6000 A.m. 3w5149

MOACIR DA COSTA SANT'ANNA

6000 A.M.

ESTUDANDO OS TEMPOS E A CIÊNCIA DA BÍBLIA

ISBN: 978-65-00-24391-8

ITATIAIA/RJ

2021

A Deus, minha esposa, minha filha,

minha família e irmãos na fé em

Cristo Jesus.

2

“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência,

acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,

E à ciência a temperança, e à temperança a paciência,

e à paciência a piedade, E à piedade o amor fraternal,

e ao amor fraternal a caridade”.

2 Pedro 1:5-7

ÍNDICE DE ABREVEATURAS E SIGNIFICADOS

3

ANTIGO TESTAMENTO

Livro

Abrev.

Livro

Abrev.

Gênesis

GN

Eclesiastes

EC

Êxodo

EX

Cantares

CT

Levítico

LV

Isaías

IS

Números

NM

Jeremias

JR

Deuteronomios

DT

Lamentações

LM

Josue

JS

Ezequiel

EZ

Juízes

JZ

Daniel

DN

Rute

RT

Oséias

OS

I Samuel

I SM

Joel

JL

Ii Samuel

II SM

Amós

AM

I Reis

I RS

Obadias

OB

Ii Reis

II RS

Jonas

JN

I Cronicas

I CR

Miquéias

MQ

Ii Cronicas

II CR

Naum

NA

Esdras

ED

Habacuque

HC

Neemias

NE

Sofonias

SF

Ester

ET

Ageu

AG

Jó

JÓ

Zacarias

ZC

Salmos

SL

Malaquias

ML

Provérbios

PV

NOVO TESTAMENTO

Livro

Abrev.

Livro

Abrev.

Mateus

MT

I Timóteo

I TM

Marcos

MC

Ii Timóteo

II TM

Lucas

LC

Tito

TT

João

JO

Filemon

FM

Atos

AT

Hebreus

HB

Romanos

RM

Tiago

TG

4

I Coríntios

I CO

I Pedro

I PE

Ii Coríntios

II CO

Ii Pedro

II PE

Gálatas

GL

I João

I JO

Efésios

EF

Ii João

II JO

Filipenses

FP

Iii João

III JO

Colossensses

CL

Judas

JD

I Tessalonissensses

I TS

Apocalipse

AP

Ii Tessalonissensses

II TS

SUMÁRIO

PRÓLOGO ............................................................................................ 13

INTRODUÇÃO ..................................................................................... 15

CAPÍTULO 01 - CONCEITOS BÁSICOS …..................................... 17

A BÍBLIA …................................................................................ 17

O ANTIGO TESTAMENTO …................................................... 20

O NOVO TESTAMENTO........................................................... 24

MEDIDAS BÍBLICAS ............................................................... 27

CALENDÁRIO HEBRÁICO ..................................................... 29

5

HEREDOGRAMA E GENEALOGIA ....................................... 31

O QUE É CRONOLOGIA? ….................................................... 33

CRONOLOGIA BÍBLICA .......................................................... 36

AS DISPENSAÇÕES ................................................................. 37

CAPÍTULO 02 – A PRIMEIRA DISPENSAÇÃO: DUAS 41

LINHAGENS ….....................................................................................

A PRIMEIRA ERA COMUM: ADÂMICA …............................. 42

A DESCENDÊNCIA DE CAIM E A ARQUEOLOGIA45

…...............................................................

A LINHAGEM DE SETH …................................................... 47

ANO UM OU ANO ZERO? ….........................…................... 48

AS IDADES DA PRIMEIRA ERA ................................. ........ 49

CRONOLOGIA DA ERA ADÂMICA …................................ 51

A SEGUNDA ERA COMUM: NOÉTICA ….............................. 51

O PERÍODO PRÉ DILUVIANO . .......................................... 52

A ARCA DE NOÉ …............................................................... 52

O PERÍODO DILUVIANO …................................................ 54

CRONOLOGIA DO DILÚVIO............................................... 56

O PERÍODO PÓS DILUVIANO …........................................ 57

SEM: O HOMEM DE VÁRIAS GERAÇÕES ........................ 58

CRONOLOGIA DA ERA NOÉTICA …………..................... 60

CAPÍTULO 03 – A DISPENSAÇÃO JUDIA: DA PROMESSA AO 61

SEU CUMPRIMENTO .........................................................................

A PRIMEIRA ERA JUDIA: ABRAÕNICA................................ 61

O PERÍODO ABRAÔNICO ................................................... 62

SURGEM OS PATRIARCAS ................................................. 64

ABUNDÂNCIA E FOME: GESTÃO DOS RECURSOS 66

LIMITADOS ...........................................................................

CRONOLOGIA DA ERA ABRAÔNICA ............................... 68

A SEGUNDA ERA JUDIA: EGÍPCIA ...............................

52

O PERÍODO DE LIBERDADE ............................................. 52

O PERÍODO DE SERVIDÃO ………………….................... 53

OS FARAÓS DA SERVIDÃO................................................. 54

É POSSÍVEL 2 MILHÕES? …............................................... 55

CRONOLOGIA DA ERA EGÍPCIA ...................................... 57

A TERCEIRA ERA JUDIA: PROMESSA ................................. 57

O PRIMEIRO PERÍODO DA PROMESSA: MOSAICO ....... 57

A VIAGEM DO ÊXODO ………............................................ 58

A FORMAÇÃO DA MARCHA PELO DESERTO …............. 59

6

O TABERNÁCULO DE DEUS NO DESERTO ..................... 60

O SEGUNDO PERÍODO DA PROMESSA: 62

JOSUELITA ............................................................................

AS CONQUISTAS DE JOSUÉ …........................................... 62

AS GUERRAS DA CONQUISTA .......................................... 63

DEUS E O ILUMA ................................................................. 64

CRONOLOGIA DA ERA DA PROMESSA .......................... 66

CAPÍTULO 04 – DISPENSAÇÃO JUDIA: INÍCIO DA67

NAÇÃO ATÉ A PROVÍNCIA ROMANA ...............................

A QUARTA ERA JUDIA: JUÍZES ............................................. 67

OS JUÍZES PARA ISRAEL .................................................... 68

BOAZ E RUTE: LIÇÃO DE FIDELIDADE E 69

CUMPRIMENTO DA LEI ......................................................

CRONOLOGIA DA ERA DE JUÍZES.................................... 71

A QUINTA ERA JUDIA: REAL ................................................. 72

PERÍODO SAUÍTA ……........................................................ 72

AS TROPAS MILITARES NOS TEMPOS DOS 72

PRIMEIROS REIS ..................................................................

A ESTRUTURA DO EXÉRCITO DE ISRAEL ...................... 77

O PEQUENO DAVI E O GIGANTE GOLIAS ………........... 79

PERÍODO DAVÍDICO ........................................................... 81

A MÚSICA NO CULTO ISRAELITA .................................... 82

ESTRUTURA DE GOVERNO NO REINO DE 83

ISRAEL ...................................................................................

PERÍODO SEPARATISTA ..................................................... 85

A ESCOLHA DE ROBOÃO E SEUS EFEITOS 85

ECONÔMICOS EM ISRAEL ................................................

AS DINASTIAS REAIS ......…............................................... 88

O ESTADO DA ANTIGUIDADE E O ESTADO 92

MODERNO ............................................................................

A FENÍCIA E AS ALIANÇAS COM ISRAEL ....................... 93

BELZEBU: A ORIGEM DA PALAVRA ................................ 95

ELISEU E A LEI DE OFERTA E DEMANDA........................ 96

CRONOLOGIA DA ERA REAL ............................................ 98

A SEXTA ERA JUDIA: PROVINCIAL...................................... 101

A ESTÁTUA DE OURO DE NABUCODONOSOR.............. 101

AS FESTAS BÍBLICAS ......................................................... 103

7

ISRAEL NO PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO ............ 106

CRONOLOGIA DA ERA PROVINCIAL ............................. 108

CAPÍTULO 05 – A DISPENSAÇÃO JUDIA: A ERA DO MESSIAS 110

A SÉTIMA ERA JUDIA: MESSIÂNICA.................................... 110

A PROMESSA DO MESSIAS ................................................ 111

AS CINCO REGIÕES DA PALESTINA E AS 12 112

TRIBOS ....

AS CASAS DO SENHOR ...................................................... 114

O ENDEMONIADO DE GADARA ....................................... 116

COM DOIS PEIXES E CINCO PÃES, A QUANTOS 117

ALIMENTOU? .......................................................................

OS MILAGRES DA BÍBLIA .................................................. 118

AS MULHERES NO MINISTÉRIO DE CRISTO ................. 120

A MORTE PELA CRUZ ......................................................... 122

CRONOLOGIA DA ERA MESSIÂNICA .............................. 125

CAPÍTULO 06 – A TERCEIRA DISPENSAÇÃO: 127

GENTÍLICA ..........................................................................................

A PRIMEIRA ERA GENTÍLICA: APOSTÓLICA..................... 127

AS VIAGENS DE PAULO ..................................................... 128

A ORDEM DO MINISTÉRIO DE CRISTO: A QUINTUPLA129

DE EFÉSIOS ...........................................................................

AS SETE NATUREZAS DO CORDEIRO E OS VÍCIOS 130

HUMANOS ............................................................................

VIDA E MORTE DOS APÓSTOLOS .................................... 132

OS MÁRTIRES ....................................................................... 135

CRONOLOGIA DA ERA APOSTÓLICA .............................. 137

A SEGUNDA ERA GENTÍLICA: PÓS-BÍBLICA...................... 138

PATMOS E AS SETE IGREJAS DE APOCALIPSE .................. 139

OS TEMPOS DE DEUS .............................................................. 145

OS JUDEUS APÓS A BÍBLIA ................................................ 148

ANEXO I – MEDIDAS BÍBLICAS ..................................... 152

ANEXO II – CRONOLOGIA BÍBLICA154

DETALHADA .......................................................................

