ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CRÍTICO ADULTO
ENFª FABÍOLA FERREIRA DA SILVA
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CONCEITO DE UTI E a Unidade Hospitalar, destinada ao atendimento de doentes graves recuperáveis, com assistência médica e de enfermagem integrais, contínuas e especializadas, empregando equipamentos diferenciados. Essa unidade é dotada de pessoal altamente treinado, utilizando métodos, recursos técnicos, área física e aparelhagem específicas, capazes de manter a fisiologia vital, bem como a sobrevida do paciente. PLANTA FÍSICA 2.1- Detalhes da Instalação Uma vez tomada a decisão de que um determinado Hospital poderá se beneficiar com a instalação ou reforma de uma UTI, o melhor é compor uma comissão que deve incluir: Representante da istração do Hospital; Representante (s) do Pessoal de Enfermagem; Representante(s) do Corpo Clínico; Engenheiros/Arquitetos;
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Representante(s) do Pessoal istrativo (secretaria, arquivo, setor de internação e outros).
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A primeira finalidade da Comissão, é a definição dos objetivos específicos da UTI proposta, os tipos de pacientes que nela virão ser itidos e a média da sua permanência na unidade. Devem fazer uma análise do número de pacientes e dos diagnósticos mais frequentes para determinação do número de leitos, dimensões, localização, aparelhagem e pessoal.
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A medida para o número apropriado de leitos poderá ser baseado no total de leitos do hospital ou do setor da instituição que irá fornecer os pacientes para a UTI. A maioria das estimativas considera que o número de leitos deverá ficar em torno de 03 a 06% do total de leitos da instituição. Não é prático treinar pessoal especial e mobilizar recursos necessários para uma unidade com menos de 4 leitos. O limite de dimensões no sentido oposto, de mais de 15 leitos, pode causar dificuldades na prestação dos cuidados de enfermagem e na sua funcionalidade, por isso os hospitais maiores podem decidir por instalação de várias UTIs, cada uma orientada para um determinado tipo de pacientes.
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2.2- Localização - Deve ser determinada pelo tipo dos pacientes e os interesses da instituição com relação a ensino, pesquisas etc. De preferência deve estar próximo do pronto socorro e do centro cirúrgico, ou de fácil o a estas unidades. Sem ruídos e poluiçÕes. 2.3- Planta Física - Uma UTI para um novo edifício pode assumir qualquer forma que se considere a melhor — retangular, quadrada ou circular, contudo a maioria das
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UTIs, são feitas reconstruindo um espaço já existente. Uma sala grande e única, com áreas para os leitos, separados por cortinas, proporciona boa vigilância, porém dificulta o controle das infecções hospitalares, expõe o paciente a um elevado nível de ruídos e atividades, oferecendo o mínimo de privacidade para o paciente e sua visita.
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Uma UTI composta por salas individuais, utilizando painéis de vidro com altura apropriada (habitualmente 01 a 02metros) de cada lado, permite que o paciente seja visto pelo pessoal de enfermagem, mas forma uma barreira visual e sonora entre os pacientes.
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2.3.1 Area - A área dedicada a cada leito, depende da sua forma. Numa grande sala aberta, separada por cortinas, biombos ou qualquer outra divisória removível, é de 05 a 07 m2. Em área fechada tipo box, com paredes rígidas, a área necessária varia de 09 a 13 m2. Algumas bibliografias citam que aproximadamente 65% do espaço destina-se à área dos leitos e ao posto de enfermagem, e os outros 35% às funções de apoio.
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A área dos leitos depende também do tipo de paciente a que se destina a UTI, porém, a área de cada leito deve permitir ampla circulação e fácil manejo da aparelhagem.
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2.3.2- Iluminação - Deve ser adequada. O paciente, a enfermagem, os médicos, cada um necessita de um nível diferente de iluminação. Conceitos atuais direcionam para iluminação natural, com janelas para o exterior para evitar a claustrofobia no paciente e na equipe de trabalho. Deve-se dispor da iluminação artificial de forma a obter a intensidade entre extremos para uso do paciente, para os cuidados de enfermagem de rotina e procedimentos médicos especiais. A iluminação de teto, acima de cada leito, deve ser concebida para minimizar o brilho ofuscante nos olhos do paciente e ao mesmo tempo fornecer rapidamente uma iluminação intensa numa emergência. Um interruptor para regulagem da luz permite este tipo de iluminação.
