4
Igreja de Deus no Brasil, Setor Ipanema, Catalão-Go
“Ensinando para Transformar Vidas” PLANO DE ENSINO 1. Identificação Curso: Disciplina: Professor: Carga horária: Data de início:
Curso de Teologia Prática Homilética Wanderlei dos Santos Silva 10 h/a (sala de aula) 4h (atividades extra-classe) 29/01/2013
2. Ementa: Homilética 3. Justificativa da matéria Esta matéria justifica-se em razão da necessidade que os alunos do curso de teologia tem de conhecer a maneira correta de elaboração e apresentação de sermões. 4. Objetivos 4.1 Gerais - Apresentar os tipos de sermão - Ensinar o aluno a preparar sermões - Mostrar aos alunos as atitudes corretas na entrega de sermões 4.2 Específicos Ao final da matéria os alunos deverão estar aptos a preparar e entregar sermões, dar saudações e palavras de maneira eficiente.
5
SUMÁRIO Págs. Introdução..................................................................................................................................6 1 Os Tipos de Sermão.................................................................................................................8 1.1 Sermão temático....................................................................................................................8 1.2 Sermão textual.......................................................................................................................8 1.3 Sermão Expositivo................................................................................................................9 1.5 Sermões quanto ao conteúdo.................................................................................................9 1.4 O Sermão Biográfico............................................................................................................9 2 A estrutura do Sermão............................................................................................................10 2.1 O Esboço.............................................................................................................................10 2.1.1 Concisão do esboço..........................................................................................................11 2.2 O título................................................................................................................................11 2.3 A introdução........................................................................................................................12 2.4 A proposição.......................................................................................................................12 2.5 Oração interrogativa............................................................................................................13 2.6 Oração de transição.............................................................................................................13 2.7 As divisões..........................................................................................................................13 2.8 As Transições entre as divisões..........................................................................................14 2.9 As Subdivisões....................................................................................................................14 2.10 A Discussão.......................................................................................................................14 2.11A Ilustração........................................................................................................................15 2.12 A Aplicação.......................................................................................................................16 2.13 A Conclusão......................................................................................................................16 2.14 O Apelo.............................................................................................................................17 3. Exemplo de Sermão temático..............................................................................................23 4. Exemplo de Sermão textual textual......................................................................................25 5 Preparando-se para a mensagem............................................................................................31 6 – A apresentação da mensagem.............................................................................................32 7 – os para a elaboração de um sermão..............................................................................35 8 – Conclusão............................................................................................................................36 9 Referencias Bibliográficas:....................................................................................................37
6
Introdução 1.1 Definição de Homilética e introdução geral A homilética pode ser definida como a arte de preparar e pregar sermões. Segundo o Wikidicionário o termo homilética vem do grego Homiletikos, de homilos que significa montar em conjunto. É a aplicação dos princípios gerais da retórica para o fim específico da pregação pública. Esse termo começou a ser utilizado apenas no século XVII. A forma mais comum de se transmitir sermões é pela pregação, portanto, é necessário que o pregador domine as normas da homilética para poder transmitir com clareza, firmeza as mensagens bíblicas, dominando o conteúdo do sermão do início ao fim. Neste trabalho serão apresentadas os principais tipos de sermão, as principais normas para a elaboração do sermão de forma ordenada, seguindo a estrutura do esboço. Para concluir serão apresentados dois sermões. Um temático e outro textual. Preparados de acordo com as normas homiléticas apresentadas. É interessante que o aluno os examine após terminar o estudo de cada ponto da estrutura do sermão. Esse procedimento possibilitara uma melhor compreensão sobre o assunto. Os esboços encontram-se nos tópicos 3 e 4.
1.2 A decadência da pregação O Dr. D. M LLoyd Jhones faz a seguinte observação para o descaso que tem ocorrido com a pregação nos últimos anos:
(Pregação e Pregadores, p. 10) Ele ainda acrescenta o aumento do aconselhamento particular nos dias atuais e a gravação de fita hoje de DVDs. A essa lista podemos acrescentar os cultos pela TV e pela internet, além das peças de teatro.
7
A necessidade da pregação bíblica Se a igreja quiser manter um testemunho ativo nesta geração, e se os cristãos em Cristo desejarem crescer e tornar-se cristãos maduros e eficientes, é de maior importância que os pastores, mestres e outros líderes providenciem para o povo o “leite sincero da Palavra” mediante mensagens fundamentadas na Bíblia e que dela se originam. (Ted L. Bradley)
1.2 Ferramentas do pregador 1 Bíblia (comum e ou de estudo, Bíblia on line ou programas de computador como a Bíblia hábil). É a principal ferramenta e deve ser a base de todo sermão. É importante ter diversas traduçõs pois, especialmente em textos de difícil tradução, alguns tradudores conseguiram maior correção e clareza que outros 2 Concordância Bíblica - Também chamada de chave bíblica. Contém as palavras da Bíblia em ordem algabética. Abaixo de cada palavra aparecem as referências (livro, capítulo, versículo e frase) onde ele se encontra. (Pode ser a pequena enciclopédia bíblica do Orlando Boyer, ou a da Sociedade Bíblica do Brasila. Obs.: No final das Bíblia de estudos geralmente tem uma concordância abreviada) 3 Dicionário Bíblico – Contém as palavras da Bíblia em ordem alfabética e o significado correspondente. É útil para ajudar a compreender o texto (Jhon Davis, Almeida, Universal) 4 Enciclopédica Bíblica É mais detalhada e completa que um dicionário Bíblico e também apresenta doutrinas, resultados da arqueologia, etc (Pode ser a pequena enciclopédia bíblica do Orlando Boyer) 5 Comentário Bíblico Explica a Bíblia toda ou parte dela, verso por verso, e às vezes, palavra por palavra (Popular, Moody, O Novo Comentário, etc) 5 Livros devocionais Apresentam os assuntos da Bíblia de uma forma prática e aplicada à vida do dia a dia do cristão (Sobre oração, vida cristã, casamento, criação de filhos, etc) 6 Banco de Ilustração Ajudam a tornar o sermão mais compriensível. Existem livros sobre o assunto e também na internet, especialmente, no site do pastor.
8
1 Os Tipos de Sermão
Existem quatro tipos básicos de sermão: o temático, o textual, o expositivo e o biográfico.
1.1 Sermão temático
O sermão temático é aquele construído a partir de temas nas Escrituras, p. Ex.: amor, salvação, dízimo, etc. As agens bíblicas utilizadas nesse tipo de sermão encontram-se geralmente espalhadas por todas as Escrituras, por isso, para a sua elaboração é imprescindível o uso de uma boa concordância e de um dicionário bíblico, além, é claro, de um bom conhecimento bíblico. As divisões decorrem do tema, mas, este, deve ser amparado por um texto das Escrituras. A desvantagem do sermão temático é a possibilidade de se desviar do que a Bíblia diz, por utilizar, muitas vezes, principalmente a criatividade na sua elaboração. A maioria das revistas de estudo bíblico utiliza esse tipo de técnica. P. Ex.: A revista sobre os anjos. Alguns temas fáceis para se treinar esse tipo de sermão são: fé, amor, alegria, salvação, etc.
