesmo no ano de 1908. AVENIDA VISCONDE DE TAUNAY 120
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VISCONDE DE TAUNAY (Alfred d´Escragnolle Taunay), engenheiro militar, professor, político influente pelo Estado de Goiás, historiador, sociólogo, romancista e memorialista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de fevereiro de 1843 e faleceu também no Rio de Janeiro em 25 de janeiro de 1899. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, responsável pela criação da Cadeira nº. 13. Criado em ambiente culto, impregnado de arte e literatura, desenvolveu bem cedo a paixão literária e o gosto pela música e o desenho. Estudou humanidade no Colégio Pedro II, onde se bacharelou em letras em 1858. No ano seguinte ingressou no curso de Ciências Físicas e Matemáticas da Escola Militar. Alferes-aluno em 1862 e segundo-tenente de artilharia em 1864, recebendo a mobilização, com outros oficiais, em 1865, no início da Guerra do Paraguai. Trouxe da campanha profunda experiência do país e inspiração para a maior parte dos seus escritos. Terminada a guerra, Taunay foi promovido a capitão, e terminou o curso de Engenharia, ando a ser professor da Escola Militar. Publicou por essa época seus principais sucessos com o pseudônimo de Sílvio Duarte. Por indicação de Barão do Rio Branco, candidatouse a deputado geral pelo Estado de Goiás, que o elegeu para a Câmara dos Deputados em 1872, mandato que foi renovado em 1875. Foi também presidente da província de Santa Catarina. RUA PADRE PITALUGA – Bairro Jundiaí PADRE OLÍMPIO PITALUGA, nasceu em Vila Boa, onde se ordenou padre em 1927. Veio para Anápolis no ano de 32, nomeado o primeiro vigário da paróquia do Bom Jesus, criada em 1935. O padre Pitaluga destacou-se no setor educacional e social, tendo prestado relevantes serviços à nossa comunidade. 121
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RUA ODORICO DA SILVA LEÃO-Bairro Jundiaí (Lei Municipal nº. 983 de 1982) ODORICO DA SILVA LEÃO, filho do Capitão Silvério, que também tem rua com o seu nome nesta cidade e um dos fundadores de Anápolis. O senhor Odorico da Silva Leão nasceu aqui, na Vila de Santana de Antas, no ano de 1883, tendo a oportunidade de acompanhar bem de perto o desenvolvimento da nossa cidade Ocupou cargos de destaque, como juiz municipal, conselheiro e Intendente do Município durante os anos de 1918 a 1922. Faleceu nesta cidade em 1954, aos 71 anos de idade. AVENIDA MATO GROSSO – Bairro Jundiaí Para os menos históricos é fácil associar este nome como uma homenagem ao progressista Estado pantaneiro, Mato Grosso. No entanto, nada tem a ver com a denominação dessa avenida com os nossos vizinhos. Basta que citemos aqui um trecho da narrativa do Professor Joaquim Ferreira dos Santos, quando, já em 1910, afirmou: “que a região de Anápolis, principalmente, a margem direita do rio Antas, estende-se por uma grande parte de feracíssima mata, denominada de Mato Grosso”. Em todos os arquivos pesquisados que relatam os primórdios da nossa cidade, são notórios os relatos sobre a riqueza arbórea do bairro Jundiaí, que representa o maior desenvolvimento urbano já registrado na cidade. Registre-se aqui mais um arrojado empreendimento do destemido e irável vulto do progresso de Anápolis, senhor Jonas Duarte. RUA CORONEL SANITO (Vila Jaiara) 122
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GRACIANO ANTÔNIO DA SILVA, o conhecido Cel. Sanito, não é outro senão o irável cidadão Graciano Antônio da Silva, natural de Pouso Alto, hoje Piracanjuba, nascido no ano de 1881, de onde se transferiu para as Antas e constituindo aqui a sua família. Grande fazendeiro e comerciante, ocupando no município importantes cargos: delegado literário e subdelegado do distrito de Traíras, sendo ainda juiz distrital, conselheiro, Presidente do Conselho, intendente e prefeito de Anápolis. Faleceu em 1964. RUA ASSIS BRASIL – Bairro JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS BRASIL nasceu em 29 de julho de 1857 na estância de São Gonçalo, Município de São Gabriel, Rio Grande do Sul. Filho do estancieiro Francisco de Assis Brasil, de quem herdou extensas propriedades no interior gaúcho. Foi uma criança dócil, sadia de corpo e alma, mostrando interesse por tudo o que o cercava e amando a natureza. Da escola primária de sua região, transferiu-se para o Colégio São Gabriel, na cidade de mesmo nome. Em 1876 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, ando a integrar o grupo de estudantes riograndenses que ali se formara. Fundaram o Clube 20 de Setembro, com o compromisso de pregar e propagar o sistema republicano de governo e de apressar a mudança de regime político do país. Em 1877, Assis Brasil publicou seu primeiro livro, "Chispas", com versos da adolescência que reunia poemas revolucionários e anticlericais. A seguir publica " História da república Riograndense” - onde faz uma defesa ardorosa da Revolução Farroupilha de 1835. Neste livro já estão presentes os princípios básicos de seu pensamento. Seguiram-se outros trabalhos inspirados no puro ideal de suas convicções. Sua obra é 123
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vasta. Destacam-se nela tanto trabalhos de propaganda, como obras de profunda relevância do ponto de vista da teoria política. A defesa ardorosa do sistema presidencial de governo e da representação proporcional são a marca principal de seu pensamento. Em 1879, com uma plêiade de talentosos rapazes que marcaram época na Academia de São Paulo, fundava o "Clube Republicano Acadêmico” e o jornal “Evolução”. Em 1882 formou-se em Direito e voltou para o Rio Grande do Sul. Destacado pelos correligionários, percorreu a cavalo durante meses, a Província, pregando a liberdade e a República com que tanto sonhava. Foi eleito Deputado Provincial (hoje seria estadual) em dois biênios: 1884/86 e 1886/88. Em 1889, proclamada a República, foi eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte para o biênio 1890/91. Promulgada a Constituição, renunciou ao seu mandato. Convidado pelo Marechal DEODORO DA FONSECA para fazer parte do primeiro Ministério Constitucional, recusou o convite por motivo de divergência de ideais. Em conseqüência do golpe de estado de Deodoro, a situação no Rio Grande do Sul tornara-se anormal, tendo o Presidente do Estado, Júlio de Castilho, abandonado o poder. Foi constituída uma Junta Governativa, da qual Assis Brasil fez parte. Como único membro presente da Junta, assumiu o Governo do Estado, tendo como objetivos, segundo manifesto que publicou: a) Fazer a Sociedade recuperar o sossego perdido; b) Combater a ditadura; c) Presidir, com a maior imparcialidade, a eleição que se deveria realizar. 124
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Os rio-grandenses uniram-se para defender a causa comum. O mais completo êxito veio coroar seu gesto de patriota. Atingidos seus objetivos, renunciou ao poder. Nomeado Ministro Plenipotenciário do Brasil na Argentina, prestou relevantes serviços à Pátria por ocasião de acontecimentos desenrolados de 1880 a 1894. Transferido nesse ano para a China, não chegou a assumir o posto, porque o Presidente Prudente de Morais lhe deu a incumbência de reatar as estremecidas relações com Portugal. Em 1903 o Presidente Rodrigues Alves o chamou para trabalhar ao lado do Barão de Branco na questão de limites com a Bolívia. Em 1906, assinado em Petrópolis o tratado que terminou com o litígio de fronteiras no Estado do Acre, voltou para Washington. Em 1905 Rio Branco removeu-o para a Argentina, onde se tornava necessária a presença de uma personalidade de prestígio para desfazer intrigas surgidas contra o nosso Ministro das Relações Exteriores. Em 1928 fundou o Partido Libertador. Em 1929, pretendendo o Presidente Washington Luiz impor à Nação uma candidatura impopular, Assis Brasil aconselha o Partido Libertador a cerrar fileiras em torno da Pessoa de Getúlio Vargas, então o Presidente do Estado, que se opunha ao candidato oficial e prometera aceitar o voto secreto. Em 1930, Washington Luiz é deposto e Getúlio Vargas assume o poder supremo como Chefe do Governo Provisório, do qual Assis Brasil fez parte como Ministro da Agricultura. Em 1934 foi mandado em missão especial a Buenos Aires para ocupar a Embaixada do Brasil, acéfala desde o movimento revolucionário argentino de 1930, por não haver o 125
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Presidente Washington Luiz reconhecido o governo do General URIBURÚ. Em agosto de 1938 adoeceu em conseqüência de uma gripe. O seu coração, de 80 anos, não resistiu. Na noite de 24 de dezembro, no seu castelo de Pedras Altas, fechou para sempre os olhos, com a consciência tranqüila de haver cumprido o seu dever e trabalhado pela glória da pátria, realizando na vida o que afirmou em um dos seus mais brilhantes manifestos: A VIDA DOS BONS E JUSTOS É FEITA MAIS DE RENÚNCIAS DO QUE DE CONQUISTAS. RUA PASTEUR (Bairro da Lapa) LOUIS PASTEUR - nasceu na cidade de Dole, França, em 27 de dezembro de 1822 e faleceu em Villeneuve Vê L`Etang, em nove de setembro de 1895. Foi um cientista francês, cujas descobertas tiveram enorme importância na história da química e da medicina. A ele deve-se a técnica conhecida como pasteurização. Após concluir seus estudos na Escola Normal Superior, em 1843, começou a assistir às aulas do grande químico francês Jean Baptiste Dumas, quando começou a se interessar pela química.. Exerceu o cargo de professor de química em Estrasburgo e Paris. Com 26 anos de idade foi-lhe concedida a medalha “Legion D´honner sa” e em 1854 foi nomeado decano da Faculdade de Ciências da Universidade de Lille, França. Pasteur é o grande responsável pela descoberta da técnica de pasteurização dos alimentos. Este cientista ou a sua vida investigando a teoria das enfermidades infecciosas, 126
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segundo a qual todas elas têm a sua causa num micróbio com capacidade de propagar-se entre as pessoas. Deve-se buscar o micróbio responsável por cada enfermidade e determinar um modo de combatê-lo. Louis Pasteur ou a investigar os micróbios agentes patogênicos, terminando por descobrir vacinas, em especial a anti-rábica, - Fundou em 1888 o “Instituto Pasteur”, um dos mais famosos centros de pesquisas da atualidade. RUA IPIRANGA (Bairro de Lourdes) Dentre os principais fatos históricos ocorridos no bairro Ipiranga-SP, sobressai-se a Proclamação da Independência do Brasil, por Dom Pedro I, às margens do ribeirão Ipiranga. Esse é um fato histórico que a carroça da história insiste para que todos saibam e dele se vangloriem. O tão falado bairro de São Paulo é formado por um grande conglomerado de 80 vilas. Claro está que o bairro do Ipiranga não poderia ser diferente dos outros e, assim, mais uma vez, ao lado desses conjuntos estão vilas, pequenos bairros e favelas oriundas de loteamentos irregulares. Essas vilas e bairros abrigam a população mais carente, com o aos principais bens de consumo e serviços públicos – ou seja - os excluídos. Isto em São Paulo, pois, a nossa carroça, durante esse eio por Anápolis inteira tem verificado que o problema tão grave da habitação tem se diluído em nossa cidade, a ponto de não encontrarmos nessas andanças nenhum foco maior dessa doença social. É nesse bairro que ficam o museu e o monumento do “Ipiranga”, inaugurados, respectivamente, em 1895 e 1922. Eles têm suas histórias iniciadas praticamente nos primeiros anos que sucederam ao fato histórico nesse bairro tradicional da cidade de São Paulo, lembrando a todos que nele foi declarada a nossa emancipação política. 127
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A palavra ipiranga quer dizer em linguagem tupiguarani “água vermelha” ou “água barrenta”. Aqui também se registra um fato: nas pesquisas feitas pelo autor deparou ele com alguns conterrâneos mais bairristas, afirmando eles que o nome dessa rua do bairro de Lourdes se presta a uma homenagem ao Ipiranga Atlético Clube, associação sócio-esportiva de grande tradição da nossa cidade e que foi fundado no dia 15 de novembro de 1952 por abnegados desportistas de Anápolis. RUA VISCONDE DE ITAÚNA – B. Maracanã CÂNDIDO BORGES MONTEIRO nasceu na cidade do Rio de janeiro em 12 de outubro de 1812, e faleceu naquela cidade em 25 de agosto de 1872. Concluiu o seu curso de médico na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no ano de 1836, especializando-se em cirurgia geral, chegando a lecionar como titular da cadeira de cirurgias gerais. Nos anos seguintes dedicou-se à vida pública, sendo Ministro da Agricultura, Comércio e Obras do XXV Gabinete do Império. Além de médico e professor foi vereador em 1848/1851, Deputado Federal de 1853/1856, Senador de 1857/1862 e Presidente da Província de 1868/1869. Visconde de Itaúna foi agraciado como Oficial maior da Casa Imperial, Dignitário da Ordem de Rosa, Comendador da Ordem de Cristo, Grã-Cruz da Ordem de Cristo, Ordem Ernestina da Casa Ducal da Saxônia e Ordem Austríaca da Coroa de Ferro. Faleceu no Rio de Janeiro em 25/08/1872 RUA CONSTRUTOR PUGLISE - (B. Maracanã) O nome desta rua está estreitamente ligado às atividades profissionais que consagraram a família Puglise em 128
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nossa cidade, tendo como chefe do clã o senhor Caetano Puglise. Família oriunda de Ribeirão Preto, aqui chegando lá pelos idos de 1933, não sem antes dar uma parada de um ano na cidade de Silvânia, quando ali, contratada pelo então Prefeito Dr. Alarico Gonzaga Jayme, este construiu a praça central e a reforma total do famoso Colégio Anchieta. Com a morte do Capo Caetano, ocorrida em 16 de agosto de 1940, ficou a família Puglise à sombra de uma grande mulher, a Vó Caetana. Seus filhos Vicente, Zeca e Júlio Puglise fizeram-se grandes profissionais construtores na nossa cidade, deixando ao longo de tantos anos suas marcas de edificações perenes e sólidas em Anápolis. É de se ressaltar, ainda, que essa família é a grande responsável pelo crescimento do nosso futebol, desde que aqui chegou trazida pelas mãos dos conhecidos anapolinos Zecreca e o antigo contabilista Gisberto Ferraresi, então dirigentes do nosso futebol. Foram exponenciais desse esporte em Goiás os craques Vicente, Zeca, Júlio e Laudo Puglise, craques de seleção goiana de futebol e responsáveis diretos pela fundação da Associação Atlética Anapolina (AAA). Grande lembrança dos munícipes em boa hora perpetuarem o nome dessa respeitável família. RUA AUGUSTO PINTO PEREIRA Vila N.S. da Abadia AUGUSTO PINTO PEREIRA, Seu Augusto Pinto, mineiro de Araguari, nasceu em 28 de agosto do ano 1916, transferindo-se com toda a sua família para Anápolis, ainda muito jovem. Homem de forte formação espírita. Durante vários anos foi empresário do ramo de transporte de ageiros intermunicipal, dedicando-se, mais tarde, à compra e venda de cereais em alta escala, beneficiando e exportando cereais para São Paulo, Rio de Janeiro e outros Estados. 129
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Tal qual o seu fraterno Nenê Borges, o senhor Augusto foi um dos maiores filantropos da nossa cidade. Foi cofundador do Abrigo dos Velhos “Prof. Nicephoro Pereira”, fundador e o grande responsável pelo Sanatório Espírita de Anápolis, um dos fundadores do “Lar das Crianças São Francisco de Assis”. É testemunha o povo de Anápolis do quanto foi útil a vida desse honrado cidadão para com as causas nobres da nossa cidade. Tido e havido como o “pai dos pobres”, seu Augusto Pinto jamais deixou de participar ativamente em todos os movimentos beneficentes de Anápolis. Maçom dedicado exerceu por mais de 50 anos suas atividades maçônicas e suas benemerências. Faleceu em Anápolis aos 74 anos, cercado de todo o respeito do povo anapolino. RUA PRINCESA ISABEL (V. N. Alexandrina) ISABEL CRISTINA LEOPOLDINA DE BRAGANÇA (Princesa Isabel), Regente do Império nasceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1846 e faleceu em Paris no dia 14 de novembro de 1921. Uma das mulheres mais citadas na história do Brasil, Isabel Cristina Leopoldina de Bragança, a princesa Isabel, colocou um ponto final, no dia 13 de maio de 1888, em uma das maiores manchas do país - a escravidão. Naquele domingo, a princesa Isabel assinou a Lei 3.353, mais conhecida como "Lei Áurea", declarando extinta a escravidão no Brasil, mesmo enfrentando muitas resistências dos fazendeiros e da elite em geral. "A Princesa Imperial Regente, em nome de sua majestade, o Imperador Dom Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império, que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: Artigo 1º - É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil; Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário", dizia o texto que libertou milhões de 130
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escravos, que por três séculos serviu de mão-de-obra para o crescimento do país. Segunda filha de Dom Pedro II e da Imperatriz Maria Cristina, princesa Isabel foi, por três vezes, regente do Império. Em 1864, casou-se com o francês Luís Gastão de Orleans, o conde D'Eu. Antes da Lei Áurea, a princesa Isabel sancionou as leis do primeiro recenseamento do Império, naturalização de estrangeiros e relações comerciais com países vizinhos. Em 28 de setembro de 1871, ela também sancionou a Lei do Ventre Livre, o primeiro o efetivo para o fim da escravidão no Brasil - a lei estabelecia que todos os filhos de escravos estavam livres. A Lei do Ventre Livre foi assinada na época em que Dom Pedro II fez uma viagem à Europa, deixando, pela primeira vez, a Princesa Isabel como regente do Império. Em outras duas oportunidades a princesa também assumiu as mesmas funções. Disposta a acabar com a escravidão no Brasil, princesa Isabel pressionou o ministério, que era contrário à abolição. A pressão exercida pela princesa deu resultado e o Gabinete foi dissolvido e seus integrantes foram substituídos por pessoas que defendiam o fim da escravatura. Em abril de 1888, um mês antes da da Lei Áurea, ela entregou 103 cartas de alforria para alguns escravos, deixando claro que esperava da Câmara Federal a aprovação da lei, o que, de fato, aconteceu. Com a morte de seu irmão mais velho, o príncipe Dom Afonso, tornou-se herdeira do trono e sucessora do seu pai quando tinha apenas 11 meses. O reconhecimento oficial como sucessora aconteceu no dia 10 de agosto de 1850. No dia 29 de julho de 1860, ao completar 14 anos, princesa Isabel prestou juramento comprometendo-se a manter no Brasil a religião católica e ser obediente às leis e ao Imperador. 131
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Somente depois de 11 anos de casamento - fato raro para a época - é que princesa Isabel teve o seu primeiro filho, Pedro de Alcântara. Depois, vieram mais dois: Luiz Maria Felipe e Antônio Gusmão Francisco. Com a proclamação da República, em 1889, a família real embarcou para o exílio na Europa. Ao lado de amigos, filhos e netos, e com grande dificuldade para se locomover - precisava do auxílio de uma cadeira de rodas - Princesa Isabel viveu os seus últimos dias em Paris, onde morreu no dia 14 de novembro de 1921. Os seus restos mortais foram transferidos para o Rio de Janeiro, juntamente com os de seu marido, em 1953. RUA JOSÉ DO PATROCÍNIO (Jardim Palmas) JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO, jornalista, poeta, orador e romancista, nasceu em Campos - RJ, em 8 de outubro de 1854, e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 30 de janeiro de 1905. Compareceu às sessões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras e ocupou a Cadeira nº. 21, que tem como patrono Joaquim Serra. José do Patrocínio era filho natural do padre João Carlos Monteiro, vigário da paróquia e orador sacro de grande fama na capela imperial. ou a infância na fazenda paterna da Lagoa de Cima, onde pôde observar, desde criança, a situação dos escravos e assistir a castigos que lhes eram infligidos. Por certo nasceu ali a sua extraordinária vocação abolicionista. Tinha 14 anos quando, tendo recebido apenas a educação primária, foi para o Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade de Medicina, como aluno de Farmácia, concluindo o curso em 1874. Com dificuldade de moradia, encontrou amparo na casa de um colega chamado de João Rodrigues Pacheco Vilanova. Para que Patrocínio pudesse aceitar sem constrangimento a hospedagem que lhe era oferecida, o pai do 132
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seu colega – Capitão Sena – propôs-lhe que como pagamento, lecionaria aos seus filhos. Patrocínio aceitou a proposta e, desde então, ou também a freqüentar o “Clube Republicano” que funcionava na residência, do qual faziam parte Quintino Bocaiúva, Lopes Trovão, Pardal Mallet e outros. Já a esse tempo Patrocínio iniciara a carreira de jornalista e sua estrela começava a aparecer. Dois anos depois, Patrocínio estava na Gazeta de Notícias, onde tem a seu cargo “Semana Parlamentar”. Em 1879 iniciou ali a campanha pela Abolição. Em torno dele formou-se um grande coro de jornalistas e de oradores, entre os quais Ferreira de Meneses, Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Ubaldino do Amaral, Teodoro Sampaio, Paula Nei, todos maçons membros da Associação Central Emancipadora. Por sua vez, Patrocínio começou a tomar parte nos trabalhos da Associação. Em 1881, ou para o jornal Gazeta da Tarde, substituindo Ferreira de Meneses, que havia morrido. Na verdade, ele tornou-se o novo proprietário do periódico, comprado com a ajuda do sogro. Nessa época fundou a Confederação Abolicionista e lhe redigiu o manifesto, assinado também por André Rebouças e Aristides Lobo. Em 1882, foi ao Ceará, levado por Paula Ney, e ali foi cercado de todas as homenagens. Dois anos depois, o Ceará fez a emancipação completa dos escravos. Em 1885, visitou Campos, onde foi saudado como triunfador. Em 1887 ou a dirigir o jornal Cidade do Rio, que havia fundado. Foi de sua tribuna da Cidade do Rio que ele saudou, em 13 de maio de 1888, o advento da Abolição, pelo qual tanto lutara. Em 1890, Patrocínio não teve parte na República e, em 1891, se opôs abertamente a Floriano Peixoto, sendo desterrado para o Cucuí. Em 93 foi suspensa a publicação da revista “Cidade do Rio”, e ele foi obrigado a refugiar-se para evitar agressões. Nos anos subseqüentes sua participação política foi pouca. Preocupava-se com a aviação. Mandou construir o balão “Santa Cruz”, com o sonho de voar. Numa homenagem a 133
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Santos Dumont, realizada no Teatro Lírico, ele estava saudando o inventor, quando foi acometido de uma hemoptise em meio ao discurso. Faleceu pouco depois, aos 51 anos de idade, aquele que é considerado por seus biógrafos o maior de todos os jornalistas da Abolição. AV. OSWALDO ARANHA (Bairro Paraíso) OSWALDO EUCLIDES DE SOUSA ARANHA, nasceu em Alegrete-RS, no dia 5 de fevereiro de 1895, segundo entre os 11 filhos, descendia diretamente, pelo lado materno, de Maria de Sousa Aranha, baronesa de Campinas, cujo marido foi um dos responsáveis pelo início do plantio de café na província de São Paulo. Após concluir o curso secundário, Oswaldo Aranha fez amizade com Virgílio de Melo Franco, que o alçaria à política, já na Revolução de 1930, e com Rubens Antunes Maciel, que o apresentaria a Luis Carlos Prestes, revolucionário de 1924 e mais tarde líder comunista. Mais tarde fez-se amigo de Flores da Cunha, que viria exercer o governo do Rio Grande do Sul. Freqüentou a Faculdade de Direito, aproximou-se de colegas que na política gaúcha se alinhavam à oposição, embora seu pai fosse um republicano. Manteve intensa atividade política contra o governo federal, especialmente contra o presidente da república, Marechal Hermes da Fonseca. Em 1917 instalou sua banca de advogado em Uruguaiana. Entre 1917 e 1923, obteve grande êxito profissional, quando então, seu colega Getúlio Vargas, formado em 1907, já lhe fazia consultas sobre todos os assuntos jurídicos, prática essa que se tornaria comum ao logo dos dias. Oswaldo teve participação ativa na Revolução de 1924, de onde saiu prestigiado e politicamente fortalecido pela eleição de Vargas, em novembro de 1927, para a presidência do Rio Grande do Sul, sendo nomeado Secretário do Interior e 134
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Justiça do Estado. Foi ainda um dos articuladores da Revolução de 1930, que começou em Porto Alegre, precisamente às 17h 30min. do dia 3 de outubro, chefiando junto a Flores da Cunha o ataque aos quartéis dos comandos do Exército e da Região. Em 11 de outubro de 1930, Getúlio Vargas ou o poder do estado para Oswaldo Aranha, seguindo para Ponta Grossa (PR), onde estabeleceria seu quartel-general e assumiria o comando revolucionário em marcha para a Capital da República. Após a Revolução de 30, Oswaldo tornou-se Ministro da Justiça do Governo Provisório e da Fazenda em 1931, quando implantou o “Esquema Aranha” destinado a evitar o aumento da dívida externa, o que possibilitou a redução da dívida. Em seguida foi embaixador em Washington entre 1933 e 1937, e Ministro das Relações Exteriores até 1947, quando teve participação destacada na Organização das Nações Unidas para a criação do Estado de Israel. Em 1953, a convite de Vargas, voltou ao Ministério da Fazenda, onde criou o “Plano Essencialmente Antiinflacionário”. Depois do suicídio de Vargas, em agosto de 1954, afastou-se da vida pública, retornando ao seu estado à advocacia. Em 1957, já sob o governo Kubitschek, Aranha foi nomeado chefe da delegação brasileira na XII Assembléia Geral das Nações Unidas. Em 1958 seu nome foi cogitado para concorrer ao senado, tanto pelo Distrito Federal quanto pelo Rio Grande do Sul. Dois anos mais tarde concorreria à vice-presidência da República na chapa encabeçada pelo general Henrique Dufles Teixeira Lott, o que não ocorreu devido ao seu falecimento, em 27 de janeiro de 1959.
AV. OSVALDO CRUZ – Bairro Paraíso
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OSWALDO GONÇALVES CRUZ, filho do médico Bento Gonçalves Cruz, nasceu em 1872 e viveu na sua cidade natal, São Luis do Piratinga até 1877, quando seu pai transferiu-se para o Rio de Janeiro. Aos 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina e antes de concluir o curso já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico. Em 1892, formou-se Doutor em Medicina com a tese “A Veiculação pelas águas”. Osvaldo Cruz embarcou em 1896 para o Instituto Pasteur em Paris, que reunia os grandes nomes da ciência da época e onde foi especializar-se em bacteriologia. Ao regressar da Europa, Oswaldo Cruz encontrou o porto de Santos assolado por violenta epidemia de peste bubônica e logo engajou no combate à doença. Para fabricar o soro antipestoso, foi criado a 25 de maio de 1900, o Instituo Soroterápico Federal, instalado na antiga Fazenda Manguinhos. Na direção geral o Barão de Pedro Affonso, na direção técnica o bacteriologista Oswaldo Cruz. Em 1902, Cruz assumiu a direção do novo Instituto, que ampliou suas atividades, dedicando-se também à pesquisa básica e aplicada e a formação de recursos humanos. No ano seguinte foi nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública e utilizou o Instituto como base de suas campanhas de saneamento. Em pouco tempo conseguiu debelar a peste bubônica através do extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença. O combate à febre amarela apresentou vários problemas. A maior parte dos médicos e a população acreditavam que a doença era transmitida pelo contato com as roupas, o suor, o sangue e outras secreções de doentes. Oswaldo Cruz, porém, era adepto da teoria de que o transmissor da doença era o mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional, e criou a polícia sanitária e as brigadas matamosquitos. Essas brigadas percorriam as casas e ruas, eliminando 136
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os focos de insetos e evitando as águas estagnadas, onde se desenvolviam as larvas de mosquitos. Sua atuação provocou violenta reação popular. Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu o seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram sistemática campanha contra a medida. O Congresso protestou e foi organizada uma Liga contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro estourou a rebelião popular, e no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, suspendeu a Obrigatoriedade da vacina. Contudo, ele acabou vencendo a batalha: em 1907 a febre amarela estava erradicada no Rio de Janeiro. Nesse ano, Cruz recebeu a medalha de ouro n XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia em Berlim. Em 1909, Oswaldo Cruz deixou a Diretoria Geral do Instituto que agora já tinha o seu nome. Em 1913, foi eleito para Academia Brasileira de Letras e em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do “Instituto Oswaldo Cruz” e mudou-se para Petrópolis. Ainda foi eleito prefeito da cidade, cujo projeto político englobava um plano de urbanização que não viu implementado, pois faleceu em fevereiro de 1917, aos 44 anos, sofrendo de crises de insuficiência renal. RUA TANCREDO NEVES – AV. BRASIL Lei Municipal nº. 032/1985 TANCREDO DE ALMEIDA NEVES, eleito Presidente do Brasil, morreu antes de tomar posse na Presidência. Tancredo Neves nasceu em São João Del Rei, Minas Gerais, em 4 de março de 1910. Advogado ingressou na política pelo PP (Partido Progressista), pelo qual foi eleito vereador em São João Del Rei, no período de 1935/37. 137
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Já pelo PSD (Partido Social Democrático), elegeuse deputado estadual (1947-1950) e deputado federal (19511953). ou a atuar no ministério a partir de 25 de junho de 1953, exercendo os cargos de ministro da Justiça e Negócios Interiores até o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Em 1954, foi eleito novamente deputado federal, cargo que ocupou por um ano. Foi diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais (1955) e da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1956-1958). De 1958 a 1960, assumiu a Secretaria de Finanças do Estado de Minas Gerais (1958-1960). Foi nomeado primeiro-ministro com a instauração do regime parlamentarista, logo após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Ocupou o cargo de 1961 e 1962. No ano seguinte, voltou a ser eleito deputado federal. Era um dos líderes do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido criado em 27 de outubro de 1965, a partir do AI-2 (Ato Institucional 2), que decretou a extinção de todos os partidos políticos até então existentes e instituiu o bipartidarismo. Foi reeleito deputado federal seguida vezes ao longo dos anos de 1963/1979. Após a volta do pluripartidarismo, Tancredo foi senador pelo MDB em 1978 e fundou o PP (Partido Popular), partido pelo qual continuou exercendo o mandato até 1982. No ano seguinte, ingressou no PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e foi eleito governador de Minas Gerais (1983-1984). Neste período político, houve grande agitação política em prol do movimento “Diretas Já”, numa ação popular que mobilizou os jovens e pregava as eleições diretas para presidente. Porém, com a derrota da Emenda Dante de Oliveira, que instituía as eleições diretas para presidente da República em 1984, Tancredo foi o nome escolhido para representar uma coligação de partidos de oposição reunidos na Aliança Democrática. 138
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Com o senador José Sarney como vice, foi eleito presidente pelo Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985, representando o partido da oposição e derrotando Paulo Maluf, de direita. Na véspera de tomar a posse, em 14 de março de 1985, o político foi internado em estado grave no hospital e o vicepresidente José Sarney assumiu o cargo. Morreu no dia 21 de abril de 1985, em São Paulo.