ANEXO III – ESTIMATIVA DOS HEBREUS NO EGITO 164

POR DÉCADA ......................................................................

ANEXO IV - DETALHAMENTO DA CONQUISTA DE 165

CANAÃ ..................................................................................

8

ANEXO V - LISTA DAS DIVINDADES DO ILUMA, 168

PANTEÃO CANANEU ........................................................

ANEXO VI - A TERRA PROMETIDA. EPISÓDIO 01. 171

DO MINUTO 10:00 ATÉ O MINUTO 11:27 ....................

ANEXO VII – REIS E DINASTIAS DE JUDÁ E ISRAEL172

..................................................................................

ANEXO VIII – CALENDÁRIO HEBREU, COM AS 174

FESTAS E COLHEITAS ......................................................

ANEXO IX – MAPAS BÍBLICOS ....................................... 176

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................... 179

SUMÁRIO DOS MAPAS BÍBLICOS

MAPA “A” - ÉDEN E LOCAL DE TRABALHO DE CAIM E

ABEL ..............................................................................................

174

MAPA “B” - LOTAÇÃO DOS DESCENDENTES DE NOÉ

PÓS DILUVIO ..............................................................................

174

MAPA “C” - VIAGENS DE ABRAÃO ......................................

175

MAPA “D” - VIAGENS DO ÊXODO .......................................... 175

MAPA “E” - CONQUISTA DE CANAÃ ....................................

176

9

MAPA “F” - DIVISÃO DAS DOZE TRIBOS, VIZINHOS E

REINOS DO NORTE E DO SUL ................................................

177

MAPA “G” - OS IMPÉRIOS DO MUNDO ANTIGO ............... 177

MAPA “H” - VIAGENS DE PAULO ........................................... 178

PRÓLOGO

“Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca;

vigia a porta de meus lábios.”

Salmos 141:3

Quando era novo, sempre tive interesse sobre aqueles fatos bíblicos

os quais foram tratados pelas pessoas, como impossíveis. Noé poderia construir uma arca? E aqueles que saíram do Egito? Foram tantos quanto

relatados? E as viagens de Abraão? Esses fatos sempre me fizeram pensar.

Sempre ouvi que eram impossíveis de acontecer, pois são dados extraordinários. Porém, dificilmente existem pessoas que estudaram estas

situações e comprovaram tais impossibilidades, salvo pelo achismo, pouco

existe sobre tais fatos. Com isso, permaneci desejoso de estudá-los. Mas

nunca havia tomado coragem para tal. Até agora.

10

Um dia, ao conversar com um amado irmão, este falara de Gn, 5.

Falou sobre Matusalém, e como este vivera até o ano do Dilúvio. Ao chegar

em casa, montei uma pequena genealogia e comecei a trabalhar numa cronologia do capítulo. Isso fora em janeiro de 2017. Desde então venho

pesquisando a Bíblia, buscando desenvolver um relato dos tempos e da

família de Adão até Jesus, ando pelos fatos históricos desta. E cada dia mais me surpreendendo.

Esta obra não visa diminuir ou retirar Deus de cena. Pelo contrário,

visa apresentar os detalhes da Bíblia, muitas vezes tratados como impossíveis e, corroborar com a validade destes, mostrando a obra do Senhor como ela é: perfeita e exata. Também não visamos apresentar nova

doutrina ou revelação. Desejamos servir a obra de Deus, mas nunca buscando uma corrente teológica ou nova linha denominacional. Os fatos

que apresentamos, o fazemos para auxiliar os cristãos na obra de Deus e nos estudos dos Livros Sagrados. Esperamos que estas palavras possam ser úteis

na compreensão das Escrituras, e que possam ajudar a renovar a fé do leitor em Deus. Boa leitura.

11

INTRODUÇÃO

No princípio criou Deus o céu e a terra

Gênesis 1:1

Este livro tem como objetivo explicar o máximo de eventos extraordinários contidos nas escrituras Sagradas, bem como analisar alguns

fatos regulares e buscar situações alternativas para a linha temporal de outros. Partimos da hipótese de que a Bíblia é um livro com diversos fatos, regulares e extraordinários, que podemos analisar e verificar sua plausibilidade, além de apresentar os relatos e buscar linhas alternativas para alguns.

Para tanto, vamos compreender os conceitos de genealogia e de

cronologia, o calendário hebreu, desenvolvermos uma cronologia, e, a partir 12

desta, analisar os fatos bíblicos. Para tal, teremos como base pesquisas bibliográficas em diversos livros e sites, que nos embasam para a teorização desta.

Importante destacarmos que não consideramos, para

desenvolvermos nossos estudos, os sete dias da criação. Os teólogos consideram duas interpretações para este: os dias literais e os mileniais. Se considerarmos a primeira vertente e adotarmos somente como sete dias literais, não estaremos afetando em nada nossos estudos, pois os poucos

pontos em que apresentamos a cronologia em dias referem-se a períodos

curtos, que fecham-se em si, sem interferirem no todo da obra; por outro

lado, ao considerarmos que tais períodos foram dias milêniais (conforme 2

Pedro, 3, 8), deveríamos considerar o fato de que estes são dias fora do

tempo, não contados pelo nosso sistema usual, logo, não nos faz sentido a

contagem do tempo desde o início do mundo, mas sim da saída do Jardim

do Éden em diante, pois, além dos debates infrutíferos que teríamos neste

tema que nada afeta o contexto da obra, ainda teríamos a perda do foco nos

outros tópicos desta, que são mais importantes que este ponto.

13

CAPÍTULO 01

CONCEITOS BÁSICOS

E peço isto: que o vosso amor cresça mais e

mais em ciência e em todo o conhecimento,

Filipenses 1:9

Antes de estudarmos todas as nuances do Livro Sagrado, temos

que apresentar alguns conceitos básicos que estarão presentes em toda a

nossa obra. São informações sobre medidas, calendários e sobre as ciências

utilizadas para aplicarmos neste estudo. Iniciaremos com o estudo das medidas bíblicas, seguido de uma noção sobre o calendário hebreu, 14

avançando pelos conceitos de genealogia, cronologia e, mais específico, a cronologia bíblica.

A BÍBLIA

Aquele que testifica estas coisas diz:

Certamente cedo venho. Amém. Ora vem,

Senhor Jesus.

Apocalipse 22:20

A Bíblia. Do grego βιβλία. Plural de βιβλίον. Transliteração.

Bíblion. Tradução, "rolo" ou "livro". Diminutivo de "byblos". “Papiro egípcio”. Provavelmente do nome da cidade de onde esse material era exportado para a Grécia, Biblos, atual Jbeil, no Líbano. É uma coleção de

textos religiosos de valor sagrado para o cristianismo.

A Bíblia é uma enciclopédia composta por dezenas de livros distintos. A obra toda é dividida em duas grandes partes: o Antigo Testamento (que trata da história e profecias para o mundo desde sua origem e da nação judia até os séculos próximos da vinda de Cristo) e o

Novo Testamento (tratando da vida de Jesus, sua morte e ressurreição, e a

vida dos primeiros cristãos, no século I d.C., e as profecias para o mundo

vindouro). O termo “Testamento” tem origem do termo adotado no hebraico, berith, que significa aliança (em referência ao pacto de Deus com os judeus no monte Sinai). A Septuaginta traduz berith para diatheke, que significa “compromisso unilateral” ou “testamento”. Paulo de Tarso, na segunda epístola a Timóteo, 3, 16, afirma que “toda Escritura é inspirada

por Deus”.

15

A Bíblia difere de versões de acordo com a “linha” a ser verificada:

protestante, católica ou ortodoxa. Para a versão protestante, são 66 livros, sendo 39 no Antigo Testamento (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números,

Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I

Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios,

Eclesiastes, C

ânticos dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel,

Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque,

Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). São livros aceitos por fazerem parte da Tanahk, conjunto dos livros aceitos pelos judeus, que falaremos mais à

frente.

Bíblia aberta.

Fonte: https://br.depositphotos.com/stock-photos/b%C3%ADblia-

aberta.html

Para católicos, são aceitos 73 livros na Bíblia, com 46 no Antigo

Testamento, incluindo aí os livros de Tobias, Judite, I Macabeus, II

Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque, pois estes são livros que se encontram na Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento que data

do século I a.C.. Já os ortodoxos adotam várias versões das escrituras, mas a mais tradicional é a de 78 livros bíblicos, com 51 do Antigo Testamento.

Esta compreende não apenas os sete livros marcam a diferença entre Bíblia

16

Católica e Bíblia Protestante, mas ainda outros textos: 1 Esdras, 3 e 4

Macabeus; Salmo 151 (além dos 150 salmos que nós temos), Ode (oração

de Manassés) e Salmos de Salomão. Porém, devemos considerar que a Igreja Ortodoxa possui diversas subdivisões, fazendo várias versões da obra (como a da igreja Síria, com 61 livros; a Grega, com 80, ou a Etíope, com

91).

Não vamos entrar no mérito de qual versão é a correta. Mas queremos apresentar, para nossos estudos, os livros históricos da Bíblia, que são aqueles que interessam em um contexto cronológico de nossa obra e por

estarem presentes, simultaneamente, nas versões protestantes, católicas e

ortodoxas, sendo, assim, um denominador comum entre ambas (Gênesis,

Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II

Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester,

Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João e Atos dos Apóstolos).

O ANTIGO TESTAMENTO

Porque tu és a minha rocha e a minha

fortaleza; assim, por amor do teu nome, guia-

me, e encaminha-me.

Salmos 31:3

O Antigo Testamento possui uma divisão de seus livros implícita,

ou seja, não é uma divisão formal desta (como a separação de Antigo e

Novo Testamento), bastante clara entre Malaquias, 4 e Mateus, 1. Tal divisão é convencional e é estipulada pelas características literárias de cada livro. Assim, podemos dividir a primeira parte das escrituras em cinco categorias: LIVROS DA LEI (ou Torá, ou Pentateuco), HISTÓRICOS, 17

POÉTICOS (ou Sapiências), PROFETAS MAIORES e PROFETAS

MENORES.

