Max Gehringer Max Gehringer (Jundiaí, 1949) é de empresas e escritor, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial.
Biografia Tornou-se conhecido por suas colunas em várias revistas, na rádio CBN e no programa Fantástico, da TV Globo. Começou sua carreira como office-boy na antiga fábrica da Cica, em Jundiaí. Graduou-se em istração de Empresas. Foi escolhido como um dos 30 Executivos Mais Cobiçados do Mercado em pesquisa do jornal Gazeta Mercantil, em janeiro de 1999. Foi um dos cinco finalistas do prêmio Top of Mind em 2005 e 2006 na categoria Palestrante. Em 1999, no auge de uma carreira bem-sucedida que o levou à direção de grandes empresas como Pepsi, Elma Chips e Pullman, Max Gehringer tomou uma decisão raríssima no mundo corporativo: abriu mão do poder e das mordomias de alto executivo para dedicar seu tempo a escrever e a fazer palestras pelo Brasil. Foi colunista das revistas Você S.A., Exame e VIP, todas publicadas pelaEditora Abril. Hoje escreve para a revista Época e Época Negócios, ambas da Editora Globo. O humor e a sensibilidade dos textos de Max vem de sua vivência prática num mundo que ele conhece degrau por degrau, desde o seu primeiro emprego, aos doze anos, como auxiliar de faxina, até o último, como presidente da Pullman. Escritor, colaborador da CBN e Exame, possuindo vasta experiência em gestão empresarial, no ano de 2007 a Editora Globo lançou o livro O Melhor de Max Gehringer na CBN — Vol. 1 — Col. Vida Executiva. Atualmente ministra palestras sobre motivação e liderança. Bastante requisitado em palestras para grandes empresas e sindicatos.
Obras
Comédia Corporativa
Não Aborde seu Chefe no Banheiro[1]
Relações Desumanas no Trabalho
Big Max: Vocabulário Corporativo
As Máximas e Mínimas da Comédia Corporativa
Arregace as Mangas: Liberte Seu Espírito Empreendedor
Emprego de A a Z
Clássicos do Mundo Corporativo
Currículo Completo Max Gehringer diz a verdade com bom humor e muito talento. Faz o retrato fiel das relações interpessoais no dia-a-dia das grandes corporações. Não diz apenas o que pensa, fala sobre o que conhece. Carreira bem sucedida como executivo de grandes empresas (entre outras, presidente de Pepsi-Cola e da Pullman/Santista Alimentos, Diretor Comercial e Industrial da Elma Chips, e Diretor de Sistemas da Frito Lay nos Estados Unidos).
Atividades Comentarista da Rádio CBN e articulista da Revista Época.
Títulos Formado em istração, pós graduado pela FGV.
Prêmios e Homenagens Em Janeiro de 1999, foi escolhido, em pesquisa do jornal Gazeta Mercantil, como um dos ”30 Executivos Mais Cobiçados do Mercado”.
de empresas com uma longa e bem-sucedida carreira de executivo no Brasil e no exterior, Max Gehringer atuou como diretor industrial e comercial da Elma Chips, diretor de sistemas da PepsiCo Foods International, e presidente da Pullman e da Pepsi Cola. Com tal experiência e em razão de seu talento como escritor, Max também ficou conhecido por crônicas que têm como tema principal o dia-a-dia do mundo corporativo. E, nesta entrevista exclusiva, ele divide com nossos leitores um pouco de sua percepção sobre a liderança no Brasil. Confira! Você começou sua carreira trabalhando como office-boy e chegou à presidência de grandes empresas. Como aconteceu todo esse processo? Foi um processo indolor. Eu gostaria de dizer que fui itido em meu primeiro emprego pela minha capacidade, mas, na verdade, fui itido porque jogava futebol. No começo, tomei umas “piabas” porque eu sempre achava graça em tudo. Mas, como eu aprendi rapidinho, empresas sempre perdoam funcionários que dão bons resultados. O bom é que as mesmas coisas que eu falava quando era office-boy eu continuei falando quando cheguei a presidente. A diferença é que o peso da hierarquia faz com que as críticas virem elogios... No auge de sua carreira você resolveu dar uma pausa na vida corporativa e se tornar escritor e conferencista. Você se arrepende em algum momento? O que favoreceu em sua carreira? Essa foi, provavelmente, a melhor decisão que tomei na vida. Sinto falta do tumulto do mundo corporativo, mas ganhei muito em qualidade de vida. Mas essa não foi uma decisão tomada por impulso. Há muito tempo eu vinha pensando em ter o que fazer quando parasse de trabalhar em empresas. As circunstâncias fizeram com que eu tomasse essa decisão muito mais cedo do que eu imaginava, aos 49 anos. Hoje, tenho uma carreira autônoma, diferente, sem rotina, mas baseada em tudo o que aprendi na prática. Você poderia contar para os leitores da revista Liderança & Supervisão um caso absurdo que você já tenha visto na liderança de empresas? Todas as histórias que eu relato, em revistas ou na rádio CBN, são verdadeiras. Até hoje,