1.2 Sermão textual O sermão textual é aquele que utiliza uma pequena porção das escrituras como base para a sua elaboração. Até 3 versículos geralmente. As subdivisões encontram-se dentro do próprio texto. A vantagem dessa técnica é a utilização do texto bíblico como base. Sua elaboração é um pouco mais complicada do que a do sermão temático. Geralmente as revistas de estudo bíblico não utilizam esse tipo de sermão. Um bom texto para se treinar a elaboração do sermão textual é Jo 14.6.
9
1.3 Sermão Expositivo O sermão expositivo é aquele que têm como base uma porção maior do que três versículos da Bíblia. É o tipo de sermão mais complicado de ser montado, porém é o que mais edifica seus ouvintes. A única “desvantagem” do sermão é a dificuldade na sua elaboração. Os autores das últimas revistas da Igreja de Deus têm adotado esse método na elaboração das aulas. Observe as últimas revistas: “Valores da Vida Cristã” e “Relacionamentos Pessoais com Deus”
Exemplo de um Sermão expositivo Título: O salmo do contentamento Texto: Salmo 23 Assunto: As bases do contentamento das ovelhas do Senhor I O pastor das ovelhas (v.1) 1. Um pastor divino (v.1) ...O Senhor... 2. Um pastor pessoal (v.1)...meu... II A provisão das ovelhas (v.2-5) 1. Descanso (v.2) 2. Direção (v.3) 3. Conforto (v.4) 4. Fartura (v.5) III O futuro das ovelhas (v.6) 1. Um futuro brilhante nesta (v.6 a) 2. Um futuro abençoado no porvir (v.6b) Conclusão – Fiquemos alegres pois o Senhor cuida de nós aqui na terra e cuidará de nós na vida eterna. Ele tem provisão para todas as nossas necessidades. Aplicação – Entregue-se totalmente aos cuidados de Deus, não deixe nenhuma área de sua vida fora dos cuidados Dele.
1.4 O Sermão Biográfico O sermão biográfico é aquele que trata sobre a vida de um personagem Bíblico: Paulo, Zaqueu, Davi, etc. Sua elaboração é parecida com a do sermão
10
temático. Podem ser enfatizadas as características negativas e as positivas de um personagem, ou ambas.
1.5 Sermões quanto ao conteúdo Quanto ao conteúdo os sermões podem ser de quatro tipos, conforme quadro abaixo. Tipo Evangelísticos Doutrinários Morais Históricos Empíricos
Objetivo Anunciar as boas novas aos não crentes Transmitir doutrinas bíblicas (Teologia Sistemática) Transmitir temas morais, incentivando a guardar a Palavra de Deus. Ex.: Paciência, domínio próprio, amor, etc. Transmitir histórias: denominação, bíblicas, orador, etc Transmitir a experiência de vida cristã do pregador (testemunho)
Dirigido a Não Crentes Crentes Crentes Ambos Ambos
2 A estrutura do Sermão Assim como o esqueleto humano fornece uma estrutura para o corpo; o esboço fornece uma estrutura para o sermão. A estrutura do sermão propicia aos ouvintes compreenderem, sem dificuldades, a mensagem bíblica. Para isso o pregador, na sua elaboração, deve evitar ambigüidades e materiais alheios ao tema principal, deve padronizá-lo e expor suas idéias com continuidade de pensamento, conduzindo-o para um ponto definido.
2.1 O Esboço Segundo James Braga, o esboço pode ser estruturado da seguinte forma: Título Texto Introdução 1. 2. Proposição Oração interrogativa Oração de transição
11
I.
Primeira divisão principal 1. Primeira subdivisão Discussão 2. Segunda Subdivisão Discussão Transição
II.
Segunda divisão principal 1. Primeira subdivisão Discussão 2. Segunda Subdivisão Discussão Transição
Conclusão 1. 2. 3. No final desse modelo devem ser acrescentados 2 pontos: A aplicação e o Apelo.
2.1.1 Concisão do esboço O esboço deve ser resumido ao máximo, para isso devem ser feitas abreviaturas e até mesmo desenhos ou símbolos.
2.2 O título O título é a expressão do que vai ser apresentado durante a pregação, muitas vezes pode se confundir com o tema, ou mesmo ser igual a ele, ele é o assunto embelezado. Para a elaboração do título devem ser observados alguns princípios: 1. Deve ser pertinente ao título ou à mensagem; 2. Deve ser interessante; 3. Deve estar de acordo com a dignidade do púlpito; 4. Deve ser breve; 5. Pode vir em forma de afirmação, interrogação, ou exclamação;
12
6. Pode consistir em uma frase seguida de uma pergunta; 7. Pode aparecer na forma de sujeito composto; 8. Pode consistir em uma breve citação bíblica;
2.3 A introdução “A introdução é o processo pelo qual o pregador busca preparar a mente dos ouvintes e prender-lhes o interesse na mensagem que irá proclamar.” Para a elaboração da introdução devem ser observados alguns princípios; 1. Deve ser breve: Eliminar todas as partes não essenciais; 2. Deve ser interessante: Procurar despertar a curiosidade dos ouvintes, para isso pode-se recorrer à variedade e relacionar o sermão a situações da vida; 3. Deve levar a idéia dominante, ao ponto principal da mensagem: Visar diretamente o assunto; 4. Deve consistir em poucas e breves orações ou frases, e cada idéia deve ocupar uma linha difente do esboço: Evitar orações longas e compostas;
2.4 A proposição A proposição, também chamada tese, grande idéia, idéia homilética ou tópico frasal é uma declaração simples do assunto que o pregador se propõe apresentar, desenvolver, provar ou explicar. Ela é o fundamento de toda a estrutura do sermão e indica claramente o rumo que o sermão deve tomar. Para a elaboração da proposição devem ser observados alguns princípios: Deve ser feito um estudo exegético completo da agem, visando descobrir a idéia e a verdade principal que a agem parece transmitir e por fim transformar a afirmativa da proposição em um enunciado sucinto e direto. Para a formulação da proposição devem ser observados os seguintes princípios: 1. Deve expressar, em um enunciado completo, a idéia principal ou essencial do sermão 2. Deve ser um enunciado afirmativo 3. Deve ser uma verdade eterna, geralmente, formulada no tempo presente 4. Dever ser formulada com simplicidade e clareza 5. Deve ser a afirmação de uma verdade vital 6. Deve ser específica
13
7. Deve ser apresentada tão concisamente quanto possível, sem perda da clareza.
2.5 A Oração interrogativa A oração interrogativa serve para ligar a proposição aos pontos principais do sermão. Segue-se a ela a oração de transição.