O primeiro grupo são os livros da Lei, ou Torah, em hebraico. No

ocidente, devido a influência grega, são chamados também de Pentateuco

[do grego pentateuch, penta (cinco) + teuch (rolos) ]. É composto pelos livros de Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O Pentateuco

é a base de todos os conceitos bíblicos, pois sustentam os valores morais de todo o antigo e novo testamento. O segundo grupo de livros são os Históricos. Consiste em um compêndio de doze obras: Josué, Juízes, Rute, I

e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

Originalmente, os livros de I e II Samuel eram um livro só, assim como os

livros de Reis, Crônicas e os livros de Esdras e Neemias (formavam o Livro

de Esdras). Porém, pelo processo de produção literária manual da Antiguidade (o primeiro processo tipográfico somente vem a existir na Idade Média), para facilitar o trabalho dos escribas, e para garantir uma

transcrição de qualidade, com poucos erros (livros com muitos erros eram

descartados, e quanto maior o livro, maior a quantidade de erros encontrados neste), estes foram divididos em dois rolos. São livros que

descrevem a história de Israel como nação, desde a Conquista de Canaã até

o período de reconstrução dos muros de Jerusalém, durante o período da

servidão aos persas.

18

Rabino com Rolo da Tanakh

Fonte: https://conceitos.com/tanach/

Os livros Proféticos, ou de Sapiência, são compostos por cinco

livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Formam um conjunto

de obras descritos em forma de poesia e cânticos, e tem a finalidade de

transmitir a sabedoria divina a seus leitores. Podemos destacar os Salmos,

que trazem a mensagem divina em forma de belas orações poéticas. O

quarto conjunto de livros é o dos Profetas Maiores. Composto de cinco

livros: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel. São

livros de profecias sobre Israel, Judá, e para os reinos vizinhos, mostrando o resultado do pecado e do arrependimento, e a majestade de Deus sobre os

homens. Destacamos que o livro de Daniel possui, em seus primeiros capítulos, o relato dos primeiros anos dos judeus em Babilônia, a queda

deste reino e os primeiros anos de servidão junto ao império Medo-Persa.

E finalmente, o quinto grupo de obras, que são os Profetas Menores. Esses também eram conhecidos como “Os Doze”, por todos caberem em um rolo de pergaminho somente. Assim como os Profetas maiores, são livros que pregam juízo aos povos, mais a grandeza do amor

de Deus na sua obediência. São formados pelos livros de Oséias, Joel, 19

Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Um fato específico sobre os dois últimos grupos apresentados é que o nome destes (Profetas Maiores e Menores) não se deve

a nenhum padrão de superioridade moral, intelectual ou divina dos primeiros sobre os segundos. A questão é puramente literária, ou seja, do

tamanho dos textos que cada um escreveu. Isso porque os livros dos Profetas Maiores eram contidos cada um em um rolo próprio, dado o tamanho destes, enquanto os doze livros dos Profetas Menores podiam ser

reunidos em um único rolo, por serem profecias de tamanho relativamente

reduzido.

Outro fato interessante é que os judeus usam o acrônimo ‫ך"נת‬

(transl. Tanakh) para falarem do conjunto das obras sagradas e da divisão dos livros. Para os judeus, a divisão é feita da seguinte forma:

TORAH – LEI (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e

Deuteronômio);

NEVIIM – PROFETAS (Josué, Juízes, Samuel, Reis, Isaías,

Jeremias, Ezequiel e todos os Profetas Menores);

KETUIM – ESCRITOS (Rute, Crônicas, Esdras, Ester,

Lamentações, Daniel e todos os livros Poéticos).

GÊNESIS

ÊXODO

JOSUÉ

PENTATEUCO

LEVÍTICO

JUÍZES

NÚMEROS

RUTE

DEUTERONÔMIO

I SAMUEL

II SAMUEL

LIVROS

I REIS

HISTÓRICOS

II REIS

I CRONICAS

II CRONICAS

JÓ

ESDRAS

ANTIGO

LIVROS

SALMOS

NEEMIAS

TESTAMENTO

POÉTICOS

PROVÉRBIOS

ESTER

ECLESIASTES

CANTARES

ISAÍAS

PROFETAS

JEREMIAS

MAIORES

LAMENTAÇÕES

20

OSÉIAS

EZEQUIEL

JOEL

DANIEL

AMÓS

OBADIAS

JONAS

PROFETAS

MIQUÉIAS

MENORES

NAUM

HABACUQUE

SOFONIAS

AGEU

ZACARIAS

MALAQUIAS

Divisão do Antigo Testamento

Autoria Própria

O NOVO TESTAMENTO

“Nisto todos conhecerão que sois meus

discípulos, se vos amardes uns aos outros.”

João 13:35

O Novo Testamento é a segunda parte das escrituras. É composto

de 27 livros, independente se nas versões católicas, protestantes e no cânon ortodoxo. São estes: Evangelho de Mateus, Evangelho de Marcos,

Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Romanos, I

Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I

Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filémon,

Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira Epístola de Pedro, Segunda Epístola

21

de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda Epístola de João, Terceira

Epístola de João, Epístola de Judas e Apocalipse. Assim como o Antigo, o Novo testamento também pode ser dividido de forma convencional e estipulada pelas características literárias de cada livro. Assim, podemos dividi-lo em: EVANGELHOS, HISTÓRICOS, EPÍSTOLAS PAULÍNEAS,

EPÍSTOLAS GERAIS e PROFÉTICOS.

O primeiro grupo de livros são os Evangelhos, também conhecidos

de biográficos. São um compêndio de quatro livros que apresentam a vida e

a obra de Jesus Cristo. São estes os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e

João. Mateus (Levi) e João foram dois dos 12 apóstolos de Cristo, e viveram juntos dele até o dia da crucificação. Já Marcos e Lucas foram

cristãos convertidos posteriormente à crucificação, e seus textos foram

realizados através de relatos dos que viveram com Jesus e por revelação.

Dos quatro livros do Evangelho, Mateus, Marcos e Lucas são conhecidos

como Sinópticos, pois são obras cuja ênfase são a vida e o relato do homem

Jesus, apresentando um relato mais cronologicamente linear entre estes.

Enquanto isso, o livro de João é um livro que difere pois dá uma ênfase

maior nos milagres e na divindade de Cristo. Isso não significa, contudo,

que uma obra é humana e outra é divina. Todas as quatro apresentam um

Cristo encarnado entre nós e realizando milagres entre o povo, diferenciando-se somente o quanto tal forma está mais em destaque.

22

Livros do Novo Testamento

Fonte: http://estacasiaojardimdosol.blogspot.com/2013/01/as-datas-dos-

livros-do-novo-testamento.html

O segundo grupo é o peculiar grupo dos livros Históricos. Formado

por somente um livro, Atos dos Apóstolos, este livro traz um relato sobre a Igreja Cristã nascente em Jerusalém, e como esta se espalha por todo o

Mediterrâneo Euro-Asiático, através de Silas, Barnabé, Lucas e, principalmente, Paulo de Tarso, conhecido como o Apóstolo dos Gentios,

devido ao trabalho missionário deste em divulgar o Evangelho pela Ásia

Menor até a Espanha, após o mesmo ter sido perseguidor dos cristãos nos

primeiros anos até sua conversão.

O terceiro grupo de livros são as Epístolas Paulinas. Epístola, no

grego επιστολή ( epístolí) significa mensagem. Em latim, o termo vem como epistola (sem o acento no i), e significa carta. As treze Epístolas Paulinas são mensagens escritas por Paulo de Tarso às igrejas em que atuou durante

as três viagens missionárias, e também a pessoas em quem teve algum contato durante as mesmas, no caso, as I e II Epístolas de Timóteo, a de Tito 23

e a de Filemon. Além destas, são enquadradas nesse grupo as epístolas de Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, e I e II Tessalonicenses. São palavras de exortação e correção às igrejas, para que

estas perseverem no caminho de Cristo e fujam do caminho do mal. Cabe

destacar que todas as epístolas foram escritas em Grego.

Já o quarto grupo de livros no novo testamento são as Epístolas

Gerais, ou Universais. Diferente das Paulinas, estas sete epístolas foram

escritas por quatro autores diferentes, a saber: Hebreus, Tiago. Pedro (I e II), João (I, II e III), e Judas. Assim como as epístolas anteriores, estas também são exortações à fé da igreja nascente, para que esta prospere em Cristo, e sigam a mensagem das Boas Novas. Destaca-se a epístola aos Hebreus, que,

apesar de não conhecido o autor, sendo por muitos considerado Paulo (por

isso considerada muitas vezes a 14ª epístola Paulínia). E por fim, o grupo

dos livros das Revelações que, assim como os livros Históricos, possui apenas um: Apocalipse. Apocalipse, vem do grego αποκάλυψη, e significa,

literalmente, Revelação. É tido como o livro em que Deus revela como

serão os últimos dias da Terra, até que os Santos a herdem e Cristo reine

para toda eternidade.

MATEUS

SINÓTICOS

MARCOS

EVANGELHOS

LUCAS

NÃO

JOÃO

SINÓTICOS

LIVRO

ATOS DOS

HISTÓRICO

APÓSTOLOS

ROMANOS

I CORÍNTIOS

II CORÍNTIOS

NOVO

GÁLATAS

TESTAMENTO

EFÉSIOS

PAULÍNAS

FILIPENSES

COLOSSENSES

I TESSALONISSENSES

EPÍSTOLAS

HEBREUS

II TESSALONISSENSES

I PEDRO

I TIMÓTEO

II PEDRO

II TIMÓTEO

GERAIS

I JOÃO

TITO

II JOÃO

FILEMON

III JOÃO

JUDAS

24

REVELAÇÕES

APOCALIPSE

Divisão do Novo Testamento

Autoria Própria

MEDIDAS BÍBLICAS

E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar

um côvado à sua estatura?

