SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CURSO SUPERIOR DE SERVIÇO SOCIAL RAFAEL BARBOSA DE MORAES
Diagnostico social: Uma analise critico – reflexiva da realidade.
Quixeramobim 2011
RAFAEL BARBOSA DE MORAES
Diagnostico social: Uma analise critico – reflexiva da realidade.
Trabalho apresentado ao Curso Superior de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas: Cultura, Familia e Sociedade; A Realidade Regional e o Serviço Social; Oficina de Formação – Projeto de Intervenção; Políticas Sociais III. Orientadores: Prof.(a): Edna Braun, Clarice Kenrkamp, Amanda Boza, Maria Lucimar.
Quixeramobim 2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 5 2.1 A seguridade social e a Constituição de 1988 ....................................... 5 2.2 A Política da Saúde no Brasil a partir da promulgação da Carta Magna, e a atuação do Assistente Social nessa área. ................................................... 5 2.3 A realidade da Saúde no Município de Pedra Branca – CE ..................... 7 3. O Assistente Social no CAPS 1 de Pedra Branca – CE ......................... 11 3.1 Histórico da Instituição ............................................................... 12 3.2 Estrutura Organizacional ........................................................... 12 3.3 População Atendida ................................................................... 13 3.4 Trabalho desenvolvido com as Famílias .................................... 13 4. Considerações Finais ............................................................................. 14 REFERENCIAS .......................................................................................... 15
3
1 INTRODUÇÃO
Observar, investigar e interpretar a realidade de uma forma critica e reflexiva é uma das grandes responsabilidades do Assistente social, e a partir desse processo dialético, imprimir um juízo crítico reflexivo sobre tal realidade nos mostra o quanto é importante nessa profissão a questão do planejamento de suas ações para fugir de uma atuação imediatista. Mas ao analisar uma realidade e emitirmos um conceito sobre ela, precisamos confrontar tal conceito a luz de um referencial, para assim, termos um diagnostico da mesma e elaborar medidas de intervenção eficazes. Segundo Gonçalves ( 2011, p 67), essa postura dialética acaba sendo entendida ao se determinar que “ o que eu sei” e “o que eu tenho” constitui um conjunto de informações que serão colocadas em questão ou negadas diante da realidade social. Diagnostico social a a ser entendido então como um conceito da realidade social investigada e interpretada, considerando suas particularidades e singularidades. O diagnostico social é construído em parte por indicadores sociais, estes, nos permitem ter uma visão de forma quantitativa e/ou qualitativa da realidade que se observa. Indicadores sociais ficam aqui entendidos como um conjunto de valores, com base em critérios e analisados a partir de uma teoria social, que nos am informações em dados de uma micro e/ou macrorregião, buscando mostrar as demandas sociais prioritárias de intervenção na sociedade analisada. Todo esse conjunto de informação nos revela o que é o território, que este se apresenta de maneira dinâmica e é formado por varias relações sociais. Então conhecer um território ou realizar uma territorialização não é somente desvelar onde estamos, mas descobrir todas as relações existentes naquele local. O objetivo deste trabalho é realizar um diagnostico social, a partir dos seguintes parâmetros: Escolha de uma área da seguridade social em que existe assistente social trabalhando no município de Pedra Branca - CE, neste caso a
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política escolhida foi a da saúde, pois se configura como uma área em que existem um maior numero de assistente sociais atuando e historicamente após a constituinte foi a que melhor se desenvolveu em relação às outras áreas da seguridade social, então divulgar e analisar os principais indicadores sociais da área no município, caracterizar institucionalmente a atuação do assistente social, em um dos campos da saúde e para terminar refletir sobre todos os tópicos trabalhados.
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2. Desenvolvimento
2.1 A seguridade social e a Constituição de 1988
O ano de 1988 com a redação da constituinte, marca uma ruptura com o modelo de seguridade social até então vigente, um modelo que atingia apenas uma parcela da população (era voltada para os que eram economicamente ativos) com a lógica do seguro social, essa ruptura vem com as vozes da universalização e a descentralização no planejamento e o a seguridade social (pelo menos na teoria), firmando um novo modelo e uma mudança de paradigma sendo a seguridade social entendida como proteção social, calcada no tripé saúde, previdência e assistência social. O texto constitucional define assim seguridade social: Conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência. Objetivando reconhecer como direito universal a seguridade social, e assim definindo também as modalidades de ações de suas políticas e as fontes de financiamentos. O novo modelo de seguridade social cria novos sistemas de saúde, previdência
e
assistência
social,
ampliando
o,
descentralizando
o
planejamento, aumentando a participação da sociedade, através do controle social.
