Teoria Ambientalista John B. Watson foi o fundador do movimento comportamentalista (ou behaviorista, do inglês behavior, que significa comportamento). Tem a Filosofia como formação, mas interessou-se pela psicologia animal. Seus estudos e sua teoria foram embasados pelas experiências com animais, valorizando a atuação do meio ambiente sobre o indivíduo. Os fatores externos (objetivos) são mais importantes no desenvolvimento da pessoa do que os fatores internos (subjetivos) como as capacidades mentais: inteligência, aptidão, vontade e sentimentos. Sendo assim, esta concepção deriva da corrente filosófica Empirismo . Esta teoria dominou o entendimento do desenvolvimento humano na década de 50 a meados da de 80, do século ado. Os ambientalistas acreditam que “embora o comportamento do homem difira do comportamento dos animais, em razão de um maior refinamento e complexidade, ambos podem ser explicados pelos mesmos princípios” (FONTANA, 1997, p. 25). Como Watson poderia ter outra crença se sua experiência profissional o levava a crer que os comportamentos, inclusive dos humanos, poderiam ser modificados ou adaptados de acordo com os estímulos que o indivíduo recebe? Watson não descarta a existência de processos internos no organismo. Ele apenas considera que tais processos devem ser estudados pela fisiologia. À psicologia, segundo sua concepção, cabe o estudo das respostas do organismo aos estímulos do meio. “O que ocorre no interior do organismo entre um dado estímulo e uma dada resposta não pode ser observado e, portanto, não interessa aos psicólogos comportamentalistas” (FONTANA, 1997, p. 25). Skinner, psicólogo norte-americano, outro importante comportamentalista, deu continuidade aos trabalhos de Watson e criou o que chamou de “análise experimental do comportamento”, que, segundo Davis (1990, p. 33), seria uma análise rigorosa da forma como os indivíduos atuam em seu ambiente, identificando os estímulos que provocam o aparecimento de um comportamento e as consequências que o mantêm. Dá-se o nome de reforçador todo estímulo que é apresentado ao organismo. Assim, se um estímulo é vivenciado por seu aluno e este mesmo estímulo faz com que o comportamento deste aluno seja modificado, aumentando sua incidência, ele é chamado de reforço positivo. 2
Ao contrário, se a incidência de um comportamento diminui com a vivência de um estímulo, este é então denominado reforço negativo. Podemos ilustrar a situação de uma multa no trânsito: a multa seria um reforçador negativo que fez com que o comportamento inadequado apresentado no trânsito, como ultraar sinal vermelho ou não usar cinto de segurança, diminuísse ou fosse extinto (exclusão de um comportamento).
Assim, observando-se o ambiente e proporcionando situações onde um indivíduo receba reforços positivos ou negativos, segundo a teoria ambientalista de Skinner, o comportamento ou por um processo de condicionamento, que, segundo Fontana (1997, p. 27), “é um processo de aprendizado no qual um estímulo ambiental provoca uma resposta e o indivíduo aprende a partir da associação entre este estímulo e a resposta”. Aplicando os conceitos da Teoria Ambientalista à prática escolar, evidencia-se a necessidade, a priori, de uma observação apurada dos comportamentos indesejáveis, bem como, dos comportamentos que o professor deseja desenvolver, para que, a posteriori, o planejamento adequado seja feito. Ao professor cabe delimitar quais os objetivos que pretende alcançar para traçar as estratégias necessárias para sua atuação. Ou seja, de acordo com a teoria Ambientalista, deve-se ter a especificação dos reforçadores que serão utilizados, dependendo dos objetivos traçados, para que a resposta do educando se condicione a tais objetivos. Evidencia-se com esta postura o papel do professor em detrimento do papel do aluno, que assume uma postura iva frente ao ambiente, onde as atitudes deste aluno “... podem ser manipuladas e controladas pela simples alteração das situações em que se encontra” (DAVIS,1990, p. 34). Desta forma, conclui-se, através da análise e compreensão dos conceitos da Teoria Ambientalista, que o desenvolvimento humano nada mais é do que resultado de aprendizagens acumuladas no decorrer da vida. Pense em quantas ou quais atitudes você, como cidadão, já mudou em função de alguma consequência positiva ou negativa, que poderia experimentar...