RUA JOSÉ SARNEY (Lei Municipal nº. 1474/1987) JOSÉ RIBAMAR FERREIRA DE ARAÚJO COSTA, presidente do Brasil de 15/03/1985 a 15/03/1990, nasceu na cidade de Pinheiro, Maranhão, em 24 de abril de 1930. Adotou o nome de Sarney em homenagem ao pai, Sarney de Araújo Costa. Formado em direito em 1954, ingressou na política como suplente do deputado federal pela UDN (União Democrática Nacional). Foi eleito por dois mandatos como deputado federal (1958-1965) e, como um dos líderes do grupo progressista da UDN, defendia entre outras bandeiras, a reforma agrária no início dos anos 60. Em 1964, fez oposição ao golpe militar que depôs o presidente João Goulart. Com a instituição do bipartidarismo, em 1965, aderiu ao partido governista Arena (Aliança Renovadora Nacional). Governou o Maranhão (1966-1971) e cumpriu dois mandatos como senador (1971-1985), tornando-se um dos principais representantes políticos do regime militar eclodido em 1964. Em 1979, após o fim do bipartidarismo, participou da fundação do PDS (Partido Democrático Social). Deixou o partido em 1984, por ser contrário à escolha de Paulo Maluf para disputar a eleição indireta à presidência da República. 139
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Ingressou no PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e foi indicado como vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, pela Frente Liberal. Em virtude do falecimento de Tancredo, assumiu a presidência no dia 15 de abril de 1985. O período de governo foi marcado por medidas econômicas de combate à inflação e pelo estabelecimento de uma nova Constituição. Promulgada em 5 de outubro de 1988, a Carta, considerada a mais democrática da história brasileira, estabeleceu eleições diretas em dois turnos para presidente, governador e prefeito. Quanto às medidas econômicas, em 1º de março de 1986, foi estabelecido um plano de ampla reforma monetária, que ficou conhecido como Plano Cruzado, em referência à nova moeda implantada. O Plano Cruzado implantado pelo Ministro da Fazenda Dílson Funaro, previa o congelamento de preços e salários, o abono de 8% para todos os trabalhadores, o "gatilho" salarial a cada vez que a inflação ultraasse 20% e o incentivo à produção em detrimento da especulação financeira. O plano fracassou. Período imemoriável para os brasileiros! Em janeiro de 1988, o novo ministro da economia, Luís Carlos Bresser, implantou um novo plano econômico de estabilização que também não deu certo. Em 1989, uma nova estratégia econômica, denominada como “Plano Verão”, foi anunciado pelo governo, mas também não trouxe o resultado esperado. A taxa anual de inflação havia fechado em 1.764,86%. Que bom que o tempo ou... RUA PAULO NUNES BATISTA –V. Munir Calixto PAULO NUNES BATISTA, segundo a biografia narrada pelo Dr. Olímpio Ferreira Sobrinho, Paulo Nunes Batista é nordestino de cepa maior, nascido em João Pessoa - PB, no dia 2 de agosto de 1924, com aquele jeito de ser do retirante que 140
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nunca se abate. Estudou o curso básico na Capital do seu estado e o secundário no Rio de Janeiro. Traz consigo a veia poética que Deus lhe deu e outra coisa não sabe ser se não o que realmente é: um poeta, amante das artes e das letras. Aqui chegou há longo tempo, onde se misturou logo com os que lhe eram iguais. Iguais na vida boêmia, no amor à poesia, às serenatas e as tertúlias literárias. Mas, igual a ele, ninguém mais conseguiu ser por essas bandas, pois num repente é capaz de emocionar a todos com os seus versos que jorram aos borbotões cheios de graça. Seu forte sempre foi a poesia de cordel, por isso é apreciado e famoso em todo o Brasil. Em 1973 reiniciou os seus estudos, concluindo-os na Faculdade de Direito de Anápolis, bacharelando-se em 1977, com brilhantismo ímpar. Grande Figura... AV. JOSÉ FELICIANO – (B. Calixtópolis) SENADOR JOSÉ FELICIANO FERREIRA nasceu no dia 15 de dezembro de 1916, na cidade de Jataí, Estado de Goiás, filho de David Ferreira e Risoleta de Carvalho Ferreira. José Feliciano concluiu o primário e o curso básico no Ginásio Diocesano de Uberaba-MG e diplomou-se em ciências sociais na Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro. Antes de ser eleito governador do Estado de Goiás, Feliciano foi Secretário de Educação e Cultura de Estado, Presidente do Banco do Estado de Goiás, S/A, advogado e proprietário de terras rurais. Foi vereador em Goiânia no período de 1945 a 1950, Deputado estadual de 1951 a 1955, governador no período entre 1959/1961 e por dois mandatos foi senador, durante os anos de 1961 a 1971. RUA DONA ZITA DUARTE (V. Munir Calixto) 141
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DONA ZITA DUARTE, filha do Cel. Sanito, chefe do clã dos Graciano, nasceu em Anápolis, onde concluiu os seus estudos. Mulher de personalidade marcante, desde cedo se mostrou uma grande partícipe das causas sociais da nossa cidade. Casou-se com o destacável empresário e ex-prefeito, senhor Jonas Duarte, tendo quatro filhos, dentre os quais o ex-deputado federal Dr. Haroldo Duarte, figura de alto relevo da nossa sociedade. Dona Zita, antes, durante e depois de seu marido à frente da Prefeitura Municipal de Anápolis, foi uma mulher atuante e atenta aos problemas sociais da população menos favorecida, comparecendo sempre com a sua dedicação na solução dos problemas das diversas sociedades beneficentes de Anápolis. Outro destaque para Dona Zita foi o seu exemplo de mulher cristã, legado que fez do seu trabalho uma marca de sua dedicação às causas da igreja. Bem merecida essa homenagem. RUA MAJOR MAURO – Bairro São Carlos SENADOR MAURO BORGES TEIXEIRA nascido em
15 de fevereiro de 1920, na cidade de Rio Verde-Goiás, filho do maior político goiano, Senador Pedro LudovicoTeixeira e de dona Gercina Borges Teixeira. Concluiu o curso primário em Uberaba-MG e o secundário no Liceu de Goiás, seguindo depois para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Escola Militar de Realengo e, posteriormente, cursou a Escola de Comando e Estado Maior, chegando anos depois a patente de Major, ocasião que desistiu da carreira militar e se transferiu para o seu estado, onde assumiu a Direção Geral da Estrada de Ferro Goiás. Seguindo a tradição política da família, foi eleito deputado federal no período de 1958/1960, quando se candidatou e foi eleito Governador de Goiás, durante o tempo de 1961/1964, quando explodiu o Movimento Militar de 1964, ocasiou que se 142
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projetou nacionalmente, pois Goiás foi o único Estado que ofereceu resistência aos militares, tendo por isso sido o único a sofrer uma intervenção federal. Deposto Mauro Borges, reinou em seu lugar uma intervenção federal, durante longos dez anos. Mauro Borges voltou à política no ano de 1983, sendo eleito senador por Goiás, durante o tempo de 1983 a 1991, época que escreveu “O Golpe em Goiás”, (História de Uma Grande Traição), “A Conquista do Cerrado: Uma Proposição para Duplicar a produção de grãos e “Pelo Brasil e Pelo Povo”. O Governador Mauro Borges foi agraciado com a “Grande Condecoração da Iugoslávia, concedida pelo Marechal Tito, quando da sua visita ao Brasil, Medalha da Ordem do Mérito de Brasília, no grau de Grã-Cruz, Medalha da Ordem do Mérito das Forças Armadas e títulos de cidadão do Estado do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. RUA ISRAEL PINHEIRO – Bairro São Carlos ISRAEL PINHEIRO nascido em Minas Gerais, em 4 de janeiro de 1896. Com 12 anos de idade perde o pai, João Pinheiro, então Governador de Minas Gerais. A família enfrenta dificuldades financeiras e Israel vai estudar no Colégio Interno de Nova Friburgo, RJ. De volta a Minas, Israel vai para Ouro Preto estudar engenharia na Escola de Minas e Metalurgia. Suas altas notas lhe permitem ganhar prêmio de dois anos de estudos na Europa. Volta ao Brasil e trabalha na Cia de Cerâmica João Pinheiro, fundada por seu pai. Em 1923, concorre a uma vaga na Câmara Municipal de Caeté pelo Partido Republicano Mineiro. A vitória inicia sua carreira política. Em 1933 é nomeado por Benedito Valadares – então interventor federal em Minas Gerais – Secretário de Agricultura, Viação e Obras Públicas. Em 1934 fica à frente da nova super secretaria da Agricultura, Indústria, 143
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Comércio e Trabalho. Como Secretário, Israel costumava-se encontrar com Juscelino Kubitschek, então deputado estadual de Minas Gerais, que lhe solicitava a liberação de verbas para a região que representava, especialmente, Diamantina. Em 1942 é nomeado presidente da recém criada Companhia Vale do Rio Doce, cargo que exerceu até 1946, quando saiu para disputar uma vaga na Câmara Federal. Foi deputado federal por três mandatos consecutivos, tendo apresentado em 1950 uma emenda que determinava a localização do Novo Distrito Federal e tendo, depois da rejeição da emenda, continuado a defender a idéia da mudança da capital para Goiás. Em 1956, já na terceira legislatura, como deputado federal, Israel é convidado pelo Presidente Juscelino para assumir a presidência da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – NOVACAP. Ele renuncia ao mandato e segue JK rumo a Brasília. Após a inauguração da cidade que ele construiu, é nomeado por Juscelino como o primeiro prefeito da nova Capital, cargo que assumiu em 07/05/1960. Em 1965 foi eleito Governador de Minas Gerais, mesmo cargo que já havia sido ocupado por seu pai, tomando posse em 31 de janeiro de 1966. Israel Pinheiro faleceu em 1973, aos 77 anos. Adendo importante: Em 1962, enquanto sobrevoava Brasília, Juscelino disse: “Meus Deus, sem o Israel jamais eu teria conseguido construir Brasília”. RUA BARÃO DE CAYRU – Bairro São Carlos JOSÉ DA SILVA LISBOA, feito Visconde de Cairu, nasceu em Salvador-BA, no dia 16 de julho de 1756 e faleceu no Rio de Janeiro em 20 de agosto de 1835. Foi jurista, publicista e político brasileiro, ativo na época da Independência do Brasil. 144
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Barão de Cayru fez seus estudos preparatórios na Bahia aos oito anos, estudando filosofia, música e piano. Concluiu-os em Lisboa, pois como o governo português não permitia universidades na colônia, todos os alunos que se destacavam eram obrigados a se formar em Portugal, na Universidade de Coimbra. Seguiu os cursos jurídicos e filosóficos desde 1774, formando-se em 1778. Depois de lecionar na Universidade de Portugal, voltou à Bahia, onde foi nomeado deputado e Secretário da Mesa da Inspeção da Bahia. Sua influência começou a crescer no meio político, chegando a apresentar a D. João, Príncipe Regente, as vantagens da abertura dos portos às nações amigas de Portugal. Dessa sua atitude resultou a “Carta Règia” de 24 de maio de 1808, que oficializava o ato. Lutou bravamente pela Independência do Brasil e, depois que ela foi proclamada, continuou exercendo cargos elevados, recebendo diversas distinções honoríficas. Em 1825 foi agraciado pelo Imperador D. Pedro I com o título de barão e depois em 1826 de visconde de Cairu, sendo ainda escolhido senador do Império. Com a inovação da Academia Brasileira de Letras em criar os sócios Correspondentes, mais adiante foram sugeridos que se fizesse também o Patronato de suas 20 cadeiras, cabendo a última delas ao Visconde de Cairu, seu Patrono. RUA JÂNIO QUADROS – Bairro São Carlos JÂNIO DA SILVA QUADROS foi Presidente do Brasil durante o curto período de 31/1/1961 a 25/8/1961, nasceu em Campo Grande-MS, em 25 de janeiro de 1917 e faleceu na cidade de São Paulo em 16 de fevereiro de 1992. Jânio Quadros estudou em Curitiba e em São Paulo, para onde se mudou na década de 30. Formou-se em Direito em 1939, trabalhou como advogado na capital paulista antes de entrar para a vida pública. Foi eleito vereador em 1947, deputado 145
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estadual em 1950, prefeito de São Paulo em 1953 e governador em 1954. – Orador carismático, fez sucesso entre os eleitores com sua pregação sobre a moralidade istrativa. Classificado pelos estudiosos como populista, nas campanhas eleitorais aparecia comendo sanduíches em botequins. Em sua primeira disputa pela prefeitura, conquistou grande popularidade ao usar uma vassoura como símbolo da limpeza que prometia fazer nos órgãos públicos. Eleito para Presidente do Brasil com 48% dos votos, resultado que superou o recorde eleitoral da época, tomando posse em janeiro de 1961. Renunciou sete meses depois, alegando sofrer pressão de “forças estranhas”... Seu breve governo foi ambíguo, caracterizado por uma política interna conservadora de combate à inflação e por ações externas progressistas de aproximação com países de regime socialista e de defesa aberta de Cuba em seu confronto com os Estados Unidos. Em 1964, Jânio teve seus direitos políticos cassados pelo Regime Militar. Jânio retornou à vida pública no fim da década de 70. Em 1982, perdeu a disputa pelo governo paulista, mas conseguiu a sua última vitória política em 1985, quando foi eleito prefeito de São Paulo. Morreu em 16 de fevereiro de 1992. em São Paulo – Capital. RUA PEDRO ÁLVARES CABRAL-B. S. Carlos PEDRO ÁLVARES CABRAL, nesta rua a carroça da história encontrou o navegador português que descobriu o Brasil, no ano de 1500. Nasceu no castelo Belmonte, Portugal, no ano de 1467 e pouco se sabe da sua vida até o final do século, a não ser que foi educado na Corte de Dom João II. Já em 1499, D. Manuel o nomeou capitão-mor da armada que faria a primeira expedição à Índia após o retorno de Vasco da Gama. 146
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Com treze navios e cerca de 1.200 homens, a maior frota até então organizada em Portugal, Cabral partiu de Lisboa em 9 de março de 1.500, com a missão de fundar uma feitoria na Índia. Em 22 de abril, após 43 dias de viagem e tendo se afastado da costa africana, a esquadra avistou o monte Pascoal no litoral da Bahia. No dia seguinte houve o contato inicial com os indígenas. – Em seguida, fundeou seus navios na baia de Cabrália, em Porto Seguro. Dias depois um dos navios retornou a Lisboa com as notícias da descoberta. Cabral retornou com sua frota à Lisboa no ano de 1501. Convidado para comandar nova expedição ao Oriente, desentendeu-se com o monarca e recusou a missão. Casou-se em 1.503 com dona Isabel de Castro, sobrinha de Afonso de Albuquerque, deixando descendência. Em 1518, era Cavaleiro do Conselho Real. Foi senhor de Belmonte e alcaidemor de Azurara. Pedro Álvares Cabral faleceu em data não precisa, presumindo-se a data entre os anos de 1520/26. AV. AYRTON SENNA -Parque S. Jerônimo AYRTON SENNA DA SILVA, em homenagem ao grande desportista, gênio do automobilismo mundial, Ayrton Senna da Silva, foi dedicado a nomenclatura com o seu nome a avenida que fica paralela ao córrego das Antas, na baixada da Vila Góis. Nasceu Ayrton Senna da Silva, no dia 21 de março de 1960, em São Paulo - Capital. Como a maioria dos grandes corredores automobilísticos, Ayrton viveu suas primeiras experiências no kart, onde também se consagrou como meninoprodígio. Muito cedo, o nosso herói se destacou nas demais categorias desse esporte, e seguindo o exemplo de outros grandes vultos do nosso automobilismo, Senna transferiu-se para a 147
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Europa no ano de 1984, sendo sua primeira equipe a Toleman, na qual estreou na Fórmula UM, nesse mesmo ano. Senna também destacou-se como um grande piloto durante os anos de 85 a 87, quando se firmou definitivamente nessa categoria defendendo a Lótus. Mas foi mesmo na equipe da McLaren que Ayrton se consagrou como o maior e mais técnico piloto de todos os tempos da Fórmula UM. Nessa equipe Ayrton Senna permaneceu durante os anos de 1988 a 1993, período em que se consagrou campeão do mundo nos anos de 1990 e 1991, sendo o seu tricampeonato conquistado no ano de 1994, ocasião em que defendia a equipe da Williams. Ayrton faleceu em conseqüência de um acidente fatal ocorrido no dia 1º de maio de 1994, em Ímola, na Itália. RUA FELIPE CAMARÃO (Vila São João) ANTÔNIO FELIPE CAMARÃO, índio, nasceu por volta de 1600, na Taba dos Potiguares, sertão de Pernambuco, recebendo o nome de Poty que significa camarão. Catequizado pelos missionários jesuítas, foi batizado em 1612, recebendo o nome de Antônio, ao qual adicionou o de Felipe (em homenagem ao rei de Espanha e Portugal), mantendo o nome indígena de Camarão. Em 1630, por ocasião da Invasão Holandesa, comandou um pequeno exército para, ao lado do General Mathias de Albuquerque, combater os invasores. Exerceu um papel importante nas vitórias luso-brasileiras contra os holandeses e, em 1633, recebeu da Coroa de Portugal 40 mil réis de soldo, a patente de capitão-mor dos índios da costa brasileira e o título honorífico de dom. Sabia ler e escrever, inclusive em latim e um pouco na língua holandesa. Em abril de 1648, participou da batalhas Monte dos Guararapes e, quatro meses depois, acometido por 148
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uma febre, morreu no Arraial da Várzea, atualmente um bairro no Recife. RUA PADRE MANOEL DE NÓBREGA – Vila São João PADRE MANOEL DE NÓBREGA, filho de Baltasar de Nóbrega, estudou no Porto (Portugal) e freqüentou como bolseiro régio as faculdades de Cânones de Salamanca e Coimbra, onde obteve o grau de bacharel, em 1541. Entrou na Companhia de Jesus, já sacerdote, em 1544, tendo efetuado missões pastorais na Beira e no Minho. A pedido de Dom João III, integrando a armada de Tomé de Sousa, chefiou o primeiro grupo de inacianos (discípulos do Frei Inácio de Loyola, fundador da “Companhia de Jesus”) destinados ao Brasil, aonde chegou em 1549. Defendeu a liberdade dos índios; favoreceu os aldeamentos, em estreita colaboração com o governador; cultivou a música como auxiliar da evangelização; promoveu o ensino primário, através das escolas de ler e escrever e fundou ,pessoalmente, os colégios de Salvador, Pernambuco, e de São Paulo - origem da futura cidade - e do Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de reitor. Ajudou a expulsar os estrangeiros da baia de Guanabara, contribuindo para o robustecimento do poder central e para a unificação política do território. O seu pensamento encontra-se expresso nas Cartas, nos Apontamentos e, sobretudo, no Diálogo sobre a Conversão do Gentio. Faleceu o Padre Manoel de Nóbrega no Rio de Janeiro, em 1570, no dia em que completava 53 anos de idade.
RUA MAUÁ – Vila São João 149
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IRINEU EVANGELISTA DE SOUZA - Notável empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro nascido em Arroio Grande, município de Jaguarão, RS, um símbolo dos capitalistas empreendedores brasileiros do século XIX. Órfão de pai viajou para o Rio de Janeiro, RJ, em companhia de um tio, capitão da marinha mercante e, aos 11 anos, empregouse como balconista de uma loja de tecidos. ando a trabalhar na firma importadora de Ricardo Carruthers (1830), este lhe ensinou inglês, contabilidade e a arte de comerciar. Aos 23 anos tornou-se gerente e logo depois sócio da firma. A viagem que fez à Inglaterra em busca de recursos (1840) convenceu-o de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Iniciando sozinho à frente do ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou a indústria naval brasileira (1846), em Niterói, RJ, e, em um ano, já tinha a maior indústria do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamentos de água. Da Ponta da Areia saíram os navios e canhões para as lutas contra Oribe, Rosas e López. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro. Foi pioneiro no campo dos serviços públicos: fundou uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro (1851), organizou as companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas (1852), implantou a primeira estrada de ferro, da Raiz da Serra à cidade de Petrópolis RJ (1854), inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora (1854), realizou o assentamento do cabo submarino (1874) e muitas outras iniciativas. Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da “Recife and São Francisco Railway Company”, da ferrovia dom Pedro II (atual Central do Brasil) e da “São Paulo Railway” (hoje Santos-Jundiaí). Iniciou a 150
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construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa. No final da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu. Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu, quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata (1850) e, assim, tornou-se persona non grata no Império. Suas fábricas aram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações. Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato (1873) para cuidar de seus negócios, ameaçado desde a crise bancária (1864). Com a falência do Banco Mauá (1875) o visconde viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Doente, minado pelo diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas, encerrando com nobreza, embora sem patrimônio, a Biografia desse grande empreendedor. Ao longo da vida recebeu os títulos de barão e visconde de Mauá. RUA MARCÍLIO DIAS - Vila São João MARCÍLIO DIAS, o Imperial Marinheiro, nasceu na cidade de Rio Grande, em 1838. Filho de Manuel Fagundes Dias e Palcena Dias, era pardo escuro, com cabelos castanhos e olhos pretos. Ingressou na Marinha do Brasil como grumete em 6 de julho de 1855, aos 17 anos de idade, assentou praça no Corpo de Imperiais Marinheiros em 5 de agosto de 1855. Em 1856, embarcou na corveta Constituição e logo após no navio Tocantins que tinha o Almirante Barroso, como seu comandante. 151
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Em 15 de maio de 1861, recebeu sua primeira promoção: marinheiro de 3a. classe. Foi promovido para marinheiro de 2a classe em 11 de maio de 1862. Em 1863, já na Escola de Artilharia, recebe a classificação de "Praça Distinta". Em 1864 embarca na corveta Parnaíba, em expedição ao Rio Prata. De volta é promovido a "Marinheiro de 1ª classe". Embarcou na corveta Imperial como marinheiro a fim de se habilitar na manipulação de artefatos bélicos, indispensáveis ao serviço de bordo. Matriculou-se na Escola Prática de Artilharia, em janeiro de 1863 e prestou exame em 10 de dezembro do mesmo ano, em que foi aprovado, ando a usar o distintivo de marinheiro-artilheiro. Foi promovido a marinheiro de 1a. classe em 20 de julho de 1864. Em 6 de dezembro de 1864, quando o Almirante Tamandaré inicia o cerco e ataque a Paissandu durante a Campanha Oriental (1864-1865), Marcílio Dias tem seu batismo de fogo, num confronto com o exército do ditador uruguaio Aguirre. Destacando-se no assalto à praça “Forte de Paissandu”, em 31 de dezembro de 1864, uma batalha intensa, que durou 52 horas, terminando em 2 de janeiro de 1865. Marcílio Dias foi um dos mais bravos combatentes, e ficou famoso seu grito de “VITÓRIA!!!”, quando subiu na torre da Igreja Matriz de Paissandu, acenando para seus campanheiros com a bandeira brasileira Sagrou-se herói na Batalha Naval do Riachuelo, em 11 de junho de 1865, no início da Guerra do Paraguai. Quando a corveta 'Parnaíba', onde era chefe do rodízio raiado de ré, foi abordada por três navios paraguaios, travou uma luta corpo a corpo contra quatro inimigos, armado de sabre, abatendo dois deles, sendo finalmente ferido de morte. Marcílio Dias faleceu no dia seguinte, em 12 de junho de 1865, sendo sepultado com as honras do cerimonial marítimo nas próprias águas do Rio Paraná, em 13 de junho de 1865. 152
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Cerca de dois meses depois de sua morte, em 1 de agosto de 1865, o Quartel General da Marinha incorporou à Força Naval um navio à vapor comprado da Inglaterra para servir para o transporte de tropas, batizando-o de 'Marcílio Dias', em homenagem ao seu heroísmo na Batalha de Riachuelo. RUA RIACHUELO – Vila São João BATALHA DO RIACHUELO, em 11 de junho de 1865, travou-se no rio Paraná a batalha do Riachuelo, em que a esquadra brasileira, comandada por Francisco Manuel Barroso da Silva, futuro barão do Amazonas, aniquilou a paraguaia, comandada por Pedro Inacio Meza. A vitória do Riachuelo teve notável influência nos rumos da guerra: impediu a invasão da província argentina de Entre Rios e cortou a marcha, até então triunfante, de López. Desse momento até a derrota final, o Paraguai teve de recorrer à guerra defensiva. Quase ao mesmo tempo, as tropas imperiais repeliam o Exército paraguaio que invadira o Rio Grande do Sul. Os paraguaios, sob o comando do tenente-coronel Antonio de la Cruz Estigarribia, haviam atravessado o rio Uruguai e ocupado sucessivamente, de junho a agosto, as povoações de São Borja, Itaqui e Uruguaiana. Outra coluna, que, sob as ordens do major Pedro Duarte, pretendia chegar ao Uruguai, foi detida por Flores da Cunha, em 17 de agosto, na batalha de Jataí. RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA (Vila São João) Um fato relevante e muito histórico que teve participação importante da Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Corte foi o conflito, iniciado em 1865, contra o Paraguai. O Brasil formou com Uruguai e a Argentina a chamada Tríplice Aliança. Na época não tínhamos um contingente militar suficiente para combater os quase 80 mil soldados paraguaios. O governo brasileiro viu-se forçado, então, a criar os chamados 153
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"Corpos de Voluntários da Pátria". Em 10 de julho, partiram 510 oficiais e praças do Quartel dos Barbonos da Corte, local onde hoje está o situado Quartel General da Polícia Militar. A este grupo foi dado o nome de 31º Corpo de Voluntários da Pátria, atual denominação do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da corporação. A participação deste grupo foi vitoriosa em todas as batalhas das quais tomou parte: Tuiutí, Esteiro Belaco, Estabelecimento, Sucubi, Lomas Valentinas e Avaí. Na batalha de Tuiutí, em 24 de maio de 1865, eram 35.000 aliados contra 23.000 homens de López: as baixas foram de 12.000 paraguaios (morreram cerca de 6.000 paraguaios) e 3.000 brasileiros. Em setembro do mesmo ano, Mitre tentou tomar de assalto a fortaleza de Curupaity, sem sucesso, o maior desastre de toda a campanha aliada, quando perderam as esperanças de tomar a capital em curto prazo: morreram apenas 100 paraguaios contra 9.000 dos aliados. Só em 1868 os paraguaios começam a ceder, após cair Curupaity e Humaitá. Em conjunto, embora variem muito as estimativas, pode-se dizer que o Paraguai tinha no início da Guerra quase 800 mil habitantes. Morreram cerca de 600 mil, restando uma população de menos de 200 mil pessoas, das quais apenas cerca de 15.000 era do sexo masculino e, destes, cerca de 2/3 tinham menos de 10 anos de idade. Do lado dos aliados, também se registram tragédias: a Coluna dos Voluntários da Pátria que partiu do Rio de Janeiro em abril de 1865, com cerca de 3.000 homens, levou dois anos para percorrer 2.112 quilômetros. No trajeto, 1/3 do contingente se perdeu devido a febres e fome. No final, após Laguna, foi ainda atacado por uma epidemia de cólera. Na campanha das cordilheiras morreram 5.000 soldados paraguaios, o que é muito se nos lembrarmos que o exército reorganizado pelo conde d' Eu, o genro de Pedro II, era de 31.000 homens. RUA BARTOLOMEU B. DA SILVA (Bairro S. Jorge) 154
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BARTOLOMEU BUENO DA SILVA, bandeirante paulista – 1672 – 1740. Herda do pai o nome e o apelido de Anhangüera. Segundo alguns historiadores, Bartolomeu Bueno da Silva, o pai, teria ateado fogo em certa quantidade de álcool, afirmando que seria capaz de fazer o mesmo com nos rios. Nascido o filho, com o mesmo nome, já aos doze anos, acompanha o pai em uma expedição no território goiano. Na ocasião fixa-se em Sabará, Minas Gerais, indo mais tarde para São José do Pará e Pitangui, atraído pela descoberta de ouro na região. È nomeado fiscal do distrito, mas a Guerra dos Emboabas obriga-o a retornar à Parnaíba. Em 1722 parte de São Paulo em mais uma expedição e, durante três anos explorou os sertões de Goiás. Encontra ouro no rio Vermelho e volta à região em 1726, já como capitão das minas. Ganha sesmarias do rei português dom João V, bem como o direito de cobrar agem que levam às minas de Goiás. Perde o poder à medida que a istração colonial se organiza na região. Morre pobre na Vila de Goiás. RUA LÚCIO COSTA – ARQ. – Bairro São José LÚCIO COSTA, arquiteto e urbanista brasileiro, nascido em Toulouse, França em 27 de fevereiro de 1902 e falecido no Rio de Janeiro em 13 de junho de 1998. Autor do Plano Piloto de Brasília, uma das maiores realizações urbanísticas do século ado, Lúcio Costa foi um pioneiro na moderna arquitetura brasileira. Natural de Toulouse, na França, filho de pais brasileiros, graduou-se em arquitetura na Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, em 1924. Sete anos mais tarde foi convidado para dirigir a escola, onde reformulou o ensino de Arquitetura, adotando as teorias de Bauhaus e Corbousier. Encontrando, porém, resistência às suas idéias, mais tarde Lúcio Costa demitiu-se. Em 1936, liderou a 155