2.2 A Política da Saúde no Brasil a partir da promulgação da Carta Magna, e a atuação do Assistente nessa área.
A Organização Mundial da Saúde desde de 1948 define saúde como, o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
6
A partir de 1988 e com a elaboração do novo conceito de seguridade social, a saúde no Brasil, ganha aspectos democráticos, dimensão política, a a ser entendida como um direito de todos. A partir desse momento torna-se obrigação do estado
articular
mecanismos que fizesse sair da teoria, o conceito firmado na constituinte, e chegar a grande massa da população. Neste momento de pós Constituinte a saúde ainda viase na tensão entre dois projetos: a reforma sanitária e o projeto privatista. A partir desse momento novos parâmetros são discutidos, a sociedade a movimentar-se o estado, aqui entendido em sua totalidade, a prover novas medidas de saúde pública, como a interiorização dos serviços a implantação de estrutura básica de saúde publica e o aumento da cobertura. O principal mecanismo de democratização e descentralização da saúde foi a elaboração e implantação do SUS (Sistema Único de Saúde), uma das proposições do projeto de reforma sanitária, em consonância com a Lei orgânica saúde, através das Leis n. 80.080 de 19 de setembro de 1990, e nº 8.142, de 27 de dezembro de 1990. O Assistente Social na área da saúde, assim como em qualquer outra área tem suas atribuições e competências norteadas pelo Código de Ética da Profissão e a Lei de Regulamentação da Profissão. Assim na área tratada, a saúde, o Assistente social busca formas de mediar às contradições existentes da relação capital – trabalho, na busca pela defesa intransigente dos direitos do publico usuário assim como a afirmação de todos os princípios relatados no seu código de ética profissional, buscando realizar uma prática totalizadora que mostre uma reflexão e mudança pautada na autonomia do usuário. Assim é preciso ter uma compreensão da atuação profissional do assistente social em sua totalidade para assim, melhor compreender como este atua na área da saúde, como cita Mioto ( 2006 apud Mioto; Nogueira, 2006) as ações do profissional se estruturam sustentadas no conhecimento da realidade e dos sujeitos para os quais são destinadas, na definição dos objetivos, na escolha de abordagens e dos instrumentos apropriados às abordagens definidas.
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2.3 A realidade da Saúde no Município de Pedra Branca – CE.
O município de Pedra Branca está localizado na microrregião do sertão de Senador Pompeu, à 261,6 km da capital cearense, Fortaleza, estando localizado na região istrativa nº 14, possui como municípios limítrofes: Boa Viagem, Independência, Mombaça, Quixeramobim, Senador Pompeu e Taua. Pedra branca, possui uma área territorial de 1.303 km², com clima tropical semi-árido, tem chuvas concentradas de Fevereiro a Abril, relevo bastante acidentado em praticamente todo o seu território, floresta caducifólia espinhosa (caatinga arbórea) ocupam a maior parte do território, e nas regiões mais elevadas do centro do território municipal predominam a floresta subcaducifólia tropical pluvial (Mata seca). A economia municipal, está fixada sobre três praticas, Agropecuária, Indústria, e Prestação de serviços. A produção de estatísticas com relação à saúde tem grande relevância social, pois vem mostrar se as políticas publicas implantadas na área estão sendo efetivas. A partir destas estatísticas são formados os indicadores sociais da saúde assim podemos ter um retrato de como está à saúde no município. Os
principais
mortalidade/sobrevivência,
indicadores
morbidade/
sociais
da
saúde
gravidade/incapacidade,
são:
aspectos
demográficos, nutrição/crescimento e desenvolvimento, indicadores ambientais e sócios econômicos, serviços de saúde.
O município atualmente possui 18 estabelecimentos de saúde, sendo que 17 são de ordem publica e um privado, como mostra a tabela a seguir.