nunca precisei inventar nenhuma, porque a realidade é mais engraçada do que a ficção. Vi de tudo. Mas, já que vou citar uma, lembro-me de um funcionário que ameaçou suicidar-se se o chefe não lhe desse um aumento de salário. Espantado, o chefe propôs 3% de aumento. O funcionário disse que, por menos de 30%, não valia a pena viver. Os dois aram uma hora negociando. No fim, o funcionário concordou que sua vida valia 7,5% de reajuste. No dia seguinte, evidentemente, todo mundo na empresa queria se suicidar. O assunto chegou à Diretoria (em forma de piada, é claro). O aumento foi suspenso, o funcionário desistiu do suicídio e o chefe acabou sendo dispensado. É impossível a gente inventar uma história tão boa e tão absurda. Na sua opinião, de onde vêm tantos erros de lideranças nas empresas? Minha percepção é de que as empresas têm um índice de acerto altíssimo. Eu chutaria, já que não há estatísticas a respeito, que 95% das decisões são corretas. Mas a coisa funciona segundo a "lei dos jornais". Ontem, dois milhões de carros circularam em São Paulo. Cem deles bateram. Nos jornais, 1.999.900 motoristas que dirigiram corretamente não serão notícia. Os cem que bateram é que serão. O que é divulgado e amplificado, nos jornais e nas empresas, são as exceções. Como gerar melhores líderes no Brasil? Eu acredito que nós temos líderes até demais no Brasil. Nunca vi um país em que tanta gente se acha em condições de mandar nos outros. O que nós precisamos é de mais educação formal, para transformar essa liderança congênita em algo aproveitável. Mas o que realmente é preciso para ser líder nas nossas empresas? Principalmente saber a hora de usar essa liderança, e saber a melhor maneira de usá-la. Empresas, quando insistem na necessidade da liderança, não estão querendo dizer que todos os funcionários precisam ser líderes o tempo todo. Elas estão dizendo que cada funcionário, dependendo da situação, pode assumir o papel de líder. Isso tem o nome de "liderança situacional". Há momentos em que um líder deve saber obedecer, e esses momentos são em número muito maior do que os momentos de mandar. Quais as principais características que você acha que serão necessárias ao líder no próximo ano? As mesmas deste ano, que são as mesmas do ano ado. O líder precisa liderar pelo bom exemplo, e ganhará o respeito dos subordinados se souber respeitá-los. De onde você tirou inspirações para cada frase publicada no seu livro Máximas e mínimas da comédia corporativa? Como foi o processo e a idéia de fazer esse livro? Muitas vezes, me ocorre alguma frase que é apenas isso, uma frase. Não dá para expandi-la num texto, e dá pena de jogá-la fora. Quando isso acontece, eu tenho uma pasta em que vou guardando as frases soltas. Um dia, elas chegam a um número tal que é possível publicá-las, soltas. Em seu livro, em determinado momento lemos que “As estatísticas provam que 93% das decisões erradas são tomadas por quem acredita em estatística”. Por quê? Quem não acredita em estatísticas pode se sair melhor na empresa? Eu acredito em estatísticas. Elas são vitais para dar sustentação a uma decisão. Mas nem sempre a melhor decisão está inteiramente baseada nos números. Se fosse assim, todas as empresas teriam matemáticos na presidência. A frase do livro é um alerta: acredite nas estatísticas, mas não deixe de lado a sua intuição. Você foi uma pessoa realista durante toda sua carreira profissional? Trabalhou muito para que o sucesso acontecesse? Eu sempre fui pragmático. Nunca fiquei me lamentando se algo acontecia ao contrário do que eu esperava, ou gostaria. E, realmente, trabalhei muito. Talvez tenha sido um dos erros que cometi. De qualquer forma, não havia muita alternativa. Pessoas que trabalham muito nunca são recompensadas à altura. Mas pessoas que trabalham pouco são rapidamente descobertas. Em outro momento do livro há uma frase que diz “Quanto maior for o erro, mais criativa será a explicação”. Qual explicação mais criativa você já ouviu de um subordinado? Um subordinado me entregou um relatório urgente, mas cheio de erros. Quando eu comecei
a apontá-los, o subordinado me disse: "Sabe o que é, chefe? Hoje cedo, na pressa, eu vesti a cueca de meu irmão, que é bem menor do que eu. Por isso, estou o dia inteiro com uma dor de cabeça inável. Não consigo nem pensar direito". Para encerrar, onde se formam os grandes líderes do nosso Brasil hoje? Ainda na vida prática. Não temos, por enquanto, universidades com o peso das americanas ou européias, que moldam líderes. Nós aprendemos fazendo. Frase: “Empresas, quando insistem na necessidade da liderança, não estão querendo dizer que todos os funcionários precisam ser líderes o tempo todo. Elas estão dizendo que cada funcionário, dependendo da situação, pode assumir o papel de líder. Isso tem o nome de ‘liderança situacional’” Max Gehringer atualmente é articulista da revista Época e comentarista da Rádio CBN. Tem sete livros publicados, dentre eles As Máximas e Mínimas da Comédia Corporativa (Editora Gente) e Não Aborde Seu Chefe no Banheiro (Editora Campus/Elsevier). E-mail:
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