2.6 A Oração de transição A oração de transição tem a função de unir a proposição às divisões principais e fornece uma progressão suave a ela. A oração de transição deve sempre conter uma palavra chave para classificar e delinear a característica dos pontos principais do sermão. No exemplo de sermão temático usado ao final da estrutura do sermão “Enchei-vos do Espírito” tem-se a seguinte oração de transição: “Na Bíblia encontramos pelo menos 5 os que o Cristão deve seguir para ser cheio do Espírito Santo”. A palavra “os” relaciona a proposição aos pontos principais do sermão.
2.7 As divisões As divisões são as seções principais de um sermão ordenado. Elas contribuem para a unidade do sermão. O seu uso correto fornece as seguintes vantagens para o pregador e para a congregação: 1. Promovem a clareza das idéias e unidade de pensamento para o pregador; 2. Ajudam o pregador a descobrir o tratamento correto do assunto; 3. Ajuda o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão; 4. Esclarecem os pontos do sermão para a congregação; 5. Ajudam a congregação a recordar os aspectos principais do sermão;
2.7.1 Princípios para elaboração Devem ser observados os seguintes princípios para a sua elaboração: 1. Devem originar-se da proposição, e cada divisão deve contribuir para o desenvolvimento dela. 2. Devem ser totalmente distintas umas das outras. 3. Devem ser dispostas em forma de progressão.
14
4. Quando a proposição consiste em uma afirmação que requer validação ou prova, as divisões principais devem esgotar a posição apresentada ou defendê-la apropriadamente. 5. Cada divisão deve conter apenas uma idéia básica 6. As divisões principais devem ser apresentadas claramente, e cada uma delas precisa relacionar-se com a oração interrogativa e com a de transição de modo a expressar uma idéia completa 7. O número de divisões principais deve ser o menor possível
2.8 As Transições entre as divisões As transições entre as divisões têm a finalidade de ajudar o ouvinte a acompanhar a seqüência de pensamento do sermão. A transição deve permitir a agem suave e fácil de idéias de uma parte para outra do sermão.
2.9 As Subdivisões A função das subdivisões é desenvolver o pensamento contido na divisão principal, são, portanto, subordinadas a ela. Os princípios para a sua elaboração são praticamente os mesmos da divisão principal.
2.10 A Discussão Discussão é o desdobramento das idéias contidas nas divisões. Ela deve ter as seguintes qualidades: 1. Unidade. Deve-se evitar a digressão e a introdução de aspectos alheios ao caso “parêntesis.” 2. Proporção. Cada divisão deve contribuir para toda a apresentação. 3. Apresentar progressão. Cada frase deve acrescentar algo a discussão. 4. Deve ser breve. O pregador deve procurar condensar o sermão para não incorrer no erro da verbosidade e conseqüentemente a dispersão dos ouvintes. 5. Clareza. O pregador precisa evitar palavras difíceis, procurando fazer com que todos os presentes entendam a mensagem 6. Vitalidade. O pregador necessita relacionar as Escrituras às condições em que o público se encontra.
15
7. Variedade. O pregador precisa colher materiais de todas as fontes disponíveis. 8. Descobrir a verdade principal que a agem parece transmitir
2.11 A Ilustração A ilustração visa o esclarecimento da mensagem. Muitos pregadores dizem que ela é para o sermão o que a janela é para a casa, pois permite a entrada de luz. As ilustrações têm as seguintes vantagens: 1. Dão clareza ao sermão. 2. Tornam o sermão interessante. 3. Dão vida e ênfase à verdade. 4. Podem ser utilizadas na introdução
2.11.1 Fontes de ilustrações Tudo o que ocorre nas nossas vidas, na vida das pessoas, o que está contido nos livros, o que a na televisão (aquilo que traz algum proveito para os cristãos), alguns E-Mails que recebemos, podem ser utilizados como ilustração. É útil criarmos e mantermos um dado de ilustrações. Podemos também utilizar ilustrações prontas. Existem livros com esse fim: “Ilustrações para Enriquecer sua Mensagem” de Antônio Mesquita. Alguns Sites também contém ilustrações interessantes: Site do Pastor: www.sitedopastor.com.br; no site de dicas encontramos as fábulas de Esopo: sitededicas.uol.com.br/cfab.htm.
2.11.2 Regras para sua elaboração Na sua elaboração devem ser observados os seguintes princípios: 1. Usar ilustrações apropriadas, pertinentes ao assunto tratado; 2. Usar ilustrações claras; 3. Usar ilustrações dignas de crédito. (Evite histórias mirabolantes). Existem muitas ilustrações que são lendas, mas são contadas como verdade nos púlpitos do país; 4. Usar ilustrações exatas. Evitar lê-las e esquecer os detalhes, pois pode arruinar a mensagem;
16
5. Usar ilustrações breves. Elas não podem tomar o lugar do sermão; 6. Ter discernimento na seleção de ilustrações. Evitar o bizarro e o grotesco.
2.11.3 Como transmitir uma ilustração A ilustração deve ser transmitida de forma que o ouvinte “veja” com a mente a cena se ando na sua frente. Para isso devem ser enfatizadas cores, formas, o aspecto psicológico dos envolvidos: medo, tensão, alegria, etc.
2.12 A Aplicação O objetivo da aplicação é apresentar ao ouvinte as reivindicações da palavra de Deus, a fim de obter sua reação favorável à mensagem. A aplicação pode ser colocada no final do sermão ou após a apresentação de cada verdade espiritual. Ela é um dos elementos mais importantes do sermão. Para uma aplicação eficaz é necessário que o pregador viva em comunhão com Deus, tenha boa educação formal: bíblico, teológico e de assuntos humanos em geral; deve conhecer a natureza humana (psicologia) nas diversas faixas etárias. O pregador deve também ter conhecimento e interesse pelas condições e vontades das pessoas para poder relacionar a verdade bíblica a elas. O pregador deve ainda falar com naturalidade e depender inteiramente da ação do Espírito de Deus para que sua pregação logre êxito pleno. Para a correta aplicação da verdade é necessário seguir os seguintes princípios: 1. Relacionar o sermão aos problemas e necessidades humanas; 2. Usar a imaginação de modo a dar vida às cenas e às personagens bíblicas; 3. Empregar ilustrações que mostrem como a verdade pode ser aplicada à vida do povo nas lutas diárias; 4. Tirar do texto princípios universais aplicáveis em todas as épocas; 5. Certificar-se de que toda a aplicação esteja de acordo com a verdade bíblica.
2.13 A Conclusão A conclusão é o ponto culminante do sermão, na qual o objetivo constante do pregador atinge seu alvo com um impacto vigoroso. Alguns a consideram como a aterrissagem de um avião. Ela pode ser considerada a parte mais difícil e também a
17
mais importante da mensagem, pois nela o pregador estabelece o que foi dito. Devese evitar a introdução de novas idéias na conclusão. O sermão pode ser concluído com uma recapitulação, uma ilustração, com aplicação ou apelo, visando uma resposta do público ao que foi pregado. A conclusão também é momento do pregador motivar o público. Na conclusão devem ser observados os seguintes princípios: 1. A conclusão deve ser breve; 2. Deve ser simples; 3. As últimas palavras devem ser bem selecionadas; 4. Deve ser expressa no esboço com poucas orações ou frases.