2.3.3- Ventilação - Como a iluminação, conceitos atuais também direcionam para ventilação natural, com janelas providas de telas que permitam sua abertura e penetração de raios de sol. Mesmo com os recursos naturais, uma aparelhagem de ar condicionado é indispensável, pois dependendo do clima local, há necessidade do aquecimento ou resfriamento do ambiente, e suas saídas não devem canalizar ar sobre os leitos.
2.3.4- órios - Uma média de seis tomadas de energia elétrica para os aparelhos, (120 wolts) conjugadas com o gerador de emergência do hospital e pelo menos uma de 220 wolts, para aparelhos com RX. Todos os cabos elétricos devem ser rigorosamente isolados e ter fio-terra especial. Canalização de oxigénio, vácuo e ar comprimido instalados próximo aos leitos.
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2.3.5- Revestimento e piso - Devem ser utilizados materiais que deixem o mínimo de junções, que sejam laváveis, lisos e não absorventes. As cores devem ser suaves para proporcionar sensação de descanso e tranquilidade. As tintas para pintura devem ser laváveis e de poder bactericida, que hoje já se encontram no mercado.
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2.3.6- Ambiente de apoio - A unidade deve contar com: Local para despejo ou expurgo; Depósito de equipamentos e materiais; Rouparia;
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Copa; Sala para preparo de materiais e equipamentos; Sala para guarda de material esterilizado; Secretaria; Vestiários feminino e masculino, com banheiro dotado de chuveiro; Banheiros para funcionários; Banheiro para pacientes, que permita entrada de cadeira de rodas; Depósito de material de limpeza; Sala para respiradores pronto uso; Sala para reuniões, aulas e estudos; Sala para chefias — médica e de enfermagem; Sala para descanso das equipes médica e de enfermagem; Sala de espera para visitantes com banheiro, junto à entrada da unidade
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Para lavagem das mãos - Nas UTIs, com áreas de leito tipo box, é recomendada a instalação de uma pia por box. Naquelas onde as divisórias são removíveis (cortinas), a localização e o número depende das suas dimensões, mas deve haver um número adequado que permita que todo pessoal médico, de enfermagem e visitantes lavem as mãos antes de tocar o paciente. "Uma pia distante é uma pia não utilizada".
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2.5- Isolamento de bloqüeio - Consiste em quarto privativo, dotado de banheiro com lavatório, chuveiro e vaso sanitário, e de uma ante-sala, com lavatório para lavagem de mãos da equipe.
RECURSOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Especializados - Monitores, central de monitorização, eletrocardiógrafo, respiradores, desfibrilador, marcao, bombas infusoras, oxímetros, capnógrafo e outros; Gerais - Aspiradores volantes, lâmpadas auxiliares, macas, cadeiras de rodas, camas especiais, balanças, vacuômetros, fluxômetros, nebulizadores, es para soro, jarros, bacias, cubas para rim e outros;
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Material Cirurgico - Pequena cirurgia, punção lombar, flebotomia/punção de subclávia, traqueostomia, diálise peritoneal, cateterismo vesical, curativos e outros; Material de consumo em geral - Seringas, agulhas, dispositivos diversos para punção venosa, gazes, algodão, cateteres e sondas diversas, e outros; Medicamentos - Estoque de acordo com a padronização do hospital; Roupas - Para o paciente, as de rotina, em quantidade suficiente conforme as necessidades e de acordo com a padronização de entrega do hospital.
CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO E PARA ALTA Um paciente é internado numa UTI quando apresenta insuficiência de um ou mais sistemas fundamentais, como o respiratório, o cardiovascular, ou no caso do paciente grave recuperável.
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Os pacientes podem ser classificados em:
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4.1- Pacientes Graves: são os que apresentam comprometimento da função vital, tais como: Insuficiência respiratória aguda; Insuficiência renal; Estado de choque; Estado de coma; Grande desequilíbrio hidroeletrolítico; Grande desequilíbrio ácido-básico; Tétano;
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Grande queimado; Parada cardíaca; Politraumatismo; Intoxicações graves.