8
Estabelecimentos de Saúde total,18,estabelecimentos Estabelecimentos de Saúde público total
17,estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde público municipal
17,estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde privado total
1,estabelecimentos
Estabelecimentos de Saúde privado com fins lucrativo 1,estabelecimentos Fonte: IBGE, Assistência Médica Sanitária 2009. Rio de Janeiro: IBGE, 2010
Do total de estabelecimento de saúde do município relacionado a Atenção Básica que é responsável, pelo monitoramento e cuidado de algumas doenças, ou seja, o atendimento primário em saúde.
ESTABELECIMENTO RELACIONADOS Á ATENÇÃO BÁSICA
T TOTAL
POSTO DE SAUDE - PSF (Programa Saúde da Família) – SEDE
4 4
POSTO DE SAUDE - PSF (Programa Saúde da Família) – ZONA RURAL
1 9
Os dados do numero de estabelecimentos de saúde de média complexidade no município mostram o seguinte:
9
ESTABELECIMENTO RELACIONADOS A MÉDIA COMPLEXIDADE
T TOTAL
HOSPITAL MUNICIPAL SÃO SEBASTIÃO E MATERNIDADE CELIA MENDES
1 1
CAPS I ( CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL)
1 1
CENTRO DE SAÚDE
1 1
NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família)
1 1
Com relação aos indicadores demográficos e sócio - econômico da saúde no município (IDB Ceará, v. 5, p. 60, 2007):
I INDICADORES
1
1 2
3
D DADOS
41,961
2 4
4 829
3 5
8
3,938
4
4,927
6 3
5 7
4
9,886
6
14,645
8
9
7 9
1
3,097
8
4,639
9
10 3
11
4
20,691
2
21,279
759
1 - População Total Estimada (h), 2 - População menor de 1 ano (h), 3 - População de 1 a 4 anos (h), 4 - População de 5 a 9 anos (h), 5 - População de 10 a 19 anos (h), 6 - População de 20 a 49 anos (h), 7 - População de 50 a 59 anos(h), 8 População de 60 anos e mais (h), 9 - População do sexo masculino (h), 10 - População do sexo feminino (h),11 - Nº de Nascidos Vivos (d), 12 - Nº de Óbitos (l).
Fontes: (d) SESA-CE/COPOS/NUEPI-SINASC (h) IBGE (l) SESA-CE/COPOS/NUEPI-SIM (m) PNUD. Ano 2005
INDICADORES
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
DADOS
1,86
2,4
18,1
5,2
65,5
21,7
97,3
78,8
42,6
53,7
0,605
3
71,3
64,4
13 - Taxa Crescimento Anual 2000 (h), 14 - Taxa de Fecundidade (d) (h), 15 - Taxa Bruta de Natalidade (d), 16 - Taxa Bruta Mortalidade (f) (l), 17 - Esperança de Vida ao Nascer 2000 (h), 18 -Índice de Envelhecimento(h), 19 - Razão de Sexos (h), 20 - Razão de dependência (h), 21 – Grau de Urbanização (%população urbana) 2000 (h), 22 - Taxa de Alfabetização 2000 (h), 23 - IDH-M - Índice de Desenvolvimento Humano Município 2000 (m), 17 - Esperança de Vida ao Nascer 2000 (h) 18 -Índice de Envelhecimento (h), 19 - Razão de Sexos (h), 20 - Razão de dependência (h),21 – Grau de Urbanização (%população urbana) 2000 (h), 22 - Taxa de Alfabetização 2000 (h), 23 - IDH-M -Índice de Desenvolvimento Humano Município 2000 (m), 24 - ISE - Índice de Desigualdades Socioeconômicas 2000 (SESA/CECONS), 24 - ISE Índice de Desigualdades Socioeconômicas 2000 (SESA/CECONS), 25 – Proporção de pobres 2000 (h), 26– Escolaridade inferior a 4 anos de estudo 2000 (h).