2.14 O Apelo ou desafio Toda pregação deve terminar com um apelo ou convite, seja para os pecadores aceitarem a Jesus Cristo como senhor e salvador ou chamando-os à reconciliação, seja para os ouvintes se expressarem em relação à pregação. Esse apelo não deve ser forçado, como o nome sugere, no entanto deve ser vigoroso, desta forma, os ouvintes o aceitarão com mais facilidade. Visa levar o ouvinte a obedecer a mensagem e a colocá-la em prática.
18
19
20
21
22
23
3. Exemplo de Sermão temático Título: Enchei-vos do Espírito. Tema: os para ser cheio do Espírito Santo. Texto: Ef 5.18 Introdução 1 – O Espírito Santo é Deus – At 5.4b 2 – Ele foi enviado para nos guiar – Jo 14.28 3 – Dependemos dele Ilustração: Carro Sem gasolina: Imagine um carro, você entra nele, coloca a chave na ignição, mas ele não “pega”. Qual a primeira conclusão que você tira? R. que ele está sem gasolina, da mesma forma é o cristão sem o Espírito santo. Proposição: O cristão precisa ser cheio do Espírito Santo. Oração interrogativa: O que o cristão precisa fazer para ser cheio do Espírito de Deus? Oração de transição: Na Bíblia encontramos pelo menos cinco os que o cristão precisa seguir para ser cheio do Espírito Santo. I – Para ser cheio do E. S. eu preciso receber Jesus como meu Senhor e Salvador – Mt 3.11 Discussão: É Jesus quem Batiza com o Espírito Santo, portanto é necessário primeiro recebê-lo, assim como fez Cornélio e toda a sua casa... (At 10) Transição: Que bom é recebermos Jesus como Senhor e Salvador das nossas vidas, mas para ser cheio do E.S precisamos ir mais além. II - Para ser cheio do E. S. precisamos saber que ele existe e crer Nele – At 19.1-7 Discussão: A fé é imprescindível para se receber algo sobrenatural... Transição: Recebendo a Jesus e crendo no E.S estaremos a meio caminho andado para sermos cheios de poder, mas ainda precisaremos de mais algumas atitudes.
24
III - Para ser cheio do E. S. eu preciso santificar-me 1- Fomos chamados para a santificação – I Ts 4.7 2- Sem a santificação não veremos a Deus – Hb 12.14 3- Precisamos tirar a lama, que simboliza o pecado, da nossa vida... Sl 40.2 – Is 57.20 e 2 Pe 2.22 Ilustração – Caranguejo: Quando o catador de caranguejos o tira do manguezal ele ainda fica um pouco sujo de lama, então é necessário que a cozinheira que vai prepará-lo o lave com água quente. Discussão: 1. Da mesma forma que o caranguejo ao ser tirado da lama, ainda fica com alguns “restos” de sujeira, quando Jesus nos perdoa os pecados somos justificados, porém a natureza pecaminosa não nos é tirada, precisamos portanto nos santificarmos, a fim de nos tornarmos aptos de sermos cheios do E.S. 2. Pedro andou com Jesus três anos, período no qual ou por um processo de santificação e 10 dias após a ressurreição de Jesus, junto a aproximadamente 120 pessoas ele foi plenamente cheio do E.S Transição: Receber a Jesus, crer no E.S e santificar-se são os importantes para ser cheio do E.S, mas ainda falta algo que pode ser relacionado à santificação, que é imprescindível para ser cheio de poder. IV – Para ser cheio do E. S. eu preciso obedecer a Deus – AT 5.32 Discussão: Na bíblia está escrito em 1 Sm 15.22, que obedecer é melhor do que oferecer sacrifício, esta agem mostra que Deus se agrada é de pessoas obedientes a sua palavra, pessoas que não vivem de religiosidade, mas que buscam sempre a presença do Senhor... V - Para ser cheio do E. S. eu preciso Buscar a presença de Deus – Lc 24.49
25
Como os discípulos no dia de pentecostes: 1- Com perseverança – Permaneceram por 10 dias após a ressurreição 2- Em oração – Sem cessar (1 Ts 5.17) 3- Em unidade – Estavam todos reunidos – At 2.1 Conclusão: Seguindo esses cinco os com certeza seremos cheios do E.S; falaremos em outras línguas, profetizaremos, receberemos os dons do E.S e seremos realmente renovados. Apelo: Apenas aqueles que querem realmente ser cheios do poder do Espírito Santo precisam seguir esses os no dia a dia. Aqueles que querem venham à frente para orarmos nesse propósito.
4 Exemplo de Sermão textual Título: O cristão ideal Tema: Atributos do Cristão completo. Texto: Jó 1.1: Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó, homem integro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal. Introdução 1 – Ilustração, Faxineiro que devolveu dinheiro: Em março de 2004 Francisco Basílio Cavalcante, faxineiro do Aeroporto de Brasília, enquanto limpava o banheiro do Aeroporto encontrou uma carteira contendo US$ 10.000. Francisco devolveu a carteira para o dono. O faxineiro foi recompensado por sua honestidade: foi promovido a chefe do setor de limpeza, ganhou agens para visitar sua família no Ceará, apareceu em quase todos os canais de televisão, virou notícia pelo Brasil. O motivo dele ter aparecido tanto na mídia é que a maioria das pessoas, na mesma situação, não teriam devolvido o dinheiro.