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equipe de jovens arquitetos, entre eles Oscar Niemeyer, que, a partir do traço inicial de Lê Corbousier, criaram o Ministério da Educação, hoje Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro, que viria a se tornar num marco histórico na arquitetura brasileira. Dentre outros importantes projetos que venceu no exterior, em 1957, Lúcio venceu o concurso público dedicado à construção da nova capital brasileira: Brasília. Situada no Planalto Central do país, a cidade assumiu a forma de um avião. Três anos mais tarde o Presidente Juscelino Kubitscheck inaugurou a nova capital do Brasil em abril de 1960. Dentre tanto outros trabalhos, Lúcio Costa, como urbanista, fez mudanças no trânsito do Rio de Janeiro, realizou o plano de urbanização da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá e alargamento da Praia de Copacabana. Gênio, esse nosso contemporâneo! RUA DOM PEDRO I (B. São José) DOM PEDRO I, IMPERADOR DO BRASIL nasceu em Lisboa, em 12 de outubro de 1798 e faleceu em 24 de setembro de 1834. Principal responsável pela Independência do Brasil, D. Pedro I foi o primeiro imperador do país e 27° rei de Portugal, com o título de Dom Pedro IV. Filho do então monarca D. João VI, que na época governava Portugal, Brasil e Algarves, e da rainha Carlota Joaquina de Bourbon, Dom Pedro viveu em Portugal até os nove anos, quando teve que vir juntamente com a família real para o Brasil por ocasião da invasão dos ses a Portugal,em1807. Educado por religiosos, gostava de praticar esportes, como a equitação, e tinha especial prazer pela música, sendo o compositor do Hino da Independência do Brasil. Com o retorno de seu pai para assumir o trono de Portugal, após a Revolução do Porto, Dom Pedro foi nomeado Príncipe Regente do Brasil em 22 de abril de 1821. Pouco tempo 156
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depois, ao perceber que já começava no Brasil uma insatisfação contra o regime colonial, a corte portuguesa despachou um decreto ordenando que ele retornasse para a sua terra natal. O pedido provocou uma enorme comoção nacional e D. Pedro resolveu permanecer no Brasil, criando o famoso "Dia do Fico", ocorrido no dia 9 de janeiro de 1822. "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico", disse o então príncipe. A decisão enfureceu a corte portuguesa que, pouco tempo depois, enviou uma carta com uma série de retaliações caso este fato se consumasse. Assim que recebeu a mensagem, durante uma viagem entre Santos e a capital paulista, D. Pedro 1º, às margens do Riacho do Ipiranga, proferiu o famoso grito de "Independência ou Morte!", proclamando a Independência Política do Brasil, em 7 de setembro de 1822, rompendo definitivamente as relações do Brasil com Portugal. Quando retornou ao Rio de Janeiro foi consagrado Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil. É da sua autoria o Hino da Independência. Dois anos depois de tornar-se herdeiro da Coroa, com a ascensão de D. João a rei de Portugal, D. Pedro I casou-se, em 1818, com Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo, arquiduquesa da Áustria. Apesar de possuir idéias liberais, seus primeiros atos como imperador foram contraditórios: demitiu um dos maiores articuladores da proclamação da independência, José Bonifácio de Andrade e Silva, e dissolveu a Assembléia Constituinte. A nova Constituição foi elaborada em 1824 por um Conselho de Estado indicado pelo novo imperador. Após a abdicação do trono e a morte de D. João VI, Dom Pedro I, contrariando a Constituição que aprovara, foi para Lisboa assumir o trono de seu pai, tornando-se D. Pedro IV, o XXVII rei de Portugal. Como não podia acumular as duas coroas, em 29 de abril de 1826, abdicou do trono de Portugal em favor de sua filha, Maria da Glória, e escolheu a Infanta Isabel Maria para 157
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regente do cargo. Casou-se novamente três anos depois com Amélia Augusta Eugênia Napoleão de Leuchtemberg. A sua popularidade entre os brasileiros começou a cair quando D. Pedro I demonstrou indecisão entre escolher o Brasil e Portugal para governar. Além disso, os constantes atritos com as forças políticas do Brasil fizeram com que o Imperador abdicasse do trono em 7 de abril de 1831 em nome do filho, Pedro de Alcântara, que se tornou Dom Pedro II. Após a renúncia, Dom Pedro I retornou para Portugal, onde lutou para restituir sua filha ao trono, que havia sido tomado pelo irmão Miguel. Com a reconquista do trono e a decretação da maioridade de sua filha, coroada como Maria II, D. Pedro I contraiu uma tuberculose e morreu no palácio de Queluz, com 36 anos. Apesar de comandar duas nações, seu corpo foi enterrado apenas com as honras de um general, no pavilhão de São Vicente de Fora. Somente em 1972, durante as comemorações dos 150 anos da Independência do Brasil, os seus restos mortais foram transladados para o Monumento do Ipiranga, em São Paulo. O primeiro Imperador do Brasil teve vários filhos. De seu primeiro casamento nasceram Maria da Glória, Miguel, João Carlos, Januária, Paula, Francisca e Pedro de Alcântara. Do segundo casamento teve a princesa Maria Amélia. Já do seu relacionamento extraconjugal, com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem ele deu o título de Marquesa de Santos, nasceram cinco filhos: um menino natimorto, Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Pedro de Alcântara Brasileiro, morto antes de completar um ano, Maria Isabel de Alcântara Brasileira, que morreu com nove meses e Maria Isabel II de Alcântara Brasileira. O nome completo do Imperador era Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. 158
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Dom PEDRO I, fundador do Império, guiou-se pela sabedoria de José Bonifácio Andrade e Silva, traçando entre o fim da monarquia e os novos tempos, a ponte da concórdia, em vez de abrir outros abismos da divisão e da guerra. Sem a monarquia de 1822, proclamado Dom Pedro I Imperador, retalhou o País em estados soberanos, num desafio à posteridade. Não importam os erros políticos que acabaram encurtando o seu governo, tão popular no começo – em que aderiu à Nação adotiva – e tão hostilizado no fim, quando parecia ter renegado a democracia que anunciara. Sobre os desconcertos e os infortúnios, agiganta-se o gênio de condutor de massas, fulgor de estrela cívica, que iluminou a jornada do seu Império. Por mais que o discutissem após a sua morte, as suas qualidades sobrepujaram os seus defeitos. Foi formidavelmente providencial, quase adolescente (nasceu em 1798) e ainda moço (faleceu aos 36 anos) aquém e além-mar. Dom Pedro I é considerado o Bolívar dos brasileiros e é o “Condestável” dos portugueses. Morreu D. Pedro I há mais de um século e meio. E continua lembrado e o reverenciamos em todos os 7 de Setembro como se vivo fosse, no punho triunfante a Suprema Lei, irradiando a majestade do patrono da nossa Independência! RUA DOM PEDRO II – B. São José DOM PEDRO II, IMPERADOR DO BRASIL O segundo Imperador do Brasil nasceu no Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, no dia 2 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris, em dezembro de 1891, sendo o sétimo filho e terceiro varão do casal de imperadores D. Pedro I e D. Maria Leopoldina, que faleceu quando o príncipe tinha apenas um ano. Com a morte de seus irmãos mais velhos, Miguel e João Carlos, herdou o direito ao trono do Brasil. 159
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Após a abdicação do trono e a partida de D. Pedro I para Portugal, D. Pedro II ascendeu ao poder com apenas 6 anos, em 7 de abril de 1831. Até assumir de fato o poder, ficou sob a tutela de José Bonifácio de Andrade e Silva e depois do marquês de Itanhaém, Manuel Inácio de Andrade Souto Maior. Enquanto o Brasil era governado por uma regência, D. Pedro 2° iniciou os seus estudos com a sua camareira, D. Mariana Carlota Magalhães Coutinho, a condessa de Belmonte. Com diversos mestres do seu tempo, aprendeu outros idiomas, música, dança, geografia, literatura, ciências naturais, pintura e equitação. Após nove anos de conflitos políticos internos no Brasil, Dom Pedro II foi declarado maior de idade pela Assembléia Legislativa, atendendo a pressões do Partido Liberal, sendo sagrado e coroado um ano depois, em 18 de julho de 1841, na Capela Imperial do Rio de Janeiro. Dois anos após, no dia 30 de maio, casou-se com a princesa napolitana Teresa Cristina Maria de Bourbon. Com ela, teve quatro filhos, mas somente dois sobreviveram: as princesas Isabel e Leopoldina. Assumindo o poder, entre seus primeiros atos de governo, decretou a anistia geral e restabeleceu o conselho de Estado. Neste primeiro período, tentou buscar a pacificação do país, contornando diversas revoltas como a dos Liberais (1842), em Minas Gerais e São Paulo; a Guerra dos Farrapos (1845) e a Insurreição Praieira (1848), em Pernambuco. Entre 1864 e 1870, quando o país esteve envolvido na guerra contra o Paraguai, chegou a se incorporar ao Exército nacional, durante o período do cerco da cidade de Uruguaiana, e foi até o local do conflito, numa viagem que durou seis meses. Durante o seu governo, foram construídas as primeiras linhas telegráficas e a primeira estrada de ferro do país. A imigração estrangeira e a instrução pública também receberam incentivos do Imperador, que por diversas vezes foi nomeado árbitro em litígios internacionais. 160
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Em seu Império, além do fim da escravidão, ocorreram o fim do tráfico negreiro, a implantação do sistema de esgotamento das duas principais cidades da época, São Paulo e Rio de Janeiro (1850); a Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871); a libertação dos escravos sexagenários e a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, sancionada pela princesa Isabel, que ocupava a Regência. Interessado pelas letras e pelas artes, trocou correspondências com vários cientistas europeus da época, como Louis Pasteur e Arthur de Gobineau, sempre incentivando intelectuais e escritores. Durante o seu reinado, excursionou pelo Brasil e visitou diversos lugares do mundo, como a América do Norte, a Rússia, a Grécia, o Egito e a Palestina. Nestas visitas sempre buscava trazer inovações tecnológicas para o país, como a câmera fotográfica, onde os registros de suas viagens se tornaram preciosidades históricas. Em 1870, com o final da Guerra do Paraguai, as divergências políticas acirraram-se e o surgimento do Partido Republicano neste ano deu início à decadência política do Império. Em 1887, apesar dos problemas de saúde, fez a sua última viagem ao exterior como imperador, onde visitou a França, Alemanha e Itália. Em Milão, chegou a ficar por um período internado devido a uma pleurisia. Com a proclamação da República, em 15 de Novembro de 1889, ficou prisioneiro no paço da Cidade, para onde foi ao sair de Petrópolis, numa tentativa frustrada de sufocar o movimento. Com a decretação de que teria que sair do país em 24 horas pelo governo provisório, Dom Pedro II deixou o Brasil e foi para Portugal com a família dois dias depois, chegando em Lisboa e depois indo em direção ao Porto, onde a imperatriz morreu no dia 28 de dezembro. Na Europa, viveu em Cannes, Versailles e Paris, onde participa de palestras, conferências e espetáculos de arte. Aos 66 anos, morre de pneumonia em um luxuoso hotel em Paris, no dia 161
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5 de dezembro de 1891. Seu corpo foi transladado para Lisboa, onde foi colocado no convento de São Vicente de Fora, juntamente com o de sua esposa. Em 1920, os restos mortais do imperador vieram para o Brasil, onde foram depositados na catedral do Rio de Janeiro e depois foram transferidos para a catedral de Petrópolis, onde se encontra sepultado. O nome completo de Dom Pedro II era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael Gonzaga. RUA 9 DE JULHO – Bairro São Lourenço 9 DE JULHO DE 1932 é a data de um movimento desencadeado em São Paulo, e que ainda hoje é motivo de comemoração e de debates por parte da sociedade paulista. Em geral a Revolução de 32 é apresentada de forma maniqueísta, envolvendo “Constitucionalistas” e “ditatoriais” como se houvessem apenas duas situações possíveis naquele momento da história. A polarização militar que existiu de 9 de julho a 2 de outubro, não refletia a situação política ideológica do país, onde vários projetos de poder se apresentavam. Durante o ano de 1932 organizou-se intensa propaganda contra o governo Vargas, que estimulou a organização de associações civis constitucionalistas, formada principalmente por estudantes e profissionais liberais, integrantes de uma camada média que repudiava a política ditatorial adotada. No entanto, essa camada não possuía organização política própria, ou mesmo um projeto político específico, para ela a luta seria contra a ditadura e a favor de uma Constituição. A classe operária, ainda pequena, encontrava-se desorganizada em virtude da política trabalhista de Vargas, que havia eliminado os setores mais organizados do movimento, os imigrantes italianos e suas tendências anarquistas e cooptava uma parte dessa classe com sua legislação inicial, paternalista e 162
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pelega. Dessa forma é que as elites acabaram por comandar o movimento de 32. Historiadores modernos nos levam a notar como foi interessante a versão tradicional que pode ser favorável tanto aos getulistas como à nova elite paulista, teoricamente vencedores e perdedores. Essa versão considera que o movimento de 32 foi uma reação da elite tradicional, as oligarquias do café, na tentativa de recuperar o poder perdido. Considerando dessa maneira, os getulistas tiveram um bom argumento para manter o poder, mesmo através da guerra, pois impediam que o Brasil retrocedesse, impediam a volta do coronelismo, do voto de cabresto, dos currais eleitorais. Ao mesmo tempo, a nova elite paulista não foi derrotada, e sim a velha oligarquia em seu propósito de recuperar o poder. A nova elite irá considerar-se vitoriosa moral e politicamente, principalmente no ano seguinte, quando da convocação da Constituinte, vista como prova de que Getúlio fora forçado a reconhecer a importância de São Paulo. Mas de qual São Paulo?. Qual São Paulo seria beneficiada pela política getulista? – A São Paulo cafeeira, a São Paulo empresarial ou a São Paulo operária? - Essa resposta só seria obtida anos depois, com a explosão socioeconômica do governo federal e da própria São Paulo. RUA DONA GERCINA (B. São Lourenço) DONA GERCINA BORGES, filha de tradicional família do Sudoeste do Estado, foi casada com a maior expressão política de Goiás, Dr. Pedro Ludovico Teixeira. Mulher dedicada e destemida foi a companheira dos momentos mais difíceis da carreira política de seu marido. Sempre se fez presente com a sua atuação marcante na política de assistência aos mais necessitados em qualquer parte do nosso Estado. Dona Gercina foi o exemplo de raça da mulher goiana, pois foi a responsável pela criação dos maiores serviços de assistência social de Goiás. Se isso, por si só, 163
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não bastasse, ainda nos deu outro grande nome da nossa política: o Governador Mauro Borges Teixeira, com certeza, possuidor de uma visão desenvolvimentista tão grande quanta a do seu pai, Dr. Pedro Ludovico. Júbilo pela lembrança do povo anapolino. AVENIDA PANAIR (Jardim Vera Cruz) Nome forte é todo aquele que caracteriza um indivíduo ou uma entidade. Este é o caso da Panair do Brasil, sem a menor dúvida, a maior empresa de viação aérea do Brasil, sendo uma das primeiras companhias aéreas a se basear em nossa cidade, isso lá pela da década de 40, quando Anápolis era o centro de distribuição de toda carga e jornais diários que demandavam para os Estados de Mato Grosso, Maranhão, Pará e todo o Norte do País. Para nosso conhecimento e até certo orgulho, é bom que saibamos que a nossa cidade, naquela época, era o maior centro aeroviário do Centro-Oeste, pois aqui se baseavam não só a Panair, mas também outras companhias, como: Lóide Aéreo Brasileiro, Vasp, Aerovias Brasil, Nacional, Sadia e Cruzeiro do Sul, sete companhias que formavam o mundo da navegação aérea no Brasil. Consta dos nossos alfarrábios que foram os militares, no ano de 1965, os responsáveis pela quebra da Panair, fato provocado pela ascensão da Varig nesse mercado à época. É com boa lembrança que a carroça da história eia por este logradouro. RUA DOS PIRENEUS – Jardim Vera Cruz PIRENEUS| - é um conjunto de três imponentes morros que ponteiam para os céus - no município de Cocalzinho de Goiás - querendo salientar a sua importância geográfica. Estão localizados no cume de uma cadeia de montanha, que nasce na jusante da Lagoa Formosa, no município de Planaltina de Goiás, chamada de Serra Geral, que toma o rumo Oeste, atravessa Goiás 164
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e Mato Grosso, indo ao encontro dos Andes chilenos. Forma-se ao longo dessa cadeia de montanhas um extraordinário feito geográfico, qual seja, o divórcio aquário no Continente SulAmericano. Estes morros tomam esse nome recordando a grande semelhança que existe entre essa cadeia de montanha e outra de igual importância, também chamada de Pyreneus, que divide a França da Espanha e do mesmo modo forma o divórcio aquário no continente europeu. Com a permissão do Dr. Olímpio Sobrinho, tomamos emprestados os versos que se seguem para homenagear a beleza dos: PIRENEUS Já de longe se avista bem no alto, Três picos brancos abraçando os céus. São marcos de Deus fincados no planalto No simbolismo eternal dos Pireneus. Aos seus garbosos pés já borbulhantes Nascem as águas mansas do Corumbá, E correm para o sul qual viandante Buscando o mar que longe está. Ao teu pé também o rio das Almas Da grimpa explode em borbotões E para o norte estende as águas calmas Buscando o rude caminho dos sertões. Garbosos picos que no planalto assentas Ao luar cintilas abraçando o céu, Nas noites frias quais noivas ostenta Na fronte erguida alvinitente véu! 165
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RUA BORBA GATO - Jardim Village Bandeirante do começo do Século XX foi genro do senhor de engenho Fernão Dias Pais. Por mais de duas décadas viveu refugiado na selva do interior, acusado de ter assassinado um fidalgo português. ado todo esse tempo, muito debilitado e com saudade dos entes queridos, empenhou com sua família para que intercedesse por ele junto aos governantes no sentido da sua liberação e que em troca indicaria a localização exata das minas de ouro que havia descoberto. A proposta foi aceita e o bandeirante retornou ao seio de seus familiares. História meio simplória desse personagem, mas foi o que nos ocorreu pesquisar levando em conta os seus feitos como valor a ser registrado pela nossa história. RUA CORA CORALINA – J. Village Lei Municipal nº. 1703/1989 CORA CORALINA (Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas) — 20/08/1889/10-04-1985 - é a grande poetisa do Estado de Goiás. Em 1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas amigas, em 1908, o jornal de poemas femininos "A Rosa". Em 1910, seu primeiro conto, "Tragédia na Roça", é publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já com o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911 conhece o advogado divorciado Cantídio Tolentino Brêtas, com quem foge. Vai para Jaboticabal (SP), onde nascem seus seis filhos: Paraguaçu, Enéias, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Seu marido a proíbe de integrar-se à Semana de Arte Moderna, a convite de Monteiro Lobato, em 1922. Em 1928 muda-se para São Paulo (SP). Em 1934, torna-se vendedora de livros da editora José Olimpio que, em 1965, lança seu primeiro livro, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado "Meu Livro de Cordel", pela editora 166
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Cultura Goiana. Em 1980, Carlos Drummond de Andrade, como era de seu feitio, após ler alguns escritos da autora, manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada, desperta o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o Brasil. É dela a contundente expressão: feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina... Sintam a iração do poeta manifestada em carta dirigida a Cora em 1983:
Drummond,
"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( ...)." Editado pela Universidade Federal de Goiás, em 1983, seu novo livro "Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha", é muito bem recebido pela crítica e pelos amantes da poesia. Em 1984, torna-se a primeira mulher a receber o Prêmio Juca Pato, como intelectual do ano de 1983. Viveu 96 anos, teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos, foi doceira e membro efetivo de diversas entidades culturais, tendo recebido o título de doutora "Honoris Causa" pela Universidade Federal de Goiás. No dia 10 de abril de 1985, falece em Goiânia. Seu corpo é velado na Igreja do Rosário, ao lado da Casa Velha da Ponte. "Estórias da Casa Velha da Ponte" é lançado pela Global Editora. Postumamente, foram lançados os livros infantis "Os Meninos Verdes", em 1986, e "A Moeda de Ouro que um Pato Comeu", em 1997, e "O Tesouro da Casa Velha da Ponte", em 1989. Poetisa maior que as noites goianas... 167
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RUA CASTELO BRANCO – Vila Marina HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, Mecejana-CE, nasceu a 20 de setembro 1900. Militar e político brasileiro, foi Presidente da República de 15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967. Pelo lado materno possuía ancestrais militares, inclusive o próprio pai, todos descendentes do fidalgo português Francisco da Cunha Castello Branco e Silva. Pelo lado materno descendia do escritor José de Alencar. Cursou o Colégio Militar do Porto Alegre, transferindo-se depois para a Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Tornou-se cadete em 1918. Em sua carreira militar, fez vários cursos de especialização no Brasil e no exterior, estudando na Escola Superior de Guerra da França e na Escola de Comando e Estado maior, nos Estados Unidos. Comandou o Estado maior do Exército brasileiro até a época da eclosão do movimento militar de 1964. Com o apoio total do comando militar do movimento, foi indicado por uma junta de políticos civis para concluir o mandato do presidente deposto. Durante o seu governo foi editado o Ato Institucional nº. 2 (AI-2), através do seu Ministro da Fazenda Roberto de Oliveira Campos, o qual estabelecia a famigerada correção monetária e quebrava o contrato de trabalho, estabelecendo em seu lugar o F.G.T.S. (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço). Castello Branco foi sucedido pelo General Costa e Silva, que nada fez, senão endurecer o regime e editar o hediondo Ato Institucional nº. 5 (AI-5). Castello Branco faleceu em acidente de aviação no Ceará, em 18 de julho de 1967. RUA JONAS DUARTE – Bairro das Bandeiras
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JONAS FERREIRA ALVES DUARTE, nascido no Estado do Espírito Santo, transferindo-se para esta cidade na década de 1930, como gerente das “Casas Pernambucanas”. Homem de grande visão empresarial, em 1944 foi um dos fundadores do Banco Imobiliário e Mercantil do Oeste Brasileiro, S/A, construiu o Cine Imperial, sócio majoritário da Cia. Silva Duarte, a maior revenda de automóveis do Estado, àquela época, doador das áreas de terras onde foram construídos o Abrigo dos Velhos de Anápolis, Colégio São Francisco de Assis, Convento Carmelitas, o SENAI, a sede do Tiro de Guerra e a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, entre outras. Eleito Vice-Governador de Goiás, juntamente com o Dr. Pedro Ludovico, quando teve oportunidade de assumir a titularidade do Poder por três vezes, governando Goiás por cerca de onze meses. Nesse período assinou as leis da instalação de telefones automáticos da cidade; abriu a estrada que liga Anápolis à Capital e construiu o estádio de futebol que, merecidamente, leva seu nome: “Estádio Jonas Duarte”. Seu mérito maior para o progresso da cidade, segundo a opinião de muitos, foi a criação e implantação do Bairro Jundiaí, o primeiro, o maior e o mais povoado núcleo habitacional de Anápolis. O senhor Jonas Duarte foi o retrato melhor revelado da história contemporânea da nossa cidade, e citar todo o acervo de suas realizações demandaria tempo que, com a lentidão da carroça da história, não caberia nessa compilação. O senhor Jonas Duarte é considerado pela maioria da população como o melhor Prefeito que já teve Anápolis. Seus vencimentos, tanto como Vice-Governador, como também o de Prefeito, eram distribuídos à Santa Casa e outras entidades de benemerência. RUA LUIZ CAIADO DE GODOY – B. Bandeiras 169
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LUIZ CAIADO DE GODOY nasceu na Cidade de Goiás, no dia 21 de agosto de 1898, onde fez seus estudos no Lyceu de Goiaz. Mais tarde mudou-se para Piracicaba, Estado de São Paulo, matriculando-se na Faculdade de Agronomia “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo. Formado, transferiu-se para Anápolis, onde casou e constituiu família. Foi agrimensor da Intendência Municipal de 1919 a 1932. Diretor da “Escola Normal”, onde lecionou geografia, desenho e ensino rural. Dr. Luiz Godoy ainda se destacou no meio social e maçônico da nossa cidade. Foi Venerável da Loja “Lealdade e Justiça II”, e participou ativamente de todos os movimentos sociais e de amparo aos necessitados, não só pela Maçonaria, mas em todos os segmentos e clubes de serviços. Dr. Luiz está inserido na galeria das reservas morais do nosso ado. RUA OSCAR NIEMEYER – Bairro das Bandeiras OSCAR NIEMEYER SOARES FILHO, é o arquiteto brasileiro mais famoso no mundo, nascido em 1907, na cidade do Rio de Janeiro. Formou-se na Escola de Belas Artes, da Universidade do Rio de Janeiro. Trabalhou durante muito tempo com o conceituado arquiteto suíço Lê Corb no revolucionário desenho dos edifícios dos Ministérios da Saúde e da Educação, ambos no Rio de Janeiro, quando ali ainda era a Capital do Brasil. Niemeyer foi o mais importante desenhador dos edifícios do Estado em Brasília, Capital do Brasil. Da sua arte e a do seu colega Lúcio Costa nasceu o Parque da Pampulha e a Igreja de São Francisco, em Belo Horizonte, por encomenda do então Governador de Minas Juscelino Kubitschek de Oliveira. É da sua lavra os famosos edifícios e monumentos de Brasília, mundialmente reconhecidos como obra de arte. 170
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Dentre centenas de homenagens e comendas recebidas, citamos a “Ordem de Comendador das Artes e Letras e a Medalha de Ouro da Academia de Arquitetura de Paris”. – Em 1958 é nomeado arquiteto-chefe da NOVACAP-Construtora da Nova Capital e transfere-se para Brasília. Suas obras encontram-se espalhadas pelos mais importantes países do mundo. – Oscar Niemeyer mora atualmente no Rio de Janeiro e aos 100 anos de idade é considerado o comunista mais convicto e antigo vivo do Brasil. – “O mais importante não é a arquitetura, mas a vida, o amigo e este mundo injusto que devemos modificar...” – Com certeza, é um privilégio nosso sermos contemporâneos deste gênio! RUA ALBERICO BORGES CARVALHO – B. Bela Vista (Lei Municipal nº. 375 de 1962) ALBERICO BORGES DE CARVALHO, nascido em Meia Ponte, hoje Pirenópolis, no ano 1886, transferindo-se para nossa cidade, quando ainda era chamada de Santana de Antas, onde desempenhou as funções de secretário do Conselho Municipal e de agente do correio. Foi forte comerciante e grande pecuarista. Aliancista, depois da Revolução dos anos 30, fez parte do Conselho Consultivo da Prefeitura Municipal. Faleceu em Anápolis em 1960. RUA ARLINDO CARDOSO – Bairro Bela Vista ARLINDO PEREIRA CARDOSO, é natural de Bela Vista-GO., militar de pequena graduação, fundou em Anápolis a Escola de Instrução Militar nº. 215. no ano de 1929. Abandonou a carreira militar e foi ser o titular do cartório do registro civil da cidade, sendo outro feito seu a direção do jornal “O Anápolis”, o diário mais antigo do Estado. O jornalista Arlindo Cardoso faleceu em Anápolis em 1958. 171
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RUA CARLOS DE PINA (Bairro Boa Vista) CARLOS DE PINA, membro da tradicional família Pina, oriunda de Meia Ponte, nasceu em 1902 e faleceu em Anápolis em 1966. Comerciante de larga visão fundou a primeira Cia Goiana de Armazéns Gerais, da qual era seu presidente. Carlos de Pina foi o responsável pela criação da charqueada e o pioneiro na exportação de carne do nosso Estado. Político de influência no município foi eleito por duas vezes para dirigir o destino dos anapolinos, período este em que Anápolis sentiu um grande impulso no seu desenvolvimento. Durante a sua gestão houve um acentuado surto de progresso. Começou pela construção do mercado municipal, no local onde anteriormente havia apenas um alagado, bem ali no fim da hoje Rua General Joaquim Inácio. Deu início ao importante serviço de captação de águas da cidade e ainda o asfaltamento de algumas ruas. Carlos de Pina foi um vulto importante para a nossa história. RUA NEREU RAMOS – Bairro Bela Vista NEREU DE OLIVEIRA RAMOS (1888-1958). Nasceu em Lages-SC, filho de grandes proprietários de terras. Bacharel em Direito e fundador do Partido Liberal Catarinense, elegeu-se Deputado Federal por Santa Catarina, em 1930. Apoiou a Revolução Constitucionalista de 1932 e, em 1933, foi um dos deputados integrantes da Comissão encarregada de examinar o anteprojeto de Constituição preparado pelo Governo Provisório. Nereu Ramos foi governador do Estado de Santa Catarina, criador do PSD naquele Estado, Presidente da Câmara de Deputados, em 1951, e Vice-Presidente do Senado, em 1955 – posição que lhe garantiu assumir a presidência da República após o impedimento de Carlos Luz. 172
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Coube a Nereu Ramos, em sua curta agem pela Presidência da República (11/11/1955 – 31/01/1956), completar o quadriênio presidencial. A crise política em que mergulhara o país, após o suicídio de Vargas, projetou a figura do Ministro da Guerra Henrique Dufles Batista Teixeira Lott, por ter assegurado a posse de Juscelino Kubitschek de Oliveira e de João Goulart, eleitos em 1955, e a continuidade democrática. Todos esses fatos ocorreram enquanto Nereu Ramos era presidente.