Fontes: (d) SESA-CE/COPOS/NUEPI-SINASC (h) IBGE (l) SESA-CE/COPOS/NUEPI-SIM
1 12 2 220
10 (m) PNUD. Ano 2005
Os dados do referente a morbidade/ sobrevivência nos mostram os fatores de riscos que levam a pessoa adoecer e nos direcionam as ações corretas para o enfrentamento de tais riscos no município os dados referentes a esta área são o seguinte:
INDICADORES
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
DADOS
1
1
-
-
1
-
2
7
1
-
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1 - Nº Casos Tétano Acidental (a), 2 - Nº Casos D. Meningocócica (a), 3 - Nº Casos MeningiteTuberculosa (a),4 - Nº Casos Meningite por Hemófilo (a), 5 - Nº Casos Meningites outras Etiologias (a), 6 - Nº Casos Meningites não Especificadas (a), 7 - Nº Total Casos meningites (a), 8 - Nº Casos Leishmaniose Tegumentar (a), 9 - Nº Casos Leismaniose Visceral (Calazar) (a), 10 - Nº Casos Leptospirose (a), 11 - Nº Casos Hepatite A (a), 12 - Nº Casos Hepatite B (a), 13 - Nº Casos Hepatite C (a), 14 - Nº Casos Hepatites outras Especificações(a), 15 - Nº Casos Hepatites não Especificadas (a), 16 - Nº Total Casos Hepatites (a), 17 - Nº Casos Febre Tifóide(a), 18 - Nº Casos Aids Criança (a), 19 Nº Casos Aids Adulto (a)
Fontes: (a) SESA-CE/COPOS/NUEPI-SINAN (casos confirmados) (b) SESA-CE/COPOS/NUEPI -SIH*(MS/SAS )(c) SESA-CE/COPOS/NUEPI -SIA* (MS/SAS ) (d) SESA-CE/COPOS/NUEPI –SINASC (e) Indicador do Pacto da Atenção Լ_Boletim estadual de dengue. Notas Técnicas: ( ... ) Dado não disponível (*) Disponível em: www.datasus.gov.br (-) Não houve registro de caso
INDICADORES
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
DADOS
-
-
9
13
-
3,1
1,7
21,14
4,8
9,4
12,2
74,5
20,2
40,3
4,8
5,1
6,0
0
20 - Nº Casos Sífilis Congênita (a), 21 - Nº Casos Dengue (Լ), 22 - Nº Casos Tuberculose (a), 23 - Nº Casos Hanseníase (a), 24 - Taxa Incidência Dengue (Ӹ), 25 - Taxa Detecção Hanseníase por 10.000 hab (a) (e), 26 - Taxa Prevalência Hanseníase por 10.000 hab (a) (e), 27 - Taxa Incidência Tuberculose por 100.000 hab(a), 28 - Taxa Incidência Tuberculose Pulmonar Bacilífera por 100.000 hab (a) (e), 29 - Taxa Internação Diarréia <5 anos por 1.000 hab (b), 30 - Taxa Internação Infec.Respiratória Aguda < 5 anos por 1.000 hab (b) (e), 31 - Taxa Internação Insuf.Cardíaca Congestiva em >= 40 anos por 10.000 hab (b) (e), 32 - Taxa Internação por AVC em >= 40 anos por 10.000 hab (b) (e), 33 - Taxa de internações por Partos e Abortamentos por 1.000 Mulheres Adolescentes (b) (e) 34 - Propor ção Internação por Cetoacidose e Coma Diabético entre Internações de Diabéticos (b) (e), 35 - Proporção Exodontias em relação às Ações Básicas Individuais (c) (e), 36 - Proporção Recém-nascidos Baixo Peso ao Nascer (d) (e), 37 Índice de Infestação Predial – IIP.
Fontes: (a) SESA-CE/COPOS/NUEPI-SINAN (casos confirmados) (b) SESA-CE/COPOS/NUEPI -SIH* (MS/SAS ) (c) SESA- CE/COPOS/NUEPI -SIA* (MS/SAS ) (d) SESA-CE/COPOS/NUEPI –SINASC (e) Indicador do Pacto da Atenção _Ӹ_Boletim estadual de dengue Notas Técnicas: ( ... ) Dado não disponível (*) Disponível em: www.datasus.gov.br (-) Não houve registro de caso Básica(*). IIP (SESA/CODAS/NUEND)
11
As condições de moradia e de domicilio influenciam, nas condições de saúde das pessoas. Com isso é importante analisar os indicadores relacionados ao Saneamento Básico no município. Indicadores de Saneamento Básico. INDICADORES
1
2
3
4
DADOS
3,6
18,5
4,4
-
1 – Cobertura Esgotamento Sanitário (h), 2 - Cobertura Serviço Coleta Lixo (h), 3 - Cobertura Rede Abastecimento Água (h), 4 - Nº Coleta de Água para Monitoramento da Qualidade Consumo Humano (c).