Lucas 12:25

As medidas da Bíblia são diferentes das que hoje temos. Existem

muitas fontes de referência sobre o tema, além de termos, nas Escrituras,

valores distintos. Os judeus e os povos antigos, como um todo, usavam, de

referência, o corpo humano e outras situações de medidas para atribuir as

referências de largura, comprimento, volume e peso. Este é o fator de tantas variações com a mesma medida.

Assim, temos o Côvado, por exemplo, uma das medidas mais

apresentadas, e que tem entre 40 cm até 56 cm, dependendo do livro apresentado ou da autoria que tratamos (requisito que usaremos durante

todo este trabalho). Porém, como buscamos uniformidade, resolvemos, para

fins de facilitar ao leitor, um padrão que nos é dado por 44,4 cm, a medida de 2 palmos. Outras medidas de distância apresentadas na Bíblia são aquelas para caminhadas mais longas, como a jornada de um sábado, com

800 metros, ou a jornada de um dia, com 35 km. Também temos as medidas

de área, a jeira, que era o quanto uma junta de boi podia arar em um dia, em torno de 2500 m²; As medidas de capacidade, cuja as mais usadas eram a

efa e o bato, que eram equivalentes a 22 litros, com a diferença que a efa era 25

usada para produtos secos, como os grãos, enquanto o bato, para líquidos, como azeite e vinho. Já com relação ao peso, temos o famoso siclo, que

equivale a 11,424 gramas.

Com relação ao tempo, os judeus já tinham a hora como 1/12 do

dia (do nascer ao pôr do sol) e 1/12 da noite (do pôr do sol até o nascer), apesar desta ainda não ser fixa, e a depender da estação do ano, fazendo

com que, nos meses de Tshirei até o mês de Nissan (final de setembro até

final de abril), meses mais frios, as horas do dia fossem menores do que a

noite, ao o que, entre os meses de Iiar e Elul, o tempo quente, as horas do dia são maiores que as da noite. Os judeus também dividiam as noites

em Vigílias de quatro horas, perfazendo três por noite. Os meses judeus

veremos no próximo tópico, por tratar-se de assunto mais extenso. Além

disso, apresentaremos no anexo desta obra uma lista completa com todas as

medidas utilizadas pelos hebreus e suas conversões. Mas apresentaremos

uma pequena tabela como unidades de referência básicas usadas na Bíblia.

Medida

Equivale

Bíblia

Côvado (distâncias curtas)

44,4 cm

Gn, 6, 15

Jornada de um Dia (distâncias longas)

35 km

Gn, 31, 23

Jeira (área)

2500 m³

I Sm, 14, 14

Efa (capacidade para produtos secos)

22 l

Lv, 19, 36

Bato (capacidade para produtos líquidos)

22 l

Is, 5, 10

Siclo (peso)

11,424 g

Gn, 24, 22

Tabela das medidas bíblicas referenciais

Autoria própria

CALENDÁRIO HEBRÁICO

De fato, mil anos para ti são como o dia de

ontem que ou, como as horas da noite.

26

Salmos, 90, 4

Diferente de nosso calendário Gregoriano, que possui a

característica de ser um calendário solar, sendo feita uma pequena adaptação a cada 4 anos, com acréscimo de 1 dia, o calendário hebraico é

mais complexo, pois é lunisolar, ou seja, leva em consideração sol e lua. No princípio, os sábios que o desenvolveram perceberam que havia uma possibilidade de atraso em um mês neste, de modo que, se dois varões

apontassem que viram a lua nova 2 vezes no mês de Adar, deveria ser

acrescentado um mês extra no ano, o Veadar, ou Adar II, sendo o outro

chamado de Adar I. O problema consistia em divulgar tal fato para toda

Israel, de modo que o Ano Novo (a Festa do Jubileu) era comemorado 2

vezes no mesmo ano.

MÊS

MÊS HEBREU

CLIMA

PLANTAÇÃO

GREGORIANO

NISSAN (ABIB) –

MARÇO

DERRETIMENTO DA

Início do ano

CEVADA

NEVE - JORDÃO CHEIO

religioso

ABRIL

ÍIAR (ZIVE)

INÍCIO ESTAÇÃO SECA

TRIGO

MAIO

CALOR DE VERÃO

SIVÃ

TRIGO, FIGOS

AUMENTA

JUNHO

TAMUZ

CALOR COM ORVALHO

UVAS

JULHO

FRUTAS DE

AB

MÁXIMO DO CALOR

VERÃO

AGOSTO

TÂMARAS,

ELUL

MÁXIMO DO CALOR

UVAS E FIGOS

SETEMBRO

TISRI (ETANIM)

TERRA É

– Início do ano

INÍCIO DAS CHUVAS

OUTUBRO

ARADA

hebraico

CHESVÃ (BUL)

GEADAS NAS

AZEITONAS

27

MONTANHAS

NOVEMBRO

REBANHOS

QUISLEU

FRIO MÁXIMO

RECOLHIDOS

DEZEMBRO

CRESCIMENTO

TEBETE

TEMPO CHUVOSO

VEGETAÇÃO

JANEIRO

FRIO. CHUVAS

FLORA DAS

SEBATE

CONTINUAM.

AMENDOEIRAS

FEVEREIRO

ADAR

CHUVA, TROVÕES E

LINHO

GRANIZO

MARÇO

VEADAR (MÊS

EXTRA)

Calendário Hebraico, com comparação ao Gregoriano, temperaturas, chuvas

e colheitas.

Fonte: Autoria Própria

Posteriormente, atitudes foram tomadas para ajustar o mesmo,

como observar o fato de o ano não poder começar em domingo, quarta ou

sexta-feira; o equinócio deve acontecer no mês de Nissan, ou, ainda os

meses começarem com o ressurgimento da lua nova. Assim, fora criado um

ciclo de 19 anos no calendário, de modo que tenhamos dois tipos de anos:

os normais e os embolismais (quando é acrescentado o mês de Veadar), com

alguns regulares, deficientes e completos. Para maiores informações, sugerimos a obra de Eliyahu Kivot, LIVRO DO CONHECIMENTO

JUDAICO: O ANO HEBREU E SEUS DIAS E SIGNIFICADOS (2017).

HEREDOGRAMA E GENEALOGIA

“A sua descendência será poderosa na terra; a

geração dos justos será abençoada. ”

Salmos 112, 2

28

A genealogia [do grego genealogos ( genea, geração, e logos, estudo) ] é uma ciência que estuda a origem, evolução e disseminação das

várias gerações de uma família. De acordo com o Dicionário Michaelis On-

line (2014) temos a seguinte definição:

1. Estudo que tem por objeto a pesquisa da origem e da filiação das

famílias; estirpe, linhagem.

2. Exposição cronológica da filiação de alguém cujas investigações

possibilitam o conhecimento de sua descendência a partir de seus

ancestrais.

Segundo MORAES (2019);

(…) A partir de informações buscadas em documentos e

certidões, as pessoas conseguem descobrir seus anteados

e quando e onde eles nasceram. A partir dessa busca é

possível construir a árvore genealógica de uma família com

nomes, datas e lugares por onde andaram nossos

anteados, de forma que sejam mantidos vivos na memória

de seus descendentes.

Moraes continua dizendo que “A árvore genealógica também pode

ser chamada de heredograma (do latim heredium, herança), que é a representação gráfica das relações de parentesco entre os indivíduos de uma família”. Assim, a representação em um heredograma deve seguir alguns

padrões. Cada indivíduo é representado por um símbolo, “que mostra as

suas características particulares e a relação de parentesco com os demais”

(2019). Geralmente, os indivíduos do sexo masculino são representados por

quadrados, enquanto os do sexo feminino são representados por um círculo.

29

Modelo de um Heredograma simples

Autoria própria

Para nossos estudos, não teremos o heredograma na forma vertical.

Optamos por fazê-lo em forma horizontal. Assim, casamentos serão representados por linhas verticais, enquanto descendências e antecedências

são representadas horizontalmente.

O QUE É CRONOLOGIA?

“Para tudo há uma ocasião certa; há um

tempo certo para cada propósito debaixo do

céu”

Eclesiastes, 3,1

Cronologia. Do grego khronologos ( khronos, tempo, e lógos, estudo). Conforme o dicionário Michaelis On-line (2019), temos as seguintes definições desta ciência, a saber:

30

1 - Ciência das divisões do tempo e de suas datas, baseada na astronomia e em convenções estabelecidas.

2 - Estudo das datas históricas.

3 - Estudo da divisão do tempo e da determinação da ordem e

sucessão dos acontecimentos; cronografia.

4 - Classificação dos eventos na respectiva ordem do tempo.

Em suma, temos que a cronologia é a ciência que estuda as distintas formas de se contar o tempo. Segundo TOMAZZI (2002):

Criar cronologias significa, portanto, ordenar o ado

conforme determinada ótica e, isto significa controlar o

ado através do ordenamento de uma memória,

definindo assim, a história como uma série de eventos

constantes que num continuum temporal com uma

determinada orientação, que normalmente visa a justificar

as ações adas, presentes e futuras(...).

A cronologia pode ser aplicada em diversos aspectos. Seja desde a

história do Universo até eventos que ocorreram em um período relativamente pequeno, como um jogo de futebol, por exemplo. De fato,

esta pode ser feita até informalmente, ao contarmos uma história a alguém,

inclusive sem percebermos. Isso faz com que, ao desenvolvermos uma tabela com eventos cronológicos, esta possa ser tão pequena a ocupar poucas linhas ou tão complexa a formar livros. Esse dinamismo traz uma

dificuldade ao estudioso quanto a organização do trabalho, mas que pode

ser facilmente contornada.

Se uma cronologia pretende tratar de grandes períodos de tempo, é

costume, para fins didáticos, a divisão em períodos, podendo estes estarem

inclusos em períodos de tempos maiores e, estes, em períodos maiores 31

ainda, cabe ao cronologista, com sua sensibilidade quanto ao material coletado, fazê-la da maneira que melhor achar, com vistas a facilitar aquele que recebe a mensagem.