RUA RAMOS CAIADO – BRASIL RAMOS CAIADO, membro de tradicional família goiana, nasceu em Vila Boa, hoje Cidade de Goiás, fez seus estudos preliminares no Lyceu de Goyaz, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de medicina na Faculdade de Medicina e Cirurgia. Terminado o seu curso acadêmico, em 1924, apresentou e defendeu a tese de Doutoramento “Contribuição do Estudo Exoftalmo Pulsátil e seu Tratamento Cirúrgico no Brasil”. Retornou a Goiás, exercendo por pouco tempo a profissão de médico e professor, antes de entrar para a política em 1925, quando foi eleito Governador do Estado, com mandato até 1929. Findo o seu mandato de governador, Ramos Caiado foi eleito Senador em 1930-1934, quando do seu retorno a Goiás, dedicou seu tempo à profissão de médico, até 1954, quando foi eleito Prefeito de Goiânia, com mandato até 1958. A denominação dessa rua como Ramos Caiado se liga mais á Lei nº. 213 de 30/11/1925, onde o Conselho Municipal de Anápolis, fez construir um grupo escolar, modelado pelas leis em vigor, autorizando o respectivo Intendente Municipal a fazer a doação ao Estado do necessário prédio, a fim de ser o referido grupo provido de diretor e professores, cumprindo ao município as demais despesas com o custeio e 173
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manutenção do prédio. Nessa data foi nomeado diretor do grupo o cidadão Alarico Torres Verano e o novel estabelecimento de ensino denominado de “Grupo Escolar Dr. Brasil Caiado”, sendo este o primeiro grupo escolar de Anápolis. RUA BERENICE ARTIAGA – Bairro Bela Vista BERENICE TEIXEIRA ARTIAGA nasceu em Santa Cruz de Goiás, em 29 de janeiro de 1916. Foi casada com o Coronel Getulino Artiaga, Delegado de Polícia que deixou marcada a sua agem pela nossa cidade. Dona Berenice foi deputada estadual por dois mandatos, 1950/54 a 1955/1958. Mulher de personalidade marcante e política de grande atuação no Estado. Pela primeira vez uma mulher chegou ao cargo de direção daquela Casa de Leis. A Deputada Berenice ocupou a 1ª Secretaria daquela Assembléia. Dona Berenice mora hoje em Goiânia. RUA ZAQUEU CRISPIM - (Jardim Bom Clima) (Lei Municipal nº. 455 de 1964) Este benemérito cidadão, DR. ZAQUEU CRISPIM, filho de uma das mais tradicionais famílias anapolinas, nasceu aqui mesmo em nossa cidade no ano de 1895, vindo a falecer em 1959, aos 64 anos. Formou-se com distinção em Direito, em 1932 e exerceu as atividades de fazendeiro e comerciante com grande atuação nesses ramos. Dr. Zaqueu foi destaque na istração municipal daquele tempo, enquanto Delegado de Polícia, já se destacava nesse setor, ocupou a viceintendência do Município e foi Juiz Municipal. De tal forma era o destaque deste anapolino, nos meio social e político do Estado, que foi nomeado Secretario de Segurança Pública do Estado nos anos 1951/1952. 174
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Vulto reluzente da Maçonaria de Anápolis, Dr. Zaqueu Crispim, dentre outros segmentos de assistência social, foi o idealizador e um dos responsáveis pela construção do “Abrigo dos Velhos de Anápolis”. Grande benemérito esse Dr. Zaqueu. RUA SANTOS DUMONT (Setor Bouganville) Alberto Santos Dumont (Palmira, 20 de julho de 1873 — Guarujá, 23 de julho de 1932) foi um engenheiro apesar de não ter tido formação acadêmica nessa área - e pioneiro da aviação. Ele foi o primeiro a decolar a bordo de um avião, impulsionado por um motor aeronáutico, apesar de alguns países considerarem os Irmãos Wright como os inventores do avião, por uma decolagem ocorrida em 17 de dezembro de 1903. Santos Dumont foi o primeiro a cumprir um circuito pré-estabelecido sob testemunho oficial de especialistas, jornalistas e da população parisiense. Em 23 de outubro de 1906, voou cerca de 60 metros e a uma altura de 2 a 3 metros com seu 14-Bis, no Campo de Bagatelle, em Paris. Menos de um mês depois, repetiu o feito e, diante de uma multidão de testemunhas, percorreu 220 metros a uma altura de 6 metros. O vôo do 14-Bis foi o primeiro verificado pelo Aeroclube da França de um aparelho mais pesado que o ar na Europa e, possivelmente, a primeira demonstração pública de um veículo levantando vôo por seus próprios meios, sem ser catapultado. O 14 Bis teve uma decolagem autopropelida, e por isso Santos Dumont é considerado por parte da comunidade científica e aeronáutica e principalmente em seu país de origem, o Brasil, como o Pai da Aviação. Herdeiro de uma família de cafeicultores prósperos, pôde se dedicar aos estudos da ciência e da mecânica vivendo em Paris. Ao contrário de outros aeronautas da época, deixava suas pesquisas como domínio público e sem registrar patentes. A casa onde nasceu Alberto Santos Dumont situa-se no 175
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município de Santos Dumont, zona da mata mineira, a 240 km de Belo Horizonte e 220 km do Rio de Janeiro. O local foi transformado no Museu de Cabangu. Também em Petrópolis existe o Museu de Santos Dumont RUA JOSÉ FELICIANO (Calixtolândia) JOSÉ FELICIANO FERREIRA, natural de Jataí – GO, nascido em 15 de dezembro de 1916 e filho de David Ferreira e Risoleta Carvalho Ferreira. Fez seus estudos no Ginásio Mineiro e Diocesano de Uberaba, diplomando-se anos depois em advocacia pela Faculdade Nacional de Direito. De volta ao seu Estado, com sua veia política latente, desenvolveu este mister, começando como Secretário de Estado de Educação e Cultura do Estado de Goiás, onde marcou a sua agem desenvolvendo um dinâmico processo de educação escolar, e dando ênfase à cultura da história de Goiás. Presidente do Banco do Estado de Goiás, implementou uma dinâmica que elevou o conceito daquele estabelecimento bancário em toda a região. No ano de 1945 foi eleito vereador por Goiânia, com mandato até 1950, quando se candidatou a deputado estadual, sendo eleito com expressiva votação, permanecendo na Assembléia Legislativa até dezembro de 1955, quando recuou da política para cuidar dos seus interesses na advocacia e assuntos agropecuários. Somente em 1959 voltou à política, sendo eleito Governador do Estado, com mandato até 1961. José Feliciano ainda exerceu o cargo de senador nos períodos de 1961 a 1963 e 1963 a 1971. RUA EURÍPEDES JUNQUEIRA – (Calixtolândia) EURÍPEDES BARSANULFO JUNQUEIRA nasceu em Nova Veneza-Goiás, em 20 de dezembro de 1934, 176
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concluiu todo o ensino básico em Anápolis, bacharelando-se em Direito pela FADA-Faculdade de Direito de Anápolis. Eurípedes Junqueira, destaque do nosso mundo político e social, foi 1º Secretário da Prefeitura Municipal de Anápolis nas gestões do senhor Carlos de Pina, professor Hely Alves Ferreira, senhor Jonas Duarte e Dr. Raul Balduino. Diretor e professor do Colégio Estadual José Ludovico de Almeida, em Anápolis, e Secretário de Estado da istração no Governo de Goiás Leonino Ramos Caiado e Procurador Geral de Justiça no Governo Ary Valadão. Fundador e Presidente da Cooperativa de Crédito Rural de Anápolis e Presidente do Sindicato Rural de Anápolis. Dr. Eurípedes foi também Vice-Presidente da Federação de Agricultura do Estado de Goiás, chegando a exercer interinamente a Presidência. Figura de alto conceito no mundo maçônico de Goiás, chegou a ser Venerável da Loja Maçônica Lealdade e Justiça II, de Anápolis, sendo posteriormente eleito Grão Mestre do Grande Oriente do Estado de Goiás. Exerceu o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal de Justiça Maçônica do Grande Oriente do Brasil. Presidente do Rotary Club de Anápolis e Governador do Distrito 4.530 de Rotary Internacional. Eurípedes Junqueira é membro do Conselho de istração da Universidade de Anápolis-UNIANA, sendo atualmente titular do Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos e Protestos da Comarca de Anápolis. RUA FREI CANECA (Calixtópolis) JOAQUIM DO AMOR DIVINO RABELO, teórico e um dos líderes da Confederação do Equador, nasceu no Recife, a 20 de abril de 1779, filho do fabricante de vasilhas de flandres, Domingos da Silva Rabelo e da doméstica Francisca Alexandre Siqueira. 177
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Aos 22 anos de idade ordenou-se frade carmelita, no Convento do Carmo no Recife, e ganhou o apelido de Frei Caneca. – Intelectual respeitado em Pernambuco, torna-se professor de retórica, poesia, geometria e filosofia. Participa da Revolta Pernambucana de 1817, é preso, juntamente com outros líderes do movimento, e mandato a Salvador, Bahia, só sendo libertado em 1821, quando retorna ao Recife. A 25 de dezembro de 1823, começa a publicar o seu jornal Typhis Pernambucano, através do qual defende idéias liberais e a Constituição e ataca o poder absolutista. - Quando, em 1824, Dom Pedro I outorga a Constituição Imperial, aumenta a agitação liberal em Pernambuco e, a 2 de julho, os revolucionários proclamam a Confederação do Equador. A 29 de novembro daquele mesmo ano, a repressão Imperial derrota os revolucionários que são recolhidos à cadeia, no Recife. A 18 de dezembro de 1824, é instalada a comissão militar (presidida pelo coronel Francisco de Lima e Silva, pai de Duque de Caxias) para o julgamento de Frei Caneca, que é condenado à forca. A 13 de janeiro de 1925, é preparado o cenário para o enforcamento, no Forte das Cinco Pontas, no Recife, mas três carrascos não têm coragem de enforcá-lo. Frei Caneca, então, é fuzilado, naquele mesmo dia e local, por um pelotão comandado pelo coronel Francisco Lima e Silva. RUA MARECHAL HERMES – B. Campos Elísios HERMES RODRIGUES DA FONSECA nasceu no dia 9 maio de 1855, na cidade de São Gabriel, no Rio Grande do Sul. Sobrinho do primeiro Presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, Hermes também foi militar e estudou na Escola Militar de Realengo, onde teve aulas com Benjamin Constant. Quando seu tio proclamou a república brasileira, era 178
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capitão-ajudante-de-ordem e participou da causa, desde 1878, como um dos fundadores do Clube Republicano do Círculo Militar, responsável pela articulação do movimento que derrubou a monarquia. De 1899 a 1904, comandou a Brigada Policial do Rio de Janeiro. Foi comandante da Escola Preparatória e Tática de Realengo, quando chegou a marechal, em 1906, nomeado pelo Presidente Rodrigues Alves. Indicado para o cargo de Ministro da Guerra do governo Afonso Penna, reorganizou o Exército e introduziu o serviço militar obrigatório em 1908. Foi eleito presidente da República em 1910, com o apoio dos conservadores. No governo, praticou uma política chamada por ele de salvacionista, que tinha como objetivo recuperar para os militares a influência já exercida anteriormente na esfera pública brasileira. Em 1913, aos 58 anos e ainda na presidência, casou-se com Nair de Teffé, de 27 anos e filha do almirante Antônio Luis Hoonholtz, o barão de Teffé. Quando deixou o poder, em 1914, Hermes da Fonseca envolveu-se em diversos incidentes políticos, entre eles a Revolta do Forte de Copacabana (1922), que o levou à prisão por seis meses. Libertado, retirou-se para Petrópolis, onde morreu poucos meses depois, em setembro de 1923. RUA GONÇALVES LEDO – B. Campos Elísios JOAQUIM GONÇALVES LEDO, intrépido patriota, nascido no Estado do Rio de Janeiro, em 1781, não pôde bacharelar-se pela Universidade de Coimbra em virtude do falecimento do seu progenitor, infelicidade que o privou dos recursos ideais para a realização do seu grande sonho. Em sua juventude já sonhava com a Independência do Brasil. E em 1820 pregava a República nas reuniões secretas da sua Loja Maçônica. Ledo foi, incontestavelmente, o maçom primacial nas ocorrências 179
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que ocasionaram a emancipação política do país, segundo declarações do irmão General Luiz Pereira da Nóbrega de Souza Coutinho, Ministro da Guerra em 1922: “O Chefe supremo, ou seja, a alma de todo o movimento revolucionário foi o grande fluminense Joaquim Gonçalves Ledo”. E, realmente, nessa rua a carroça da história dá uma parada para alertar a todo historiador que se dedicar ao estudo da História da Independência Brasileira, que ele verá no vulto Gonçalves Ledo, cada vez mais, a sua saliente participação nos acontecimentos que a prepararam. Gigante do pensamento, suas palavras, escritas ou faladas, brilhavam pelo estilo e beleza das imagens, como pedras preciosas, seduzindo, eletrizando o povo brasileiro e orientando a opinião pública, na qualidade de seu diretor máximo. Em 1921, Ledo trabalhava grandemente por seu ideal, esforçando-se para que José Bonifácio entrasse para a Maçonaria. No mês de setembro, fundou com o Irmão Cônego Januário da Cunha Barbosa, o jornal “Reverbero”, o clarim das liberdades nacionais, como, justamente, o batizou. E em 22 de dezembro mandou convidar José Bonifácio, em São Paulo, para o movimento político: “o fico”. Logo no mês seguinte Ledo redige o discurso que o Presidente do Senado, José Clemente Pereira, devia proferir no dia 13 de maio, aniversário do Rei D. João VI, solicitando ao príncipe regente que aceitasse o título de “Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil”, coisa resolvida na Maçonaria. Gonçalves Ledo, em meados do referido mês de maio, ainda teve a iniciativa da convocação de uma Constituinte, sendo encarregado de formular a representação dirigida a D. Pedro I e entregue a Clemente Pereira. Este convocou o Senado e a Câmara, para adaptarem imediatamente a resolução de fazer, em tal conformidade, e dedica ao príncipe, que ouvindo o discurso de Clemente Pereira, respondeu, a fim de decidir o caso, aguardar os votos da Câmara e Procuradores Gerais da Província. 180
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“Por intermédio da ação convincente de Gonçalves Ledo, o Príncipe Regente justificou a sua resolução de ficar no Brasil, e se declarar o defensor perpétuo e convocar um Congresso; recapitulava as providências tomadas iniquamente contra o mesmo Brasil, as desfeitas sofridas pelos deputados brasileiros em Lisboa, os planos da Corte para desunir as providências umas das outras, etc”. - Concluía o Príncipe, convocando, iravelmente, todas as províncias do Norte e do Sul, para formarem uma só nação, e exclamando: “Não se ouça entre vós outro grito que não seja União!” Do Amazonas ao Prata não retumbe outro eco que não seja –INDEPENDÊNCIA! Por mais que se possa parecer exagero da parte do autor – sem medo de errar – ele se atreve a uma comparação: resguardemos a proporção, mas é justo dizer que o nosso herói, Coronel José da Silva Batista, está para a história de Anápolis, como Gonçalves Ledo esteve para a história do Brasil. RUA JOSÉ BONIFÁCIO – B. Campos Elísios JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADE E SILVA, cognominado o Patriarca da Independência, estadista brasileiro, nasceu na cidade de Santos – SP, em 13 de junho de 1763. Foi professor de geognosia e metalúrgica da Universidade de Coimbra, onde havia se graduado em Filosofia Natural e Direito Civil, e membro da Academia de Ciências de Lisboa. Por ocasião da invasão sa em Portugal, no ano de 1807, alistou no Corpo Voluntário Acadêmico, tendo servido como oficial e depois como comandante. Expulsos os invasores, tornou-se Chefe de Polícia do Porto. Após retornar ao Brasil, dedicou-se ao estudo de minerais. Tornou-se figura de projeção política a partir de 1821, como vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo. Foi o primeiro brasileiro a ocupar um ministério, o do Reino, em 181
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janeiro de 1822. Sua grande capacidade, seus dotes de inteligência e de caráter tornaram-no, junto a Dom Pedro, o principal obreiro da Independência. No Primeiro Reinado, ocupava a Pasta do Império, quando, em 1823, com o seu irmão Martim Francisco, afastou-se dos Conselhos da Coroa, iniciando a oposição a D. Pedro I. Foi eleito para a Assembléia Constituinte de 1823. Nesse ano, teve sua prisão e deportação para a Europa, ordenadas por Dom Pedro I. – Tendo voltado ao Brasil em 1829, foi residir na Ilha de Paquetá, de cujo retiro saiu apenas para assumir a cadeira de deputado pela Bahia, como suplente, nas sessões legislativas de 1831 e 1832. Reaproximou-se do Imperador que, ao abdicar à Coroa, em 1831, o indicou para tutor do seu filho – o futuro Dom Pedro II. Foi destituído da tutoria, pela Regência, em setembro de 1833. Ficou em prisão domiciliar até 1835, quando terminou o processo-crime instaurado contra ele por conspiração e perturbação da ordem pública. Praça da Independência, Praça José Bonifácio, Panteão dos Andradas e a casa 15 de Novembro, no centro da cidade. Estes monumentos homenageiam o mesmo homem, um cientista, filósofo, poliglota e, principalmente, um grande líder político. Sua importância para o País e sua cidade Santos é tamanha que até foi proposta a mudança do nome do município para Cidade Andradina ou Bonifácia na época da elevação da categoria de vila para cidade. Mudou-se nos últimos dias de vida para Niterói, Rio de Janeiro, aonde veio a falecer em 1838. RUA GENERAL OSÓRIO – B. Campos Elísios MANUEL LUÍS OSÓRIO, nascido em Conceição do Arroio – RS, a 10 de maio de 1808 e falecido no Rio de 182
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Janeiro em 4 de outubro de 1879. Foi um militar e político brasileiro, herói da Guerra da Tríplice Aliança. È o patrono da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro. Filho de pais humildes adquiriu fama e prestígio enquanto galgava os postos do Exército brasileiro. Iniciou a carreira militar aos catorze anos de idade, durante a Guerra da Independência do Brasil (1822-1823), combatendo as tropas do Exército português estacionadas na Província Cisplatina (atual Uruguai). Posteriormente, tomou parte ativa no cerco a Montevidéu, durante a Guerra da Cisplatina. Durante os anos 1835-1845, Osório lutou bravamente toda a Guerra dos Farrapos. Encerrada a Revolta, manteve-se no Exército Imperial e participou das campanhas platinas, tendo participado ativamente da Guerra contra Oribe e Rosas, em 1851. Ao eclodir a Guerra da Tríplice Aliança (18641870), recebeu o comando do Exército brasileiro, vindo a se destacar como um dos grandes comandantes brasileiros, sobretudo na Batalha de Tuiutí. Após a invasão do território do Paraguai, Osório foi substituído pelo general Polidoro Jordão, e ou a comandar o III Exército, organizado no Rio Grande do Sul. Ao longo de sua vida foram inúmeras as condecorações, medalhas e comendas, com as quais Osório foi agraciado. De todas, as mais significativas foram os títulos de “Barão de Herval” (1866) e “Marquês de Herval”, em 1869. RUA PRUDENTE DE MORAIS–B.Campos Elísios PRUDENTE JOSÉ DE MORAIS E BARROS, Nascido na cidade de Itu-SP, no dia 3 de dezembro de 1902, foi presidente do Brasil durante o segundo período de Governo Republicano, sendo sua eleição através do voto direto, governou de 15 de novembro de 1894 a 15 de novembro de 1898. Político e 183
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estadista, Prudente de Morais foi um dos chefes do Partido Republicano Paulista, tornando-se, com o advento da República, membro da junta governativa de seu estado. Senador à Constituinte de 1890, foi designado seu presidente. Candidato à Presidência da República para o primeiro quatriênio, foi derrotado por Deodoro da Fonseca, por 122 a 95 votos. Vicepresidente do Senado no período entre 1891 e 1894, elegeu-se para a Presidência da República em 15 de novembro de 1894, sucedendo a Floriano Peixoto. Seu governo caracterizou-se pela pacificação do Rio Grande do Sul, convulsionado pela Revolução Federalista, que irrompera no ano anterior à sua posse, pelo reatamento de relações diplomáticas com Portugal, em 16 de março de 1895, desfeitas desde 1893, e pela fixação definitiva, perante a Inglaterra, da posse da ilha da Trindade pelo Brasil. Entre 10 de novembro de 1896 e 4 de março de 1897 Prudente de Morais esteve substituído, por motivos de saúde, pelo vice-presidente Manuel Vitorino Pereira. Pouco depois de ter reassumido o cargo, Prudente foi objeto de um atentado em 5 de novembro de 1897, no qual sucumbiu o Ministro da Guerra, Marechal Carlos Machado Bittencourt, o mesmo que, algum tempo antes, comandou a expedição contra Canudos. Com Prudente de Morais, primeiro presidente civil da república, subiram ao poder as oligarquias agrárias de Minas e São Paulo, que controlariam o estado brasileiro por meio da chamada política dos governadores, do voto de cabresto e de outros instrumentos políticos, durante a primeira República. Após deixar o poder, Prudente de Morais chefiou uma dissidência do Partido Republicano, defendendo várias reformas constitucionais, inclusive a que restabeleceu a eleição indireta. Prudente José de Morais e Barros faleceu em Piracicaba-SP, no dia 2 de dezembro de 1902. RUA EVARISTO DA VEIGA– (Campos Elísios) 184
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EVARISTO DA VEIGA nasceu no Rio de Janeiro, no ano de 1799. Jornalista, político, escritor e partidário pela independência. Em 1827 fundou o jornal “Aurora Fluminense”. Ao contrário dos pasquins da época e outros periódicos “oficiais” que proliferavam naquele tempo, o seu é tido como o primeiro jornal sério da cidade do Rio de Janeiro. De orientação liberal, trazia como lema “liberdade e ordem legal”. Três anos mais tarde Evaristo elegeu-se deputado pela província das Minas Gerais, sendo reeleito por mais três mandatos. Desencantado com a vida pública, porém, fecharia o jornal em 1835, ando a viver em Minas Gerais, onde se dedicou à literatura, tornando-se um dos precursores do romantismo no Brasil. Voltou ao Rio de Janeiro em 1837, falecendo no mesmo ano. RUA CASSIMIRO DE ABREU– Campos Elísios) CASSIMIRO JOSÉ MARQUES DE ABREU, poeta, nasceu em Barra de São João, RJ, em 4 de janeiro de 1839, e faleceu em Nova Friburgo, RJ, em 18 de outubro de 1860. É o patrono da Cadeira n. 6 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Teixeira de Melo. Era filho natural do abastado comerciante e fazendeiro português José Joaquim Marques Abreu e de Luísa Joaquina das Neves. O pai nunca residiu com a mãe de modo permanente, acentuando assim o caráter ilegal de uma origem que pode ter causado bastante humilhação ao poeta. ou a infância, sobretudo, na propriedade materna, Fazenda da Prata, em Correntezas. Recebeu apenas instrução primária, estudando dos 11 aos 13 anos no Instituto Freeze, em Nova Friburgo (18491852), onde foi colega de Pedro Luís, seu grande amigo para o resto da vida. 185
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Em 1852 foi para o Rio de Janeiro praticar comércio, atividade que lhe desagradava, e a que se submetera por vontade do pai, com o qual viajou para Portugal no ano seguinte. Em Lisboa iniciou a atividade literária, publicando um conto e escrevendo a maior parte de suas poesias, exaltando as belezas do Brasil e cantando, com inocente ternura e sensibilidade quase infantil, suas saudades do país. Lá compôs também o drama Camões e o Jaú, representado no teatro D. Fernando (1856). Ele só tinha dezessete anos, e já colaborava na imprensa portuguesa, ao lado de Alexandre Herculano, Rebelo da Silva e outros. Não escrevia apenas versos. No mesmo ano de 1856, o jornal O Progresso imprimiu o folhetim Carolina, e na revista Ilustração Luso-Brasileira saíram os primeiros capítulos de Camila, recriação ficcional de uma visita ao Minho, terra de seu pai. No ano de 1857, voltou ao Rio, onde continuou residindo a pretexto de continuar os estudos comerciais. Animava-se em festas carnavalescas e bailes e freqüentava as rodas literárias, nas quais era bem relacionado. Colaborou em A Marmota, O Espelho, Revista Popular e no jornal Correio Mercantil, de Francisco Otaviano. Nesse jornal, trabalhavam dois moços igualmente brilhantes: o jornalista Manuel Antônio de Almeida e o revisor Machado de Assis, seus companheiros em rodas literárias. Publicou As Primaveras, em 1859. Em 1860, morreu o pai, que sempre o amparou e custeou de bom grado as despesas da sua vida literária, apesar das queixas românticas feitas contra a imposição da carreira. A paixão absorvente que consagrou à poesia justifica a reação contra a visão limitada com que o velho Abreu procurava encaminhá-lo na vida prática. Doente de tuberculose buscou alívio no clima de Nova Friburgo. Sem obter melhora, recolhe-se à fazenda de Indaiaçu, em São João, onde veio a falecer, seis meses depois do pai, faltando três meses para completar vinte e dois anos. 186
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Aqui a carroça da história pára e ouve do poeta jovem a sua lamúria: “Ó! Que saudades que eu tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais...”, esta era a linha da sua poesia, nostalgia da infância, a saudade da terra natal, o gosto da natureza, a religiosidade ingênua, o pressentimento da morte, a exaltação da juventude, a devoção pela pátria e a idealização da mulher amada. A sua visão do mundo externo está condicionada estreitamente pelo universo do burguês brasileiro da época imperial, das chácaras e jardins. Trata de uma natureza onde se caça arinho quando criança, onde se arma a rede para o devaneio ou se vai namorar quando rapaz. À simplicidade da matéria poética corresponde amaciamento paralelo da forma. Casimiro de Abreu desdenha o verso branco e o soneto, prefere a estrofe regular, que melhor transmite a cadência da inspiração “doce e meiga” e o ritmo mais cantante. Colocado entre os poetas da segunda geração romântica, expressa, através de um estilo espontâneo, emoções simples e ingênuas. Estão ausentes na sua poesia a surda paixão carnal de Junqueira Freire, ou os desejos irritados, macerados, do insone Álvares de Azevedo. Ele pôde sublimar em lânguida ternura a sensualidade robusta, embora quase sempre bem disfarçada, dos seus poemas essencialmente diurnos, nos quais não se sente a tensão das vigílias. No poema “Violeta” configura a teoria do amor romântico, segundo a qual devem ficar subentendidos os aspectos sensuais mais diretos, devendo, ao contrário, ser manifestado com o maior brilho e delicadeza possível o que for idealização de conduta. “O Meu Livro Negro”, em toda a sua obra, é o único momento de amargura violenta e rebeldia mais acentuada; noutros o drama apenas se infiltra, menos compacto. Em sua poesia, talvez exagerada no sentimentalismo e repleta de amor pela natureza, pela mãe e pela irmã, as emoções se sucedem sem violência, envolvidas num misto de saudade e de tristeza. 187
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Escreveu as seguintes obras: Camões e o Jaú, teatro (1856); Carolina, romance (1856); Camila, romance inacabado (1856); A Virgem Loura, Páginas do coração, prosa poética (1857); As primaveras (1859). RUA DOS PRACINHAS – Jardim Eldorado Para combater o inimigo em terras da Europa (alemães e italianos), junto com as Forças Aliadas, o Governo brasileiro criou, em 9 de agosto de 1943, a FEB - Força Expedicionária Brasileira, nomeando, em 28 de dezembro do mesmo ano, para comandá-la, o General de Divisão João Baptista Mascarenhas de Moraes, nascido em 13 de novembro de 1883, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul. A FEB foi organizada nos moldes americanos, com tropas de todas as armas, serviços e outros órgãos de apoio logístico. Os seus integrantes (pracinhas) foram originários de todos os Estados do Brasil. A FEB foi constituída de uma Divisão de Infantaria Expedicionária e de Órgãos não Divisionários. A Divisão de Infantaria (1ª DIE) foi comandada, cumulativamente, pelo General Mascarenhas de Moraes e era a força de operações de combate. Contava com a Infantaria Divisionária (três Regimentos), comandada pelo General de Brigada Euclydes Zenóbio da Costa, com a Artilharia Divisionária (quatro Grupos de Artilharia e uma Esquadrilha de Ligação e Observações), comandada pelo general de Brigada Oswaldo Cordeiro de Farias, com um Batalhão de Engenharia, um de saúde, um Esquadrão de Reconhecimento, e unidades menores de outros serviços. Os participantes da FEB, militares da ativa ou da reserva convocados, aram por rigorosa inspeção de saúde e seleção física, e receberam intensivo adestramento, para melhor desempenho na guerra de então. 188
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A II Guerra Mundial trouxe modificações significativas na evolução do Exército Brasileiro. Em 1942, em resposta ao torpedeamento de vários de seus navios mercantes, o Brasil declarou guerra às potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Em 1944, o País enviou para o teatro de operações europeu uma força expedicionária organizada em curto espaço de tempo, sob o comando do General Mascarenhas de Moraes. Designada para operar na Itália, durante o tempo em que esteve em combate, compondo o V Exército dos Estados Unidos da América, a Divisão brasileira sofreu mais de 400 baixas por morte em ação. Antes que o conflito terminasse, havia feito mais de 15.000 prisioneiros de guerra e capturado duas divisões inimigas. Nada mais justo do que essa lembrança aos pracinhas...
RUA TAMANDARÉ – B. Itamaraty O nome do almirante Tamandaré esteve sempre tão ligado aos empreendimentos navais brasileiros e a sua história se confunde com a da própria Marinha, da qual se tornou patrono. JOAQUIM MARQUES LISBOA, o almirante. Filho de um capitão de milícias, desde pequeno viajava atento às manobras dos barcos e às práticas de navegação. Tamandaré nasceu em Rio Grande RS em 13 de dezembro de 1807. Depois proclamada a independência do Brasil, quando da organização da Marinha empreendida por D. Pedro I, alistou-se como voluntário e, aos 15 anos, embarcou como praticante de piloto na fragata Niterói, sob o comando do almirante João Taylor. Participou da luta contra o general Inácio Luís Madeira de Melo, na Bahia e da perseguição da esquadra portuguesa até a foz do rio Tejo.
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Ingressou na Academia dos Guardas-Marinhas, mas abandonou-a em 1824, com a deflagração, em Pernambuco, da revolução que precederia à Confederação do Equador, para participar dos combates sob o comando de Lord Cochrane. Retornou em seguida à Academia e, logo depois, em 1826, graças à recomendação do almirante Taylor, foi efetivado como segundo-tenente e removido para as guerras do sul. Deu novas demonstrações de coragem como quando, no comando da escuna Constança, foi aprisionado durante a malograda expedição à Patagônia, em 1827. Conseguiu escapar e, junto com os companheiros libertados, dominou a tripulação do barco argentino em que viajavam e o levou para Montevidéu, então sob jurisdição brasileira. Teve atuação destacada em todas as ações importantes da Marinha no plano interno, como o levante da setembrada, em 1831, e os motins do ano seguinte em prol da restauração de D. Pedro I, em Pernambuco; a cabanagem, em 1835-1836, no Pará; a sabinada, em 1837, na Bahia; a revolução farroupilha, em 1838, no Rio Grande do Sul. Essa última missão, contudo, não lhe agradava, por ser uma luta que envolvia conterrâneos seus. Solicitou e obteve exoneração, mas seu afastamento durou pouco: logo voltaria à atividade, em 1839, no comando da repressão à balaiada, no Maranhão, em colaboração com as forças terrestres do duque de Caxias. Em 1840 já era capitão-de-fragata e, em 1847, capitão-de-mar-e-guerra. Em 1848 recebeu na Inglaterra a fragata D. Afonso, primeiro navio misto -- a vela e a vapor -- de grande porte da armada nacional. No comando desse navio, realizou duas importantes operações de salvamento: a dos ageiros de uma galera americana que se incendiara em Liverpool e o de uma nau portuguesa avariada por um tufão e ameaçada de naufrágio, no litoral do Rio de Janeiro. Tais feitos valeram-lhe o reconhecimento dos governos inglês, americano e português. Ao 190
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fazer escala em Recife PE, participou dos combates que pam fim à Revolução Praieira. Designado comandante da divisão naval do Rio da Prata, em 1849, logo adoeceu e deixou o posto. Em 1852 foi nomeado capitão do porto do Rio de Janeiro; em 1854, inspetor do Arsenal de Marinha da corte e, no mesmo ano, foi promovido a chefe-de-esquadra. Chegou a vice-almirante em 1856. Na visita de D. Pedro II às províncias do norte, em 1859, Joaquim Marques Lisboa comandou a esquadra que conduziu o imperador. No ano seguinte, D. Pedro II agraciou-o com o título de barão. Comandante das forças navais do Prata, em 1864, ordenou o bloqueio do rio Uruguai e ocupou os portos de Salto, no Uruguai, e Paissandu PR, de onde desceu para Montevidéu, então sob o poder do general Venâncio Flores, aliado do Brasil. Ao irromper a guerra da Tríplice Aliança, determinou o bloqueio do rio Paraguai. Assistiu, em companhia de D. Pedro II, à rendição de Uruguaiana, em 1865. Promovido a almirante em 1867, exonerou-se do comando da esquadra. Ao completar oitenta anos, recebeu o título de conde e, em 1888, o de marquês. Grande amigo de D. Pedro II, na proclamação da república entristeceu-se com a deposição do monarca, de quem foi despedir-se no caminho para o exílio. Dois meses depois pediu reforma, mas permaneceu no cargo de ministro do Supremo Tribunal Militar, do qual se exonerou poucos dias antes de morrer, no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1897. Foi posteriormente declarado patrono da Marinha. No dia de seu nascimento, 13 de dezembro, comemorase o dia do marinheiro. TRAVESSA JEAN JAQUES WIRTH (Lei Municipal nº. 498 de 1964) 191
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JEAN JAQUES WIRTH, foi um cidadão suíço do cantão alemão – que aportou em Anápolis no começo da década de 40, bem no meio da 2ª Guerra Mundial, influenciado por um seu patrício que aqui morava, o relojoeiro Fritz Burger, que o convenceu a se transferir daquele país europeu para a nossa cidade. Aqui fez residência ao lado da casa de Zeca Batista – hoje Museu de Anápolis – e se dedicou ao comércio. De tantos anos naquele local tornou-se referência para aquela rua, razão da homenagem da municipalidade à sua lembrança. Foi só o que fez.