4.2- Pacíentes de alto risco: são os que apresentam possibilidade iminente de sério comprometimento da função vital, tais como: Insuficiência coronariana aguda;
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Arritmias cardíacas; Pós-operatórios especiais (cardiovascular, neurocirurgia, cirurgia torácica, grandes cirurgias em geral). 4.3- Pacientes infectados - Isolamento: as técnicas de isolamento numa UTI, são semelhantes tanto para a contenção das bactérias dentro da área ocupada, como para a exclusão das bactérias dos locais ocupados por um paciente que é vulnerável às infecções devido a problemas endócrino, imunológico ou metabólico.
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Este isolamento deve seguir as normas ou critérios estabelecidos pela CCIH ou SCIH, que determina os cuidados do paciente e as técnicas de desinfecção dos locais. A internação é solicitada pelo médico responsável pelo paciente e efetuada após a concordância da equipe médica da UTI, ficando condicionada à existência de vaga. A alta deve ser dada tão logo desapareçam os sintomas que deram origem à issão do paciente na UTI, por decisão da equipe médica da unidade. Após receber alta, o paciente retorna à clínica designada, ficando aos cuidados de seu médico .
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EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
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O sucesso ou fracasso da UTI depende, na sua totalidade, da qualidade c da motivação de seu corpo de profissionais. Médlcos - Em geral permanece um intensivista de plantão, e, dependendo da necessidade do paciente e da especialidade da UTI, são necessários também os médicos especialistas como: cardiologista, pneumologista, neurologista, cirurgião e outros.
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Físíoterapeuta - Responsável pelo tratamento fisioterápico como: exercícios respiratórios, movimentos ativos e ivos, e outros cuidados específicos da área.
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Nutrícíonísta - Responsável pela elaboração das dietas especiais, individualizada para cada paciente.
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Psicólogo - Atua como profissional de apoio ao paciente e familiares, ouvindo seus medos e ansiedades.
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São necessários também outros profissionais como bioquímico para os exames laboratoriais, o Técnico em RX, o pessoal istrativo, copeira, faxineira e os técnicos habilitados em conserto de equipamentos tipo respiradores, monitores, bomba de infusão, cardioversor e outros.
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Equipe de Enfermagem
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Ê essencial que a unidade mantenha pessoal de enfermagem altamente treinado e em número adequado. A equipe precisa manter constante observação e saber reconhecer e notificar as alterações significativas nas condições do paciente. Conhecer todas as técnicas especiais usadas na unidade e estar familiarizada com os equipamentos de monitorização.
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A Resolução 189 do COFEN foi revogado pela Resolução 293/2004 (Conselho Federal de Enfermagem) que recomenda para a assistência intensiva, para efeito de cálculo do pessoal de enfermagem, que seja utilizada a taxa de 15,4 horas de enfermagem, por cliente, nas 24 horas, e que do total obtido a distribuição percentual por categoria deverá ser de:
55,6% de Enfermeiros e 44,4% de Técnicos de Enfermagem. Para os serviços burocráticos ( os internamentos, transferências, atendimento do telefone e outras atividades), poderá ser incluído uma Secretária de Enfermagem ou Escriturária.
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM Preliminares: Obter os dados do paciente e estabelecer prioridades; Encaminhar os pertences do paciente conforme rotina estabelecida; Prover o paciente de roupas adequadas; Prestar os primeiros cuidados: verificar sinais vitais, fazer a monitorização,
oxigenioterapia, eletrocardiograma (ECG), istrar medicamentos prescritos, colher exames laboratoriais e outros cuidados solicitados; Orientar o paciente, se possível, sobre a finalidade da UTI e sua permanência nela; Orientar a família sobre a rotina da UTI: horário e duração das visitas, informações sobre o estado do paciente etc.
A assistência de enfermagem aos pacientes internados em UTI visa contribuir com o processo de reabilitação e cura, atendendo suas necessidades humanas básicas e mantendo a visão do indivíduo como um "todo". Considerando o potencial de instabilidade clínica do paciente, a vigilância e a aplicação de cuidados básicos se fazem fundamentais para a concretização de uma assistência de enfermagem adequada.