CRONOLOGIA DOS PRESIDENTES DO BRASIL DESDE A REDEMOCRATIZAÇÃO

ANO

FATO

1991

Posse do Presidente eleito Fernando Affonso Collor de Mello

1992

Impeachment de Fernando Collor de Melo. Seu vice, Itamar Augusto Cautieiro Franco, assume a presidência.

1995

Posse do Presidente eleito Fernando Henrique Cardoso

1999

Presidente eleito Fernando Henrique Cardoso assume seu segundo mandato

2003

Posse do Presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva

2007

Presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva assume seu segundo mandato 2011

Posse da Presidente eleita Dilma Vana Rousseff

2015

Presidente eleita Dilma Vana Rousseff assume seu segundo mandato

2017

Impeachment de Dilma Vana Rousseff. Seu

vice, Michel Miguel Elias Temer Lulia,

assume a presidência.

2019

Posse do Presidente eleito Jair Messias

Bolsonaro

Cronologia dos presidentes do Brasil, décadas de 90 até atual.

Autoria própria

32

No geral, os períodos maiores possuem poucos elementos em comum (às vezes somente um), mas englobam grandes períodos de tempo,

ao o que os menores, muitos elementos em comum, mas tempo reduzido. Isso deve-se ao fato de que, com as evoluções sócio-ambientais

ocorrendo constantemente, ambientes mais complexos (com mais

características) tornam-se mais fáceis de sofrerem alterações do que aqueles mais simples. Como exemplo, podemos citar a realeza de um país, dividida

em dinastias, que se alteram no poder, devido a inúmeras condições específicas, mas que formam, ao todo, a história real daquela nação.

CRONOLOGIA BÍBLICA

Os céus e a terra arão, mas as minhas

palavras jamais arão.

Mateus 24:35

Um dos estudos cronológicos mais conhecidos é o das cronologias

bíblicas. Segundo o Conciso Dicionário Bíblico, presente na BÍBLIA SAGRADA (2014) nos informa que mais de cento e quarenta cronologias

bíblicas buscam apresentar os tempos bíblicos e as suas origens. Diversos

autores, como a do espanhol Afonso de Castela ou o arcebispo irlandês

James Usher, ou no Brasil, como RODRIGUES (2001), desenvolveram pesquisas que buscam explicar os tempos bíblicos. Cada um, porém, parte

de um ponto de vista inicial, e vão buscando desenvolvê-lo a partir daí. Isso faz com que tenhamos obras que apresentem variação de tempo entre 5800

até 6900 anos de história bíblica.

33

A questão presente para toda a cronologia bíblica é o quanto esta é precisa. É de aceitação geral entre os estudiosos das escrituras que é impossível determinarmos uma 100% precisa. Isso não se deve ao fato dos

textos do Antigo Testamento, com estes contendo uma datação bastante

complexa e conclusiva, ficando somente um ponto ao qual impede a precisão de quaisquer uma: o nascimento de Cristo. Contudo, considerando

a morte de Herodes, o Grande, ocorrendo em 4 a.C., e depois da ida da

família de Jesus ao Egito, apenas temos os relatos escriturísticos do Cristo aos doze anos no Templo, podemos limitar o nascimento de Jesus entre os

anos de 16 e 4 a.C., o que nos daria uma margem de erro, de nossa cronologia, de tão somente 0,16%. Para efeitos de comparação, a grande

maioria das pesquisas eleitorais apresenta uma margem de erro na ordem de

2%, doze vezes e meia maior que a de nossa obra, o que demonstra o grau

de precisão.

Cabe destacar que não estaremos tratando de uma obra amparada

nos estudos arqueológicos ou de fontes históricas, apesar de nos valermos

destas para corroborar com o desenvolvimento de nossa obra. Nossa missão

é apresentar a cronologia baseada nas Escrituras Sagradas e tentarmos situálas dentro de nosso tempo. Assim, fatos apresentados por estudos científicos serão meio para nos ajudar, mas não o fim deste. Ao final de cada dispensação e/ou era, apresentaremos a cronologia do período estudado.

Mas, se for de interesse do leitor, o anexo “II” desta obra trará a cronologia completa de todas as eras.

AS DISPENSAÇÕES

Os dias do homem estão determinados; tu

decretaste o número de seus meses e

34

estabeleceste limites que ele não pode

ultraar.

Jó 14:5

Conforme mencionado anteriormente, a cronologia, quando

extensa, pede que seja dividida em macro períodos, que por sua vez, são

divididas em períodos menores e por fim, em micro períodos, por assim

chamar. Decidimos, por conveniência, nomear as divisões temporais desta

em Dispensações, divididas em Eras, e estas, em Períodos.

As dispensações são as divisões máximas de nossa obra. No dicionário Michaelis On-line, dispensação (do latim dispensatio, dispensa), é a “ação ou efeito de repartir, de distribuir”. Tal termo é empregado dentro do protestantismo

em geral para representar divisão temporal ao qual alguém se submete a Deus para provar total submissão a uma revelação. Ao

analisarmos a Bíblia, optamos por separar a cronologia desta em três grandes dispensações, conforme Deus trata com os seres humanos: a das

Duas Linhagens (Deus tratando com os homens), a dos Judeus (Deus tratando com o seu povo) e a dos Gentios (quando Deus vira-se aos outros

povos da Terra).

As Eras são as divisões imediatas das dispensações. Elas

apresentam divisões mais concisas das apresentadas nestas. Estas podem ter

tamanhos bastantes distintos. Podem ter desde alguns poucos meses até mais de 1500 anos, e envolver poucos versículos até inúmeros livros bíblicos. Já as eras podem ou não ser divididas em Períodos, espaços temporais mais específicos, dependendo de situações bastante específicas.

Eras como a Adâmica, pouco evoluem ao decorrer do tempo, de modo que

35

esta não possui períodos, ao o que a seguinte, Noética, possui mudanças radicais, sendo necessário três períodos para defini-la.

Já o Períodos podem ser divididos, pela necessidade, em partes

chamadas Épocas, que, por sua vez, podem ser divididos em Idades, a menor unidade cronológica de nosso estudo. As características específicas

serão apresentadas conforme formos avançando no texto. Porém, cabe aqui

um adendo. Pode haver Idades com duração maior do que Períodos. Isso

porque não é a duração destas que definem cada uma, mas as características

mais ou menos específicas de cada uma.

Desta forma, com esta base para organizarmos nossos trabalhos,

nos valemos de quase 600 referências, e mais de 800 versículos para elaborarmos uma nova versão da cronologia bíblica, desenvolvida evitando

os conceitos pessoas pré-definidos, que fazem os trabalhos serem deturpados para demonstrar este ou aquele pensamento. Comprometemo-nos a aplicar o processo científico para que o mesmo fosse desenvolvido

com lisura. Além das fontes bíblicas, consultamos fontes histórias que nos

permitiam fazer paralelos para os tempos das escrituras, em especial com o

período intertestamentário, onde a carência de fonte bíblica nos traz grandes dificuldades ao trabalho. Abaixo, segue tabela com as divisões dos temos da nossa cronologia, estando a mesma completa no anexo desta obra.

Dispensação

Era

Período

ÉPOCA

IDADE

Adâmico

Duas

Pré-Diluviano

Linhagens

Noética

Diluviano

Pós-Diluviano

Hebreia

Abraônico

Hictita

Egípcia

Faraônico

Promessa

Mosaico

36

Joseíta

Gideanita

Juízes

Sansionista

Samuelita

Sauíta

Davídico

Jerobonita

Alto Israel

Real

Eliatita

Separatista

Médio Israel

Baixo Israel

Isaítico

Babilônico

Provincial

Persa

Inter-testamentário

Pré-Ministerial

Messiânica

Ministerial

Paixão

Pentecóstico

Apostólica

Missionário

Gentílica

Martírico

Pós-Bíblico

CAPÍTULO 02

A PRIMEIRA DISPENSAÇÃO: DUAS LINHAGENS

“Se procederes bem, não é certo que serás

aceito? ”

Gênesis, 4,7

A primeira das três dispensações do Senhor é a das Duas Linhagens. Esta tem como a característica de haver duas linhagens distintas na Terra: a dos Filhos de Deus, e a dos Filhos de Caim. Além disso, vemos

que não há Deus tratando com um povo exclusivo. Observa-se, contudo, a

presença de uma linhagem de piedosos, vindo de Adão até Can, Sem e Jafé.

Na Bíblia, encontra-se entre Gênesis, 3, 23, e Gênesis, 11,32, contemplando 2023 anos! É dividida em 2 Eras distintas: a Adâmica, 37

referência ao período em que os descendentes de Adão conviveram com os descendentes de Caim, e a Noética, período do Dilúvio a Abraão.

Dispensação

Era

Período

Adâmico

Duas Linhagens

Pré-Diluviano

Noética

Diluviano

Pós-Diluviano

Divisão da Dispensação Comum

A PRIMEIRA ERA COMUM: ADÂMICA

“Crescei e multiplicai-vos; enchei e dominai a

terra”

Gênesis, 1,28

Dentro da Dispensação comum, a primeira era observada é a Adâmica. Encontra-se desde a saída do Éden até o chamado de Noé. Tal era

é a que apresenta as duas linhagens: a dos descendentes de Adão por Seth, e a dos descendentes de Caim. A formação destas aparece logo em Gn, 4,8, e

vai até Gn, 5,32, perfazendo 1536 anos.

38

Genealogia de Adão até Noé.

Autoria Própria.

Logo após a queda do Jardim do Éden por Adão e Eva, nascem

seus filhos na Terra, Caim e Abel. Caim ira-se, pois, seu sacrifício a Deus é recusado e o de seu irmão, aceito. Tal fato leva ao assassinato de Abel, o

primeiro homicídio, e inicia as duas linhagens existente: a dos Descendentes de Caim, apresentada em Gn, 4, sendo estes afeitos ao mal, e a dos descendentes de Seth (Gn, 5), irmão mais novo de ambos, nascido no ano

131 depois do Éden. As duas linhagens, assim, convivem em paralelo.

