UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
RESENHA DO FILME “A ORIGEM”: DEVANEIOS DE UMA MENTE GENIAL
São Paulo 2010
AUSTREGÉSILO ALVES DE SANTANA – 31087302 ESTELA ADOR DE CASTRO – 31056083 STEPHANIE KAREN GARCIA - 31072690 THAYS LUZ LIMA - 31033733
RESENHA DO FILME “A ORIGEM”: DEVANEIOS DE UMA MENTE GENIAL
Orientador: Fernanda Mazza Disciplina: Redação e Expressão Oral II Turma: 02F – 2º Semestre de 2010
São Paulo 2010
DEVANEIOS DE UMA MENTE GENIAL A Origem de Christopher Nolan e produção de Emma Thomas, com estreia no Brasil (06/08/2010) já é o mais novo sucesso de bilheteria. São 148 minutos de uma intrigante mistura de ficção científica com drama romântico. Trata-se de um filme com produção extremamente complexa que exige total atenção do espectador do começo ao fim, já que a quantidade de informações é gigantesca. Portanto não vá com a intenção de namorar, comer pipoca, beber, cochichar ou qualquer outra coisa que tire sua concentração. O longa trata de uma quadrilha invasora de sonhos que entra no subconsciente de suas vítimas para roubar segredos necessários aos seus clientes. A trama gira em torno do desafio proposto por Saito (Ken Watanabe) um mega empresário que quer inserir uma ideia na mente de seu concorrente, Robert Fisher (Cillian Murphy), para arruinar seu império. Esse fato explica o título original do filme Inception (Início), o qual a tradução feita pela distribuidora (“A Origem”) não faz jus. Dom Cobb (Leonardo Di Caprio), o líder da equipe não consegue mais criar sonhos, por isso contrata uma arquiteta, Ariadne (Ellen Page), responsável pela projeção do lugar que a vítima irá povoar pelo inconsciente e além dela conta com mais aliados, Arthur (Joseph Gordon-Levitt), Eames (Tom Hardy) e Yusuf (Dileep Rao). Com todos os integrantes reunidos para acertar os detalhes da inserção, a reunião parece um discussão de briefing de uma agência atual. A mulher de Cobb, Mal (Marion Cotillard) a a ser determinante nos trabalhos (sonhos) dele, lembranças as quais dificultam e muito seu desempenho. E com o desenrolar, percebemos que ambos levaram muito a sério os sonhos, e acabam construindo um mundo somente deles onde vivem por 50 anos. Em seus outros belíssimos trabalhos, Amnésia (2001) e nada mais nada menos que Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas (2005), o inglês Norlan também conseguiu trabalhar bons roteiros sabendo diferenciar “real” do “imaginário” e acrescentar, ação comercial, tensão, drama e inteligência sendo magnânimo. A
história nada real e ainda assim... real, deve-se ao fato da forma direta a qual ele coloca os fatos, sem menor pudor, deixando aflorar todos os sentimentos bons e ruins dos personagens. Essas produções fizeram sua carreira deslanchar. Críticas boas e ruins fizeram parte de toda sua trajetória, mas ele não para por aí. Outro longa (Batman) já começa a ser escrito e dirigido por ele, com prévia para 2012. Um grande destaque deve-se a parte visual de “A Origem” : fotografia (diretor,Wally Pfister), edição (Lee Smith) e desenhista de produção (Guy Hendrix Dyas), que fazem cada cena ser memorável e instigante. Fiquem atentos a magnífica trilha sonora, por Hans Zimmer e aplauda o elenco, por conseguirem atuações de grandeza e perfeição. Leonardo Di Caprio com charmosas rugas de expressão e os coadjuvantes valorizando e cativando nas cenas. As gravações de “A Origem” deram a volta ao mundo e tiveram suas cenas rodadas em seis países de quatro continentes, criando cenários de tirar o fôlego de quem os vê, cidades que se dobram e cenários que se auto-destroem, são alguns dos esplêndidos efeitos especiais que estão presentes no filme. Mas, um dos momentos mais marcantes do longa e considerado pela grande maioria como o melhor de todos, é quando Arthur, na segunda camada do sonho, fica responsável por todos os seus companheiros de equipe, tendo que reuni-lôs e lutar enquanto o cenário gira em gravidade zero, para criar este efeito foi utilizado um ex-hangar para porta-aviões da marinha britânica transformado em estúdio. O grande questionamento social da trama fica por conta da privacidade, pois, como seria viver em mundo onde nem em nossos sonhos estaríamos livres da especulação e interferência alheia? Certamente seria algo caótico e amedrontador, mas talvez este seja o destino ao qual nossa sociedade que caminha cada vez mais rumo a “espetacularização da vida” esteja fadado, não seria surpresa que em um futuro próximo tenhamos uma geringonça tecnológica - a qual o engenhoso Nolan não se deu o trabalho de explicar o funcionamento - semelhante aquela utilizada pelos protagonistas do filme.
É realmente incrível como Nolan consegue trabalhar muito bem cada detalhe da trama. O roteiro (que Nolan escreveu ao longo de 10 anos, e não à toa) é envolvente do início ao fim, mas o final que talvez respondesse a muitos questionamentos do espectador, é na verdade, totalmente enigmático, ele faz com que cada um que assista o longa, saia do cinema com uma interpretação diferente, dando margem as suposições mais fantasiosas de quem o assiste. Fato este que também pode indicar uma possível continuação do filme, quem sabe em um futuro breve não assistiremos “A Origem 2”?, isso só o tempo dirá, mas tempo... como diria Nolan, é algo tão relativo...