Cuidados Diários: Controlar SS.VV - 2/2 hs (temperatura, frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial e PVC — pressão venosa central.); Monitorização do ritmo cardíaco; Balanço hídrico rigoroso — 2/2 hs; Executar cuidados com: cateteres venosos, cânula de intubação, traqueostomia, sonda vesical de demora, sonda nasogástrica ou enteral;
Mudança de decúbito - 2/2 hs; Cuidados na istração das drogas; Controle rigoroso do gotejamento do soro; Cuidados na istração da dieta; Controle da ventilação mecânica; Adequar a higiene corporal de acordo complexidade e os procedimentos invasivos;
com
a
Adequação dos cuidados, considerando presença ou não de infecção, nível de consciência e procedimentos de maior complexidade; Respeitar a individualidade e privacidade do paciente; Exercer controle e estímulo contínuo da lavagem adequada das mãos, após qualquer atividade junto ao paciente.
HUMANIZAÇÃO EM UTI A implantação de um novo conceito, apresenta hoje uma UTI que pode ter o emprego de música ambiente, cores repousantes, luz natural , mais privacidade e a sensação de um local familiar, contribuindo significativamente para uma melhora no tratamento.
A
Ética Profissional deve ser observada considerando algumas regras: Não se ausentar da unidade sem antes providenciar um substituto; Receber o paciente com respeito e atenção; Não discutir nem comentar fatos junto dos pacientes; Cumprir as determinações com precisão e pontualidade; Não levar problemas da unidade para outros setores; Respeitar a hierarquia funcional.
II – AVALIAÇÃO DO PACIENTE CRÍTICO
INSPEÇÃO GERAL
Avaliação contínua do estado do paciente é uma importante responsabilidade de enfermagem. Tal avaliação compreende observar sinais e sintomas, interpretar seu significado e integrar achados com outras informações diagnosticas.
1.1- Atitude e expressão - Uma atitude alerta, confortável e relaxada, indica que nenhum problema agudo está presente. Uma expressão tensa, ansiosa pode refletir uma reação emocional à doença ou ao ambiente, mas pode também assinalar a instalação de anóxia cerebral. A dor pode ser negada por alguns pacientes, porém a expressão facial, a postura tensa, os dedos crispados, ou dificuldade em mover-se, devem alertar para presença de dor.
1.2- Posição - A posição do paciente pode mostrar que ele se curva ou favorece uma área particular do corpo, indicando dor, traumatismo ou má-formação. Se um paciente está comodamente
deitado de costas e conversa fluentemente sem necessidade de fazer pausas entre algumas poucas palavras para respirar, mostra que ele não está em dificuldade respiratória.
Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) tendem a assumir uma posição sentada, característica em que se abraçam a
si mesmos, puxando os ombros para cima, e se inclinam para frente.
1.3- Nutrição e Hidratação - Observar o estado nutricional do paciente é importante como auxílio diagnóstico e no planejamento dos cuidados de enfermagem. Indivíduos obesos são extremamente
propensos a complicações respiratórias severas se são obrigados a permanecer acamados por um período de tempo. Um estado de hidratação adequada é importante em todos os pacientes.
Os comatosos, semicomatosos, muito velhos ou muito jovens, podem ser incapazes de sentir sede ou de queixar-se dela. Cabe a
enfermagem reconhecer e entender suas necessidades de um adequado
suprimento
de
líquido,
no
sentido
de
desenvolvimento de desequilíbrio hidroeletrolíticos sérios.
evitar
o
1.4- Cor - A cor de um paciente pode ser um sinal enganador e não confiável, pois a coloração individual é variável. Por esse motivo, o que se deve buscar são mudanças de cor do paciente.
São importantes tanto as alterações generalizadas como as localizadas.
Cianose é um indicador de hipóxia. Uma cor escura da pele, torna difícil a detecção de cianose. Quando se observa cianose, ela pode ser por causas pulmonares ou circulatórias, ou a uma combinação de ambas. Cianose periférica resulta de escassa perfusão dos tecidos. Ela é vista primeiro nos dedos das mãos e dos pés.
Palidez pode ser vista em qualquer indivíduo cronicamente enfermo. Sempre que se avalia palidez cutânea, a temperatura da área circunjacente deve ser levada em consideração, uma vez que em indivíduos saudáveis que se expõe ao frio, ocorrerá vasoconstrição. Uma aparência muito branca, pode ser causada por hemorragia aguda. As perdas crónicas de sangue podem conferir à pele uma tonalidade descorada, amarelo-pálida.