PRAÇA GOMES DE SOUZA RAMOS - Centro Segundo o escritor Humberto Crispim Borges, responsável pela melhor narrativa escrita da nossa história, GOMES DE SOUZA RAMOS mudou-se de Jaraguá para o incipiente vilarejo de Antas no ano de 1870. Homem sem fronteiras, operoso e inteligente, aqui chegando obteve de alguns moradores doação de uma gleba de terras para o patrimônio de Nossa Senhora Santana, lugar em que no ano seguinte construiu uma pequena capela em louvor à Santa. Logo mais outras edificações apareceram e nascia assim a denominação de Capela de Santana das Antas. Foi seu primeiro vigário Francisco Inácio da Luz que benzeu o santuário e logo começaram as missas e novenas, batizados, casamentos e recomendações, principalmente porque o cemitério era na circunferência da igrejinha. – Gomes de Souza Ramos faleceu em 22 de setembro de 1889 e foi sepultado no mesmo dia, perto da porta lateral e do lado de fora da igreja, junto ao túmulo de sua mãe. Desse dia em diante, José da Silva Batista – Zeca Batista – assume definitivamente a liderança dos destinos de Anápolis. Gomes de Souza Ramos é definitivamente consagrado como o FUNDADOR da nossa cidade. 192
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RUA ANTÔNIO PEREIRA DUTRABairro Filostro Machado ANTÔNIO PEREIRA DUTRA, com este descendente começa o que já se fazia necessário, ou seja, o resgate da memória do chefe do clã Manuel Pereira Dutra, uma das mais antigas famílias instaladas na Freguesia de Antas, mais precisamente no ano de 1830. Filho do vanguardeiro Manuel Pereira Dutra, Antônio nasceu em Antas em 1845, bem antes da chegada de Gomes de Souza Ramos, e faleceu em Anápolis em 1908. Foi comerciante, tropeiro e homem público, como segundo intendente eleito da Vila, assumiu a titularidade do governo municipal no período de 1895/97, ocasião que teve o privilégio histórico de ser o primeiro filho de Anápolis a galgar ao posto de Intendente Municipal. Foi ainda membro do Conselho Municipal. Foi durante o seu governo que ele teve a oportunidade histórica de promulgar a primeira “Lei Orgânica do Município”, acontecida em 10 de março de 1896, e que só viria a ser aplicada no dia 1º de maio do mesmo ano. AVENIDA DOM BOSCO – (Bairro Bom Sucesso) DOM BOSCO nasceu no dia 16 de agosto de 1815, em Becchi, na Itália, numa fazenda de camponeses pobres. Ficou órfão de pai com dois anos. Um misterioso sonho marcou a vida de João Bosco aos nove anos. Os anos que se seguiram foram orientados por esse sonho. Margarida Bosco ou humilhações e canseiras incríveis para que seu filho chegasse a ser padre. Ordenou-se sacerdote em 1841, em Turim, Itália. O mundo ava por grandes transformações. Na miséria desolada dos subúrbios, havia jovens desocupados, sem rumo, famintos. Aí o novo sacerdote identificou a quem dedicar sua vida. 193
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Em 1853, começam a funcionar as primeiras oficinas, nas quais o próprio Dom Bosco ensinava. Dom Bosco faria de tudo para impedir que esses jovens abandonados fossem obrigados a roubar para comer e acabar nas prisões. Reuniu esses meninos. Nasceu o primeiro Oratório, um lugar onde pudessem morar, trabalhar, rezar. Mais uma vez, mamãe Margarida se sacrificaria. Deixou sua casa no campo e veio trabalhar como cozinheira e lavadeira dos meninos. Em 1853, começam a funcionar as primeiras oficinas, nas quais o próprio Dom Bosco ensinava. Entre os jovens que consideram a Dom Bosco como pai e mestre, alguns lhe pedem para "ser como ele". Nasce assim a Congregação Salesiana, em 1854. Em 1860, o primeiro menino de Dom Bosco ordena-se padre. No início de 1872, funda com Maria Mazzarello o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, o ramo feminino da Congregação. Dom Bosco idealizou uma grande família para se dedicar ao ensino e catequese dos meninos e meninas abandonados. Hoje, no mundo todo, a família Salesiana é composta, além dos padres e irmãs, pelos Cooperadores, Coadjutores e os Salesianos leigos, formados em sua maioria pelos ex-alunos, que atuam em oratórios, escolas, ensino profissionalizante, etc. Mas a maior obra que Dom Bosco deixou para a igreja é o seu sistema de educar os jovens, baseado em três palavras: razão, religião e bondade. O santo dos jovens morreu no dia 31 de janeiro de 1888, com 72 anos. ALAMEDA DOS PALMARES 194
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(BairroAntônio Fernandes) A história dos quilombos representa a luta dos negros na História do Brasil, tendo no Quilombo dos Palmares – Zumbi dos Palmares – o maior líder da formação da cultura afrobrasileira e a afirmação dos afro-descendentes na História do Brasil. Durante a época da escravatura no Brasil (séculos XVII e XVIII), os negros que conseguiam fugir das senzalas iam se refugiar no meio das matas. Aí se fixavam e desenvolvia a sua cultura, sendo então este local conhecido como quilombo. E durante a invasão holandesa em Pernambuco (1630), muitos dos senhores de engenho acabaram por abandonar suas terras. Este fato propiciou a fuga em massa dos escravos, buscando a maioria deles abrigo no Quilombo dos Palmares, o mais famoso deles, criado no Estado de Alagoas. Em 1670, este Quilombo já abrigava cerca de 50 mil escravos, que ficaram conhecidos como quilombos e que costumavam pegar alimentos às escondidas das plantações e dos engenhos existentes em regiões próximas, o que incomodava muito a todos os habitantes da região. Esta situação fez com que os quilombos fossem combatidos, tanto pelos holandeses, quanto pelo governo de Pernambuco. A luta contra os negros de Palmares durou cerca de cinco anos, contudo, apesar de todo o empenho e determinação dos quilombos chefiados por Zumbi, eles, por fim, foram derrotados. Palmares, hoje, representa uma forma de resistência e combate ao preconceito contra os afro-descendentes, rejeitando eles a cruel forma de discriminação e buscam a igualdade e uma vida com dignidade. RUA COSTA E SILVA – (Jardim Bandeirantes) 195
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MARECHAL ARTHUR DA COSTA E SILVA nasceu na cidade de Itaquari-RS, em 3 de setembro de 1902 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, a 17 de dezembro de 1969, militar e político brasileiro, sendo o segundo presidente da ditadura militar instaurada pelo golpe de estado em março de 1964. Filho de comerciantes portugueses da Ilha da Madeira, Arthur da Costa e Silva entra para a Escola Militar de Realengo (Rio de Janeiro), em 1918, de onde saiu segundo tenente em 1923, quando participa da tentativa de levante do 1º Regimento de Infantaria da Vila Militar, a 5 de julho daquele ano. Casa-se com Iolanda Costa e Silva. Até alcançar o posto de coronel, foi promovido por merecimento. Chega ao generalato a 2 de agosto de 1952 e alcança o último posto – general de exército – e em 3 de outubro de 1967 é eleito presidente da República pelo Congresso Nacional. A situação política se agrava no seu governo, com a famosa “eata dos cem mil”, quando em manifestação pública o povo vai às ruas protestar. Em represália, Costa e Silva convoca o Conselho de Segurança Nacional e edita o famigerado Ato Institucional nº. 5 (AI-5), que lhe dá poderes para fechar o Parlamento, cassar políticos e institucionalizar a repressão. Após sofrer uma trombose cerebral, afasta-se da presidência, em 31 de agosto de 1969, sendo substituído por uma junta militar. Costa e Silva falece no dia 17 de dezembro do mesmo ano, vítima de enfarte. PRAÇA PIO XI – (Jardim Bom Clima) SCHILLE RATTI era o nome de Pio XI nascido em Desio (próximo a Monza), Itália, no dia 31 de maio de 1857 e falecido em Roma, no dia 10/02/1939. 196
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Pi0 XI, apoiado pelo secretário de Estado Eugenio Pacelli (o futuro Pio XII), procurou consolidar a presença política da Igreja Católica, com numerosos acordos, entre os quais se destacaram os pactos com a Itália fascista (Tratado de Latrão, 1929) e com a Alemanha nazista (1933). Em várias encíclicas, interveio em questões de atualidade premente, como em política social, na Quadragésimo Anno (1931). Só depois de receber importantes manifestações de protesto é que se pronunciou contra o nacional socialismo na encíclica Mit Brenneder (1937). Nesse mesmo ano, condenou o comunismo. Seu sucessor foi Pio XII. AVENIDA INDEPENDÊNCIA – (Parque Brasília) UM CANTO DE ALERTA AOS JOVENS Bem sabemos das dificuldades que têm aqueles que mal sabem soletrar frases concretas e, de repente, entender toda a extensão e importância que tem esta palavra INDEPENDÊNCIA, mas que um dia – esperamos – possam compreender as memoráveis lições de brasilidade dessa palavra para erudição do espírito. É sob esta ótica que o escriba tenta se desvencilhar dessa missão de descrever – principalmente aos jovens – a importância de se ouvir a toda hora o eco do “Grito de Ipiranga”, que mesmo 185 anos depois, ainda ressoa o espírito daqueles libertadores que nos dão a certeza de que, enquanto houver homens livres e de bons costumes, haverá no mundo o bom combate contra a iniqüidade dos insensatos e em prol da felicidade humana. Assim, é como confesso aos leitores a paradoxal leveza que sinto em carregar o fardo de explicar a nossa independência, quando nela encontro a gratificante certeza da compreensão de todos os leitores para qualquer incontinência que venha a cometer no arroubo de minhas emoções, pelo que, desde 197
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já, apresso-me em formular-lhes minhas escusas e a rogar a Deus sejam minhas palavras a voz do espírito que anima o coração de todos quantos me lêem agora a discorrer sobre a AVENIDA INDEPENDÊNCIA Cultuar nossas tradições históricas é continuar a plantar a semente de civismo que nossos anteados semearam. Muito há que se rememorar nos feitos e efeitos dos fatos que pontificaram os rumos de nossa história. Portanto, é aqui e agora o momento oportuno para fazermos vibrar as nossas emoções de cada página da história de nossa independência, como justo preito de gratidão àqueles que, até com o sacrifício da própria vida, ofertaram-nos esta pátria linda, que inquieta o mundo pelo porvir de um gigante abençoado, que se fará despertado entre as nações que renascerão neste 3º milênio. Sabemos que a história de cada nação: - é a própria história de seus homens, seus vultos, com suas forças e fraquezas; - é a história de suas famílias, com suas alegrias e suas tristezas; - é a história de suas instituições, com seus benefícios e seus desvios; - é a história de sua cultura, com seus valores e seus vícios; - é a história de seu meio-ambiente, com seus equilíbrios e degradações; - é a história do ordenamento social, com suas harmonias e seus conflitos. Em fim, a história de cada nação é a história de tudo quando age e interage, nos seus homens e na sua natureza. Na história do Brasil é maravilhoso e gratificante saber nos seus feitos e pelo seu ser, que a nossa pátria é uma árvore frondosa, cuja semente germina no silêncio do seu reto proceder e nos dá frutos sobejos como a romã, que a despeito da casca amarga do ambiente que a envolve, encerra em seu âmago 198
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milhares de sementes que, rubras de sentimento pátrio, fazem doce a justiça, pela união que fortalece a individualidade dos brasileiros e os transforma em muito mais outras sementes da liberdade. Neste momento coloquial, o autor não sabe, não deve, nem se pode dar-lhes lições da nossa história. Mas sabe, deve e pode afirmar-lhes que não há como se construir a grandeza do amanhã, sem que se cultue, hoje, a grandiosidade do ontem, para tirar lições dos erros e dos acertos do ado para se encontrar a coragem que enfrenta desafios e a determinação que conquista vitórias. Um povo em que muitos são os que vivem subjugados à trama colonialistas dos interesses pessoais de poucos, é destinado a perecer no amargor da escravidão de si mesmo. Mas a liberdade de uma nação é como a brasa do lenho; quanto mais for assoprada pelos ventos da opressão, mais aviva a sua chama, até que se torne clarão. E no ardor dessa emoção, faz-se a luz. Luz que divisa os caminhos, conduzem muitos para o encontro com o seu próprio destino. E o destino do Brasil colônia era ser uma pátria livre! Disso sabiam insignes brasileiros, como Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, Januário da Cunha Borba, José Bonifácio e tantos outros, de inefável sensibilidade política, que souberam cristalizar, no sentimento da nacionalidade, o momento de romper a casca do colonialismo dominador. E, antes da meia noite desse memorável dia de 20 de agosto de 1822, num ambiente eclético de uma Loja Maçônica, fulguraram as luzes da igualdade e ergueram-se as colunas da liberdade e reverberou no coração da Pátria o estopim da independência. Estopim que a 7 de setembro explodiu na garganta de Dom Pedro I: INDEPENDÊNCIA OU MORTE! 199
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Este grito ecoou, na dor e na alegria, de um porfiar sem sangue derramado, o nascimento de uma nova Pátria. E o 7 de Setembro ou para a nossa história como o Dia da Independência. A data nacional brasileira, o DIA DA PÁTRIA Eis a idéia-corpo de UM CANTO DE ALERTA AOS JOVENS. RUA BORGES DE MEDEIROS ANTÔNIO A. BORGES DE MEDEIROS nasceu em Caçapava do Sul (RS), em 1863. Advogado iniciou seus estudos universitários na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1881, tomando contato com as idéias positivistas de Augusto Comte e tomando parte ativa no Clube Republicano Acadêmico. Em 1885, bacharelou-se na Faculdade de Direito de Recife, para onde havia se transferido no ano anterior. Em seguida, voltou ao seu estado natal para exercer a advocacia em Cachoeira do Sul. Ali, continuou sua militância política e logo se tornou o chefe local do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), agremiação liderada por Júlio de Castilhos. Com a Proclamação da República, em 1889, foi imediatamente nomeado delegado de polícia da cidade e, no ano seguinte, integrou-se à bancada gaúcha na Assembléia Nacional Constituinte de 1890/1891. Com a eclosão, no Rio Grande do Sul, da Revolução Federalista, em 1893, que pretendia afastar Floriano Peixoto da Presidência da República, Borges combateu ao lado das forças legalistas, o que lhe valeu a patente de tenentecoronel do Exército, concedida por Floriano. Em 1898, foi indicado por Júlio de Castilhos para 200
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sucedê-lo na chefia do governo estadual, cargo para o qual seria reeleito em 1902, ainda por indicação de Castilhos. Somente após a morte desse último, em 1903, Borges assumiu de forma definitiva a liderança do partido, que conservaria de maneira absoluta por mais de duas décadas. Ao voltar ao governo gaúcho nesse ano, promoveu a estatização de serviços públicos, como o transporte ferroviário e obras portuárias, até então a cargo de companhias internacionais. Em 1917 reelegeu-se ao governo do Estado. Em 1922, apoiou a candidatura oposicionista de Nilo Peçanha à presidência da República, lançada pela Reação Republicana, contra Artur Bernardes, apoiado por mineiros e paulistas. Bernardes venceu o pleito, mas no Rio Grande do Sul a vitória coube à Reação Republicana por larga diferença. Ainda em 1922, Borges voltou a apresentar seu nome para uma nova reeleição ao governo gaúcho. Dessa vez, porém, a oposição, liderada por Joaquim Francisco de Assis Brasil, apresentou-se mais forte, já que contava com o apoio do governo federal comandado por Bernardes e beneficiava-se com a insatisfação de muitos fazendeiros atingidos pela crise da pecuária, principal atividade econômica do Estado. Realizado o pleito, Borges obteve a vitória mais uma vez, que, contudo, foi contestada pelos partidários de Assis Brasil que acabaram recorrendo ao confronto armado, deflagrado em janeiro de 1923. O conflito se estendeu por todo o ano e somente no mês de dezembro as facções em luta chegaram a um acordo, oficializado no Pacto de Pedras Altas. Por esse acordo, a oposição aceitava o novo mandato de Borges de Medeiros que ficava, porém, impossibilitado de buscar uma nova reeleição. 201
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Em 1924, Borges enviou efetivos da Brigada Militar gaúcha para combater o levante tenentista deflagrado, naquele ano, na capital paulista contra Bernardes. Logo, porém, foi obrigado a enfrentar rebeliões semelhantes em seu próprio Estado, quando guarnições do Exército localizadas em cidades do interior se sublevaram sob o comando do capitão Luís Carlos Prestes. Cumprindo o acordo de Pedras Altas, Borges afastou-se do governo gaúcho em 1928. Comandou, entretanto, o processo de sua sucessão, indicando o nome de Getúlio Vargas para substituí-lo. No decorrer de 1929, as articulações em torno das eleições presidenciais do ano seguinte levaram à ruptura entre mineiros e paulistas que, de acordo com a chamada "política do café com leite", vinham detendo a hegemonia sobre a política nacional nas décadas anteriores. Contrariados pela indicação do paulista Júlio Prestes como candidato situacionista à sucessão do também paulista Washington Luís, os mineiros decidiram articular uma chapa de oposição encabeçada por um gaúcho - Borges de Medeiros ou Getúlio Vargas. O próprio Borges, entretanto, optou pelo nome de Vargas. Formou-se, então, a Aliança Liberal. A campanha eleitoral foi a mais concorrida da República Velha, com grandes comícios sendo realizados em várias capitais brasileiras. Realizado o pleito em março de 1930, Júlio Prestes foi declarado vencedor. Borges pronunciou-se a favor do reconhecimento do resultado, declarando-se contrário qualquer tentativa de questioná-lo pelas armas. Dentro da Aliança Liberal, contudo, ganhavam força os elementos favoráveis a uma solução armada, destacadamente os seus membros mais jovens e os militares 202
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oriundos do movimento tenentista da década anterior, que desde a campanha eleitoral haviam, na sua quase totalidade, dado apoio a Vargas. Borges só decidiu apoiar os revolucionários dias antes do movimento contra Washington Luís ser deflagrado. Anistiado em maio de 1934, em julho do mesmo ano concorreu à presidência da República na eleição indireta realizada pela Assembléia Nacional Constituinte, reunida desde o ano anterior. Nessa ocasião, foi o segundo mais votado com 59 votos contra os 175 dados ao vencedor, Getúlio Vargas. Em seguida, elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Foi cassado em 1937 pelo golpe do Estado Novo, decretado por Vargas, mas mesmo assim divulgou manifesto de apoio à nova ordem. Afastou-se, então, da vida política, falecendo em 1961.
RUA INCONFIDÊNCIA – Vila Esperança A INCONFIDÊNCIA MINEIRA Na segunda metade do século XVIII, Minas Gerais entrou em fase de decadência econômica. As jazidas de ouro estavam se esgotando. Os mineiros foram ficando cada vez mais pobres. Mesmo assim o governo português continuou exigindo pesados impostos dos mineiros e argumentava que a queda na produção era resultado do contrabando de ouro. Só que a realidade era outra. Em 1788, sempre zelosa de sua mais opulenta capitania, a Coroa substitui o corrupto governador Luís da Cunha Meneses por Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena e sobrinho do vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa. O visconde 203
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chegou a Vila Rica (hoje Ouro Preto) com ordens expressas para aplicar o alvará de dezembro de 1750, segundo o qual Minas precisava pagar cem arrobas (ou 1.500 kg) de ouro por ano para a Coroa. Caso a arrecadação não atingisse essa cota, seria então cobrada a derrama - o imposto extra tirado de toda a população até completar as cem arrobas. O visconde anunciou: a derrama, por mais odiada e temida, seria cobrada em fevereiro de 1789. Um clima de tensão e revolta tomou conta das camadas mais altas da sociedade mineira. Por isso, importantes membros da elite econômica e cultural de Minas começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades portuguesas. Inconfidência Mineira foi o nome pelo qual ficou conhecido o movimento rebelde e foi organizado pelos homens ricos e cultos de Minas Gerais. Ricos que não queriam pagar os impostos abusivos cobrados pela Metrópole. Cultos que tinham estudado na Europa e voltavam ao Brasil com influências do pensamento liberal dos filósofos ses (Rousseau, Montesquieu, Voltaire e Diderot). Gente que se inspirava nas idéias do Iluminismo, que estavam em alta na Europa e impulsionaram a independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução sa (1789). No dia 26 de dezembro de 1788, na casa do tenentecoronel Francisco de Paula Freire de Andrade, chefe do Regimento dos Dragões, alguns dos sujeitos mais importantes de Minas encontraram-se para uma reunião conspiratória. Três tipos de homens estavam na reunião: ideológicos, como o filho do capitão-mor de Vila Rica, José Álvares Maciel; ativistas revolucionários como o alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) e, em maior número e muito mais voz de comando, mineradores e magnatas endividados, como Alvarenga Peixoto e o padre Oliveira Rolim, notório traficante de diamantes e escravos. Mais tarde, na segunda reunião, no mesmo local, juntarse-ia ao grupo o negociante Joaquim Silvério dos Reis, talvez o homem mais endividado da capitania, com um “ivo” oito 204
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vezes superior aos “ativos”. Também participaram do movimento Cláudio Manuel da Costa (minerador e poeta, formado em Coimbra), Tomás Antônio Gonzaga (poeta e jurista), Toledo e Melo (padre e minerador), Abreu Vieira e Oliveira Lopes (coronéis). Ficou decidido que, no dia em que fosse decretada a derrama, a revolução eclodiria. Os planos para o golpe eram tão vagos quanto os projetos do futuro governo. Governos que já foram e serão retratados em outros capítulos deste livro. RUA DOS GUARARAPES – Vila Esperança Era o dia 18 de abril de 1648. Mais de 4 mil holandeses avançam para o Sul, vindos do Recife. Na agem, eliminam um pequeno posto inimigo na Barreta. Os poucos sobreviventes acorrem ao Arraial Novo do Bom Jesus – QuartelGeneral da resistência pernambucana –, onde relatam o incidente. O comando rebelde ordena a marcha na direção do inimigo. Reunido em Ibura decide: "rumo aos Outeiros Guararapes". Sem tempo sequer para jantar, cerca de 2 mil homens preparam-se para o combate, nutridos pela certeza do improvável: bater uma força material e numericamente superior. Prodígio de criatividade, ousadia e bravura a 1ª Batalha dos Guararapes é mais do que um memorável feito militar de nossos anteados. Neste duelo, em que o Davi caboclo abateu o Golias estrangeiro, assentam-se as raízes da nacionalidade e do Exército brasileiros, que caminham juntos há 350 anos. RUA DOS CANUDOS - Vila Esperança A GUERRA DOS CANUDOS teve estopim num episódio sem importância que faria eclodir uma verdadeira tragédia: com a proximidade do término da construção da igreja nova do Belo Monte (BA), Antônio Conselheiro solicitou, como de hábito, ao Coronel João Evangelista Pereira e Melo a compra de uma partida de madeira em Juazeiro, para a cobertura do 205
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templo. Era junho de 1896. O Juiz de Direito Arlindo Leoni, antigo desafeto do peregrino, aproveitou a questão da compra da madeira para retaliar a figura de Conselheiro, convencendo o negociante encarregado da encomenda a não entregar o pedido, que já havia sido pago. Diante de tal fato, Conselheiro decidiuenviar um grupo de seus seguidores para apanhar a referida madeira. Aproveitando a situação de tensão que se instalou, Leoni mandou telegramas ao Governador da Bahia Luís Viana, avisando-o de uma possível invasão dos adeptos de Conselheiro e pedindo providências. Foi assim que surgiu a primeira expedição contra Canudos. Comandada pelo Tenente Manuel da Silva Pires Ferreira, e formada por três oficiais, 113 praças, um médico, dois guias e uma ambulância, essa expedição partiu de Salvador no dia 6 de novembro de 1897, chegando a Juazeiro no dia seguinte. Após cinco dias, o comandante da expedição resolveu atacar Canudos. Aparentemente, o arraial havia sido abandonado. Mas, na madrugada do dia 21, as tropas do exército foram surpreendidas pelos sertanejos de Conselheiro. Estabelecido o confronto e a conseqüente retirada das tropas legais do teatro de operações, a popularidade do peregrino aumentaria ainda mais entre os seus seguidores. Ao receber a notícia do desastre da primeira expedição, Luís Viana organizou uma segunda, esta sob o comando do Major Febrônio de Brito, que contava com 10 oficiais, 609 praças do exército e da polícia estadual. Os aliados do Conselheiro conheciam o movimento das tropas pelos contatos que tinham em Monte Santo e em outras regiões vizinhas. Durante a travessia do Morro do Cambaio, travaram várias batalhas, utilizando a estratégia de usar trincheiras, em sua maioria naturais, e franco-atiradores, para enfraquecer o inimigo, física e emocionalmente. Nas proximidades do arraial, travou-se a luta final dos sertanejos contra o já desgastado exército republicano, que não teve êxito em sua tentativa de destruição de 206
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Canudos. Desmoralizado, o governo formou uma terceira expedição a Canudos, que era visto pela imprensa como um antro monárquico e perigoso. Para o comando, foi nomeado o Coronel Antônio Moreira César, conhecido pela violência de suas ações, principalmente por seu desempenho na repressão à Revolução Federalista, onde ficou conhecido por corta-cabeças. O comandante partiu com uma tropa de 1600 homens, canhões Krupp, munições, mantimentos, ambulâncias, dois médicos e dois engenheiros militares. No caminho para o Monte, foram atacados por piquetes conselheiristas, que hostilizavam os soldados sem atacá-los diretamente, devido à desproporção de homens e armamentos. Para Conselheiro e seus seguidores, cada vez mais se colocava o desafio de enfrentar um exército em maior número e com melhores armamentos. Na manhã do dia 3 de março, os tiros de canhão dirigidos ao arraial davam início à batalha. Depois de três horas de intenso combate, Moreira César foi ferido mortalmente, assumindo seu lugar o Coronel Pedro Tamarindo, que não conseguiu tomar a cidadela, e recuou. Ao amanhecer, os soldados tomaram conhecimento da morte de Moreira César e da decisão de retirada das tropas, o que gerou uma debandada geral, possibilitando um ataque dos conselheiristas pela retaguarda, o massacre das tropas, e a expropriação do armamento e munição pelos jagunços, preparando-os para os longos embates do ato final da guerra. A fragorosa derrota de mais uma expedição militar contra Canudos repercutiu bombasticamente por toda a República. Na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, além de distúrbios de rua, os jornais A Gazeta da Tarde, O Apóstolo e Liberdade (de tendência monarquista) foram depredados e o jornalista Gentil de Castro foi assassinado. Na capital paulista, o jornal “O Comércio”, de São Paulo, também foi tirado de circulação. A vergonha de um numeroso e bem armado destacamento militar posto a correr pelos jagunços broncos e mal-armados liderados por um religioso 207
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fanático deixaria a Nação em verdadeiro estado de histeria. Neste clima, é organizada a quarta investida militar contra o reduto conselheirista, esta comandada pelo General de Brigada Artur Oscar de Andrade Guimarães, dividida em duas colunas que assaltariam o arraial do Belo Monte a partir de Queimadas, via Monte Santo - Primeira Coluna, sob o comando do General João da Silva Barbosa -, e de Aracaju - Segunda Coluna, sob o comando do General Cláudio do Amaral Savaget. Envolvendo quase a metade (10.000 homens) do efetivo do Exército nacional de então, destacamentos das polícias militares dos Estados do Amazonas, Bahia, Pará e São Paulo e, no ato final, uma expedição de reforço (a brigada de Girad), um comboio de reabastecimento e a presença no teatro de operações do próprio Ministro da Guerra, Marechal Carlos Machado de Bittencourt que, da base militar de Monte Santo, organizou e dirigiu a logística que levaria à vitória o Exército Republicano. De junho a outubro de 1897 republicanos e sertanejos travariam inúmeros combates nas duas frentes de batalha, sendo interceptados diversos comboios de suprimento das tropas federais pelos jagunços, levando a Quarta Expedição quase à derrota. Como saldo macabro da mais cruel luta fratricida de nossa História restariam dezenas de milhares de mortos, o massacre e a destruição completa do Arraial do Belo Monte, o degolamento de numerosos prisioneiros de guerra e o fim da tentativa de construção de uma sociedade fraterna em pleno sertão baiano do século XIX. Para Euclides da Cunha, fechando os Sertões: "Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos 208
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morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados." RUA JOSÉ FERNANDES VALENTE-B. Goiano (Lei Municipal nº1068/1983) JOSÉ FERNANDES VALENTE, filho legítimo de Alípio Valente e de dona Presentação Valente nasceu na cidade de Descalvado-SP, no ano de 1897, transferindo seu domicílio para a nossa cidade nas primeiras décadas do século ado, exercendo aqui a sua profissão de farmacêutico por mais de cinqüenta anos. Além de notabilizar-se pelos seus conhecimentos profissionais, o Dr. Valente fez deles um verdadeiro sacerdócio precioso de atendimento aos mais necessitados. É necessário que se registre aqui a importância da vida profícua de dons humanitários, de exemplo de um grande cidadão e, com certeza, uma das maiores reservas morais da nossa Anápolis. Como homem público prestou relevantes serviços ao município. Em eleição direta, em 1934, realizou importantes obras, quando no exercício do cargo de Prefeito Municipal, haja vista, a criação do primeiro ginásio municipal, em 1937, sendo este estabelecimento hoje o “Colégio São Francisco”. Ainda, durante sua gestão, foi criada colonização do Distrito de Cerrado por japoneses, que transformaram áreas improdutivas em grandes plantações de pomares e cafezais. Hoje, esse distrito é emancipado e chamado de Nerópolis. No fim de novembro de 1937, quando do golpe que resultou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder, assumiu o governo de Goiás - como interventor - Dr. Pedro Ludovico, que viu no senhor Valente, então prefeito de Anápolis em fim de mandato, o homem capaz de continuar a governar o município, o 209
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que aconteceu até o início de 1940, quando assumiu o governo municipal o Dr. Manoel Demóstenes. O mui ilustre Dr. Antônio Fernandes Valente governou o município por dois mandatos, sendo este o mandatário que mais tempo istrou a cidade – 1934-1940. O Dr. Valente faleceu em Anápolis no ano de 1974, cercado da mais elevada consideração do povo anapolino. RUA TUIUTÍ – Vila Esperança A Batalha de Tuiutí foi o maior encontro militar de toda a guerra contra o Paraguai. Quase 60.000 soldados tomaram parte na luta. Seu nome deve-se a um vasto campo inundável situado ao norte de Estero Bellaco. Depois da batalha de 2 de maio, O II Corpo do Exército Imperial, uma força de 18.000 homens sob o comando de Antonio Paranhos, visconde de Porto Alegre, marchou para o norte contornando as margens do rio Paraná. Enquanto isso, a maior parte do exército aliado, uns 35.000 homens, seguiu para a área ao norte de Estero Bellaco, fixando seu acampamento naquela região. O avanço continuava lento e cauteloso. O exército brasileiro, sob comando do general Osório, ocupou o terreno à esquerda do acampamento nas imediações do Estero Bellaco. O exército argentino fixou-se à direita. Os batalhões uruguaios foram colocados no centro juntamente com algumas unidades brasileiras e formavam a vanguarda do exército. Desta vez, porém, estas unidades não foram dispostas muito à frente do corpo principal do exército. O comandante aliado general Bartolomé Mitre ainda temia um ataque surpresa aos moldes do lançado no dia 2. Pequenos encontros entre grupos inimigos eram constantes, mas os aliados ignoravam completamente não só o terreno à frente, como a força inimiga que poderia lançar-se contra eles. Havia rumores sobre um grande exército inimigo não 210
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muito distante dali havia também a disenteria e o cólera que acometiam as forças da aliança. Até então, elas estavam provocando mais baixas que os combates. López, por seu lado, havia convocado seus oficiais para discutir a situação. Não escondia ele sua ansiedade em relação à presença de uma força inimiga em território de seu país. Ele desejava jogar os aliados de volta ao Paraná. Estava convencido que uma grande e final batalha teria que ser lutada e vencida. Reforços de várias partes do país já estavam sendo enviados para a área de Tuiutí. Ele já contava com um exército considerável para tentar expulsar as tropas da aliança. Ele planejava um ataque direto às posições aliadas em Tuiutí. Estava previsto um pequeno apoio do poder de fogo de algumas baterias de canhões nesse ataque. O general Isidoro Resquin atacaria a direita do acampamento aliado com 9.000 homens. Ele teria o grosso da cavalaria do exército à sua disposição. Contra a esquerda inimiga, ele planejava enviar o general Vicente Barrios com outros 9.000 soldados de infantaria. No centro, o recém promovido General Díaz teria o objetivo de destruir a vanguarda aliada e apoiar Barrios a esmagar qualquer resistência à direita de suas tropas. Ele lideraria pouco mais de 5.000 homens. Teria também sob seu comando algumas peças de artilharia. Para muitos oficiais paraguaios estava claro que o plano de López era um fiasco. Em primeiro lugar, as tropas teriam que abandonar posições defensivas para atacar um inimigo que todos sabiam ser mais numeroso. Além disso, o terreno da região era propício à defesa e não ao ataque. A região era alagada e cheia de obstáculos e matas, o que obrigaria os atacantes a se desviarem o tempo todo. Por fim, o inimigo teria apoio de todas as peças de artilharia disponíveis e não apenas de algumas como no caso dos paraguaios. George Thompson, um engenheiro inglês que lutava na guerra como oficial do exército paraguaio, notou que se optasse por aguardar um ataque aliado, López teria chances muito maiores de infringir uma derrota ao inimigo. 211
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López, entretanto, estava firme em sua determinação de atacar. O dia escolhido para a operação foi o 24 de maio. Enquanto isso, os aliados tratavam de fortificar suas posições. Trincheiras eram cavadas e posições de artilharia eram estabelecidas. No flanco esquerdo, as tropas brasileiras haviam estabelecido seus canhões. Algumas delas encontravam-se sob comando do capitão Emílio Mallet, um francês que havia participado das campanhas contra Rosas e Oribe em 1851-52. Ele achava que suas peças estavam demasiadamente próximas às matas do Estero Bellaco, o que as tornava vulneráveis a ataques vindos de lá. Ordenou que se cavassem trincheiras voltadas para aquela região. Próximo a ele, a 1ª e a 3ª divisões de infantaria já haviam se estabelecido. Estas duas tropas receberiam o pior do ataque inimigo. Tuiutí foi um imenso desastre para o exército paraguaio. As avaliações sobre as perdas variam um pouco de fonte para fonte, mas todas são enfáticas em apresentarem Tuiutí como o túmulo do exército de López. Os mortos somavam 6.000 soldados e oficiais. Outros 6.000 estavam feridos ou foram capturados. Algumas unidades, como o 40º Batalhão de Infantaria, foram aniquiladas. Dali por diante López nunca mais reuniria uma força como aquela para se bater contra o inimigo. Foi o fim do grande general paraguaio. RUA CARLOS GOMES – Jardim Goiano ANTÔNIO CARLOS GOMES, é considerado o mais importante operista brasileiro, com carreira de destaque, principalmente, na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro Scala, em Milão, na Itália. Carlos Gomes nasceu em Campina, em 11 de julho de 1836 e faleceu em Belém, no dia 16 de setembro de 1895 e ficou conhecido por Nhô Tonico, nome com que assinava, nas 212
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suas dedicatórias. Nasceu numa segunda-feira, em 11 de julho de 1836, numa casa humilde da Rua da Matriz Nova, na "cidade das andorinhas". Foram seus pais Manoel José Gomes (Maneco Músico) e d. Fabiana Jaguari Gomes. A vida de Carlos Gomes foi sempre marcada pela dor. Muito criança, ainda, perdeu a mãe, tragicamente. Seu pai vivia em dificuldades, com 26 filhos para sustentar. Com eles, formou uma banda musical, onde Carlos Gomes iniciou seus os artísticos. Desde cedo, revelou seus pendores musicais, incentivado pelo pai e depois por seu irmão, José Pedro Santana Gomes, fiel companheiro das horas amargas. É na banda do pai que ele vai fazer, em conjunto com seus irmãos, as primeiras apresentações em bailes em concertos. Nessa época, Antônio Carlos Gomes alternava seu tempo entre o trabalho numa alfaiataria, costurando calças e paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais. Aos 15 anos de idade, compõe valsas, quadrilhas e polcas. Aos 18 anos, em 1854, compõe sua primeira Missa, Missa de São Sebastião, dedicada ao pai e repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compõe a modinha Suspiro d'Alma, com versos do poeta romântico português Almeida Garrett. Quando chegou aos 23 anos, já apresentara vários concertos, com o pai. Moço, ainda, lecionava piano e canto, dedicando-se, sempre, com afinco, ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Verdi. Era conhecido também em S. Paulo, onde realizava, freqüentemente, concertos, e onde compôs o Hino Acadêmico, ainda hoje cantado pela mocidade da 213
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Faculdade de Direito. Ali, recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o rumo da Corte, em cujo Conservatório poderia aperfeiçoar-se. Mas Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos. Sua maior obra é O Guarani. RUA DOS PREFEITOS – Bairro Paraíso Aqui, no Bairro Paraíso, a carroça da história fez uma grande parada, pois que esta rua merece um capítulo à parte, visto que nela haveremos de notar a diferença entre vultos e personagens da cidade e da nossa história. Assim, é do dever do historiador buscar nos anais do ado, os fatos e os feitos daqueles que fizeram das suas vidas um traço de serviços relevantes que marcaram suas presenças ao longo do desenvolvimento da nossa cidade, cabendo-lhes, hoje, o tratamento de vultos, enquanto os demais, apesar de notórios, serão sempre personagens ou simplesmente figurantes, que serão lembrados apenas pelas placas das nossas ruas que levam os seus nomes. A história de cada um será a própria responsável pela sua classificação. JOSÉ DA SILVA BATISTA – o maior vulto da nossa história - foi Presidente da Junta istrativa, e em seguida nomeado pelo Conselho Municipal, em 10 de março de 1892, para o cargo de Intendente, sendo, portanto, o primeiro chefe do executivo da Vila de Santana. Seus feitos já foram cantados em outro capítulo. LOPO DE SOUSA RAMOS - para a história, segundo a ata da eleição, realizada em 24 de abril de 1893, consta como o primeiro Intendente Municipal eleito para chefiar o Município o nome do senhor LOPO DE SOUSA RAMOS, que governou até maio de 1895. 214
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ANTÔNIO PEREIRA DUTRA, (1845/1908) O segundo Intendente Municipal - prefeito eleito - a governar o município, sendo o primeiro filho de Anápolis a istrarr a cidade, eleito no dia 21 de maio de 1895/97, segundo o que consta da ata das eleições realizadas nessa data. Um fato histórico para nossa cidade se deu nesse governo. A primeiro de maio de 1896, sendo Intendente Municipal Antônio Pereira Dutra, foi promulgada a primeira Lei Orgânica do Município, que havia sido decretada a 10 de março daquele mesmo ano. Em homenagem a essa tão auspiciosa e importante data, anos mais tarde, se daria a uma via pública o nome de rua “1º de Maio”, nome este que perdura até aos dias de hoje. Aqui é importante ressaltar, como já foi dito em outras notas, que o nome dessa rua em nada se relaciona com a data magna do trabalhador que também é comemorada como o “Dia Mundial do Trabalho”. Aqui se realça que Antônio Pereira Dutra era pai de Miguel Pereira Dutra, o quinto Intendente Municipal eleito. MANUEL FRANCISCO D´ABADIA-1897/1899. Eleito em 1897, governou o município durante dois anos, quando terminou o seu mandato em 1899. Sua biografia e seus feitos já foram noticiados e sua memória reverenciada com o seu nome numa das principais ruas da cidade. Vulto de destaque de Anápolis. ANTÔNIO CRISPIM DE SOUSA – No final do ano de 1899 foi eleito para governar o município, tendo renunciado e em seu lugar assumiu a titularidade da prefeitura o também eleito a vice-Intendente Miguel Pereira Dutra que completou o mandato até o final de 1903. Um dos filhos do senhor Antônio Crispim, Dr. Zaqueu Crispim que foi Secretário de Segurança Pública no governo de Pedro Ludovico. Dr. Zaqueu foi homem de influência em Goiás. 215
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Foi durante o complemento de mandato por Miguel Pereira Dutra, que surgiu uma época fértil de promulgação de leis que resultaram em fixação de normas que disciplinaram a vida da população. MIGUEL PEREIRA DUTRA – 1902/1903 - Filho de Antônio Pereira Dutra - foi o quinto Intendente Municipal e o segundo filho de Anápolis a assumir os nossos destinos istrativos. Era seu irmão o senhor Joaquim Pereira Dutra, avô materno do autor dessa notas. Em 1903, pela Lei Municipal nº 34, de 20 de março de 1903, o Intendente senhor Miguel Pereira Dutra mudou o nome da Av. Padre Cunha para Xavier de Almeida. Nessa época, mais uma rua havia surgido e, pela mesma lei, deu-se o nome de Rua 15 de Dezembro que tem, atualmente, o nome de Eugênio Jardim. O período de governo do senhor Miguel Pereira Dutra foi marcado grandemente pela atuação do Conselho Municipal que, em perfeita harmonia com o Executivo, legislaram e deliberaram muitas e importantes leis que deram novos rumos aos destinos do Município. Nessa época foram promulgadas as leis: nº 34 que deu nomes a ruas praças da vila; lei 35 que divide o município em distritos e seções; lei 37 adota o Código de Posturas Municipais; lei 39 cria o cargo de procurador-fiscal; lei 41 regula a istração e o aforamento dos terrenos municipais; lei 45 divide o município em distritos, e outras tantas que vieram dinamizar o desenvolvimento da Vila. AMÉRICO BORGES DE CARVALHO-1903/07 Eleito no final do ano de 1903 governou a cidade até o começo de 1907. Cidadão honrado, nasceu em Meia Ponte e se transferiu para Antas no fim da última década do século IXX. Aqui se estebeleceu como comerciante e logo se revelou um hábil político, com marcante agem pela vida pública. Foi juiz 216
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distrital, agente do correio e Intendente Municipal. Como apenas influiu com grande destaque na política da emancipação da cidade. Nenhuma outra marca de maior relevo foi deixada para transformá-lo em um grande . JOAQUIM PRUDÊNCIO BATISTA – 1907 a 1911 Major da Guarda Nacional, Prudêncio foi eleito para governar o município pelo período de 1907/1911, o senhor Joaquim Batista teve o privilégio histórico de acontecer durante o seu mandato a de lei estadual que elevava a Vila de Antas à categoria de cidade. Para maior registro de tal feito, dada a sua impórtância, transcrevemos abaixo seu inteiro teor: “Lei nº 320 – de 31 de julho de 1907: “Miguel da Rocha Lima, Presidente do Estado de Goiás: Faço saber que o Congresso decretou e eu sanciono a seguinte lei: Artigo único – A Vila de Santana das Antas fica elevada à categoria de cidade com a denominação de Anápolis, revogada as disposições em contrário”. Mando, portanto, a todas as autoridades a que o conhecimento e a execução desta lei pertencerem, que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nele se contém. O Secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública a faça imprimir, publicar e correr. Palácio da Presidência do Estado de Goiás, 31 de julho de 1907, 19º da República”. Assinam: Miguel Rocha LimaPresidente e João Alves de Castro- Secretário. Joaquim Prudêncio foi casado com dona Semiramis Batista, filha do coronel José da Silva Batista, de quem foi discípulo e herdeiro de sua influência política.