26
2 – Decadência moral de muitos cristãos dos dias atuais: - (1) Desvios morais: Mundanismo, relativismo, bebida, festas mundanas, fornicação, sensualidade, etc. - (2) Mau testemunho: dividas, linguagem vulgar, falta de educação, brigas, furto, adultério,etc. -
(3) Frieza espiritual: Não oram, não lêem a bíblia, não jejuam, desprezam as
coisas de Deus, não vão à igreja, etc - (4) Falta de vigilância: Andam em lugares errados, com pessoas erradas, vendo e ouvindo coisas erradas, etc. Proposição: O Cristão necessita ser completo em santidade. Oração interrogativa: Quais são os atributos que o cristão necessita ter para ser completo em santidade? Oração de transição: Observando o texto que lemos e o livro de Jó, principalmente no cap. 29 e 31, podemos encontrar essa resposta: I
–
Para
ser
completo
em
santidade
o
cristão
precisa
ser
integro
-
...integro... Significado: Ser Integro significa ser incorruptível, intacto, inteiro, que tem comportamento exemplar. 1. Com continuidade - como Jó que nunca se desviou dos caminhos do Senhor.23.11 2. Mesmo nas dificuldades - como Jó que estava pronto para ser provado 23.13; 31.6 3. Com Abnegação - como Jó que Não cobiçava as riquezas 31.24,25 4. Dando bom Testemunho – Como Jó que fora observado por um de seus amigos – Jó 4.3,4. Discussão: Vivemos em um mundo cercado pela corrupção. No Brasil esse fato é muito agravado. Quando fomos colonizados pelos portugueses, os primeiros a vir
27
morar de fato no Brasil foram os degredados portugueses que haviam cometido crimes hediondos (assassinato, bruxaria, sodomia, etc) Em 1949 José de Sousa trouxe 400 deles para cá. Aqui eles abusavam das índias que andavam nuas (como muitas mulheres hoje querem andar, não somente no carnaval, mas também em outras épocas). Aliado a isso, podemos colocar a ânsia dos portugueses em explorar a terra “escravizando” os índios em troca de bugigangas e posteriormente os escravos africanos que foram trazidos para cá. Tudo isso contribuiu para que o Brasileiro se tornasse corrupto, criaram até um ditado popular: “jeitinho brasileiro” para justificarem sua corrupção. Em nossa vida, muitas vezes ocorrem situações nas quais a nossa integridade é colocada a prova: declaração do imposto de renda; perguntas difíceis de responder, nas quais muitas pessoas acham como solução a mentira; situações do trabalho nas quais o chefe muitas vezes pede para que demos informações falsas ou falsifiquemos documentos, etc. Somos cristãos, estamos inseridos nesse país, mas Deus nos chamou para fazer a diferença, para sermos sal da terra e luz do mundo, por isso devemos seguir o exemplo de Jó que foi um homem incorruptível, que não se desviou do caminho do senhor, mesmo na provação e não cobiçava as riquezas, por tudo isso ele alcançou bom testemunho diante das pessoas e de Deus, assim, também devemos fazê-lo. Transição: Ser integro é o primeiro atributo básico do cristão, mas o cristão também precisa ser reto. II
–
Para
ser
completo
em
santidade
o
cristão
precisa
ser
reto-
...reto... Significado: ser reto significa ser sincero, verdadeiro, justo, equitativo, imparcial. 1. Com Justiça - como Jó que não defraudava os direitos dos outros – 31.13 2. Com boas obras
- como Jó que amparava a viúva – 29.13, ajudava os
enfermos -29.15, e os necessitados 31.19 3. Com misericórdia - como Jó que consolava os aflitos – 31.25 4. Com longanimidade – Como Jó que não desejava o mal nem mesmo para os seus inimigos – 31.29,30.
28
Discussão: Muitas vezes somos colocados em situações nas quais o direito das demais pessoas pode ser atingido, nesse momento devemos tomar o cuidado para que não defraudemos ninguém, assim como diz o ditado: “o direito de um começa quando o do outro termina” e principalmente a Palavra de Deus: “não defraudeis um ao outro”. Estas pessoas não são apenas pessoas distantes, mas principalmente as pessoas que convivem conosco no dia a dia (esposa, esposo, filhos, pais, irmãos, familiares, amigos, colegas de trabalho, etc). Jó não defraudava o direito dos servos dele e com certeza não defraudava o direito das outras pessoas. Da mesma forma nós também devemos fazer porque isso faz parte da regra de ouro que Jesus ensinou: Tudo que quereis que os homens vos façam, façais vós também (Mt 7.12) Jó também cumpria a regra de ouro quanto fazia boas obras, ele era um homem muito rico e tinha condições para isso, infelizmente, nos dias atuais vemos pessoas que tem muito dinheiro mas são avarentas, não gostam de ajudar o próximo, no meio evangélico acontece muito isso, muitos pensam que porque a salvação é pela fé não necessitam fazer boas obras, mas não é isso que o NT ensina; O NT ensina que fomos criados em cristo Jesus para que façamos boas obras (Ef 2.10). O próprio Jesus ensinou muito sobre isso em Mt 25, portanto se o cristão quer ser justo ele deve também fazer boas obras. Mas
as
pessoas
não
necessitam
somente
de
serem
ajudadas
financeiramente; existem muitas pessoas aflitas e sofrendo nas mãos do inimigo, a depressão e o estresse são as doenças da moda, por isso o cristão, assim como Jó (31.25) deve consolar os aflitos, falando-lhes das boas novas de justiça, cumprindo o ide de Jesus, sendo realmente o sal da terra e a luz do mundo. Para sermos retos outro atributo que devemos cultivar é a longanimidade, para isso devemos amar até mesmo os nossos inimigos, evitando até mesmo nos alegrarmos quando eles caírem (Pv 24.17). Transição: Até mesmo os ateus, muitas vezes, são pessoas integras e retas, mas lhes falta um atributo que o cristão necessita ter. III – Para ser completo em santidade o cristão precisa temer a Deustemente a Deus... A Bíblia diz que o temor a Deus é o principio da sabedoria.
...
29
1. Com Arrependimento - como Jó que confessava os seus pecados 31.33; 2. Com Exclusividade - como Jó que não se voltou para a idolatria 31.26-28; 3. Com fé - como Jó que, mesmo em meio a lutas, mantinha sua esperança em Deus 19.25; 4. Com oração - como Jó que intercedia pela sua família; Jó 1.5 5. Com obediência - Como Jó que observava o que Deus lhe dizia (tradição oral) 23.12 Discussão: A Bíblia diz que o temor a Deus é o princípio da sabedoria, de nada adianta a pessoa ser integra e reta e não temer a Deus. Esse temor a Deus não é demonstrado apenas com palavras e não significa apenas crer na sua existência, pois até os demônios crêem e estremecem. Devemos nos espelhar em Jó, buscando sempre o arrependimento de nossas ações pecaminosas, dedicando-nos a exclusivamente, lembrando-nos que a idolatria não é somente a santos, pessoas, imagens, astros, animais, famosos, etc; idolatria é tudo o que colocamos acima ou no lugar de Deus. Além disso, devemos nos chegar a ele com fé, pois a Palavra diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Muitas vezes também esquecemo-nos de orar, até mesmo por nós mesmos; imagine então por outras pessoas, mas Jó demonstra o seu temor a Deus intercedendo pela sua família e também pelos seus amigos. Na palavra está escrito para orarmos sem cessar, Jesus também proferiu uma palavra sobre o dever de orar sempre (Lc 18.1), portanto devemos nos dedicar sempre a oração, pois dessa forma estaremos cada vez mais próximos de Deus. Devemos temer a Deus com arrependimento, com exclusividade, com fé, em oração, mas existe algo muito mais importante do que tudo isso, é a obediência. Deus se agrada daqueles que lhe obedecem tanto que lhes outorga o Espírito Santo por causa dessa atitude At 5.32. Para sermos plenamente obediente devemos fazer como Jó, observando o que está escrito na palavra de Deus, nos sujeitando à iluminação que o E.S nos proporciona, então, com certeza poderemos servir a Deus por completo.
30
Transição: Mas, existem muitas pessoas que pensam que temem a Deus e por isso são perfeitas, mas na maioria das vezes essas pessoas não obedecem a Deus por não conhecerem a palavra ou a conhecem e não vigia. Para o cristão ser completamente perfeito o cristão tem que se desviar do mal. IV – Para ser completo em santidade o cristão precisa se desviar do mal-
...se desviava do mal...