1.5- Extremidades Superiores - Inspecionar a rede venosa periférica ao longo dos braços, a fim de avaliar os pontos para punção venosa (veias cefálica, basílica e as do dorso da mão e antebraço). Observar, também, as mesmas áreas para detectar sinais de inflamação, de irritação ou até marcas de agulhas que podem mostrar uma suspeita de uso de drogas.
1.6- Extremidades Inferiores - As alterações de cor dos
membros inferiores, podem indicar insuficiência ou oclusão vascular aguda ou crónica. Edema pode ser sinal de ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva).
1.7- Abdome - Distensão abdominal pode estar associada a muitas doenças. Ascite, acúmulo de líquido no abdome, pode ser um sinal de ICC e podem limitar a ventilação. Cicatrizes representam pistas importantes de doenças e/ou traumatismos anteriores.
Outros sinais observáveis 1.8- Bocejos - ocasionais podem ser um sinal de simples sonolência, quando frequentes podem traduzir falta de ar e qualquer outro processo que possa estar causando hipóxia cerebral.
1.9- Tosse: avaliar, se for sibilante e prolongada, pode ser ouvida em
pacientes com DPOC; tossidas secas podem ser encontradas na fase inicial da pneumonia que a principio não é produtiva, mas, depois do 2° ou 3° dias pode mostrar secreção de aspecto purulenta, ferruginosa e até mesmo sanguinolenta; em pacientes com edema pulmonar, a tosse pode ser seca de início, mas logo se torna produtiva, com expectoração de muco espumoso e tinto de sangue. Secreções espessas, pegajosas e de difícil expulsão mesmo com esforço, podem
ser observadas durante uma crise de asma.
2 - MONITORAMENTO NÃO INVASIVO 2.1- Temperatura
Continua sendo um sinal de grande importância no diagnóstico de muitas afecções. Na assistência de enfermagem a pacientes criticamente enfermos, a temperatura corporal assume particular interesse em virtude das variadas situações que este dado pode indicar.
Variações Normais de Temperatura Variação Diurna: no indivíduo sadio, a temperatura do corpo, mostra variações de l a l,5° C. no curso das 24 Hs. A temperatura atinge seu mínimo entre às 4 e às 6 hs da madrugada e alcança o valor máximo entre 20 e 22 hs.
Essa variação diurna pode inverter-se nos velhos e nos que trabalham à noite.
Em recém-nascidos - a regulação térmica em recémnascidos é imperfeita e tende a alterar-se com mudanças de temperatura ambiente. Portanto, eles devem ser protegidos de ambientes excessivamente quentes ou frios.
Em crianças pequenas - a temperatura corporal de crianças pode ser algo mais alta que a do adulto, podendo subir a 37.7° C durante as brincadeiras infantis comuns.
Variações Anormais de Temperatura
Hipotermia
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temperatura abaixo do normal pode ser
artificialmente induzida para a execução de vários procedimentos cirúrgicos, quando se espera um efeito benéfico da diminuição metabólica e do consumo de O2.
Também pode ser vista em pacientes que sofreram submersão ou
exposição ao frio. Pode também associar-se às condições em que o metabolismo está reduzido, por exemplo: choque, mixedema e anestesia.
Hipertermia - entre as muitas causas de temperatura acima do normal estão as seguintes:
Injúria súbita do organismo. Exemplos: infarto agudo do miocárdio (IAM) ou cirurgia, que podem produzir ascensão térmica até 38° C;
Infecção - é a causa mais comum da febre. Uma elevação de temperatura a 38.3°C ou mais, demanda uma investigação cuidadosa, pois pode indicar uma doença infecciosa, com maior propensão para os pulmões, ferimentos, vias urinárias e locais de inserção de cateteres. Infecções de origem hospitalar são um perigo permanente para o paciente criticamente enfermo.
Outras causas - doenças ou injúrias do Sistema Nervoso Central (SNC) como em pacientes que sofreram concussão cerebral ou acidente vascular cerebral (AVC); nas neoplasias de qualquer tipo e especialmente no caso de doença de Hodgkin, linfossarcoma e leucemia; as embolias, tromboses, reações transfusionais, presença de pirogênios em soluções parenterais, são causas para
elevação de temperatura.