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Segundo Jarbas Jayme, o escritor: “Prudêncio, deixaste sempre à vontade de Deus, de quem aceitaste os sábios e santos conselhos, que soubeste obedecer e observar religiosamente. Foste justo, aderiste ao bem, a ti a imortalidade.” MANUEL FRANCISCO D´ABADIA- 1911 a 1915 Aqui novamente aparece a figura destacada do mineiro, nascido em Paracatu-MG, que se projetou aqui em Antas, não só na cafeicultura, mas no comércio e na vida pública da cidade. Foi prefeito por dois mandatos e seus feitos narrados em outras notas deste livro. CRISTOVAM CAMPOS – Governou -1915 a 1919 Cristóvam governou Anápolis no período de 1915 a 1919, ocasião que priorizou o alargamento de diversas ruas, limpeza geral e sistemática das vias centrais e outros pequenos cuidados com as coisas públicas que incomodavam os cidadãos anapolinos. O senhor Cristovam foi um político de grande influência na cidade e dirigiu por vários anos os destinos políticos de Anápolis, secundado de perto pelo seu cunhado, senhor Arlindo Costa. Essa dupla deixou saudades. ODORICO DA SILVA LEÃO-Período 1919-1923 Segue a istração do Intendente ODORICO DA SILVA LEÃO – 1919 a 1923 – que fez introduzir na cidade o seu paisagismo e arborização e, ainda mais, o Coronel Odorico mandou construir mais uma praça na cidade. Dessa feita se trata da antiga Praça Cristovam Campos, onde atualmente está a praça Gomes de Sousa Ramos. No seu governo foi assinado o contrato com os empresários Francisco Silvério de Faria e Ralph Coleman 218
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para a instalação da luz elétrica, cuja efetivação só se daria no ano de 1924. GRACIANO ANTÔNIO DA SILVA- 1923/1927 No final do ano de 1923, assumiu a Intendência Municipal o senhor Graciano Antônio da Silva (Sanito), homem de larga visão, foi no seu governo que o anapolino viu transformar a antiga Antas na verdadeira Anápolis, construindo e recuperando as ruas esburacadas, sarjetas, meio-fios, calçadas junto às casas, e o “Cemitério São Miguel”, já que o antigo ficava na hoje Praça Americano do Brasil e muito no centro da cidade. Foi no seu governo que se deu a instalação da luz elétrica, bem como a construção das linhas do telégrafo até à nossa cidade, que foi inaugurado em 1926. O senhor Sanito, naquela época, desapropriou o terreno e construiu um belo e moderno jardim, onde é hoje a Praça James Fanstone. Na sua gestão também foi criado e instalado em Anápolis o primeiro “Grupo Escolar Dr. Brasil Caiado”. Grande vulto esse Dr. Sanito! Aqui cabe um adendo à biografia desse ilustre cidadão: na hierarquia militar dos títulos honoríficos concedidos pela Guarda Nacional aos vultos importantes daquela época, coube ao senhor Graciano Antônio da Silva a patente de oficial superior de Major. Acontece, que os feitos desse cidadão foram tão notórios para a sua época que, em boa hora, um historiador mais atento às glórias do senhor Sanito, resolveu promovê-lo, por merecimento, ao posto de Coronel, o que lhe caiu muito bem e, por força do costume, tal apelido chegou até aos nossos dias. ADALBERTO PEREIRA DA SILVA-1927/1930 Em 1927 assumiu a Prefeitura de Anápolis, por ato nomeativo do governo do Estado, o Dr. Adalberto Pereira da 219
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Silva, o escolhido para conciliar as duas correntes do Partido Democrata, governando de 1927 a 1930. Dr.Adalberto foi o fundador do primeiro jornal da cidade “Correio de Anápolis”, juntamente com outro vulto anapolino, Dr. Alarico Gonzaga Jayme, foram os grandes incentivadores das artes na cidade daquele tempo, princiaplmente o teatro. Dr. Adalberto, juntamente com Zaqueu Crispim, e com ajuda do senhor Jonas Duarte, funda o “Abrigo dos Velhos” e inicia um importante ciclo de colonização de Cerrado (Nerópolis). JOÃO LUIZ DE OLIVEIRA-1930/1934 Com a vitória da Revolução de 1930, foi deposto do cargo de prefeito Dr.Adalberto Pereira da Silva, assumindo em seu lugar, o senhor João Luiz de Oliveira, nomeado pela Junta Governativa do Estado de Goiás, liderada pelo Interventor Federal do Estado Dr. Pedro Ludovico Teixeira. Para apagar o rastro do caiadismo reinante no nosso Estado, o novo Intendente Municipal determinou a mudança de nome de diversas ruas da cidade. Assim, a Praça Senador Ramos Caiado ou a se chamar Praça João Pessoa; A Praça Cel. Silvério Pedro da Silva (pai de Odorico da Silva Leão) tornou-se Praça Mário Caiado; a Rua Cel. Pedro Dias de Campos recebeu o nome de Getúlio Vargas; A Comercial ou 15 de novembro ou a se denominar Rua Antônio Carlos. Era a apologia dos novos mandantes da política do Brasil. No governo do Prefeito JOÃO LUIZ DE OLIVEIRA, verdadeiro surto de progresso se verificou na cidade: Em 1932, a empresa “Força e Luz de Anápolis”, liderada pelos empresários Francisco Silvério e Ralf Coleman, para construir uma usina no rio Piancó, itiu como sócios os vultos Aquiles de Pina, Dr. Genserico Jayme e Alberico de Carvalho. Grande empreendimento que se realizou nessa gestão. 220
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Em 1932, o serviço postal em Anápolis deu um grande salto, pois o avião do Correio Aéreo Nacional ou a descer na cidade todas as quartas-feiras, fazendo a ligação de São Paulo-Anápolis, levando correspondência para Araguari, Uberlândia, Uberaba, Ribeirão Preto, São Paulo e Rio de Janeiro. Os serviços de construção da estrada de ferro avançavam céleres de Leopoldo de Bulhões em direção a Anápolis. No dia 1º de janeiro de 1933, uma nova era se abriu para o nosso Município, com a inauguração das novas instalações elétricas da usina do rio Piancó, cuja empresa responsável tinha à frente o Cel. Aquiles de Pina. Outro grande vulto. Em 1934, com as proximidades das eleições, JOÃO LUIZ DE OLIVEIRA deixa a Prefeitura, sendo nomeado para substituí-lo o: DR. IRANI FERREIRA BARBOSA – 1934 -Era filho da cidade de Rio Verde, foi Secretário de Estado e em sua breve istração Anápolis ganhou o seu primeiro estabelecimento bancário – Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais - Ficou pouco tempo à frente do executivo municipal. Como Prefeito governou o município por menos de um ano sem deixar a sua marca com o . O Dr. Irani foi um mero figurante da nossa história política. 1935 – ANO DA REDENÇÃO: 1934/1940 JOSÉ FERNANDES VALENTE – a moral personificada - foi eleito Prefeito de Anápolis, tendo como vereadores à Câmara Municipal os vultos - imaginem só -: Eliseu Jorge Campos, Graciano Antônio da Silva, Domingos Xavier Nunes, Antônio Dâmaso, Domingos Peixoto, Gomes Santana Ramos e Dr. Adahyl Lourenço Dias. Com essa equipe formada de vultos honrados da nossa cidade tudo teria que dar certo. E deu! 221
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JOSÉ FERNANDES VALENTE teve a grande felicidade de ver, durante o seu governo, a inauguração da Estrada de Ferro Goyaz, no dia 7 de setembro de 1935. Daí em diante Anápolis tomou o rumo do progresso. A Prefeitura dinamizou-se, voltando a trabalhar freneticamente. Sua população foi tomada de um novo ânimo, e as carroças, os Pretetes e as Morenas” não se cansavam de transportar o progresso de um lado para o outro. Era uma nova vida... A Praça Americano do Brasil foi mais uma excelente obra do Prefeito Valente, inaugurada, linda...linda, e nela o retrato fiel de uma nova era. Em 1937, era inaugurado o tão sonhado “Ginásio Municipal”, com grande participação do vereador Dr. Adahyl Lourenço Dias. No mês de agosto, desse mesmo ano, o Prefeito José Valente assina, com o empresário Washington Carvalho, a instalação da primeira rede telefônica do Estado de Goiás. No fim desse ano de 1937, o Prefeito José Valente preparava-se para entregar a Prefeitura ao seu sucessor, logo depois das eleições. Com o advento do golpe de Getúlio Vargas nesse ano, José Valente foi nomeado Prefeito, pelo Interventor Federal Pedro Ludovico, continuando assim uma istração progressista, livre e altamente democrática, como era de seu feitio. Durante este período de ditadura de Vargas e o excesso de poderes do Interventor Federal, Anápolis, que sempre foi possuída de um alto espírito de independência, pagou caro pela sua altivez. Pouco ou quase nada fez o governo estadual em prol dos interesses da municipalidade. Mesmo contra tudo e contra todos, no final de sua istração o Prefeito Valente deu início à construção do prédio da Praça Bom Jesus, onde funcionaria, não só a prefeitura, mas também o forum da cidade. O Prefeito José Valente foi o único Prefeito que governou o município por dois mandatos seguidos e por maior tempo no cargo: sete anos – 1934 a 1940. 222
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1941/1943 - MANUEL DEMÓSTENES BARBO DE SIQUEIRA, engenheiro, nomeado Prefeito no fim do ano de 1940. Durante sua gestão concluiu o prédio da Prefeitura e do Forum, criou a primeira feira livre de Anápolis, abriu uma grande avenida na saída para Nerópolis, a que tem o nome hoje de Avenida Pedro Ludovico. Durante seu governo foi inaugurada pela Empresa Força e Luz de Anápolis, a Usina do rio Anicuns. Com este melhoramento começa a iluminação da parte alta da cidade que se estendia acima da Estação de Estrada de Ferro. È hoje onde se localiza a rua Leopoldo de Bulhões, Morro da Capuava e redondezas. Foi ainda no governo Demóstenes que se deu a transferência do campo de futebol do Jundiaí para o centro da cidade, localizado perto dos armazéns de “Pina & Irmão, no Bairro São Jorge. Este estádio funcionou naquele lugar durante muitos anos e se chamava de Estádio “Manuel Demóstenes”. Aqui também se ressalta a ação desse homem público com a sua efetiva participação na abertura da tão importante rodovia Anápolis-Ceres, que serviria de primeiro o da integração nacional rumo ao Norte do País. JOAQUIM CÂMARA FILHO – 1943/1945, nomeado pelo então Interventor Federal Dr. Pedro Ludovico, sofreu uma forte oposição à sua istração pela classe política da cidade. Como realce de sua istração, podemos citar um interessante trabalho de arborização das ruas centrais da cidade. No mais,legou à Anápolis uma continuidade de feitos morosos e sem nenhum realce que pudesse vir a história registrar a sua agem como um marco istrativo. GRACIANO ANTÔNIO DA SILVA- 1945/
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Seus feitos já foram narrados em outras notas, mas aqui trata-se de um dos vultos proeminentes da história de Anápolis. Grande político, esse seu Sanito! PLÍNIO A. GONZAGA JAYME – 1946 Outro personagem que devido ao pouco tempo de istração e as condições polítcas desfavoráveis da época, pouco pôde realizar pelo município, sem deixar de ter sido um personagem que se destacou em nossa sociedade. ADAHYL LOURENÇO DIAS – 3/10-1947 Vulto de destaque da nossa história, cujos feitos já foram cantados em notas anteriores. Grande benemérito. BALTAZAR DOS REIS – 37 dias de 1947 Pelo exíguo tempo de istração nada pôde realizar. Seu nome a para história como mais um figurante. CARLOS DE PINA – 1947 a 51– Eleito Notável cidadão anapolino, grande , empresário e membro de uma família de destaque da nossa sociedade, portanto, pelos seus feitos, vulto da história. Sua vida foi reportada em outras notas deste livro SÓCRATES MARDOCHEU DINIZ–1951/52 Vulto de destaque da nossa cidade. Grande empreendedor, juntamente com alguns empresários, fundou em 1944 o Banco Comercial do Estado de Goiás, S/A e foi o seu primeiro presidente. Registre-se aqui o feito extraordinário desses 224
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ilustres cidadãos que constituíram o primeiro banco particular de Goiás, com capital realizado unicamente com recursos da cidade. PLÁCIDO DE CAMPOS – 1952 – Provisório Outro personagem que o tempo de istração do município não lhe permitiu expandir o seu espírito empreendedor. Assumiu o comando do Municipio como Presidente da Câmara Municipal. Plácido Campos foi um dos fundadores do Banco Imobiliário e Mercantil do Oeste Brasileiro, S/A, o segundo banco particular e de capital inteiramente anapolino, bem como co-responsável pelo lançamento do maior empreendimento imobiliário, juntamente com o senhor Jonas Duarte, que é hoje o maior desenvolvimento urbano de Anápolis, o Bairro Jundiaí. JOÃO LUIZ DE OLIVEIRA – Eleito – 1953/54 Cidadão de respeito, vulto de destaque nos meios políticos e literários de Anápolis. Escritor, jornalista, memorialista e historiador. Grande vulto esse Dr. João Luiz, CARLOS DE PINA – 1955/1959 Seus feitos e suas realizações já foram declamadas em outras páginas deste livro. Grande vulto anapolino. HELY ALVES FERREIRA – 1959/60 – Eleito Pessoa de raríssimo trato humano. Professor emérito e educador de excepcionais qualidades. Cidadão de atos aglutinadores e de grande liderança classista. Infelizmente, não se revelou um strador público como se esperava, durante o seu mandato junto à Prefeitura local. Anápolis reverencia a sua 225
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memória como um personagem marcante na vida estudantil de nossa cidade. JONAS F. ALVES DUARTE – Eleito – 1961/65 Aqui, com certeza, estamos diante do mais atuante prefeito da história de Anápolis até aos nossos dias. Este grande vulto da história de Anápolis já está sobejamente reportado por todos os historiadores da nossa cidade. Aqui também o escriba teve oportunidade de ressaltar os seus feitos. Grande vulto! RAUL BALDUINO DE SOUZA – 1966/69 – Eleito Cidadão da mais alta honorabilidade, médico humanista, político membro do clube daqueles que escreveram a história sob a égide da decência e da honradez. Homem público sem pecado, istrou Anápolis com parcimônia, deixando aos pósteros a sua marca de como se pode istar um grande município à vista do mais rigoroso crivo istrativo. Dr. Raul é pioneiro do leonismo no Centro Oeste brasileiro. HENRIQUE A. SANTILLO – 1970/72 – Eleito Sucedendo ao seu companheiro Raul Balduino, com as mesmas virtudes, com mais tino istrativo, Henrique Santillo galgou com lisura ímpar quase todos os cargos eletivos da República. Foi vereador, prefeito municiapal, deputado estadual, governador do Estado, senador da República e Ministro da Saúde, terminando sua brilhante carreira política como Ministro Tribunal de Contas do Estado de Goiás. Neste espaço cabem dois registros: em todas as eleições em que o Dr. Henrique Santillo concorreu, o ilustre político sempre foi o mais votado de todos os candidatos, e em segundo lugar – infelizmente - temos que registrar a injustiça ao 226
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seu nome que não figura em nenhuma das nossas vias públicas. Dr. Henrique está reportado em outro capítulo dessa obra. JOSÉ BATISTA JÚNIOR – 1973/ – Eleito Este político anapolino foi o primeiro prefeito cassado da nossa história. Eleito por vontade popular foi destituído do cargo por força de lei que transformava o nosso município em Área de Segurança Nacional. Devido ao exíguo espaço de tempo na Prefeitura, o senhor José Batista Júnior não pôde deixar nenhum rastro que consagrasse a sua istração. IRAPUAN COSTA JÚNIOR – 1974 – Nomeado Nomeado por Decreto Presidencial como prefeito do Município, por pouco mais de um ano, Dr. Irapuan não pôde contar com o apoio do povo anapolino. Pagou pelo pecado do impacto político que Anápolis sofreu com a sua transformação em Área de Segurança Nacional. Mesmo com grandes dificuldades criou a PAVIANA e construiu mais de 200.000 m2 de asfalto na cidade. Irapuan teve o grande mérito de ser o idealizador do DAIA-Distrito Agroindustrial de Anápolis. Fora disso não deixou nenhuma marca que o pudesse notabilizar. Apenas foi personagem aceita pela sociedade EURÍPEDES B. JUNQUEIRA- 1974/75 – Nomeado Diferentemente do seu antecessor, Eurípedes Junqueira foi nomeado Prefeito de Anápolis com a aprovação de toda a nossa sociedade e dos polítcos locais. Todos os seus méritos, dados culturais, políticos, sociais e a sua vida maçônica foram noticiados na sua biografia revelada em outro capítulo deste livro. É de se ressaltaar aqui a visão desse ilustre cidadão 227
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que, quando Prefeito da cidade, istrativo, sede da Prefeitura atual.
construiu
o
Centro
JAMEL CECÍLIO – 1976/78 – Nomeado Outro personagem político que, mesmo sendo filho de Anápolis, mas há muito fora do nosso convívio, não conseguiu o pódium que o consagrasse como um grande realizador, posto que Anápolis precisava de um choque de dinamismo àquela época. Coisa que, infelizmente, não aconteceu. Também não há que se falar em sua istração como uma marca de grandes realizações para Anápolis. Fica, no entanto, o registro de sua agem pela istração municipal a expansão da rede escolar do 1º grau, a implantação do transporte escolar, regularização do córregos Cezário e Catingueiro no perímetro urbano, abertura do segundo trecho da Avenida Brasil e recapeamento de grande parte do asfalto da cidade. Anápolis o homenageia com o seu nome numa grande avenida no Bairro Jundiái, denominada Avenida Jamel Cecílio. LINCOLN G. DE ALMEIDA –1979/80 – Nomeado Aqui se dá continuidade a um período bastante infértil na história política-istrativa da nossa cidade. Desagrada novamente a nomeação de um cidadão que nunca teve nada a haver com a nossa história e veio de fora assumir o primeiro posto do município. Na sua istração foi duplicada a Avenida Brasil. Fora esse benefício, nada mais se registra como feito marcante no progresso de Anápolis. DECIL DE SÁ ABREU – 1980/81 – Nomeado Neste período é que não se encontra nenhum registro marcante da istração Decil de Sá. Infelizmente, a 228
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nossa cidade pagou mais uma vez pela sua teimosia de assaz independência, não encontrando nesse cidadão, imposto à istração da cidade, nenhuma identificação com a populaçao e muito menos pelo seu perfil istrativo. WOLNEY M. DE ARAÚJO – 1981/82-Nomeado No início da istração do Prefeito Wolney Martins era visível o reflexo do caos istrativo que imperava no nosso município em virtude dos es que o antecederam, que não dominavam o espírito político que ainda hoje impera na índole do povo de Anápolis. As primeiras obras de Wolney foran a pavimentação das avenidas Pedro Ludovico e Fernando Costa, ligação do centro da cidade com o Setor Universitário, pavimentação da terceira etapa da Avenida Brasil-Sul, execução de serviços de águas pluviais por diversos bairros. Reformou as praças Americano do Brasil, Cônego Trindade e praça das Mães, o Hospital Municipal e outras tantas obras de manutenção e conservação. FERNÃO IVAN J. RODRIGUES-1982-Provisório Por força de uma vacância provisória no cargo de Prefeito de Anápolis, o então presidente da Câmara Municipal, senhor Fernão Ivan, assumiu os destinos da Prefeitura local durante alguns meses. Claro que este pequeno espaço de tempo não foi favorável ao alcaide provisório. Por mais boa vontade e disposição ao trabalho que pudesse demonstrar, nenhum projeto de força impactante pôde ele realizar e que ficasse marcado na sua istração. Fernão Ivan é um personagem de destaque na política de Anápolis. OLÍMPIO FERREIRA SOBRINHO-1982/83 229
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O governo do Dr. Olímpio Sobrinho foi marcado por uma franca recuperação no processo istrativo que vinha sucumbindo desde 1975, período em que Anápolis teve à frente de sua istração alguns prefeitos não identificados com a população. O grande desafio do Dr. Olímpio como prefeito foi reacender no povo anapolino o espírito de unidade, o orgulho saudável de ser antense, a alegria e a disposição ao trabalho e a certeza de que um novo horizonte se despontava, acenando para dias melhores para a nossa cidade. Além de outras obras essa istração legou ao povo de Anápolis o Ginásio de Esportes “Carlos de Pina” e a “Praça do Ancião”. Outros feitos deste vulto destacado de Anápolis estão na sua biografia narrada em outro capítulo. ANAPOLINO S. FARIA – 1983/85 – Nomeado Executou várias obras, entre elas a implantação do Projeto Dom Bosco. Melhorou a segurança pública da cidade aumentando o número de delegacias. Em parceria com o Estado asfaltou mais 8 km da Avenida Pedro Ludovico. Como prefeito Dr. Anapolino lançou uma campanha incentivando os moradores a construirem muros e calçadas, urbanizou diversas praças da cidade e dinamizou o serviço de saneamento básico. Reformou a Biblioteca Municiapl e aumentou o seu acervo com novos livros. Credite-se ao Prefeito Anapolino o zelo que manteve com o pagamento em dia dos funcionários públicos, obrigação que muitos não levaram em conta. Grande personagem da nossa cidade. ADHEMAR SANTILLO – 1986/2000-Eleito É da sua istração a construção do prédio novo da Biblioteca Municipal, o Projeto “Sou Cidadão”, fundou o 230
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Mercado do Produtor, criou o Centro Integrado da Mulher, o Banco de Leite Materno, asfaltou várias ruas de bairros e outras recapeadas e criou o”Cursinho Municipal”. O maior pecado da istração do senhor Adhemar Santillo foi a construção (sic) do “Terminal Rodoviário”, mutilando dois grandes marcos da nossa história: o prédio da Estação Ferroviária e a Praça Americano do Brasil. O povo anapolino jamais itiu tamanho desprezo pela nossa história e algo de urgente terá que ser feito para resgatar estas marcas do grande momento vivido pelo povo antense, quando da chegada dos trilhos férreos à nossa cidade, no ano de 1935. O desafio está lançado, Prefeito Pedro Sahum! ERNANI J. DE PAULA – 2001-Eleito-Cassado A agem deste cidadão pela Prefeitura Municipal de Anápolis foi como um cometa: anunciado como o raiar de nossa libertação, aos pouco desapareceu sem deixar nenhum rastro de luminosidade. Em pouquíssimo tempo Anápolis – como a ave fênix - viu renascer o esplendor dos velhos tempos. Durante um ano e pouco de istração, Anápolis viu reacender as suas luzes, a esperança, o ânimo ao trabalho, a pujança do seu povo e a alegria alegre de viver tomaram conta da população. A saga anapolina estava de volta, os vultos de Sanito, de José Valente, de Francisco Silvério, do Dr. Fanstone, Dr Genserico, Tonico de Pina, do progressista Jonas Duarte e de tantos outros, inutilmente, se materializaram e se fizeram presentes durante alguns meses. Mesmo assim em nada adiantou Tudo inútil, a pirotecnia istrativa do “boom Ernani de Paula” tornou-se em densa fumaça que subindo ao ar fez escurecer a esperança de renovação do nosso ânimo, a ânsia por dias melhores se foi e com ela a expectativa de uma renovação de costumes, tão necessária para sacudir o moral do povo anapolino 231
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Infelizmente, tudo em vão, a fênix não voltou a voar! PEDRO F. SAHIUM – 2002/07 – Eleito e em exercício, com um programa de governo ambicioso, vem calcando sua plataforma em um plano de desenvolvimento cercado por uma nova ciência istrativa. A cidade espera muito desse plano que prevê seus resultados efetivos a partir da próxima istração. A cidade espera e confia na visão futurista do nosso Prefeito.