CONCEPÇÃO: INATISTA, AMBIENTALISTA e INTERACIONISTA. Cada uma das teorias do desenvolvimento abaixo se apoiam em diferentes concepções de homem e do modo como ele aprende. Essas teorias dependem, também, da visão de mundo existente em determinada situação. Teoria Inatista A teoria Inatista do Desenvolvimento é inspirada nas premissas do idealismo filosófico. O idealismo filosófico parte do princípio que a consciência é que determina a vida. A consciência é considerada a
base e não o produto da atividade humana, nada existe fora do homem. O mundo real é um mero fenômeno da consciência. É uma teoria baseada na crença de que as características e capacidades básicas de cada ser humano (personalidade, valores, comportamento, formas de pensar etc) são inatas. Ou seja, já estariam praticamente prontas no momento do nascimento ou potencialmente definidas e na dependência do amadurecimento para se manifestar. O ser humano já nasce pronto. O destino individual de cada ser humano já estaria determinado antes do nascimento. Teoria Ambientalista Esta teoria busca sua inspiração na filosofia empirista onde a experiência é a fonte de conhecimento. A teoria ambientalista, também chamada behaviorista ou comportamentalista, atribui exclusivamente ao ambiente a constituição das características humanas, privilegiando a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos de comportamento; preocupa-se em explicar os comportamentos observáveis do educando, desprezando a análise de outros aspectos da conduta humana tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia, entre outros. Defende a necessidade de medir, comparar, testar, experimentar e controlar o comportamento. Teoria Interacionista As teorias interacionistas do desenvolvimento apoiam-se na idéia de interação entre o organismo e o meio. A aquisição do conhecimento é entendida como um processo de construção contínua do ser humano em sua relação com o meio. Organismo e meio exercem ação recíproca. Novas construções dependem das relações que estabelecem com o ambiente numa dada situação. Nessa teoria, a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente faz com que construa estruturas mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a
organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.
Desenvolvimento humano: Inatismo, ambientalismo e interacionismo Existem pelo menos 3 concepções do desenvolvimento humano que começou a ser estudado pela psicologia a partir do século XIX. Os pesquisadores foram em busca de respostas, logicamente, por conta de perguntas. As pessoas se perguntavam: "Como acontece o desenvolvimento humano durante a vida de um um indivíduo?", e foram lá eles em busca das respostas. A partir disso nasceram 3 concepções do desenvolvimento humano: O inatismo, o ambientalismo e o interacionismo. Vamos ver as diferenças entre essas visões e qual delas a ciência acredita ser a mais racional.
Inatismo Nessa teoria acredita-se que o indivíduo carrega desde seu nascimento traços que irão determinar o que ele será profissionalmente e que habilidades terá futuramente. Geralmente quem defende essa ideia costuma usar expressões como: "Esse rapaz recebeu esse dom de Deus" ou "Esse menino puxou ao pai" e outras frases que são fundamentadas em crenças e "achismos". Exemplo: Certo dia, em uma escola particular, a mãe de uma aluna da 5ª série procurou a coordenadora do ensino fundamental para fazer a seguinte reclamação: - Não entendo porque minha filha está tirando notas baixas em português. Eu e o pai dela, sempre fomos ótimos alunos, principalmente em português e acompanhamos a vida escolar dela de perto incentivando no que for preciso. Deve haver alguma coisa errada com a professora de português. Argumento: Esse acontecimento serve de exemplo Inatista por que a mãe da criança acha que por ela e o pai terem sido ótimos alunos em português a filha também teria que ser, ou seja, a filha teria que “puxar” a eles e não poderia ter dificuldades em português.
Ambientalismo Defende a ideia de que o indivíduo constrói habilidades apenas pelo ambiente em que ele é inserido na vida social. Tudo depende apenas do ambiente. Essa teoria vê o homem como ser ivo, que pode ser manipulado e controlado pela simples alteração do ambiente ou situação em que se encontra. Não há na concepção ambientalista a preocupação em explicar os processos pelos quais a criança raciocina e se apropria do conhecimento. Exemplo: Há dois anos, em uma escola particular, chegaram dois alunos novos que vieram da zona rural. Eles estudavam em uma escola pública que ficava próxima da fazenda que eles moravam, mas devido a separação dos pais, vieram morar na cidade com o pai que tinha melhor condição financeira.
Inicialmente a adaptação foi muito difícil, pois eles não conseguiam acompanhar os conteúdos das disciplinas e o ritmo da classe. Também sofriam com a discriminação dos colegas que os julgavam “burros”, principalmente quando faziam uma leitura ou iam ao quadro negro resolver alguma questão. No final da 1ª unidade, os pais foram chamados na escola pela coordenadora do ensino fundamental e esta lhes explicou a situação das crianças e até mencionou a possibilidade deles serem matriculados na série anterior. Os pais, por sua vez, ouviram atentamente, mas não aceitaram a sugestão da coordenadora, pois achavam que seria traumatizante para os filhos a regressão para a série anterior. Desta forma, a menina continuou na sala da 5ª serei e o menino na sala da 4ª série, mas ao se aproximar o final de ano letivo já sabiam que seriam reprovados. No ano seguinte, nada mudou, as dificuldades continuaram e as criticas também; a menina chegou a ponto de dizer nas provas finais da 4ª unidade que ela era realmente “burra” e não conseguia aprender como afirmava os colegas e o pai, que só se preocupou com o dinheiro que pagava na escola e não com as suas reais dificuldades. A menina foi aprovada para a série seguinte com a ajuda do conselho de classe, mas o menino foi reprovado mais uma vez, e este se tornou um adolescente frustrado devido às críticas e cobranças impostas pelos pais, escola e colegas. Chegou até a pedir que o tirasse daquela escola e o matriculasse novamente na escola que ele estudava, pois lá, ele era mais feliz, afinal, nunca tinha recebido tantas cobranças, nem havia sido reprovado. E assim foi feito.
