O Sisteminha Embrapa E O Projeto Mandala.pdf 376z4c

O Sisteminha e o Projeto Mandala Luiz Carlos Guilherme O que difere os dois? Mesmo havendo afinidades ecológicas e por utilizarem o tanque de peixe como motor, não há relação de igualdade entre os dois sistemas. As diferenças entre eles começam no objetivo e na forma como são implantados. No caso da Mandala ( http://www.youtube.com/watch?v=_Ar7V6LlQiE ) assim como em outras propostas de produção em pequena escala, o objetivo principal é a venda dos produtos para geração de renda. A produção visa o mercado em primeiro lugar e a melhoria do consumo familiar é apenas uma consequência disso. Por visar o mercado há um comprometimento com as exigências deste. O controle da produção é dependente de fatores externos e, portanto, não é o produtor quem define o que e como cultivar. Há necessidade de que o produtor conheça as regras de mercado antes de produzir qualquer coisa. E isso exige experiência. A Mandala é um modelo que pode ser utilizado como alternativa ao método de produção tradicional para aqueles que de alguma forma já lidam com esse tipo de negócio. Porém, outro fato importante é que existe uma relação de progressão no tamanho da área utilizada. Na medida em que o produtor faz mais um círculo concêntrico ao primeiro, ele vai usando os círculos externos para o cultivo de vegetais e os mais internos, próximos à água, para criação dos animais. O crescimento da área formada pelos círculos externos não segue uma progressão aritmética, mas muito maior. Mesmo se o produtor fizer círculos concêntricos acrescentando apenas 1 m por vez, no raio, terá um aumento desproporcional no tamanho da área. Em função disso, o produtor vai gastar mais com a compra de insumos, antes de perceber que, para produzir em uma área maior ele poderá extrapolar o seu poder de investimento e não conseguir produzir adequadamente. Com a ampliação do projeto, ele provavelmente terá ainda que resolver esses gargalos: 1- Falta de água para a irrigação e 2 – Reduções da mão de obra familiar e 3 – Necessidade crescente de capital para investir na manutenção e aquisição de novos equipamentos para irrigação. Veja no exemplo: Uma Mandala com raio de 10 m abrange uma área de 314 m2 no entanto, se ele dobrar o raio para 20 m a área será de 1256 m 2 e com 40 m será de 5024 m2. A reportagem do Globo Rural com o inventor da Mandala pode ser vista em ( http://www.youtube.com/watch?v=_Ar7V6LlQiE ). O Sisteminha foi planejado para ser usado pelas populações urbana, periurbanas ou rurais em pequenas áreas a partir de 100 m2. O público alvo é qualquer pessoa interessada, pois não precisa de capital inicial muito elevado, se estiver disposto a usar os recursos existentes no entorno em que vive. No Sisteminha não há compromisso com a comercialização da produção. O objetivo da família é apenas o de aumentar o consumo dos diversos alimentos disponíveis em mais de 300%. Não há intenção de se vender um produto para

comprar outro. A família já sobrevive financeiramente de alguma forma sem a presença do Sisteminha. O investimento é feito com parte dos recursos financeiros, que a família deixa de gastar comprando os mesmos produtos no comércio da esquina. O resultado positivo ou "lucro" é a economia feita ao deixar de comprar pelo preço final de mercado. O escalonamento feito em todas as atividades do Sisteminha permite a produção mínima e com pequenas sobras. Estas podem ou não estimular o empreendedorismo. O produtor produz para si e não para o mercado, portanto ele é quem decide o que, quando e quanto cultivar. O plantio de um único pé de planta é lucrativo do ponto de vista da segurança alimentar. Isso acontece no plantio de frutíferas como o mamão. Ele é plantado em intervalos de 60 dias, apenas uma planta de cada vez. O quiabo bastam 3 mudas de cada vez, plantadas após a visualização da primeira flor das três mudas antecedentes. Planta-se e cria-se apenas aquilo que se gosta ou queira produzir. Isso também ocorre no plantio escalonado do milho, da macaxeira, maxixe, batata doce, tomate, inhame, cará. na produção dos ovos de galinha e codornas e dos peixes, porquinhos da índia... etc. O Sisteminha é implantado gradativamente em módulos escalonados permitindo o aprendizado e respeitando o conhecimento das pessoas envolvidas na execução dos projetos. O projeto Mandala é mais velho e mais experiente e apresenta um grande avanço na produção familiar, mas o Sisteminha atende melhor a demanda das famílias que precisam de mais alimento e não tem tradição agrícola e por isso provoca maior impacto social positivo nas comunidades mais carentes. Documentario da TV Delta: https://www.youtube.com/watch?v=Pz4zn5_slWQ