C A P Í T U L O VI Esperança de reparo Grandes vultos que fizeram a nossa glória e ela mesma não registra seus feitos por onde está ando a carroça da história. Assim, com a manifesta vontade de justiçá-los, o autor se atreve a abrir uma nova galeria de vultos notáveis, mesmo que em rápidas pinceladas, mas o suficiente para lembrar aos contemporâneos a agem marcante de seus feitos pela nossa história. É gratificante ao historiador, quando este pecebe em sua fala a imparcialidade, e quando se entrega apenas ao propósito sadio da exploração da vida dos vultos que à época viveram e outros que existiram, e que hoje o escriba transmite com sua pena isenta, a verdade dos feitos que consagraram estes heróis que escreveram a história da nossa cidade. É grande a responsabilidade do escritor com a verdade dos fatos e, principalmente, com a história de Anápolis. E, mais ainda, consigo mesmo. ANA DAS DORES ALMEIDA, filha da cidade de Arraias, hoje Estado do Tocantins, era casada com Gomes Pereira 232
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Ramos, nascido em Pirenópolis e de família numerosa. Estes eram os pais do fundador da nossa cidade, Gomes de Sousa Ramos. Pelo que consta do acervo histórico de Anápolis foi esta irável dama que fez a doação da imagem de Nossa Senhora Santana para a capela construída pelo seu filho, razão pela qual a nossa cidade tem como padroeira essa Santa. É do nome ANA que um personagem ilustre da nossa história, Moisés Augusto de Santana, sugeriu que a cidade tivesse esse nome: Ana=Santa + polis=cidade, =que se soletra ANÁPOLIS. Isso em 1904. Dona Ana das Dores Almeida faleceu em em nossa cidade e foi sepultada perto da porta lateral da Matriz de Santana. ÂNGELO JOSÉ DE SOUSA nascido no ano de 1831, na cidade de Bonfim, transferindo-se para Antas em 1860. Lavrador de profissão, casou-se com Ana Pereira Dutra, irmã do segundo intendente da cidade senhor Antônio Pereira Dutra, e tia avó do autor dessa notas. Em 1882 o senhor Ângelo comprou a terra e nela construiu, às suas expensas, o primeiro cemitério da então freguesia de Santana das Antas, doando-o à igreja que era a responsável por enterrar seus fiéis do lado de fora do prédio da paróquia. Homem de visão ampla, progrediu como lavourista e chegou ao cargo de sub-delegado público. Faleceu em nossa cidade em 1885, sendo enterrado no cemitério que construíra. O local desse campo santo é hoje a Praça Americano do Brasil, vulto do qual tratamos em outras notas como sendo o Dr. Galeno Americano do Brasil. ANTÔNIO PEREIRA DUTRA -1845/1908, membro de uma das cinco famílias mais antigas de Antas era filho do chefe do clã, um dos pioneiros da cidade, senhor Manuel Pereira Dutra, o qual nasceu em Pirenópolis, transferindo-se ainda moço para Antas, em 1830 e falecido nesta cidade no ano 233
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de 1877. Antônio Pereira Dutra, filho de Anápolis, nascido no ano de 1845, era fazendeiro, negociante e homem de reconhecido valor no meio político, desempenhou diversas funções públicas, como: delegado de polícia e conselheiro municipal por três mandatos, sendo eleito em 21 de maio de 1895 para o cargo de Intendente Municipal da Vila de Antas, no período de 1895/1897, o segundo da história nos documentos pesquisados, sucedendo Lopo de Sousa Ramos, o primeiro. Fazia também parte integrante dessa istração, além de um seu irmão Miguel Pereira Dutra, outros conselheiros de vulto, como: Antônio Batista Ramos, Francisco Xavier de Oliveira, Theodoro Batista Ramos, pai de Zeca Batista, João Batista Arantes, Manuel Francisco D`Ábadia Durante a gestão do senhor Antônio Pereira Dutra, no dia 1º de maio de 1896, sendo presidente do Conselho Municipal o senhor Antônio de Sousa Ramos, foi promulgada a primeira Lei Orgânica do Município, que havia sido decretada a 10 de março do mesmo ano. Em homenagem a essa data, anos mais tarde, dariam a essa via pública o nome de “Primeiro de Maio”, nome que perdura até hoje. Ainda na gestão de Pereira Dutra foi assinada a Lei nº 7, de 23 de setembro de 1897, que alterou os nomes de ruas da cidade. Tal lei foi transcrita em outras notas dessa edição. BENEDITO BORGES DE ALMEIDA nascido na cidade de Jaraguá, no ano de 1867 veio para a nossa cidade muito menino, acompanhando o seu tio Gomes de Sousa Ramos – nosso fundador. Em Antas, o respeitável cidadão Benedito casou-se com dona Júlia Rodrigues dos Santos de tradicional família antense. Homem de influência e político perspicaz foi Vice-Intendente Municipal, delegado de polícia, sub-promotor público e juiz distrital e municipal e ainda mais, coletor estadual e federal. O irável cidadão Benedito Borges de Almeida foi o chefe do clã Borges de Almeida, legando à cidade outros 234
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valores morais, como seus filhos Narceu de Almeida e o grande Venerável da nossa Maçonaria, Waldemar Borges de Almeida, cujos nomes constam de ruas de Anápolis. CHRISTALINO BERNARDINO DA COSTA, natural de Uberaba-MG, onde nasceu em 1895. – a personificação da reserva moral - Depois de morar alguns anos em Ipaneri, transferiu-se para Anápolis, onde foi Tabelião do 1º Ofício, ao tempo que também exercia sua profissão de dentista. Foi diretor da escola Normal até 1931. Faleceu nesta cidade em 1967. irável vulto, cujos sucedâneos tornaram-se personagens de relevo da nossa sociedade. FRANCISCO PEREIRA DUTRA, segundo atesta estudo sério do genealogista-escritor José Sisenando Jayme, sua família foi uma das primeiras a radicar-se em Meia Ponte (Pirenópolis), na metade do século XVIII, transferindo-se para Antas em 1830, transferência esta comandada pelo chefe do clã, senhor Manuel Pereira de Sousa Dutra. O senhor Francisco Pereira Dutra (Chico Pereira) era filho de Antônio Pereira Dutra, nasceu aqui em 1879, quando teve uma infância própria da época, com pouca educação escolar, mas secundado por uma orientação básica familiar suficiente para projetá-lo no seu meio. Membro de família de políticos e homem de muitas posses, o senhor Francisco Pereira Dutra exerceu diversas funções no município, sendo juiz distrital, delegado de polícia e procuradorfiscal da intendência e da prefeitura. O senhor Chico Pereira – como era conhecido – foi casado com dona Ernestina Elisa das Dores, mulher de iráveis dotes. Não tendo filhos viveram para os filhos dos outros, criando a todos, inclusive um seu sobrinho, filho do grande poeta Arlindo Costa, o hoje, ainda vivo, respeitável e honrado cidadão Moacir Romeu Costa, já noticiado nessas páginas. 235
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Por influência de amigos transferiu-se para a cidade de São Paulo, onde chegou no ano de 1908, dedicando-se à faina numa fábrica de tecidos, chegando mais tarde a gerenciá-la. Faleceu o senhor Chico Pereira 1931, sendo sepultado no Cemitério da Quarta Parada, da capital paulista. HENRIQUE SANTILLO Nasceu em Ribeirão Preto, SP, a 23 de agosto de 1937, mas desde muito jovem viveu em Anápolis. Formado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (1963), em Belo Horizonte. Concluído o curso, voltou à Anápolis para especializar-se em pediatria. Vereador mais votado da história de Anápolis (1966) elegeu-se prefeito da cidade (1969/73). Em 1974 concorreu à Assembléia Estadual sendo o deputado estadual mais votado. Em 1978, sempre pelo MDB, foi eleito senador da República pelo Estado de Goiás. Em 1983 elegeu-se primeiro-secretário do Senado Federal. Quando Governador de Goiás, em 1987, deu total apoio à criação do Estado do Tocantins. Aliás, foi o primeiro e único Governador de Goiás a tomar tal providência. Chegou ao ponto de colocar à disposição das lideranças nortenses, que lutavam pela criação do Estado do Tocantins, via CONORTE, duas salas da Representação do Governo de Goiás, em Brasília. Era Governador do Estado de Goiás, quando se deu a contaminação de algumas ruas da Capital pela ação do Césio 137. No Governo do Presidente Itamar Franco, foi Ministro de Estado da Saúde. Um dos políticos mais combativos de Goiás e considerado um dos mais brilhantes parlamentares brasileiros por sua facilidade de expressão e, sobretudo, por seus conhecimentos sobre a vida parlamentar e toda a mecânica legislativa. 236
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No ano de 2000, através do Governo de Marconi Perillo, foi conduzido ao cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Goiás. Faleceu em Anápolis, Goiás, onde também foi sepultado, sem as honras merecidas. Lamentável... HUMBERTO CRISPIM BORGES Filho de Anápolis e autor de dezenas de livros, entre os quais, Chico Melancolia, Moisés Santana: sua vida e obra, Generais Goianos, História de Silvânia, Chico Trinta, Cacho de Tucum, Da Farda ao Fardão Acadêmico, Retrato da Academia Goiana de Letras, Gerações em Marcha, Americano do Brasil: Vida e Obra e tantos outros. Militar do Exército Brasileiro. escritor, pesquisador, professor. jornalista, ensaísta, historiador. memorialista, contista, cronista. intelectual, conferencista, orador, educador,. Notabilizado nos livros Letras Anapolinas; Jornalista, Poetas e Escritores de Anápolis e Estudos Literários de Autores Goianos, de Mário Ribeiro Martins. Membro da Academia Goiana de Letras, da Academia de Letras Anapolina e sócio do Instituto Histórico de Goiás. Humberto Crispim nasceu na cidade de Anápolis, Goiás, no dia 16 de julho de 1918. Filho de Antonio Crispim e de Galiana Borges Crispim, de grande tradição em Anápolis. Após freqüentar o Grupo Escolar “Dr. Brasil Caiado”, dirigido pelo Prof. Alarico Torres Verano, segue para Aracati (Sousânia), em 1928, estudando com o professor Nestor L. Coelho. De lá retornou pouco tempo depois, terminando por ingressar na Escola Normal de Anápolis, em 1932. Em Silvânia, a partir de 1934, freqüentou o Ginásio Anchieta e a Escola de Instrução Militar, sendo redator da “Voz Juvenil”, onde também se bacharelou em Ciências e Letras. Em 1942, matriculou-se na Faculdade de Medicina de Belo 237
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Horizonte, fazendo naquela cidade o Curso de Preparação de Oficiais da Reserva (OR) e iniciando aí sua vida militar. Mesmo com uma vida militar intensa, teve o seu livro Chico Melancolia, premiado e publicado pela Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, da Prefeitura Municipal de Goiânia, em 1967. A partir de então, não parou de escrever. Em 1970, editou Cacho de Tucum. Eleito para a Academia Goiana de Letras, em 1972, foi recebido pelo Dr. Altamiro de Moura Pacheco, na Cadeira nº. 3, cujo Patrono é Luiz Gonzaga Camargo Fleury, de que foi fundador Victor Coelho de Almeida, tendo sido titular Alfredo de Faria Castro. Em 1976 foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. Trata-se, na verdade, de um dos mais ilustres historiadores e pesquisadores de Goiás. Vulto importante da história da nossa cidade, Humberto Crispim não tem nome de rua em sua lembrança. Quem melhor biografa Humberto Crispim é o grande escritor e dicionarista Mário Ribeiro Martins em seu notável “Dicionário Bibliográfico de Escritores Regionais”, ao qual nenhum escritor que se preza por detalhes históricos se furtará de consultar. IRON JUNQUEIRA Aqui a carroça da história pára bem em frente ao “Lar da Criança Humberto de Campos” para reverenciar mais um vulto da linha de tantos outros, como Augusto Pinto, Moacir Romeu Costa, Jaci Borges, Dr. Adalberto Pereira da Silva, Cecino Pereira de Alarcão, José Diniz, o poeta Eurico Xavier de Velasco, Valtercides Alves Garcia, Dr.Luiz Fernando da Silva, José Duarte Guimarães e outros grandes beneméritos da nossa cidade, que, anonimamente, escreveram as páginas mais bonitas da história da solidariedade anapolina. 238
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Destaque para IRON JUNQUEIRA – 1938 goiano, de Brazabrantes, antigo Distrito de Anápolis, autor de dezenas de livros, destacando-se, "Pelo Clarão da Janela”, "Esse Rosto Não Me Parece Estranho!”, "No Palco da Vida”, "Há Tantas Flores no Caminho”, "Na Trilha da Esperança”, "Canção ao Amanhecer”, “As Cigarras Estão Cantando”, “O Pombinho Dourado” e “Páginas Recreativas”. Fundador e Diretor do “Lar da Criança Humberto de Campos”, com sede em Anápolis, Goiás. Escritor, poeta, jornalista, filantropo, professor, contista, literato, cronista, educador e ficcionista. Iron Junqueira é membro da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de Goiás, da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras. Considerado o mais fecundo escritor da atualidade, genuinamente anapolino.///////////////////////////////////////// Nasceu em Brazabrantes, distrito de Anápolis, a 22 de novembro de 1938. Cursou as primeiras letras na cidade natal. Começou a vida literária, trabalhando no jornal fundado e dirigido por seu pai, Sebastião Pedro Junqueira, TRIBUNA DE ANÁPOLIS, cuja origem data de 1956. Durante muito tempo, manteve, na Rádio Carajá, um Programa de caráter espiritualista, sob o pseudônimo de Emiliano Zarra, escreveu muitos livros e artigos para jornais, destacando-se, os livros “Páginas Recreativas”, “O Lado Pitoresco da Vida”, etc. Na década de 1970, fundou o “Lar da Criança Humberto de Campos”, onde ampara mais de uma centena de crianças, com atividades funcionais planejadas. Na Academia Anapolina de Letras e Artes, ocupa a Cadeira 16, cujo Patrono é seu pai, Sebastião Pedro Junqueira. É Titular da Cadeira 05, na Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, cujo Patrono é Antônio Americano do Brasil. Pertence a várias entidades culturais e de classe, entre as quais, União Brasileira de Escritores, subseção de Anápolis, Loja Maçônica João Pedro Junqueira, etc. Ainda hoje, além de continuar na Direção do “Lar da 239
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Criança Humberto de Campos”, é um dos mais respeitados articulistas dos jornais de Anápolis. Sobre ele e com o título “Iron Junqueira e sua literatura para o Lar”, escreveu excelente matéria, o crítico literário Mário Martins, no livro Escritores de Goiás. Importante vulto da nossa atualidade esse sêo Iron. É um privilégio do autor ser seu amigo e contemporâneo. JARBAS JAYME De grata lembrança, Jarbas Jayme nasceu em Pirenópolis em 1895, transferindo-se, ainda menino, para Vila Boa, onde freqüentou o Seminário Santa Cruz. Ainda jovem veio para Anápolis, onde se casou com dona Maria Diná Crispim, filha de tradiconal família anapolina, cuja união fez gerar dois grandes escritores Haydeé Jayme e José Sisenando Jayme. Aqui na nossa cidade desenvolveu importantes atividades, sendo professor, comerciante, funcionário da intendência e da prefeitura. Grande historiador, deixou importantes obras. Faleceu nesta cidade em 1968. JOAQUIM RODRIGUES DOS SANTOS Aqui, novamente, a Carroça da História depara com mais uma omissão de um fato muito importante da nossa história. Estamos a falar de um vulto deveras significativo para que se possa contar por inteiro a trajetória da nossa cidade. Trata-se do invulgar cidadão Joaquim Rodrigues dos Santos, nascido na cidade de Bonfim, no ano de 1836, filho de Agostinho Rodrigues dos Santos e de dona Maria dos Santos Pires, transferido ainda muito menino para o sítio das Antas, onde foi criado em atividades agro-pastoris. Seu Joaquim foi casado com dona Manuela Gomes dos Santos deixando uma numerosa prole dos seus dois casamentos. 240
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Depois do seu segundo casamento, o senhor Joaquim Rodrigues dos Santos deixou o sítio Monjolo, às portas da cidade, e foi morar na Água Fria, sempre se dedicando às atividades da terra. Seu feito maior e que o consagra como um dos vultos mais importantes da nossa história é ter sido ele o principal doador das terras que viriam formar o patrimônio de Nossa Senhora Santana em cujo solo construiu-se a mais pujante cidade do Oeste brasileiro: ANÁPOLIS! Seu Joaquim veio a falecer no dia 18 de dezembro de 1912. Cadê a lembrança desse vulto?... MANUEL PEREIRA DUTRA Segundo nos informa o historiador Humberto Crispim, em sua galeria de “vanguardeiros de Anápolis” e mais o que consta das anotações do cartório local, quando registra o óbito do referido senhor, no ano de 1877, foi possível identificar sua orígem, quando descobrimos ter o senhor Manuel Pereira Dutra, nascido em Meia Ponte – hoje Pirenópolis – e já casado, transferido sua residência para a nossa região no ano de 1835. De fonte paroquial fidedigna afirma o historiador José Sisenando Jayme que a família de Manuel Pereira Dutra procedia de uma das primeiras famílias radicada em Meia Ponte (Pirenópolis), há mais de duzentos e vinte anos, isso lá pela metade do século XVIII. No livro “Esbôço Histórico de Pirenópolis”, o escritor Jarbas Jayme dá notícia de que, após a elevação do arraial de Meia Ponte a Vila - antes de se transferir para a nossa cidade - o senhor Manuel Pereira Dutra foi eleito para o cargo de vereador da primeira legislatura ocorrida em Pirenopolis, no ano de 1832, sendo seus pares: capitães Joaquim Pereira Vale e José Gomes de Siqueira, comendador Joaquim Alves de Oliveira, tenente-coronel Joaquim Ribeiro Camêlo e padres Luiz Gonzaga 241
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de Camargo Fleury, Manuel Amâncio da Luz. A Ata dessa eleição, realizada em 18 de novembro de 1832, foi lavrada em 14 de abril de 1833, em uma dependência da igreja Matriz de Pirenópolis, onde havia se reunido pela primeira vez os edís eleitos em novembro de 1832, e o Secretário que assina a tal Ata foi o vereador Luiz Gonzaga de Camargo Fleury. Consta do registro cartorial que o seu primeiro filho nasceu nesta cidade no ano de 1845, chamado de Antônio Pereira Dutra, que veio a ser o segundo intendente eleito do município, (1895/1897) e o primeiro anapolino a exercer esse cargo. Da sua descendência fazem parte não só esse Intendente, mas também o seu outro filho, o senhor Miguel Pereira Dutra que durante os anos de 1901/03 exerceu o cargo de Intendente municipal, sendo outros filhos e netos juizes, delegado de polícia e procurador-fiscal da prefeitura da época. Mais contemporaneamente, um outro seu descendente também foi prefeito da nossa cidade. Trata-se do seu bisneto Dr. Olímpio Ferreira Sobrinho, sendo, também, seu bisneto, o autor do presente trabalho. MIGUEL PEREIRA DUTRA, filho legítimo de Antônio Pereira Dutra nasceu na Vila de Antas, onde foi criado e iniciado nas primeiras letras. Era fazendeiro, negociante e político como o pai, chegando a exercer o cargo público de Conselheiro Municipal. Em 1901 foi eleito Vice-Intendente, tendo a oportunidade de assumir a titularidade do governo no ano seguinte. Em 1903, pela Lei Municipal nº 34, datada de 20 de março de 1903 mudou o nome da avenida Padre Cunha para Xavier de Almeida, sendo esta a primeira rua de duas pistas na nossa cidade. Nessa época surgiu uma nova rua, e com o amparo nessa mesma Lei, deu-se o nome a ela de Rua 15 de Dezembro, rua que tem hoje o nome de Eugênio Jardim. 242
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MOISÉS AUGUSTO SANTANA Moisés Santana nasceu em Vila Boa – Cidade de Goiás – no ano de 1879. Transferindo-se para a Antas, aqui desempenhou as funções de delegado de polícia, escrivão de órfãos, secretário da intendência, exercendo, ainda, interinamente, as funções de intendente municipal. Até antes do governo municipal do senhor Jonas Duarte, a atual “Praça das Mães” chamava-se “Praça Moisés Santana”. Depois de reconstruída, em 1963, ou a ser chamada desse nome, homenageando as mães no seu todo, mesmo em detrimento de uma só, a mãe desse vulto. Moisés Santana foi o principal responsável pelo topônimo ANÁPOLIS, sugerido por ele desde 1904, em artigo próprio publicado no jornal “Lavoura e Comércio”, de Uberaba-MG. Foi nesta cidade que Moisés faleceu em 1922, vítima de um atentado a bala que o vitimou fatalmente. Sempre haverá tempo de se reparar um descaso... MOUNIR NAOUM Aqui a carroça da história dá uma paradinha – no início da década de quarenta - para ver ar um caminhão de médio porte, carregado de arroz “3/4”, choferado por uma figura simpática e da mais nobre raça do Oriente Médio, fenício de nascença, procedente da cidade de Trípoli, primeira Capital do Líbano, país onde nasceu, há oitenta anos. Ainda jovem, em Trípoli, concluiu seu estudo básico pela “Trípoli Boys School” e pouco depois, jovem e destemido, chefiando a sua família, empreendeu uma grande viagem, rumo ao Brasil, mais especificamente para a cidade Anápolis, atendendo convite do seu tio, senhor Jibran El Haje, que aqui já residia. 243
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Empresário de visão ampla, o senhor Mounir Naoum, nos últimos 50 anos, notabilizou-se pelo seu espírito empreendedor, fazendo de Anápolis o eixo central de todas as suas realizações, não se furtando em nenhum momento da sua participação efetiva no desenvolvimento da nossa cidade, notabilizando-se, principalmente, pela sua atuação marcante nas soluções dos nossos problemas sociais. Mounir Naoum jamais se furtou da participação de um chamamento cívico-social da cidade, tornando-se vulto imprescindível à sociedade anapolina. O senhor Mounir Naoum é um dos poucos anapolinos a portar as três maiores condecorações das Forças Armadas, pois é detentor da medalha do “Mérito Aeronáutico”, “Medalha do Pacificador”, “Ordem do Mérito Judiciário Militar”, Comenda “Bernardo Sayão”, dentre outros títulos seculares. Além de muitos outros cargos na esfera municipal e estadual, o senhor Mounir Naoum é sócio-fundador do GRUPO NAOUM, conglomerado empresarial, sediado em Anápolis. Vulto de destaque e muito querido em nossa cidade. OLÍMPIO FERREIRA SOBRINHO OLÍMPIO FERREIRA SOBRINHO, filho de Anápolis, Goiás, l928, entre outros textos, escreveu, Canções Guardadas na Memória, Alocuções Cívicas, Leonismo, Sublime Ideal, Meio Século Formando Gerações-História da Associação Educativa Evangélica de Anápolis, entre outros títulos. Prefeito nomeado de Anápolis, no Governo do Presidente João Batista Figueiredo. Deputado Estadual. Procurador do Estado de Goiás, cargo em que se aposentou. Escritor, Ensaísta, Pesquisador. Pensador, Poeta, Memorialista. Ativista, Político. Literato, Cronista, Contista. Educador, Ficcionista. Conferencista, Orador, Intelectual. Destacado nos livros Letras Anapolinas; Jornalistas, Poetas e Escritores de 244
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Anápolis; Estudos Literários de Autores Goianos e Escritores de Goiás. Encontra-se no livro “Anápolis-Sua Vida-Seu Povo”, de Haydée Jayme Ferreira, bem como no texto “Anápolis em Tempo de Música”, de Paulo Nunes Batista e Jarbas de Oliveira. Biografado no Dicionário Bibliográfico de Goiás, de Mário Ribeiro Martins. Nasceu em Anápolis, a 10 de janeiro de 1928, filho de José Ferreira da Silva e Amélia Pereira Dutra, bisneto do senhor Antônio Pereira Dutra, primeiro filho de Anápolis a ser eleito Intendente Municipal em 1895/97. Dr. Olímpio fez o curso ginasial no Colégio Couto Magalhães. Na Escola Técnica de Comércio da cidade natal, concluiu o Curso Técnico. Em 1959 bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, onde também fez Pós-graduação, especializando-se em Direito Comercial e Estudos de Problemas Brasileiros. Olímpio Sobrinho foi bancário pelo período de 1946/1959, exercendo as atividades como escriturário e gerente da Caixa Econômica Federal em Anápolis. Instalador e gerente Banco Imobiliário e Mercantil do Oeste Brasileiro, S/A, hoje Banco Itaú, em Nerópolis. Funcionário, por concurso, do Banco do Estado de São Paulo. Foi professor, vice-diretor e diretor da Escola Técnica de Comércio de Anápolis. Fundador e Diretor, por um período de 16 anos, da Faculdade de Direito de Anápolis – FADA, sendo esta o primeiro núcleo da hoje pujante Universidade Evangélica de Anápolis. Por concurso público, tornou-se Procurador do Estado, cargo em que se aposentou por tempo de serviço. No período de 1959 a 1962, foi Vereador à Câmara Municipal. Por duas legislaturas, de 1963 a 1971, foi Deputado Estadual. Tornou-se Prefeito Municipal de Anápolis, a partir de 4/6/1982, escolhido que foi pelo Presidente da República, em virtude de ser 245
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a cidade considerada área de segurança nacional. Professor titular das Cadeiras de Direito Civil e Comercial da Faculdade de Direito de Anápolis. Pertence a várias entidades culturais e de classe, entre as quais, Colégio Brasileiro de Faculdades de Direito, Lions Clube Anápolis, Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). Na Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras ocupa a Cadeira nº. 19, cujo Patrono é Florêncio Antônio da Fonseca Grostom. ZAQUEU CRISPIM Zaqueu Crispim, natural de Antas, quando aqui nasceu no ano de 1895, formando-se em direito no ano de 1932. Foi destacado comerciante e fazendeiro no município. Ocupou na cidade importantes cargos, como o de delegado de polícia, conselheiro, vice-intendente municipal, chegando a Secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, nos anos de 1951/52. VICE-INTENDENTES/PREFEITOS A fim de dissipar algumas dúvidas ainda existentes, no contexto desta obra, quanto ao efetivo exercício do cargo de intendente/prefeito em nossa cidade, ao longo dos anos, damos abaixo a relação dos vultos e personagens que exerceram essa função por pequeno espaço de tempo em substituição aos titulares e que não chegaram a ser efetivados no cargo. Foram apenas substitutos eventuais. Theodoro da Silva Batista (1899) – Antônio de Sousa Ramos (1902) – Delfino Batista 1904 – Benedito Borges de Almeida ( 1905) – Francisco Silvério de Faria (1906) – Pedro Alexandrno Costa (1913) – Luiz Inácio de Bastos (1915) – Teodoro da Costa Queiroz (1917) – Braz Luiz Gomes de Pina 246
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(1918) – Vespasiano Batista (1922) – Pacífico Alves da Cruz (1923) – Elizeu Jorge Campos (1936) – José do Couto Dafico (1946) e Plácido de Campos (1952).