Interacionismo O desenvolvimento humano é fruto da interação de fatores biológicos e ambientais (quando citamos ambiente nos referimos aos espaços sociais, históricos e culturais). Nessa concepção, podemos então afirmar que somos sujeitos ativos e temos a capacidade de construir nossas características de acordo com a relação que estabelecemos com o meio físico, social e cultural. Portanto o desenvolvimento acontece por meio das relações socioculturais. É nessa concepção que o desenvolvimento produz aprendizagem e aprendizagem produz desenvolvimento.
Minha visão O homem é um ser social e histórico e é a satisfação de suas necessidades que o leva a trabalhar e transformar a natureza, estabelecer relações com seus semelhantes, produzir conhecimentos, construir a sociedade e fazer a história. As duas primeiras visões do ponto de vista científico são extremamente radicais e preconceituosas. A inatista determina o que o indivíduo será afirmando que ao nascer ele carrega com si uma série de habilidades. A ambientalista também determina que habilidades o ser humano terá, só que no caso quem determinará isso é apenas o ambiente social. A visão mais racional é a interacionista, que nada mais é que a mistura das duas outras teorias.
Inatismo
2. Nada depois do nascimento é importante, visto que o homem já nasce pronto, incluindo a personalidade, os valores, os hábitos, as crenças, o pensamento, a emoção e a conduta social.
3. O ser humano, concebido como biologicamente determinado, remete a uma sociedade harmônica, hierarquizada, que impossibilita a mobilidade social.
4. Na educação, esta concepção tem erroneamente levado a atitude de esperar que alunos ‘amadureçam naturalmente’, ou, mais grave ainda, de não esperar muito daqueles que por herança genética ou cultural não apresentam bom prognóstico. Afinal, se ‘filho de peixe peixinho é’ e ‘pau que nasce torto morre torto’ mesmo, para que tentar ?
5. Ambientalismo
6. Essa concepção, derivada da corrente filosófica empirista que valoriza a experiência sensorial como fonte de conhecimento, contrapõe-se à visão inatista por acreditar que o desenvolvimento do homem resulta das forças do ambiente que funcionam como estímulos para ele, e das experiências que ele vive.
7. O homem é visto como “uma tabula rasa” que vai acumulando conhecimentos a partir das sensações e das experiências que lhe ocorrem.
8. A aprendizagem, assim, é concebida como um processo de experiência e também como o resultado da experiência vivida pelo sujeito em seu contato com o meio.
9. Essa concepção vai ser fortemente defendida e difundida pelo Behaviorismo, e veremos, mais adiante, as repercussões disto na teoria da aprendizagem formulada por essa corrente teórica.
Concepção inatista, concepção ambientalista ou empirista, concepção interacionista CONCEPÇÃO INATISTA
A concepção inatista parte do ponto de que o que ocorre após o nascimento não é importante para o desenvolvimento humano. As capacidades de cada ser humano como suapersonalidade, valores, hábitos e religião, seu pensamento, suas emoções e conduta social, já se encontrariam basicamente prontas em sua forma final por ocasião do nascimento, sofrendo pouca diferenciaçãoqualitativa e quase sem nenhuma transformação ao longo da existência. As origens da posição inatista podem ser encontradas, de um lado na Teologia: Deus, de um só ato, criou cada homem em sua formadefinitiva, Após o nascimento, nada mais haveria a fazer, pois p
bebê já teria em si os genes do homem que viria a ser. Dessa forma, o destino de cada criança já estaria totalmente determinado pela “graçadivina”. A evolução, para Darwin, resulta de mudanças graduais e cumulativas no desenvolvimento das espécies. Essas mudanças, por sua vez, decorrem de variações hereditárias que fornecem vantagensadaptativas em relação às condições ambientais prevalecentes, concluindo que aqueles capazes de se adaptar ao meio serão capazes de sobreviver. Aplicando essa teoria evolucionista na concepção inatista,sendo ela mal interpretada, não se levou em conta que o ambiente tem um impacto decisivo sobre o ciclo de vida dos membros de cada espécie, muito embora não possa produzir neles alterações que venham aser transmitidas a futuras gerações. A teoria de Darwin acabou, por assim dizer, compreendida erradamente na concepção inatista e afirmando que os fatores ambientais eram incapazes de exercer umefeito direto tanto na espécie quanto no organismo.