Ofertas de Caim e Abel. Autor Desconhecido.

Fonte: http://estudobiblico.org/as-ofertas-de-abel-e-caim/

39

Há de se considerar que tal livro bíblico apresenta a cronologia datada somente pela linhagem de Seth. Não existe, na descendência de Caim, nenhuma informação temporal, de modo que se pode somente supor

a datação desta. Por outro lado, com uma pequena análise da linhagem de

Seth, podemos definir toda a cronologia deste período, apresentando quando

ocorrera o nascimento de todos os primogênitos, o nascimento de seus herdeiros, chegando até o falecimento destes. Além do assassinato de Abel,

destaca-se, nesta era, Enoque, da oitava geração desde o Éden. Enoque é

apresentado como um homem que andava na presença da Deus. Tal postura

permite que seja levantado aos céus em seus 365 anos. Interessante demonstrar que, salvo o assassinato de Abel, é Enoque o segundo relato de

ser humano a deixar a Terra, depois de Adão, falecido aos 930 anos, sendo o primeiro a ter Deus tomado para Si (Gn, 05,24).

Conforme a cronologia ora apresentada, Adão é expulso do Éden

em 4217 a.C.. Tal data coloca a história bíblica se iniciando no período que a arqueologia chama de Período Calcócito. Tal período inicia-se por volta

de 4300 a.C., o que corrobora com nossos estudos, e estende-se por 1000

anos, até 3300 a.C.. Nesse período, a cerâmica é descoberta através do cozimento de algum vaso de argila, possivelmente por acidente (daí a origem do nome). Nesse período, a Crescente Fértil (território que se estende da nascente do rio Nilo, no Egito, até a foz dos rios Tigre e Eufrates, no Irã, ando pela Palestina, Líbano, Síria, dentre outros) apresenta a

presença de agrupamentos urbanos primitivos, como Jericó, por exemplo,

devido a sedentarizarão das pessoas, que adotaram a prática da agricultura

que ocorre nesta fase pré-gráfica da humanidade. De acordo com MAZAR

(2013), um fenômeno ocorre nas áreas desérticas da Palestina (em especial

no Deserto de Judá e nas Colinas de Golã) e na Mesopotâmia: a 40

intensificação do pastoreio. De fato, além da caça, abundante nestas regiões, tivemos o aumento dos rebanhos bovinos, caprinos e ovinos, graças aos

campos de pastos para os mesmos.

Vale ressaltar que as demais regiões se tornaram prósperas para a

agricultura, principalmente das culturas de trigo, cevada, lentilha e das primeiras oliveiras cultivadas na região. Deste modo, podemos visualizar a

vida dos irmãos Caim e Abel. Em Gn, 4, 2, nos informa a Bíblia que Caim

era lavrador. Considerando onde era a localização do Éden, podemos afirmar que

este vivia nas proximidades dos rios mesopotâmicos, ao o

que seu irmão Abel, pastor, devia migrar entre os inúmeros oásis dos atuais desertos da região.

A DESCENDÊNCIA DE CAIM E A ARQUEOLOGIA

“Se Caim é vingado sete vezes, Lameque o será

setenta e sete”

Genesis, 4, 24

Temos como destacar aqui a descendência de Caim, em especial os

três filhos de Lameque: Jabal, Jubal e Tubalcaim. Cada um destes representa um elemento da sociedade de todo o Crescente Fértil da época,

pois, possivelmente, eram viventes no início da Idade do Bronze Antigo, em

torno de 3300 a 2500 a.C.. Estes viveram em uma sociedade que descobre,

41

pela primeira vez, o cobre, usando-o para substituir, ainda que de maneira tímida, as ferramentas de sílex, usadas nos tempos Cainitas. O cobre era

mais resistente, mais leve e mais eficiente que o sílex, o que permitia uma melhor produção com um menor esforço. Tubalcaim, filho de Lameque com

Zila (Gn, 4,22) era um dos que dominavam a arte do cobre, construindo as

ferramentas da época (machados, adagas simples, enxós, dentre outros).

Como este material ainda estava em desenvolvimento, e a tecnologia de

obtenção do mesmo ainda era precária, podemos situar Tubalcaim como um

artesão pobre da época.

Já Jabal, filho de Lameque com Ada (Gn, 4,20) era pastor nômade.

A Bíblia nos mostra isso ao se referir a Jabal como “o pai dos que habitam

em tendas e têm gado”. O pastoreio nômade é intenso neste período, com os

homens desta feita habitando nas tendas, migrando com os rebanhos entre

os diversos oásis próximos as cidades, abastecendo-os de leite, couro, carnes e lãs, recebendo, de volta, tecidos manufaturados, grãos, azeites, ferramentas de sílex e cobre e, também, utensílios de cerâmica. Como o

dinheiro ainda não era utilizado, a obtenção desta era por meio de escambo

com os mercadores locais. Não eram cidadãos pobres, mas suas vidas eram

duras, devido as constantes viagens que tinham que fazer. Jabal estaria como um homem de classe média atualmente.

Já Jubal, também filho de Lameque com Ada (Gn, 4,21), tem um

papel mais complexo que seus irmãos. As Escrituras apresentam Jubal como

o “pai dos que tocam harpas e órgãos”. Restos de templos cananeus deste

período apresentam inscrições nos pisos e paredes de sacerdotes tocando

harpas e liras. Tal fato mostra que estes instrumentos estavam associados a religião cananeia da época, e cultos aos seus deuses, como El, deus da

Criação; Baal (ou Haddad, deus das tempestades) e, principalmente, Astarte, 42

deusa da fertilidade. De fato, era comum haverem nas casas da época imagens de deusas da fertilidade, mostrando que a veneração a esta era

comum nos povos da época.

Além disso, os mesmos estudos apresentam que a sociedade tinha,

no topo da pirâmide, os sacerdotes, que recebiam as ofertas e faziam todo o ritual sacrificial, sendo tratados como o elo de ligação dos homens com as

divindades. Deste modo, podemos associar Jubal como membro desta elite

sacerdotal, com sua descendência sendo encarregada da parte instrumental

dos templos e dos eventos da alta sociedade, colocando-o como membro da

elite da época.

Adã

Irad

Caim

Enoque

Meujael

Matusael

Ada

Jabal

o

e

Jubal

Eva

Lameque

Tubalcaim

Zila

Naama

Descendência de Adão até os Filhos de Lameque.

Trabalho próprio

A LINHAGEM DE SETH

“Quando foram criados, ele os abençoou e os

chamou Homem”.

Genesis, 5, 1

A descendência de Abel não é apresentada. Somos forçados a crer

que este não chegou a ter filhos. Mas a Bíblia é repleta de descendentes de seu irmão caçula, Seth. Este fora o que Deus usou para trazer a sua semente a terra. Nesta, temos dez gerações de homens que serviram ao Senhor. A

Bíblia trata a Seth como ancestral de todas as gerações de justos. Isso fica 43

claro logo em Gn, 4, 26, quando o leitor é informado que após Sete e seu filho, Enos, o nome de Deus voltara a ser invocado na terra. Falaremos mais de Enoque e Matusalém no texto “As idades da Primeira Era”, logo abaixo.

Cain

Adão

Seth

Enos

Maalael

Jarede

Enoque

Matusalém

Lameque

Noé

ã

Ab

el

Eva

Descendência de Adão até Noé.

Trabalho próprio

ANO UM OU ANO ZERO?

" Para o Senhor, um dia é como mil anos e mil

anos como um dia”.

2 Pedro, 3, 8-9

Em quase todas as cronologias desenvolvidas sobre a Bíblia, temos

que o tempo da saída de Adão e Eva do Jardim do Édem ocorre em zero

a.M.. Mas esta informação é correta? Na verdade, não. Vamos fazer um

exemplo simplório para provarmos que este pensamento é errado.

Imagine um bebê que nasceu a menos de um ano. Este bebê não

fez aniversário ainda. Logo, ele não tem um ano de vida completo, mas está

vivendo o primeiro ano de sua vida, ou seja, seu ano um. No dia de seu

44

aniversário, fará um ano de vida, e entrará no segundo ciclo de 365 dias de sua vida, ou seja, em seu segundo ano. Assim, para o calendário da vida do

bebê, o ano que ele tem entre 0 a 1 ano incompleto é seu primeiro ano,

mesmo este não tendo um ano, enquanto o ano que ele tem entre 1 a 2 anos

incompletos é o segundo de sua vida.

Da mesma forma ocorre é com os calendários. Em todos, seja hebreu, seja gregoriano, seja juliano, não existe a presença do ano zero. O

tempo começa a ser contado no ano um. Diferente de nossos anos de vida,

que am a ser contados a partir do aniversário, quando é fechado o ciclo de dias, os calendários são contados pelo número de ciclos que ocorreram,

incluindo o ciclo atual. Assim, Adão deixa o Éden com zero anos, mas no

primeiro ano do tempo contado, ou seja, em 1 a.M..

AS IDADES DA PRIMEIRA ERA

Nessa época começou-se a invocar o nome do

Senhor.

Gênesis 4:26

45

Nessa primeira era da humanidade, podemos destacar dois homens, descendentes de Seth, que serviam ao Senhor. O primeiro é Enoque, homem

que andava na presença de Deus, a ponto de desaparecer, “porquanto Deus

para si o tomou” (Gênesis, 5, 24), que é aceito como o primeiro arrebatamento da história, e seu filho, Matusalém, o mais velho dos homens

já vividos. Vamos nos ater, nesse momento, a Matusalém e a questão de sua

idade, uma vez que não é alvo de nosso trabalho discutir questões que possam causar confrontos teológicos, mas sim verificarmos os aspectos históricos das Escrituras.