Fontes: (c) SESA-CE/COPOS/NUEPISIA*(MS/SAS), (g) SESA-CE/COPOS/NUEP (CNES-IBGE), (d) SESACE/COPOS/NUEPISINASC (e) Indicador do Pacto da Atenção Básica(*), (h) IBGE (i) SI-PNI(*) (j) SIAB(l) CNES(*) LIA: SESACE/CODAS/NUEND (f) MS/SAS- SIOPS* ( 0 ) Resultante de arredondamento ( ... ) Dado não disponível (-) Zero (*) Disponível em: www.datasus.gov.br
Como cita Jannuzzi 2006, p 15): Em uma perspectiva programática, o indicador social é um operacional para monitoramento da realidade social, para fins de formulação e reformulação de políticas públicas. Portanto, compreender a função dos indicadores sociais em relação ao planejamento, execução e avaliação de programas sociais, torna-se de fundamental importância pois estes nos mostrarão um retrato da realidade investigada.
3. O Assistente Social no CAPS 1 de Pedra Branca - CE.
A OMS ( Organização Mundial da Saúde), inclui no conceito de saúde os componentes: físico, mental e social. É objeto de analise aqui a atuação do Assistente Social, na saúde mental mais especificamente no CAPS I do município estudado.
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3.1 Histórico da Instituição
No município de Pedra Branca – CE varias tentativas ambulatoriais em saúde mental foram realizadas porem não obtiveram sucesso acarretando em um alto índice de internações reforçando o modelo hospitalocêntrico, até que no ano de 2008 no Centro de Saúde do Município, em articulação entre a secretaria municipal de saúde e o Psiquiatra Dr. Arão Pliacekos, inicia-se uma nova caminhada na historia da saúde mental no município. A partir de então os profissionais necessários para compor a equipe técnica foram sendo contratados, e também sendo articulada a rede de serviços no município (áreas da assistência social, atenção básica, educação, justiça e desenvolvimento econômico dentre outras) dentro de uma perspectiva de intersetorialidade. Até que no dia 23 de julho de 2009 é inaugurado o CAPS Antonio Rodrigues de Oliveira, CAPS do tipo 1.
3.2 Estrutura Organizacional
Possui uma equipe multidisciplinar, são vários técnicos que se organizam para acolher o usuário, desenvolver projetos terapêuticos, desenvolver as atividades de reabilitação psicossocial. Os profissionais de nível superior são. Assistente Social, Terapeuta Ocupacional, Enfermeiro, Psicóloga, Psicopedagoga e Psiquiatra e de nível médio Agente istrativo, técnica de enfermagem, recepcionista, auxiliar de serviços gerais, agentes de saúde mental e motorista.
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3.3 População Atendida
A população foco de atendimento do CAPS TIPO 1, são os portadores de transtorno mental graves e persistentes. Antes da fundação do CAPS existia uma enorme demanda reprimida, que necessitava de assistência em saúde mental. Quanto aos usuários inseridos na instituição são cerca de 165 que são divididos em três modalidades: Intensivo que freqüentam 22 dias no mês, semiintensivos que vem ao CAPS 12 vezes no mês e não intensivos que comparecem apenas três dias mensais para atividades e consulta psiquiátrica. Porem por ser um CAPS geral, tem mais de 1400, prontuários já registrados, atendendo uma demanda de mais de 800 usuários ativos que vêm ao CAPS pelo menos de três em três mês realizar uma consulta ambulatorial. Incluindo nessa demanda o atendimento a crianças e a usuários de álcool e outras drogas que não se caracterizam como publico alvo do CAPS 1, porem o serviço não deixa de prestar assistência a esses usuários por tratar de ser o único serviço de saúde mental do município. Também são realizados atendimentos a, Portadores de Transtorno Mental que se encontra em regime de reclusão na delegacia municipal. Sendo agendadas consultas ambulatoriais com o psiquiatra, e orientações em conjunto com a equipe multidisciplinar junto ao carcereiro responsável pela istração da medição aos detentos.