Significado: Evitava ficar em situações que podia levá-lo a pecar. Quando o mal tentava atacá-lo ele se desviava. 1. Com vigilância - Como Jó que não cobiçava as virgens – 31.1 2. Com prudência - Como Jó que fugia do adultério - 31.1,9 3. Com discernimento - Como Jó que não andava segundo o conselho dos ímpios – Seus 3 amigos e quando combatia os perversos – 31.17 Discussão: Para que o cristão se desviar do mal é necessário que ele observe o procedimento de Jó, agindo com vigilância, não dando lugar a diabo, Jó, mesmo vivendo no AT cumpriu plenamente as palavras de Jesus no sermão da montanha referentes ao adultério; além dele respeitar o seu próximo, não cometendo o adultério ele ainda desviava o seu olhar para não cobiçar uma virgem (fato que é pecado de acordo com as palavras de Jesus). Da mesma maneira o cristão deve evitar de fixar o seu olhar nas mulheres, pois é da natureza pecaminosa do homem cobiçar as mulheres ao fixar nelas o seu olhar, para esse problema o famoso pregador fez a seguinte declaração: Existe a diferença entre olhar e ver. Se o homem demorar mais de 2 segundos olhando para uma mulher ele corre o sério risco de cobiçá-la, por isso ele deve evitar de fazê-lo. Esse é apenas um exemplo que pode ser aplicado a várias outras situações para que o servo de Deus consiga se desviar do mal. Para que o Cristão se desvie do mal ele deve ainda ter discernimento, não sendo “Maria vai com as outras”. Existem pessoas que não tem opinião própria e são levados por todo vento de doutrina e para o mau caminho por pessoas que não estão nem um pouco preocupados com as coisas de Deus.
31
Transição: Vimos que o cristão para ser completo em santidade necessita ser integro, reto, temente a Deus e se desviar do mal, assim como Jó foi. Aplicação – Para que o homem coloque em prática esses atributos é necessário muito jejum, oração e principalmente, obediência à palavra de Deus. Conclusão – Quando nós cristãos colocarmos em prática todos esses atributos seremos irrepreensíveis e mesmo que homens, como os três amigos de Jó venham a nos julgar; esse julgamento cairá por terra, porque Deus nos justificará. Sendo pessoas irrepreensíveis, justas, tementes a Deus e vigilantes. Seremos perfeitos na presença do nosso Deus. Apelo – Todos os que querem ser cristãos com os mesmos atributos positivos de Jô, coloquem no seu coração a decisão de serem pessoas integras, retas, tementes a Deus e que se desviam do mal. Levantem-se agora para que oremos ao Senhor por esse propósito. 5 Preparando-se para a mensagem O pregador deve não somente preparar a mensagem, mas também se preparar para a mensagem, tudo com a finalidade de apresentar a mensagem. 5.1 Espiritualmente Para o pregador lograr êxito na apresentação, antes dela ele deve orar pedindo a Deus que o abençoe durante a ministração da mensagem. Nunca devemos nos esquecer que estamos lidando com coisas espirituais, por isso sempre devemos depender de Deus. Outra arma importante para a preparação espiritual é o jejum, este visa estarmos com a vida consagrada a Deus. Muitas vezes as pregações não logram êxito devido a falta de consagração do pregador. Porém, não devemos julgar espirituais somente aqueles que gritam e que rodopiam. Infelizmente, muitos pregadores não estão em comunhão com Deus. O que fazem é um show de oratória e, também de sugestão. Estão longe de estarem
32
demonstrando a manifestação genuína do Espírito Santo. Lembrem-se Deus fala nos redemoinhos e trovões, mas também fala por meio de uma brisa suave. 5.2 Fisicamente e Psicologicamente O homem é um ser dotado de corpo, alma e espírito. Por isso deve cuidar do seu Espírito, mas também do seu corpo e da sua mente. Para se preparar fisicamente, antes da pregação, o preletor deve dormir bem. Uma noite mal dormida torna o pensamento mais lento e a expressão facial daqueles que dormem mal, geralmente é de mal-humor o que prejudica a congregação na hora de receber a mensagem. Outra coisa que o pregador deve se preocupar muito é com a voz, por isso deve evitar: tomar coisas geladas, comidas gordurosas, condimentos e refrigerantes; gritar ou pigarrear, principalmente quando gripado; evitar falar em locais barulhentos, mudanças bruscas de temperatura; evitar locais poluídos, com mofo poeira, cheiros fortes; deve beber muita água (7 a 8 copos por dia) e se possível deve aprender a usar a voz corretamente (aula de canto).1 Para facilitar a utilização da voz corretamente o pregador deve aprender a utilizar o microfone. 6 – A apresentação da mensagem O pregador deve não somente preparar a mensagem, mas deve também se preparar para a mensagem e, principalmente, apresentar a mensagem. A preparação da mensagem é importante, porém, esta é um meio para se chegar a um fim, que é a apresentação da mensagem. Algumas normas são importantes nesta fase. Posturas corretas do comunicador da palavra de Deus 6.1 Postura Física 6.1.1 A posição do corpo Em regra, o comunicador da mensagem de Deus deve manter-se, dentro do possível, de forma ereta e atrás do púlpito. Isso não significa que deva ficar estático 1
Retirado do Trabalho de Fisiologia da Voz, enviado por E-Mail pelo Evangelista Valmir.
33
o tempo todo e que não possa movimentar-se no púlpito. Essa movimentação vai depender do estilo de culto e da mensagem. Contudo, os exageros devem ser evitados. 6.1.1.1 Os gestos Os gestos devem ser dosados e estarem em sintonia com o que se está pronunciando. Por exemplo, estender a mão para baixo enquanto faz referência ao céu. Deve policiar-se também quanto aos gestos obscenos, que muitos fazem de forma inconsciente. 6.1.1.2 As manias As manias devem ser corrigidas. Torcer o bigode ou o cabelo o tempo todo, mexer sempre na gravata, olhar constantemente o relógio e esticar o pescoço são algumas das manias que devem ser corrigidas. Não o fazendo, o auditório poderá ter sua atenção desviada para esses detalhes, restando prejudicado o objetivo da mensagem. Outra forma de maias são os vícios de linguagem: “né", “aleluias”, ou até mesmo: “Glória a Deus”. Estas palavras não são vírgulas e muitas vezes são utilizadas de forma incorreta. Ex.: “Meus irmãos, o diabo tava destruindo a minha vida, a minha família...”, então algum irmão ou a congregação grita: aleluia!. Se tivesse que gritar alguma coisa seria: “misericórdia!” 6.1.2 Postura vocal 6.1.2.1 A qualidade da voz Poderíamos dizer que o comunicador da palavra de Deus é um profissional da voz e, como tal, deve zelar por ela. Evitar gelados e alguns exercícios vocais ajudam a melhorar sua qualidade. Os lideres da musica e do louvor podem ajudar os pregadores nesse mister. 6.1.2.1 O volume da voz O volume da voz do orador deve alcançar, apenas, o ouvinte mais distante dele, dentro do ambiente de culto. Não deve tentar alcançar os que pela rua am, sob pena de prejudicar os ouvidos dos presentes. Também não deve falar tão baixo que mesmo os que estão perto não escutam. Com ajuda dos aparelhos eletrônicos de som já não e mais necessário pregar tão alto. O bom senso deve guiar o orador cristão em todas as situações. Por outro lado, há pregadores que usam microfone em lugares que não tem necessidade, como por exemplo, em salas ou pequenos salões. 6.1.2.3 A cadência A cadência refere-se ao ritmo na comunicação da mensagem. Não deve ser muito lento ou demasiadamente rápido. No primeiro caso, os ouvintes perdem o interesse e podem dormir; no segundo, podem não entender o que se quer comunicar.