CAPÍTULO ESPECIAL I Aqui o autor abre um espaço especial para abrigar em sua obra uma mensagem dirigida a toda a população de Anápolis, principalmente, aos seus vultos, personagens e figurantes que, cada um na sua área, contribuíram decisivamente para tornar a nossa cidade nessa que é, sem dúvida, a maior cidade da Região Centro Oeste brasileiro. Com a palavra o senhor Prefeito: “Era o ano de 2003. Em plena metade daquele ano, o município estava, depois de uma istração conturbada (foram mais de 30 secretários substituídos no curto espaço de dois anos, a sede da prefeitura pulverizada em diferentes endereços causando desorientção ao contribuinte, vencimentos dos servidores atrsados em prejuízo de milhares de famílias, dívidas acumuladas e extrema insatisfação popular), iniciando, por assim dizer, uma nova etapa. Tal conjuntura, era a exata contradita da grande expectativa reinante com a eleição de 2000, cujos resultados se fixavam, sobretudo, num desejo de renovação. Mesmo sem qualquer atribuição com as conseqüências que então se abatiam sobre a cidade e a sua população, sentíamos diretamente os efeitos de tal situação. Primeiro, porque as eleições de 2000, haviamos sido eleito vice-prefeito; segundo, porque embora eleito de direito não ocupávamos o cargo de fato, face à cizânia com o prefeito. Em agosto daquele ano, o então, governador do estado, levando em conta a CEI já em desenvolvimento na Câmara Municipal e ante solicitação direta da população através de abaixo-assinado 247
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com 71mil subscrições de cidadãos anapolinos, determina a intervenção. O hoje governador do estado, Alcides Rodrigues, e à época vice-governador, é nomeado intercentor. Medidas saneadoras revertem, em parte, o Município a uma normalidade convincente e em 1º de dezembro daquele ano, assumíamos a Prefeitura. Cunpriu-nos aí reoactuar dívidas – com a Celg, INSS, FGTS, Brasil Telecom, etc. Na seqüência, contraimos outras dívidas e nos vimos obrigado a parcelar outras, como a da Anaprev no valor de R$ 30 milhões e da Celg R$ 20 milhões. E mais: a partir daí houve considerável queda no ree do ICMS. Porque cidades como Anpaolis sofrem pesadas perdas no Coíndice (ree do ICMS). Por outro lado, enquanto as receitas decrescem, as despesas aumentam para as prefeituras. Era o ano de 2004. Nesse ano, concorrendo em acirrada disputa, éramos eleito prefeito para um mandato quadrienal em cujo bojo a cidade de Anápolis celebra 100 anos de existência neste 31 de julho de 2007. E assumimos a Prefeitura evocando este marco secular para a hsitória do Município. Mas assumimos também com os olhos postos na busca de soluções que não podiam (e ainda agora não podem) esperar para atender às contingências provindas dos imes muito naturais da atividade istrativa, mas também para sintetizar, o quanto possível seja, em quatro anos, a ânsia de continuidade do progresso e do desenvolvimento a que toda a comunidade aspira – até porque é de seu direito. E aí se somam também os desejos de bem-estar, modernização e prosperidade desta mesma comunidade. Em alguns aspectos, depois de árdua luta, logramos oferecer resultados, que, esperávamos, fossem maiores, mas que atenderam parcela destas soluções e aspirações tão justamente ansiadas. Entre elesestão o pagamento de folhas de vencimento em dia, a realização e entrega de várias obras e os ingentes esforços, que na atividade laborativa de quaisquer prefeituras, quer ao esmerado 248
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cuidado doerário – onde o muito conseguido se revela pouco para atender à grande extensão das reais necessidades. Buscamos modernizar a gestão pública local. Para isso fizemos instalar o Pregão Eletrônico e o Rápido. Este último é um sistema de fazenda eletrônico, que nos seus dois anos de funcionamento, atendeu a mais de 600 mil pessoas. Estamos instalando a segunda unidade desse serviço, na Vila Jaiara. Informatizamos a Prefeitura Municipal e elaboramos um novo Código Tributário. Implantamos o aterro sanitário, cuja vida útil é estimada em três décadas. Fizemos um novo Plano Diretor para a cidade, o qual levou dois anos para ser concluído depois de havermos discutido com toda a sociedade. Racionalizamos o custo com pessoal – numa cidade que tem 360 mil habitantes há 6 mil funcionários, dos quais apenas 550 comissionados. Fizemos o Choque de Gestão com apreciáveis resultados de economia nas despesas de funcionamento da máquina istrativa. Essa reestruturação interna pe para n]mim algo excepcional do ponto de vista istrativo. Estamos em 2007. O cômputo das realizações, desde 2004 até este ano do primeiro centenário de Anápolis, a população recebe a construção de escolas como a do Bairro Boa Vista (e já construimos seis outras, entre elas a do Recanto do Sol); a nova agem dos córrego Monjolo (Avenida Brasil-Sul e Amazilio Lino de Sousa) e João Cesário (Rua Tonico de Pina, ligando o centro da cidade ao Maracanãzinho), a construção e/ou remodelação de mais de uma centena de praças (dentre as principais a Gomes de Sousa Ramos e a Dom Emmanuel); a reurbanização da Avenida Brasil-Sul. Ademais, há que se considerar que a saúde é referência ( mais de 30 postos funcionando, dois Cais 24 horas, o Hospital Municipal, o Banco de Leite Materno, o Laboratório Central – montado em parceria com o governo do Japãp – o Centro de Especialidades Odontológicas (que atende gratuitamente para serviços mais complexos como ortodontia, periodontia, etc), a Unidade de 249
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Atendimento à Mulher, os programas de combate à dengue, à hanseníase, para diabéticos e outros. Outros dois referenciais de nossa istração; Centro da Juventude e a Casa das Rosas. A par disso, é dada atenção às obras de elevada conquista imaterial da sociedade: estamos investindo na cultura, na educação, na formação do ser humano. E isto não tem mensuração nem preço! Há dois infinitos nesta quadra da cidade e na nossa vida que se fundem: de um lado vermos a cidade em que nascemos comemorar o seu primeiro centenário, representada entre as comunidades do interior do Estado como membro-mor da econmia goiana. Na seüência, por obra e graça de Deus (pois que todopoder d´Ele emana), ocuparmos o cargo de mandatário. Antes que mera vaidade, recebemos este encargo com a responsabilidade que ele nos impõe. Registramos, pois, um momento de bênçãos! Senão vejamos: nos últimos meses vieram unir-se a nós marcas comerciais e indústrias de elevada estatura, como o Brasil ParkShopping – tendo o Carrefour como loja âncora – e a Caoa (Montadora Hyundai) criando, de imediato, 600 empregos diretos e com perspectiva de 40 mil postos de trabalho até o ano de 2010! Confiante na potencialidade de Anápolis, acaba de se instalar uma filial da rede nacional Loja Marisa, no centro. A um só tempo, a Avenida Brasil vai se revelando um novo centro comercial. E mais: anunciadas estão a reabertura das atividades frigoríficas da Vila Fabril, através do Mouran. O Vicunha Trade Center,na Vila Jaiara, é um adendo promissor para a zona norte. No comando da Prefeitura Municipal, quando a cidade comemora o marco de seus primeiros 100 anos, trabalhamos para legar ao futuro uma prefeitura organizada, alicerçada e de tal forma equipada que venha propiciar a tranqüilidade de trabalho do nosso sucessor. Saudamos Amador de Arimathéa (Dô) pelo seu livro “Anápolis – Suas Ruas – Seus Vultos – Nossa História”, esta rica 250
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obra, que tem como escopo traçar novos adendos à história de Anápolis como fizeram Humberto Crispim Borges, João Luís de Oliveira, Haydée Jayme Ferreira, Juscelino Polonial e outros, os quais, se ocuparam em pesquisar e traçar com lealdade os atos e fatos que traduzem a caminhada da Santana das Antas. Abraçamos a nossa centenária -mas inovadora- cidade, com zelo e o carinho que a ela devemos como filho, cidadão e prefeito. E ao fazê-lo deixamos uma breve mensagem para os homens destes dias e para os anapolinos do porvir: “Antes a execução de pequenas obras, do que mero planejamento de grandes projetos que não se concretizam”. Temos a convicção de que assim fazendo, estamos contribuindo com o “nosso tijolo para a edificação da humanidade”, como bem lembrou Saint-Exupéry. Almejo ao autor, o sucesso que a obra há de merecer de todos os anapolinos e de quantos se interessem pela nossa história.” Pedro Fernando Sahium Prefeito Municipal
CAPÍTULO ESPECIAL II DAIA-DISTRITO AGROINDUSTRIAL Aqui a carroça da história fez uma parada maior para que pudéssemos percorrrer com vagar esse majestoso complexo agroindustrial que consagra o nosso município como o maior polo de desenvolvimento na última década em todo o território brasileiro. 251
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A concentração da capacidade industrial em grandes fábricas para a produção em massa trouxe como conseqüência a concentração de grande parte da população nas cidades maiores, o que obrigou os indivíduos arem a depender completamente de uns poucos empreendimentos particulares. Partindo da idéia de alguns espíritos desenvolvimentistas da nossa cidade, com o apoio político de alguns homens púbicos de Anápolis, surgiu o:
O DAIA - Distrito Agroindustrial de Anápolis está localizado na região do centro goiano, junto com o entorno de Brasília e Distrito Federal, representando um total aproximado de 5.000.000 habitantes, distribuídos em 84 municípios circunvizinhos. Trata-se da região mais desenvolvida do CentroOeste e com um dos mais expressivos potenciais de crescimento sócio-econômico apresentados nas últimas décadas em todo o Brasil.
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Distâncias Rodoviárias (Km) Anápolis
3 Uberlândia
400
Goiânia
50 Belo Horizonte
860
Brasília
150 Rio de Janeiro
1300
Vitória
1400 Vitória
1400
Tubarão
1400 Porto Alegre
1900
Sepetiba
1300 Assunção
1760
Paranaguá
1600 Buenos Aires
3300
Santos
1050 Montevideo
3350
Itaqui
2000 São Paulo
Pirenópolis
70 Palmas
980 800
Goiás Velho
160 Belém
1970
Caldas Novas
230 São Luíz
2000
Três Ranchos
320 Cuiabá
980
Serra da Mesa
250 Campo Grande
980
Rio Araguaia
360 Fortaleza
2450
Pantanal
1250 Recife
2300
Foz do Iguaçú
1400 Salvador
1600
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Inaugurado em 8 de setembro de 1976, as primeiras indústrias a nele se instalarem foram Cemina e Precon. Em dezembro de 1999, o DAIA contava com 63 empresas, geradoras de 4.400 empregos. Detentor do primeiro Pólo Farmacêutico do Estado de Goiás há também, nesse distrito, indústrias alimentícias, de materiais de construção, embalagens e adubos. A cidade de Anápolis e, consequentemente, o DAIA estão geograficamente eqüidistantes aos pontos extremos do Brasil. O DAIA está apenas 140 km de Brasília, numa área de 593 hectares, às margens das rodovias federais BRs 060/153 e da rodovia estadual GO-330. Junto a EADI Estação Aduaneira do Interior e a um terminal ferroviário. Infra-Estrutura Em área de 593 hectares, às margens das rodovias federais BR's 060/153 e da rodovia estadual GO-330, interligado ao ramal da RFFSA - Rede Ferroviária Federal S/A que integra o Corredor de Exportação Goiás - Minas Gerais - Espírito Santo e distante do aeroporto civil da cidade apenas 2,5 Km, o DAIA dispõe de infra-estrutura própria à sua demanda. Este complexo é qualificado como ideal por técnicos no assunto. Sua infra-estrutura compreende Estação de Tratamento de Água e comporta 10.000.000 de litros em seus reservatórios elevados e subterrâneos, e rede de distribuição de 17,4 Km de extensão. A sua Estação de Tratamento de Esgoto é dimensionada para tratar 250 litros/segundo. Tem sistema exclusivo de energia elétrica com subestação própria, capacidade de 100.000 KVA e em duas linhas de transmissão. Possui Central Telefônica DDD/DDI, Agência Bancária e dos Correios, com ampla resolução de atendimento às empresas. 254
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CAPÍTULO ESPECIAL III BASE AÉREA DE ANÁPOLIS Aqui o choque foi inevitável! O Pretete e a Morena levaram um susto desgraçado, e a carroça da história quase tomba de rodas pro ar, isso porque, o ranger das rodas de ferro dos trens ferroviários, já não mais os assustavam, mas um aeroplano a uma velocidade maior do que o som, isso aí já era demais... Era a modernidade chegando e com ela a maior e mais bem equipada Base Aérea do Brasil, a ALADA – 1ª Ala de Defesa Aérea. E neste ano, quando Anápolis completa seu primeiro Centenário, esta Unidade de elite da Força Aérea Brasileira – com a BAAN – vem ratificar, com a sua presença aqui, desde 1972, o destino que é reservado à Anápolis, o de ser grande! E é com bravura, denodo e dedicação que esta tão importante unidade militar é comandada pelo senhor CoronelAviador Mauro Martins Machado, que a a fazer parte integrante da história de Anápolis, por ocasião do seu primeiro Centenário.
/////Base Aérea de/// /////// Anápolis
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A Base Aérea de Anápolis - BAAN é uma base da Força Aérea Brasileira localizada na cidade do Anápolis, Estado de Goiás. Sua função primordial é a defesa aérea de Brasília, capital do Brasil. No final da década de 60, a Força Aérea Brasileira iniciou estudos para a formação de uma unidade de interceptação aérea, com o objetivo de preservar a soberania do espaço aéreo brasileiro e, especificamente, a região central do País. Com posição geográfica ideal, a cidade de Anápolis foi escolhida para o projeto. Tal concepção visava à atender aos requisitos do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA) e implantar uma rede de meios eletrônicos e detecção, capazes de rastrear e identificar as aeronaves que sobrevoassem nosso território. O primeiro Mirage brasileiro voou, em 6 de março de 1972 na Cidade de Bordeaux, França, já ostentando o cocar da Força Aérea Brasileira. Em maio de 1972, embarcaram para a Base Aérea de Dijon, França, oito pilotos brasileiros. Eles seriam os responsáveis em adaptar-se à nova aeronave e, mais tarde, transmitir a experiência adquirida às próximas gerações de pilotos. No dia 27 de março de 1973 foi realizado o primeiro vôo de F-103 no Brasil, em Anápolis, dando início às atividades aéreas da 1a Ala de Defesa Aérea (1a ALADA). Criado em 11 de abril de 1979, o 1º GDA ou Grupo Jaguar, como também é conhecido, tem como missão executar operações de defesa aérea, como o propósito de impedir a utilização do espaço aéreo brasileiro para a prática de atos hostis contra seu território ou contrários aos interesses nacionais. A Base Aérea de Anápolis, hoje, abriga também o 2º/6º Grupo de Aviação, integrante do Sistema de Vigilância da Amazônia, com as modernas aeronaves R99-A e R99-B, equipadas com radares e equipamentos de sensoriamento remoto. Mais uma demonstração da importância creditada pela Força 256
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Aérea Brasileira à BAAN, seus componentes, à cidade de Anápolis e seu povo. Da efetivação da Base Aérea Em nove de fevereiro de 1972 deu-se o início das primeiras edificações da atual Base Aérea de Anápolis, guardiã dos vetores de interceptação da Força Aérea Nacional, com os aviões F-103 e Mirage. Hoje é a primeira Ala de Defesa Aérea - 1ª Alada, com missão específica de realizar operações de defesa aérea no território nacional. Com o surgimento do jato supersônico e atenta à rápida evolução da tecnologia das aeronaves de combate e dos sistemas de detecção e controle de tráfego aéreo, a Força Aérea Brasileira sentiu a necessidade de adquirir, para o Brasil, aeronaves de interceptação. Para tal, foi necessária a criação de uma Unidade Militar, próxima à Capital Federal, capaz de sediar estas aeronaves de combate. Assim como a Base Aérea de Anápolis, o 1º GDA tornou-se referência para a aviação de caça nacional e internacional. As equipagens operacionais do 1º GDA permanecem, ininterruptamente em estado de alerta, prontas para atender a qualquer missão, perfeitamente integradas ao Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro, sendo o Mirage uma das pontas desse sistema defensivo. A parceria exitosa de longos anos entre a BAAN e o 1º GDA veio permitir que o Comando da Aeronáutica encontrasse estas paragens goianas para instalação do 2º/6º Grupo de Aviação.// Esse Esquadrão operará com aeronaves BEM-145 na versão R99A, designada para Controle e Alarme em Vôo e Guerra Eletrônica, enquanto que a versão R99B realizará Reconhecimento Aéreo e Guerra Eletrônica. As aeronaves R-99 representam um expressivo salto tecnológico e fator de reformulação doutrinária para a Força Aérea Brasileira como um todo e, especialmente, nos 257
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campos de Guerra Eletrônica e de Sensoriamento Remoto. Há anos que a Base Aérea de Anápolis mantém um programa de visitas às sua instalações, cuja intenção principal é aproximar o público daqueles que nela trabalham, sendo a visitação, além de instrutiva, inteiramente gratuita.
C A P Í T U L O VI CURIOSIDADES DAS RUA 1–Em Anápolis a praça “Oeste” fica no Norte da Cidade . 2 - A Rua “1º de Maio” foi a primeira rua aberta na nossa cidade, tomando este nome para lembrar a Lei Municipal nº. 34, de 1896, quando se promulgou a primeira Lei Orgânica do Município, assinada pelo então Intendente Antônio Pereira Dutra. 3 – Entre praças, avenidas e ruas, o nome de Dr. Pedro Ludovico é reverenciado por 19 vezes, recorde absoluto em qualquer outra cidade. Os nomes Brasília, Belo Horizonte e Universitária seguem com 12 citações, Juscelino Kubitschek, Araguaia e Goiás com 11, com 10 citações: Bernardo Sayão, Independência, seguindo Souzânia, Sócrates Diniz e Alberico Borges de Carvalho com 9, ainda Prof. Benvindo Machado, Corumbá, Tocantins, Ayrton Senna e Ipê com 8 citações e com 7 seguem Minas Gerais, Monte Castelo, Osvaldo Cruz, Paraguai e Rua das Rosas, sendo com 6 as ruas e avenidas: Marechal Deodoro da Fonseca, Firmo Velasco, Getulino Artiaga, Gomes de Souza Ramos, Pirenópolis, Engº Portela, Barão do Rio Branco, Tiradentes, Dona Albertina de Pina, Presidente Getúlio Vargas, Amazonas e o poeta Castro Alves. Com 5 citações os nomes de Monteiro Lobato, Santos Dumont, Dr. Zaqueu Crispim, 258
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Caxias e Aquiles de Pina. Ainda há muitos outros personagens, com quatro ou menos citações. 4 – Dentre muitas perguntas feitas ao autor a respeito das avenidas, ruas e praças da nossa cidade, uma delas é sempre presente: por que Vila Jaiara? Para responder, teremos que recuar no tempo, quando aquela região tornou-se em mais um polo de desenvolvimento urbano. Em meados do ano de 1947, foi lançada uma grande campanha publicitária em torno desse grande lançamento imobiliário, que durante um bom tempo foi denominado de “Bairro Sanatório de Anápolis”, além do Morro da Capuava. E o grande responsável por tão arrojado empreendimento foi uma das figuras mais respeitadas da nossa história recente, Dr. Luiz Caiado de Godoy, o mesmo que já empreendera a fundação do Clube Recreativo Anapolino, o jornal “O Anápolis”, dentre outros. Grande figura este Dr. Luiz Godoy. Muito dedicado à família e criativo ao mesmo tempo, o Dr. Luiz aproveitou a oportunidade para perpetuar a lembrança de seus filhos, tirando das sílabas dos seus nomes: JAiro e IARA o nome da vila recém fundada. E daí resultou hoje o bairro mais populoso e trabalhador da nossa cidade: a Vila Jaiara. 5 – Desde os anos 40/50, do século ado, que o autor tem conhecimento, através da voz experiente de muitos moradores antigos da cidade que, dada a qualidade de suas águas, seu clima de montanha, o Distrito de Traíras, por muitos anos chamada de Aracati – hoje Sousânia – poderia ser cognominada de Suíça das Antas. E faz sentido, pois que era muito comum que em diversos casos de doenças, como tuberculose e lepra, os doentes eram levados para aquele distrito, à procura de melhor ambiente e de uma recuperação mais rápida. É certo, também, que sendo essas doenças altamente contagiosas, os portadores desses males eram 259
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transferidos para aquele distrito, ficando totalmente isolados. Por outro lado, desde os primórdios do nosso desenvolvimento, alguns tropeiros, vendo encalhado o fundo de suas mercadorias, deslocavam-se para o patrimônio de Traíras, onde aflorava um alvissareiro ponto de comércio. Assim pensavam alguns, dentre esses o grande homem de visão Gomes de Sousa Ramos – nosso fundador – que não titubeou e, já no fim do Século IXX, transferiu seu domicílio para aquele pequeno povoado na expectativa de expansão mais acelerada de seus negócios, deixando o comando de Anápolis em mãos seguras de José da Silva Batista – Zeca Batista. Deu no que deu... 6 – Abaixo leis que ainda vigoram no município: a) – Lei municipal nº 36, 21 de março de 1903: Art. 1º - São feriados municipais: O dia 10 de Março, aniversário da instalação deste município-1892; O dia 1º de Maio, aniversário da sanção da primeira Lei Orgânica do Município, (1896); O dia 6 de Agosto, aniversário da criação da freguesia de Santana de Antas (Resolução Provincial nº 514, de 1873); O dia 15 de Dezembro, aniversário da elevação da Freguesia de Santana de Antas à categoria de Vila. Lei Provincial nº 811 de 1887 Estes dias são ratificados como feriados municipais pela Lei Municipal nº 93 de fevereiro de 1968.
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MEU GRANDE VULTO Permitam-me os meus leitores apresentar-lhes o meu grande vulto: JOSÉ FERREIRA DA SILVA – meu pai! Sobre seu Juca Serrador relata o grande poeta, escritor e humanista Iron Junqueira - quando da agem da
Coluna Prestes por Anápolis -, sua população sentindo-se ameaçada resolveu mandar um emissário até ao comandante Luiz 262
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Carlos Prestes para alertá-lo do grande perigo da invasão: Aí... “Um homem rompia a cavalo o pedregoso elevado do Capuava, naquele tempo distante do povoado de Sant´ana, então sob a Intendência de Graciano Antônio da Silva (Sanito), para avisar a Carlos Prestes que a Tropa de Minas estava chegando para um combate inevitável, e seu Juca Ferreira foi o mensageiro da comunidade local. Com isso, o chamado “Cavaleiro da Esperança” empreendeu fuga deixando na pressa, um soldado ferido que fora capturado e, por determinação do comandante da Força Mineira, levado pelo senhor Antônio Costa, dono de um velho caminhão, a um local conhecido como Cerrado, hoje Nerópolis, onde foi fuzilado...” Ao mesmo tempo bravo, corajoso e destemido Juca Ferreira era um romântico, poeta e bom violeiro, caçador e jogador de cartas, e tinha todos os traços do boêmio incorrigível daqueles bons tempos do romantismo. De sua Minas Gerais – Bom Despacho – no longínquo ano de 1915 – chegou a Anápolis trazendo, além da dolência própria dos mineiros, alguns pares de cartas de baralho, a viola e um único livro de poesias, intitulado “As Primaveras”, de Casimiro de Abreu. Nas tardes mais amenas, cercava-se da minha mãe – Amélia Pereira Dutra – dos filhos e dedilhando sua viola fazia explodir da voz macia e canora as canções que embalavam sua alma saudosa. Este é o seu retrato e dele essa trova: OI! Seu moço, Eu só queria pra minha felicidade Um bom fandango por dia, Uma pala de qualidade; Pólvora, espingarda, cotia, Um facão fala a verdade, 263
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Uma viola em harmonia Pra chorá minha saudade! Um rancho na beira d´agua, Vara de anzó – pouca mágoa, Pinga boa e bom café, Fumo forte de sobejo E prá completá meu desejo Cavalo bão e muié... Bom Despacho - MG – 1893 Anápolis-Goiás - 1935
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GALERIA DE FOTOS DE RUAS VULTOS DE ANÁPOLIS
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JOSÉ DA SILVA BATISTA – “O CONSOLIDADOR” – o vulto mais exponencial da nossa história. Graças ao seu prestígio a Vila de Santana das Antas foi elevada à categoria de cidade, em 31 de julho de 1907, tomando o nome de ANÁPOLIS em homenagem à sua Santa Padroeira - SANTANA.
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Praça James Fanstone e o coreto – (Antiga Praça João Pessoa)- 1942
Praça James Fanstone e Rua Manuel D’Abadia
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Início da Rua Aquiles de Pina – ano 1949
Jardins da Praça Americano do Brasil –Década de 1940
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Catedral do Senhor Bom Jesus – Praça central da cidade
Rua Barão de Cotegipe e o fundo da Matriz Bom Jesus- década de 1940 269
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Rua Barão do Rio Branco – esquina com Rua 7 de setembro - 1949
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Residência da família do senhor Jonas Duarte – Rua Barão do Rio Branco
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SUMÁRIO In Memóriam ......................................................................................... Apresentação ............................................................................................ Prefácio ..................................................................................................... Introdução .................................................................................................
CAPÍTULO I - Centro Fatos relevantes – primeiras ruas ........................................................ Rua Senador Alfredo Nasser e Praça Manoel Demóstenes............... Ruas Roberto Mange e Capitão Silvério ............................................ Praça 31 de Julho ................................................................................ Avenida Brasil .................................................................................... Praça do Ancião e Avenida Sen. José Lourenço Dias ...................... Rua Coronel Batista. .......................................................................... Rua 1º de Maio................................................................................... Rua Aluízio Crispim e Praça das Mães.............................................. Rua Desembargador. Jayme............................................................... Travessa Souza e Praça Santana......................................................... Rua Arinesto Pinto e Rua 10 de Março.............................................. Praça Miguel João e Rua Amazilio Lino de Souza.............................. Praça do Expedicionário...................................................................... Rua Manuel D`Abadia.......................................................................... Praça James Fanstone........................................................................... Rua Dr. Genserico................................................................................ Rua Aquiles de Pina............................................................................. Rua Pina Júnior.................................................................................... Rua Calixto Abdala.............................................................................. Travessa Campos Salles....................................................................... Rua 15 de Dezembro............................................................................ Rua Engenheiro Portela........................................................................ Praça Americano do Brasil................................................................... Praça Bom Jesus................................................................................... Rua General Joaquim Inácio................................................................ Rua 14 de Julho.................................................................................... Rua Quintino Bocaiúva........................................................................ 272
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Rua Floriano Peixoto............................................................................ Rua Benjamin Constant......................................................................... Rua Firmo de Velasco...........................................................................
CAPÍTULO II - Centro Rua Eugênio Jardim.............................................................................. Avenida Getulino Artiaga..................................................................... Avenida Pedro Ludovico Teixeira........................................................ Rua Conde Afonso Celso...................................................................... Rua Senador Sócrates Diniz................................................................. Rua Barão de Cotegipe......................................................................... Avenida Goiás...................................................................................... Rua Barão do Rio Branco.................................................................... Rua Rui Barbosa.................................................................................. Rua Dona Sandita e Rua Xavier de Almeida....................................... Rua Nilo Peçanha – Antônio Xavier Nunes........................................
CAPÍTULO III – Bairros Centrais Ruas dos Emboabas.............................................................................. Avenida Universitária........................................................................... Avenida da Evangélica.......................................................................... Praça do Maçom.................................................................................... Rua Guimarães Natal............................................................................. Avenida Presidente Kennedy................................................................. Avenida Tiradentes................................................................................ Rua Leopoldo de Bulhões...................................................................... Rua Couto de Magalhães....................................................................... Avenida Brasil Sul/Norte – Rua Ermetti Simonetti............................... Travessa Francisco da Luz Bastos e Travessa Dona Senhora................ Travessa Marcílio Dias........................................................................... Rua Tonico de Pina.................................................................................
CAPÍTULO IV – A carroça através de bairros Rua Francisco Valloz............................................................................. 273
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Rua Adhemar de Barros e Rua Alarico Verano..................................... Rua Arthur Bernardes e Rua Castro Alves............................................. Rua Vinícius de Morais.......................................................................... Rua João Luiz de Oliveira...................................................................... Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira............................................. Rua Monte Castelo e Rua Emival Ramos Caiado................................... Rua Olavo Bilac...................................................................................... Avenida Bernardo Sayão........................................................................ Avenida Presidente Vargas..................................................................... Rua Marechal Deodoro........................................................................... Rua Vital Brasil....................................................................................... Rua Sinhozinho Cantor............................................................................ Rua Carlos Drummond de Andrade......................................................... Rua Washington Carvalho....................................................................... Rua Dayse Fanstone e Rua Ary Barroso.................................................. Rua Miguel Couto................................................................................... Rua Arthur Wesley Archibald.................................................................. Rua Assis Chateaubriand.......................................................................... Rua César Lattes....................................................................................... Rua Dr. Adalberto P. da Silva.................................................................. Rua Waldemar Borges de Almeida e Avenida Anderson Clayton........... Rua Carlos Gomes e Rua Euclides da Cunha........................................... Rua José de Alencar.................................................................................. Avenida Carmen Miranda......................................................................... Rua Monteiro Lobato................................................................................ Rua Senador Canedo e Praça Dom Emanuel............................................. Avenida São Francisco.............................................................................. Praça General Curado................................................................................ Praça Haydée Jayme e Rua Araguaia........................................................ Rua Lopo de Sousa Ramos e Rua Dona Terezona.................................. Rua Padre Luiz Gonzaga e Avenida Visconde de Taunay....................... Rua Padre Pitaluga e Rua Odorico da Silva Leão..................................... Avenida Mato Grosso................................................................................ Rua Coronel Sanito e Rua Assis Brasil..................................................... Rua Pasteur................................................................................................ Rua Ipiranga.............................................................................................. Rua Visconde de Itaúna............................................................................ Rua Construtor Puglise............................................................................. 274
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Rua Augusto Pinto Pereira....................................................................... Rua Princesa Isabel.................................................................................. Rua José do Patrocínio............................................................................. Avenida Osvaldo Aranha......................................................................... Rua Tancredo Neves................................................................................ Rua José Sarney....................................................................................... Rua Paulo Nunes Batista e Avenida José Feliciano................................ Rua Dona Zita Duarte e Rua Major Mauro............................................. Rua Israel Pinheiro.................................................................................. Rua Barão de Cayru................................................................................ Rua Jânio Quadros.................................................................................. Rua Pedro Álvares Cabral...................................................................... Avenida Ayrton Senna e Rua Felipe Camarão....................................... Rua Padre Manoel da Nóbrega e Rua Mauá........................................... Rua Marcílio Dias................................................................................... Rua Riachuelo......................................................................................... Rua Voluntários da Pátria....................................................................... Rua Bartolomeu Bueno da Silva............................................................. Rua Lúcio Costa...................................................................................... Rua Dom Pedro I.................................................................................... Rua Dom Pedro II.................................................................................. Rua 9 de Julho........................................................................................ Rua Dona Gercina e Avenida Panair...................................................... Rua dos Pireneus e Rua Borba Gato....................................................... Rua Cora Coralina.................................................................................. Rua Castelo Branco................................................................................ Rua Jonas Duarte.................................................................................... Rua Luiz Caiado de Godoy.................................................................... Rua Oscar Niemeyer.............................................................................. Rua Albérico Borges de Carvalho......................................................... Rua Arlindo Cardoso e Rua Carlos de Pina........................................... Rua Nereu Ramos e Rua Brasil Ramos Caiado..................................... Rua Berenice Artiaga e Rua Zaqueu Crispim....................................... Rua Santos Dumont............................................................................... Rua José Feliciano................................................................................. Rua Eurípedes Junqueira....................................................................... Rua Frei Caneca.................................................................................... Rua Marechal Hermes........................................................................... 275
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Rua Joaquim Gonçalves Ledo............................................................... Rua José Bonifácio................................................................................ Rua General Osório............................................................................... Rua Prudente de Morais........................................................................ Rua Evaristo da Veiga ......................................................................... Rua Cassimiro de Abreu....................................................................... Rua dos Pracinhas................................................................................. Rua Tamandaré..................................................................................... Travessa Jean Jaques Wirth.................................................................. Praça Gomes de Souza Ramos.............................................................. Rua Antônio Pereira Dutra.................................................................... Avenida Dom Bosco............................................................................. Alameda dos Palmares.......................................................................... Rua Costa e Silva.................................................................................. Praça Pio XI.......................................................................................... Avenida Independência........................................................................ Rua Borges de Medeiros...................................................................... Rua Inconfidência................................................................................ Rua dos Guararapes............................................................................. Rua dos Canudos................................................................................. Rua José Fernandes Valente................................................................ Rua Tuiutí............................................................................................ Rua Carlos Gomes............................................................................... Rua dos Prefeitos – De José da Silva Batista a Pedro Sahium........... CAPÍTULO VII – Novos vultos Ana das Dores Almeida – Ângelo José de Sousa................................ Antônio Pereira Dutra e Benedito Borges de Almeida........................ Christalino Bernardino da Costa e Francisco Pereira Dutra................ Dr. Henrique Santillo........................................................................... Humberto Crispim Borges................................................................... Iron Junqueira...................................................................................... Jarbas Jayme........................................................................................ Joaquim Rodrigues dos Santos............................................................ Manuel Pereira Dutra........................................................................... Miguel Pereira Dutra............................................................................ Moisés Augusto Santana...................................................................... 276
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Dr.Olímpio Ferreira Sobrinho................................................................... Zaqueu Crispim e Vice-Intendentes/Prefeitos...................................... CAPÍTULO ESPECIAL I - D A I A Distrito Agroindustrial de Anápolis..................................................... CAPÍTULO ESPECIAL II - BASE AÉREA DE ANÁPOLIS... 1ª Ala de Defesa Aérea – ALADA CAPÍTULO ESPECIAL III - CURIOSIDADES DE RUAS....... CAPÍTULO ESPECIAL – IV Mensagem do senhor Prefeito pelo centenário ÚLTIMA PÁGINA Meu grande vulto.................................................................................. GALERIA DE FOTOS Fotos de vultos anapolinos................................................................... Fotos de ruas antigas da cidade............................................................ Bibliografia:........................................................................................ .
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BIBLIOGRAFIA
- Cartórios de Anápolis, Pirenópolis, Corumbá, Silvânia
(Bonfim) e Cidade de Goiás. (antiga Capital). - “História de Anápolis” - Humberto Crispim Borges - “Esboço Histórico de Pirenópolis” - Jarbas Jayme -“Anápolis-Sua Vida -Seu Povo” - Haidée Jayme Ferreira - “Dicionário Bibliográfico dos Escritores Regionais do - Brasil” - de Mário Ribeiro Martins. - Museu Histórico de Anápolis - Pessoas ligadas aos vultos da época - Alfarrábios particulares do autor - Pesquisa na internete. - As fotos originais são do acervo particular do autor.
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PATROCINADOR
PREFEITURA MUNICIPAL
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QUARTA E ÚLTIMA CAPA
DISPONÍVEL
PARA a p o i o
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