Numa época em que os homens tinham longevidade, Matusalém

se destaca dos demais com uma vida de 969 anos, 31 para completar um

milênio. Isso o faz o homem com mais tempo de vida sobre a Terra. Como

comparação, a sa Jeanne Calment, pessoa oficialmente mais velha

que já existiu, fora os relatos escriturísticos, viveu 122 anos, e o homem mais velho, o japonês Jiroemon Kimura, faleceu com 116 anos. Por conta

destes relatos, a questão da idade não só de Matusalém, mas as dos pré-

diluvianos como um todo, gera muitos conflitos. Diversos estudiosos tratam

que estas não são reais, apresentando explicações para comprovarem seus

pontos de vista. Vamos analisar esta questão, tomando como base Matusalém. Assim, traremos as três hipóteses mais aceitas para explicar a

questão.

46

A primeira é o trabalho de Carol Hill, no artigo Making Sense of the Numbers of Genesis, publicado no Journal of American Scientific Affiliation (2003). O geologista apresenta a hipótese de que, ao falar 969

anos, Moisés teria informado, na verdade, 969 meses, o que faria que nosso

personagem tivesse 80,75 anos de vida. O problema é que Hill desconsiderou que, ao usarmos esta hipótese, teria Matusalém nascido com

seu pai tendo 5 anos, tornando-se pai aos 15 anos, mas avô aos 20, pois seu filho,

Lameque, teria sido pai aos 4 anos de idade, o que seria uma impossibilidade para fazer um pensamento tornar-se inválido, de acordo

com MORRIS (1973).

Outra hipótese nos é apresentada por Donald V. Etz (1993), de que

os anos são expressos por múltiplos de cinco ou dez anos, o que daria 96 a

193 anos para Matusalém. Já BENNET (1897) aprofunda este conceito,

introduzindo a ideia de que os números expressos em Gênesis, 5 estavam na

forma decimal, afirmando que “certamente é muito mais racional concluir

que Noé viveu 50 anos em vez de 500 anos antes de se casar e gerar Sem,

Cam e Jafé", colocando 96 anos de vida para nosso personagem, o que torna o nascimento de Lameque aos 18 anos deste, mas traz o problema de seu

nascimento, tendo este nascido com seu pai tendo 6,5 anos somente.

47

Ambas as hipóteses esbarram em inúmeras dificuldades, e diversas táticas foram tentadas para explicar a mesma. MOLLOY (1911), na Enciclopédia Católica, “certos exegetas resolvem a questão para o seu próprio interesse, declarando que o ano que o escritor sagrado quis dizer

não é o equivalente ao nosso ano”, tratando a questão das idades como

literal. PILCH (1999) reforça esta visão, apresentando uma justificativa teológica de que os seres humanos foram feitos para viverem na eternidade,

mas devido o pecado no Jardim do Éden, Deus limitou a menos de 1000

anos de vida. De acordo com GNUSE (2014), isso ocorre para mostrar que

Matusalém não era divino. Posteriormente ao Dilúvio, encurtou

progressivamente a vida humana. Esse encurtamento será visto no texto

“Sem: o homem de várias gerações”, tratado na próxima era.

CRONOLOGIA DA ERA ADÂMICA

AM*

ANO cC*

EVENTO BÍBLICO

REF***

*

Saída do Eden, por Adão e Eva;

Gn, 3,23

-4219

1

Nascem Caim e Abel

Gn, 4,1-2

-4200

20

Caim mata Abel no campo

Gn, 4, 8

-4089

131

Nasce Seth

Gn, 5,3

-3985

235

Nasce Enos

Gn, 5,6

-3895

325

Nasce Cainã

Gn, 5,9

-3825

395

Nasce Maalael

Gn, 5,12

-3760

460

Nasce Jarede

Gn, 5,15

-3598

622

Nasce Enoque

Gn, 5,18

-3533

687

Nasce Matusalém

Gn, 5,21

-3346

874

Nasce Lameque

Gn, 5,25

-3289

931

Morre Adão, aos 930 anos

Gn, 5,5

-3233

987

Enoque é levantado aos Céus

Gn, 5,24

-3178

1042

Morre Seth, aos 912 anos

Gn, 5,8

-3164

1056

Nasce Noé

Gn, 5,28-29

-3080

1140

Morre Enos, aos 905 anos

Gn, 5,11

-2985

1235

Morre Cainã, aos 910 anos

Gn, 5,14

-2930

1290

Morre Maalael, aos 895 anos

Gn, 5,17

-2798

1422

Morre Jarede, aos 962 anos

Gn, 5,20

48

Cronologia da Era Adâmica

Autoria Própria

A SEGUNDA ERA COMUM: NOÉTICA

“Mas contigo estabelecerei meu pacto”

Gênesis, 6,18

A segunda era da dispensação comum é a Noética. Inicia-se no

Chamado de Noé e vai até o Chamado de Abrão. Assim como a era Adâmica, a Noética apresenta a descendência de Adão, desta vez saindo,

principalmente, pelo filho mais velho de Noé, Sem. Temporalmente, vai de

1536 até 2033 d.E (2678 a 2191 a.C.). Na Bíblia, está em Gênesis, entre 6,3, e 11,32. É a primeira era com divisão em períodos, sendo aqui três: Pré-diluviano, Diluviano e Pós-Diluviano.

O PERÍODO PRÉ-DILUVIANO

Não contenderá o meu Espírito para sempre

com o homem; porque ele também é carne

Gênesis 6:3

O primeiro período é o Pré-Diluviano. Este período, que está na

Bíblia de Gn, 6,3 até Gn, 7, 6, mas com fatos apresentados em Gn, 5

(nascimento dos filhos de Noé e morte de Lameque) durou 120 anos, de

1536 a 1656 d.E. (2678 a 2558 a.C.), e marca o período em que Noé, então

com 480 anos, é designado a construir a Arca. Deus, em Gn, 6,1-3, fala

sobre a humanidade caída, e data 120 anos para que esta chegue ao fim.

49

Chama então a Noé e o avisa que irá trazer as águas, e que é para este e sua família entrarem nesta.

A ARCA DE NOÉ

Faze para ti uma arca da madeira de gofer

Gênesis 6:14

A Arca de Noé é o resultado do trabalho deste com a sua família.

Não vamos analisar a família, mas a embarcação. Com relação a Arca em si,

até para os padrões atuais, esta impressionaria. Uma fantástica obra de engenharia feita de madeira de cipreste e calafetada de betume, ambos mais

leves que a água, permitindo a flutuação. Possuía 300 côvados de comprimento (136 metros), 50 de largura (44 metros) e 30 de altura (13,6

metros), ocupando uma área de 1,19 jeiras (2907 m²). Com três andares de

10 côvados cada (4,4 metros), é uma obra que tinha capacidade de 10947

omêr aproximados (3,94 milhões de litros), sendo usado, em sua construção,

com 32,4 jeiras de madeira para toda a estrutura (81000 metros quadrados),

com peso de 1,241 milhões de talentos (45 mil toneladas aproximado). Para

se ter uma ideia, este é o tamanho médio de um navio cargueiro moderno

padrão.

50

Esquema das dimensões da Arca de Noé

Autoria Própria

Além disso, destaca-se o fato de que cientistas da Universidade de

Leicester, na Inglaterra, através de cálculos complexos, chegaram à conclusão de que a Arca, graças à sua forma e materiais utilizados, ava o peso de 6,012 milhões de talentos (215 mil toneladas), entre

animais, pessoas, alimentos. Tal número seria suficiente para receber, pelo menos, 35000 animais necessários para garantir o mínimo da restauração do

Reino Animal, conforme palavras de Oliver Youle, para o periódico Journal of Physics Special Topics, da própria Universidade, em 2013.

O PERÍODO DILUVIANO

E durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra, e

cresceram as águas e levantaram a arca, e ela

51

se elevou sobre a terra.

Gênesis 7:17

O segundo período é o do Dilúvio. Um dos menores períodos de

toda a Bíblia, com 370 dias de duração (ou 12 meses e 17 dias no calendário Hebreu). É o período em que se cumpre o chamado de Deus sobre Noé, e

este entra na Arca para ocorrer as águas diluvianas. Também é quando morre o ser-humano de maior idade de todos: Matusalém, com 969 anos de

idade. Está na Bíblia entre Gn, 7.6 e Gn, 8, e contempla os anos 1565 a

1657 a.M. (2558 a 2557 a.C). Os números relacionados ao Dilúvio são

impressionantes. Quanto as águas, a Bíblia fala, em Gn, 7, 19-20, que estas aram o cume das montanhas em 15 côvados (6.6 metros). Nos valendo

de Geometria Euclidiana e das conversões das medidas bíblicas para as

nossas, chegamos a dados grandiosos.

A Terra tem um raio de 7239 caminhadas de um sábado, 3 estádios,

57 canas, 3 côvados e 1 palmo (6371 km), com uma superfície de 204.040.000.000 de jeiras (510.100.000 km²) e um volume de

2.927.594.594.594.594.594.594 coros (1.083.210.000.000 km³). Com as águas atingindo a altura de 10 jornadas de sábado, 20 canas e 4 côvados

(8854,6 m), pois a Bíblia fala que as águas aram as montanhas mais

altas em 15 côvados (6,66 metros), e o Everest, mais alto, tem 8848 m de

altitude, o raio da Terra até as águas chega a 7249 caminhadas de um sábado, 2 estádios, 8 canas, 3 côvados e 1 palmo menor (6379,495 km),

chegando a uma superfície terrestre de 204.466.507.588 de jeiras (511.166.268,97 KM³), um aumento de 0,21% na área total , com acréscimo

de 426.507.588 de jeiras (ou 1.066.268,97 KM²). O volume do planeta ou a ser de 2.937.810.810.810.810.810.810,81 coros

52

(1.086.990.000.000 KM³), com uma variação de 24,14%, sendo um total de

10.216.216.216.216.216.216,21 COROS extras de água.

(3.780.000.000.000.000.000.000, ou 3,78 x 10^21 litros de água).

Esquema das águas do Dilúvio

Autoria própria

CRONOLOGIA DO DILÚVIO

E no segundo mês, aos vinte e sete dias do mês,

a terra estava seca.