34
6.1.2.4 A enunciação Enunciar é declarar algo. A declaração do pregador deve ser clara e distinta. Isso significa que tal declaração deve ser completamente entendida por todos os ouvintes. Por isso, cada palavra deve ser bem pronunciada em bom tom, não descaindo no final das frases. (1 Co 14.7-9) 6.1.2.5 A modulação da voz Uma das definições de modular é variar a altura ou a intensidade da voz. O sermão ou a fala do pregador não devem ser pronunciadas, do começo ao fim, na mesma altura e intensidade. A modulação confere harmonia à fala, tornandoa suave aos ouvidos dos receptores. 6.1.3 Postura na entrega da mensagem 6.1.3.1 O o visual Qualquer comunicador deve manter contato visual com seus ouvintes, principalmente aquele que comunica a palavra de Deus. Não o fazendo, os ouvintes sentirão ignorados pelo pregador. 6.1.3.2 As pausas As pausas são importantes para os ouvintes acompanharem e sentirem a mensagem. A mensagem não deve ser entregue a “rajadas de metralhadora”, mas como quem serve uma deliciosa refeição. 6.1.3.3 A animação e a convicção espiritual do comunicador cristão O comunicador da palavra de Deus deve demonstrar na entrega da mensagem que acredita no que prega. Por isso, deve fazê-lo de forma animada. 6.1.3.4 Atitudes do comunicador cristão para com Deus, a Bíblia e as pessoas presentes e ausentes O comunicador cristão deve manter uma atitude respeitosa para com Deus, com a Bíblia e com os presentes. A referência deve ser respeitosa também com relação aos ausentes, não mencionando nada que os venha macular. Devem ser observadas as normas da ética cristã. 6.1.3.5 Segurança emocional Não significa que o pregador não deva chorar no púlpito, mas que ele não deve despejar sua ira ou seu descontentamento na platéia. 6.1.4 Sinceridade
35
6.1.4.1 Na escolha do texto bíblico O pregador não deve usar um texto por pretexto. Muitos lêem um texto e depois o abandona para se enveredar por assuntos que não têm apoio naquela agem bíblica. 6.1.4.2 Na interpretação do texto bíblico Antes de pregar, o comunicador cristão tem que interpretar o texto que vai comentar. Essa interpretação deve ser coerente com a mensagem bíblica e com a visão do cristianismo. 6.1.4.3 Na citação de pensamento de outrem O pregador ao citar um texto ou pensamento que não for de sua criação, deve dizer o nome do autor ou a fonte da qual foram extraídos. (ilustração) 7 os para a elaboração de um sermão: 7.1 Escolha da agem. 7.1.1 Deve ser na dependência do Espírito Santo. 7.1.2 Procurar agens significativas. Existem agens que são mais úteis para atingir os corações dos ouvintes. Evite agens que você não compreende direito. 7.1.3 Procure perceber as necessidades espirituais e temporais da congregação. 7.1.4 Verifique as dificuldades e os conflitos que os membros ou a congregação estão enfrentando. 7.1.5 Considere as épocas especiais e de festividades. 7.2 Estudo exegético da agem Você deve observar, interpretar, correlacionar e aplicar o texto. Esses os são ensinados no estudo da Hermenêutica. 7.3 Descubra o foco principal da mensagem O foco é a proposição ou idéia homilética, ou seja, o assunto principal da mensagem. Você deve se empenhar em descobri-la. 7.4 Construção do esboço do sermão. Em muitos textos o esboço nos é apresentado naturalmente, por exemplo, João 14.6, já em outros é necessário relaciona-lo com a proposição. 7.5 Preenchendo o esboço Depois de traçar as divisões e subdivisões do sermão, o pregador deve preencher o esboço com material que transmita aos ouvintes, de modo apropriado, as idéias representadas pelas divisões principais.
36
Para o preenchimento devem ser tiradas informações do próprio texto bíblico, do se contexto, de outras partes da Bíblia e também de fatos vividos no dia a dia do pregador e de outras pessoas, de ilustrações copiadas ou criadas. Porém, deve-se tomar o cuidado com o exagero e também com dados não apropriados ao objetivo do Sermão. Durante a transmissão da mensagem, o pregador deve decidir quanto tempo vai levar em cada ponto. Algumas partes podem requerer mais tempo, dependendo da importância delas e das respostas dos ouvintes. Obs.: Você também pode fazer o processo inverso, ou seja, preparar a mensagem e depois extrair dela o esboço. 7.6 Dependência total do Espírito de Deus Só o Espírito Santo pode colocar o pensamento certo na mente do pregador, as palavras corretas e enchê-lo de amor e graça para transmitir a mensagem, de modo que a benção de Deus o assista durante a comunicação da verdade. Então ele poderá pregar no poder do Espírito Santo e conduzir os abatidos à presença de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. O poder vem de Deus e não de nós (2 Co 4.5,7) 7.7 Preparo físico e psicológico Após a preparação do sermão, o pregador deve orar, jejuar, tomar cuidados com a voz, dormir bem e evitar atitudes e exposições a atitudes e influências que não glorifiquem a Deus. 7.8 Atitudes no momento da entrega do sermão. No momento de entregar a mensagem, o pregador deve se lembrar de fazer pausas de um ponto para outro, de manter contato visual com os ouvintes, de variar o tom da voz, falando numa altura que todos ouçam, porém sem gritar e de controlar suas emoções, evitanto ofender os ouvintes e de se expor ao ridículo.
8 - Conclusão Foram apresentados os principais tipos de sermão, os princípios para a estrutura do sermão, a preparação para a mensagem e a apresentação da mensagem, mas para que o pregador elabore bem os sermões bíblicos é necessário que ele tenha ainda, uma vida de oração, de constante leitura da Bíblia e de outros tipos de literatura: livros, jornais, revistas, etc; a internet também é outra fonte importantíssima. É necessário também que o principiante pratique muito, não
37
somente na elaboração, mas também na pregação do sermão, procurando uma visão ampla da Bíblia, do mundo que o cerca e da língua portuguesa. Deve obedecer aos princípios de elaboração da estrutura apresentados. Agindo dessa forma o pregador, com certeza, terá o seu entendimento da Bíblia muito ampliado e poderá transmitir o sermão com clareza, pois este é o objetivo principal da homilética.