3.4 Trabalho desenvolvido com as Famílias.
14
No CAPS mensalmente são realizados dois atendimentos grupais com as famílias, com temas focais, que buscam melhorar a qualidade do cuidado da família com o seu ente, também são realizadas diariamente orientações a esses familiares e quando necessário são agendadas reuniões com os familiares para discussão de casos específicos.
4. Considerações Finais
A família enquanto grupo primário e fundamental do ser humano, precisa ser trabalhada buscando o seu fortalecimento, para o desenvolvimento de uma sociedade mais saudável, justa e igualitária, porem em um contexto totalmente controverso, o papel familiar é distorcido, gerando problemática sociais, onde o Assistente Social, vai buscar intervir desde a atenção básica com os CRAS, para que a família não tenha os seus vínculos quebrados, o profissional vai buscar investigar, analisar, interpretar a realidade, conhecer o território com isso realizar o seu diagnostico social, para assim propor medidas eficazes de intervenções, o projeto de intervenção é um instrumental de muita importância, que vem para colocar na pratica as políticas publicas, planejadas, evitando que a problemática social evolua no seio da família, para os atendimentos sócio assistenciais de média e alta complexidade. Porem entendemos que o problema não é somente a família, ela é vitima que um sistema de acumulação desenfreado que não vê limites, deixando o ser humano como algo a parte da sociedade, este quando mobiliza-se para sair dessa situação de dominado, em relação ao capital, se organiza em quanto classe, deixando visíveis as expressões da questão social, objeto de intervenção do Assistente Social.
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Contudo é visível o enfoque que deve ser dado a importância da atuação do Assistente Social na sociedade, este possui uma formação de nível universitário que o habilita a desvelar as estruturas da sociedade, entender todo o seu percurso historio, cultural e social, compreendendo que a junção de vários fatores formam o território, um espaço dinâmico de interações sociais, para isso busca nos indicadores sociais, estatísticas para melhor descrever a historicidade daquele lugar, a partir dessa analise desses indicadores é possível propor medidas de intervenções eficazes, mais focadas na realidade de cada território.
Referências Boza Amanda. Cultura, família e sociedade / Amanda Boza, Claudia Maria Ferreira, Sergio de Goes Barbosa. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
Braun, Edna. A realidade regional e o serviço social: serviço social VI / Edna Braun, Clarice da Luz Kernkamp. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
Gonçalves, Amanda Boza. Oficina de formação: projeto de intervenção: serviço social VII / Amanda Boza Gonçalves, Rosane Aparecida Belieiro Malvezzi, Vilma Aparecida Gimenes da Cruz. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
JANNUZZI, P.M. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, medidas e aplicações. Campinas: Alinea/ PUC-Campinas, 2004 (3ª Ed.).
16
M294 Um manual para o CAPS / Antonio Rabelo ...[et al.]. – Salvador: Departamento de Neuropsiquiatria da UFBA, 2005.
Rosa, Lucia Cristina do Santos. Sáude mental e serviço social: o desafio da subjetividade e da interdisciplinaridade / Lúcia Cristina dos Santos Rosa, Ivana Carla Garcia Pereira, José Augusto Bisneto; Eduardo Mourão Vasconcelo (org.). – 4. Ed. – São Paulo: Cortez, 2008.
Santini, Maria Angela. Politicas sociais III: serviço social / Maria Angela Santini. – São Paulo: Pearson Prentice Heall, 2009.
Zanoni, Eliane. Planejamento social: serviço social / Eliane Zanoni, Franciele Toscan Boagado. – São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. _____Site:http://www.ibge.gov.br/home/ ado em 19.04.2010.
______Site Site:http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 19.04.2010.
ado em
______Site Site:http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0221 ado em 19.04.2010. ______Site 19.04.2010.
Site:http://siab.datasus.gob.br/SIAB/index.php.
ado
em