2.2- Pressão Arterial Valores Normais - há grande variabilidade de cifras tensionais, e valores normais absolutos são difíceis de definir.
No recém-nascido: a pressão arterial é, em geral, cerca de 75/40 mmHg. Esse valor sobe gradualmente durante a infância e, por volta dos 14 anos de idade, os limites normais são de 100/66 mmHg. Entre 15 e 25 anos, tais limites ficam cerca de 120/ 80 mmHg.
No Adulto: perfeitamente saudável, e especialmente em mulheres jovens, pode ser encontrada uma pressão sistólica de 90 mmHg.
A pressão diastólica em adultos abaixo de 40 anos, não deve exceder 90 mmHg, e naqueles de mais de 40 anos, não deve ultraar 100 mmHg.
Hipertensão
aguda
e/ou
transitória:
pode
ser
encontrada em pacientes com: hipóxia, excitação e ansiedade, dor, estados de débito cardíaco elevado, sobrecarga
líquida
de
várias
causas,
hipertensão
intracraniana e na istração de drogas adrenérgicas (adrenalina).
Diferenças de pressão entre os membros: diferenças tensionais entre os dois braços podem ser encontradas em pacientes com: cardiopatia congénita ou por distúrbios adquiridos como dissecção aórtica, doença
vascular cardíaco.
periférica
oclusiva
ou
após
cateterismo
Pressão
significativamente
baixa
nos
membros
inferiores: podem ser encontradas em pacientes com coartaçao da aorta, dissecção aórtica, embolia ou aneurisma aórtico abdominal.
2.3-
Arritmias:
quando
a
frequência
cardíaca
é
demasiado baixa, o valor sistólico correto pode ser perdido se o manguito for desinsuflado com rapidez. Posição do braço: quando o braço onde se mede a pressão é colocado acima do nível do coração, a leitura
pode ser mais baixa.
Sons
fracos: quando os sons são difíceis de ouvir
algumas medidas podem ser aplicadas : a)
inflar o manguito bem acima da pressão sistólica ,
a seguir, pedir ao paciente para abrir e fechar repetidamente a mão. Esse exercício promove abertura dos vasos sanguíneos sem afetar a pressão. Quando o manguito é aberto, o som sistólico pode tornar-se audível,
b) manter o paciente com o braço elevado por alguns momentos para diminuir a pressão venosa. Aplicar o manguito e inflar, antes de baixar o braço do paciente para proceder a leitura.
2.4- Monitorização Eletrocardiográfica – consiste no registro gráfico dos potenciais elétricos resultantes da atividade do músculo cardíaco durante o período de 24 horas. É feita através do monitor, que é um aparelho que permite identificar distúrbios na frequência, ritmo ou condução cardíaca, através da captação dos sinais elétricos gerados pelo coração e que são percebidos na superfície da pele.
Técnica
Para que seja estabelecido um bom traçado de atividade cardíaca, com sinais claros e livres de interferências, é necessário que a resistência de contato entre o eletrodo e a pele do paciente seja tão baixa quanto possível, por isso, deve-se proceder da seguinte maneira:
Fazer tricotomia da área, se necessário;
Retirar a oleosidade da pele com água e sabão ou álcool;
Secar bem toda a área;
Retirar o disco adesivo do eletrodo;
Aplicar pasta condutora na cavidade do eletrodo, se
necessário;
Fixar o eletrodo contra a pele do paciente e pressionar;
Conectar os eletrodos ao cabo-paciente;
Fixar o cabo-paciente na roupa de cama.
Posicionamento dos eletrodos Deve ser evitada a colocação dos eletrodos sobre áreas musculares para que não hajam interferências eletromiográficas no traçado, assim como sobre superfícies ósseas. Em mulheres com hipertrofia mamaria, os eletrodos não devem ser colocados nesta região
Tentar posicionar os eletrodos de maneira que se consiga manter a região precordial livre, caso seja necessário o uso do desfibrilador ou ação de massagem cardíaca.
É comum a pele ficar lesada nos locais de fixação dos
eletrodos, por sensibilidade aos adesivos ou a pasta eletrolítica, devendo ser evitada a repetição dos locais de fixação.