9 Referencias Bibliográficas: Livros: BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas, São Paulo: Vida Nova, 2001. 263p. JONES, D. M. LLoyd. Pregação e pregadores São José dos Campos, SP: Fiel, 1998 REIS, Emilson dos. Como preparar e apresentar sermões. Tatuí, SP: Casa Públicadora Brasileira, 2003. Aposlia: RICARDO, Uelton. Apostila de Homilética da Faculdade de Teologia do Planalto. 1º Sem 2008. Material da Internet: Dicionário on line, disponível pt.wikipedia.org/.../Usuário_Discussão:Wikidicionario. o em 12/02/2010.
Trabalho de Fisiologia da voz. Enviado por E-Mail pelo Evangelista Valmir.
em
38
Avaliação Final - Homilética 1 – O que é homilética? a) (
) É a arte de interpretar a Bíblia.
b) (
) É a arte de comprender a Bíblia.
c) (
) É a arte de montar sermões.
d) (
) É a arte de preparar omeletes.
2 – Homilética vem do grego Homiletikos, de homilos. O que significa esse termo? a) (
) Como montar um omelete
b) (
) Montar em conjunto.
c) (
) Montar como um todo.
d) (
) A interpretação correta.
3 – Quanto à estrutura, quais são os tipos básicos de sermão? a) (
) Decorado, esboçado, feito na hora, recebido do alto.
b) (
) Evangelísticos, doutrinários, morais, históricos e empíricos
c) (
) Temático, textual, expositivo e analogia.
d) (
) Temático, textual, expositivo e biográfico
4 – Qual é o tipo do sermão que apresenta de forma sistemática um assunto. Ex.: amor, esperança, fé, etc? a) (
) Expositivo
b) (
) esboçado.
c) (
) temático.
d) (
) Analogia.
5 – Qual é o tipo do sermão que é produzido à partir de até três versículos ou um parágrafo das Escrituras? a) (
) textual
39
b) (
) esboçado.
c) (
) temático.
d) (
) expositivo.
6 – Qual é o tipo do sermão que traz mais edificação aos ouvintes? a) (
) textual
b) (
) esboçado.
c) (
) temático.
d) (
) expositivo.
7 – Quanto ao conteúdo, quais são os tipos de sermão? a) (
) Milagres, campanha, evangelísticos, descarrego e prosperidade.
b) (
) Evangelísticos, doutrinários, campanha, libertação e ensino.
c) (
) Evangelísticos, doutrinários, morais, históricos e empíricos.
d) (
) Temático, textual, expositivo e biográfico
8 – Qual o assunto tratado no sermão doutrinário? a) (
) Usos e costumes
b) (
) doutrinas bíblicas.
c) (
) doutrinas da igreja.
d) (
) doutrinas seculares.
9 – Qual é o tipo do sermão mais útil para falar aos não crentes? a) (
) Doutrinário
40
b) (
) temático
c) (
) evangelístico
d) (
) empírico
10 – Quanto ao esboço, marque a alternativa correta. e) (
) O esboço deve ser resumido ao máximo
f) (
) Todas as palavras devem ser escritas por extenso
g) (
) Não podem ser feitos desenhos.
h) (
) A utilização de símbolos é desnecessária
11 – Quanto ao título, marque a alternativa correta. a) (
) Nunca se confudirá com o tema.
b) (
) Deve ser pertinente ao título ou à mensagem.
c) (
) É o assunto expresso de qualquer forma.
d) (
) Nenhuma das alternativas.
12 – Quanto à introdução, marque a alternativa correta. a) (
) Serve para preparar a mente dos ouvintes e prender-lhes o interesse na
mensagem que será proclamada. b) (
) Deve ser interessante.
c) (
) Deve ser breve. A porta nunca é maior do que a casa.
d) (
) Todas as alternativas estão corretas.
13 – Quanto à proposição, marque a alternativa incorreta. a) (
) Também é chamada de tese grande idéia, idéia homilética ou tópico
frasal.
41
b) (
) Não é necessário fazer um estudo exegético da agem bíblica antes
da sua elaboração c) (
) Deve expressar, em um enunciado completo, a idéia principal ou
essencial do sermão d) (
) Deve ser a afirmação de uma verdade vital
14 – Quais as vantagens das divisões? a) (
) Promovem a clareza das idéias e unidade de pensamento para o
pregador b) (
) Ajuda o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão
c) (
) Ajudam a congregação a recordar os aspectos principais do sermão
d) (
) Todas as alternativas estão corretas
15 – Marque a alternativa incorreta. a) ( ) Todas as divisões devem originar-se da proposição b) (
) Todas as divisões devem ser dispostas em forma de progressão
c) (
) As transições entre as divisões são dispensáveis.
d) (
) As transições entre as divisões têm a finalidade de ajudar o ouvinte a
acompanhar a seqüência de pensamento do sermão. 16 – Quanto à discussão, marque a alternativa incorreta. a) (
) É o desdobramento das idéias contidas nas divisões
b) (
) Deve ter proporção. Cada divisão deve contribuir para toda a
apresentação. c) ( d)
) Deve ter clareza. (
) O pregador precisa colher material para a discussão sempre de uma
mesma fonte. 17 – Quanto às ilustrações, marque a alternativa correta. a) (
) A ilustração visa o esclarecimento da mensagem.
42
b) (
) As ilustrações tornam o sermão interessante.
c) (
) Podem ser colhidas de qualquer fonte.
d) (
) Podem ser colhidas de E-mail, jornal, situações do cotidiano, da própria
Bíblia, de livros teológicos, etc. 18 – O que deve ser apresentado ao final de um sermão? a) (
) Uma ilustração, a introdução e uma oração.
b) (
) A aplicação, a conclusão e o apelo ou desafio.
c) (
) A aplicação, a conclusão e a discussão.
d) (
) A discussão, a transição e a proposição.
19 – Em que áreas o pregador ou ensinador deve se preparar para transmitir a mensagem? a) (
) Intelecto, razão e emoção;
b) (
) físicamente, sentimentalmente e profissionalmente;
c) (
) lazer, moradia, senso de humor e informações
d) (
) espiritual, fisica e psicológicamente;
19 – Quanto à postura física, marque a alternativa incorreta. a) (
) O pregador pode se debruçar sobre o púlpito, ficar ajeitando a roupa e
andando sempre de um lado para o outro. b) (
) manter-se, dentro do possível, de forma ereta e atrás do púlpito. Isso
não significa que deva ficar estático o tempo todo e que não possa movimentar-se no púlpito
43
c) (
) Os gestos devem ser dosados e estarem em sintonia com o que se está
pronunciando. d)
(
) A movimentação do pregador vai depender do estilo de culto e da
mensagem.
20 – Quanto à modulação da voz, marque a alternativa correta. a) (
) O pregador deve falar sempre no mesmo tom.
b) (
) O pregador deve procurar gritar de forma desesperada
c) (
) O pregador precisa falar muito baixo para não incomodar os ouvintes
d) (
) O pregador deve variar o tom da voz e procurar expressar a emoção
necessária por meio de sua modulação.