Ficha M1 O método clínico: alternativa ao método experimental www.espanto.info
O método clínico O método clínico nasceu como uma resposta ao método experimental: o seu objectivo principal é compreender a pessoa na sua singularidade existencial, atendendo à sua história de vida e às suas experiências relacionais. Este método é utilizado pela psicologia clínica, mas pode ser utilizado, também, como um processo de investigação. É muitas vezes complementado pela utilização do método da observação naturalista. Um exemplo de um psicólogo que utilizou estes dois métodos, de forma integrada e complementar, foi Piaget. A aplicação do método clínico pela psicologia clínica: O objectivo principal do método clínico é diagnosticar a causa de uma perturbação e encontrar uma solução para o seu tratamento, através do seu único instrumento próprio, a entrevista clínica, e através de uma variedade de técnicas proporcionadas pelas ciências "vizinhas", tal como a utilização do método dos testes (psicometria), das técnicas projectivas (psicanálise) e do método da observação naturalista utilizado pelos mais diversos ramos da psicologia.
A história clínica de um sujeito é composta por imensos elementos, tais como: a identificação pessoal do sujeito (nome, morada, ocupação, etc.); a queixa principal (motivo da consulta); a história da doença que o leva à consulta e das doenças anteriores (mesmo que não sejam do foro psicológico, o psicólogo tem que ter conhecimento da saúde global do seu paciente); a sua história sexual e conjugal; a sua situação social e sistema de valores; e, em geral, a sua história familiar (tipo de relacionamentos, doenças comuns na família, etc.). A <entrevista clínica> procura o "encontro" do psicólogo com o indivíduo, proporcionando uma observação directa dos comportamentos do sujeito e dos seus diferentes modos de reacção. Ela é formada por um conjunto de consultas (sessões), ao longo das quais se pretende realizar a história do sujeito. Para além da história do sujeito fornecida por ele próprio e pelo testemunho daqueles que com ele convivem, há também a necessidade de utilizar a introspecção (descrição das suas próprias experiências, sentimentos e conflitos) para obter as confidências espontâneas e provocadas que ajudarão na leitura e análise clínica da problemática do indivíduo. O psicólogo poderá, também, utilizar técnicas psicanalíticas que permitam aprofundar a análise do caso em estudo, nomeadamente a interpretação de sonhos, a associação livre, a análise dos actos falhados, etc., de acordo com as exigências desse caso.
O psicólogo clínico, ao longo das consultas, terá também de prestar atenção à descrição geral do sujeito, ou seja, à sua aparência, às suas expressões corporais e faciais, à forma como se movimenta e comunica, à sua atitude perante o psicólogo, ao seu tipo de humor e, em geral, a tudo que caracterize o indivíduo, tendo como objectivo um mais fácil e rápido diagnóstico e tratamento. <Aplicação de testes> Durante as consultas poderão ser realizados alguns testes, provocando no sujeito determinados comportamentos e respostas, de forma a fixar ou excluir as possíveis desconfianças de diagnóstico. Os testes poderão demonstrar claramente as dificuldades que o doente sente e reclama. Os testes psicológicos utilizados durante o processo, podem ser os mais variados. Por exemplo, o psicólogo pode recorrer à agem de um teste de inteligência ou de personalidade
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