Gênesis 8:14

Interessante notar que o autor de Gênesis nos deu com clareza uma

cronologia dos eventos do Dilúvio. De fato, é o período bíblico em que

temos uma maior descrição cronológica. A única dificuldade de determinar

uma datação 100% precisa é que a Bíblia usa como referencial as datas de

53

Noé. A única certeza é que o Dilúvio ocorrera em um Ano Comum Deficiente (353 dias), dado análise de nossa cronologia.

Evento

Data A.M.

Deus avisa que fechará a Arca

10º dia/02º Mês/01º Ano

Rompem-se as fontes das águas e inicia-se o Dilúvio 17º dia/02ºmês/01º Ano

Cessam as chuvas.

28º dia/03º Mês/1º Ano

Arca repousa sobre o Monte Ararat

17º dia/07º Mês/01º Ano

Aparece os cumes dos montes

01º dia/10º Mês/01º Ano

Noé solta o Corvo

10º dia/11º Mês/01º Ano

Noé solta a Pomba

17º dia/11º Mês/01º Ano

Noé solta novamente a Pomba, que não volta mais 24º dia/11º Mês/01º Ano

Noé remove a cobertura da Arca

01º dia/01º Mês/02º Ano

Noé sai da Arca

27º dia/02º Mês/02º Ano

O PERÍODO PÓS-DILUVIANO

E eu, eis que estabeleço a minha aliança

convosco e com a vossa descendência depois

de vós.

Gênesis 9:9

Já o terceiro período é o Pós-Diluviando, período que a terra e a

humanidade renascem, e dura até o chamado de Abraão. Apresenta-se na

Bíblia de Gn, 9, até Gn, 11, perfazendo os anos de 1657 até 2023 a.M.

(2556 a 2190 a.C.). É o período em que os filhos de Sem, Jafé e Can se

espalham na Terra, habitando em todos os rincões do mundo, que ocorre

devido a Torre de Babel. Tal obra ficava localizada em local homônimo, e

tem este nome porque fora aí que Deus produzira inúmeras línguas, não

deixando mais os homens terem facilidade de se comunicar, provocando tal

diáspora. Outro ponto de destaque é a redução da expectativa de vida 54

humana. Desde o Dilúvio, os anos de vida dos seres humanos cai depressa.

Em 10 gerações, esta cai de mais de 900 para tão somente 170 anos.

Esquema com a cronologia de Sem até Abrão

Autoria Própria

SEM: O HOMEM DE VÁRIAS GERAÇÕES

E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-

lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a

terra.

Gênesis 9:1

Com isso, podemos destacar a figura de Sem. O pai dos povos

Semitas nasceu antes das águas do dilúvio, e foi um dos responsáveis por

repovoar o planeta. Ao analisarmos sua descendência, verificamos que, salvo Heber, seu bisneto, toda as suas gerações posteriores, até a 10ª, vieram a falecer antes deste. Podemos incluir nesta lista Tera e seu filho, Abraão.

55

Dos que conheceram a Sem e viveram após este morrer,

destacamos o patriarca Isaque e seus dois filhos, Jacó e Esaú, que nasceram quando este ainda era vivo. Além disso, Sem também vê seu bisavô, Matusalém, seu avô, Lameque, e seu pai, Noé morrerem. Ao todo, sua vida

foi de 602 anos, 2/3 da expectativa adâmica. Isso acontece por que ocorre,

após o dilúvio, uma redução da expectativa de vida. Podemos verificar isso

ao vermos Sem de 602 anos. Abaixo, temos um esquema do Cronologia de

Sem e seus descendentes.

Esquema gráfico com a cronologia de Matusalém até Jacó

Autoria Própria

56

CRONOLOGIA DA ERA NOÉTICA

PERÍOD

ANO

AM**

EVENTO BÍBLICO

REF***

O

cC*

-2684

1536

Deus anuncia fim do Homem a Noé

Gn, 6,3

Pré-

-2664

1556

Nascem Sem, Can e Jafé

Gn, 5,32

Diluviano

-2569

1651

Morre Lameque, aos 777 anos

Gn, 5,31

Início do Dilúvio;

Gn, 7,6

-2464

1656

Matusalém morre antes do Dilúvio, aos

Diluviano

Gn, 5,27

969 anos

-2563

1657

Fim do Dilúvio, em 27/cheshvan (07/11)

Gn, 8,16

-2362

1658

Nasce Arfaxade

Gn, 11,10

-2327

1693

Nasce Selá

Gn, 11,12

-2497

1723

Nasce Heber

Gn, 11,14

-2463

1757

Nasce Pelegue

Gn, 11,16

-2433

1787

Nasce Reú

Gn, 11,18

-2401

1819

Nasce Serugue

Gn, 11,20

-2371

1849

Nasce Nacor

Gn, 11,22

Pós-

-2342

1878

Nasce Tera

Gn, 11,24

Diluviano

-2320

1900

Torre de Babel

Gn, 1-9

-2272

1948

Nasce Abraão, Naor e Harã

Gn, 11,26

-2262

1958

Nasce Sarai

1*

-2224

1996

Morre Pelegue, aos 239 anos

Gn, 11,19

-2223

1997

Morre Nacor, aos 148 anos

Gn, 11,25

-2220

2000

Morre Harã

Gn, 11,25

-2213

2007

Morre Noé, aos 950 anos

Gn, 9,29

Cronologia da Era Noética

Autoria Própria

57

CAPÍTULO 03 - A DISPENSAÇÃO JUDIA:

DA PROMESSA AO SEU CUMPRIMENTO

“A tua descendência tenho dado esta terra,

desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates”

Gênesis, 15, 18

Findo a dispensação das duas linhagens, Deus chama um homem

para ter, para si, um povo. Neste ponto começa a Dispensação dos Judeus,

onde a Bíblia trata com uma nação que procede de Abraão. A Dispensação

dos Judeus é a maior de toda as Escrituras. Inicia-se em Gênesis, 12, com o chamado de Abraão e vai até o Pentecostes, em Atos 2. Engloba todos os

profetas até Paulo de Tarso. Ela a por quase todos os livros bíblicos,

sendo que por todos do Antigo Testamento. Em termos temporais, durou

2226 anos indo de 2023 até 4248 d.E. (2191a.C até 35d.C). Está dividida

em sete eras distintas: Abraônica, Egípcia, Promessa, Juízes, Real, Provincial e Messiânico

58

.

O PERÍODO ABRAÔNICO

“Sai de tua terra, e da tua parentela, e da casa

de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.”

Gênesis, 12,1

A dispensação judia começa com a era Abraônica, que possui tal

nome devido ao primeiro patriarca, Abraão. A era começa quando este tem

75 anos e morava em Harã, atual sul da Turquia, mas nascera em Ur. Nesta

época, Ur era uma cidade Caldéia, daí a expressão Ur dos Caldeus. Já Harã

é uma cidade cananeia, ou seja, de Canaã. Na Bíblia, tal Era encontra-se

entre Gn, 12,1 e Gn, 44,34. Temporalmente ocorre entre 2023 e 2238 d.E.

(2191 até 1976 a.C). Esta é uma das 3 eras judias que não possui períodos.

Esta é a era do surgimento do povo de Deus.

Abrão, como era conhecido, recebe o chamado em Harã, depois de

migrar com seu pai, Tera, sua esposa, Sarai, e seu Sobrinho, Ló. Tal chamado afirma que é para Abrão deixar a sua terra, sua parentela e seu pai, 59

para ir a um lugar que Deus ainda o falaria. A viagem da família de Tera de Ur para Harã foi longa. Ur foi uma importante cidade-estado na antiga

Suméria, localizada nas proximidades da atual cidade de Tell el-Muqayyar,

na província de Dhi Qar do Iraque, ao o que Harã era uma pequena vila

localizada na atual cidade de Şanlıurfa, Turquia, distando ambas 1231 km.

Assim, deixa seu pai, então com 145 anos, e viaja com esposa e sobrinho,

seguindo para o sul, para a região da Palestina, e começa a peregrinação e

os eventos que levariam, vinte e cinco anos depois, ao nascimento de seu

filho, Isaque. Já Tera vive mais 60 anos, em Harã.

Não é missão deste estudo detalhar todos os eventos, mas

apresentar quando tais ocorrem. Por isso, não será detalhado vida de Abraão, mas devemos destacar alguns pontos importantes, primeiramente é

a promessa, apresentada em Gn, 12,7. Abrão chegara ao carvalho de Moré e

Deus diz que dará toda aquela terra a semente deste, ou seja, seus herdeiros.

Isso para um homem de pelo menos 75 anos, com esposa de 65. O segundo

é o reforço da promessa, quando Abrão tinha em torno de 82 a 84 anos.

Após a vitória na guerra contra os cinco reis, quando Deus lhe fala, em Gn, 15,1, que era “teu escudo, o teu grandíssimo galardão”, este responde questionando, no versículo seguinte, “Senhor Jeová, o que há de me dar,

pois ando sem filhos”. O Senhor, então, manda olhar os céus, e o manda

contar as estrelas, para demonstrar que assim seria a sua semente: numerosa.

O terceiro ponto encontra-se em Gn 15, 13, após o sacrifício do

boi, da cabra, do carneiro, da rolinha e do pombo. Nesta visão, Deus avisa a

Abrão que seus descendentes seriam peregrinos em terras estrangeiras por

quatrocentos anos. Tal profecia viria a se cumprir com seu bisneto, José, ao qual trataremos mais à frente. Em quarto, com 99 anos, quando o nome

60

deste é mudado finalmente para Abraão, Deus fala em Gn, 17, 6 e 8 que faria “frutificar grandissimamente e de ti farei nações”, dando “a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão”. E

finalmente, poucos meses depois, nos carvalhais de Manre, quando o Senhor com dois anjos a a frente das tendas e este os para, dá-lhes de

comer, e recebe a promessa de que naquele tempo Sara se tornaria mãe,

sendo que esta ri, pois era uma senhora de 89 anos, sendo respondida por

Jeová que “haveria coisa alguma difícil ao Senhor? (Gênesis, 18, 14).

Finalmente, após vinte e cinco anos, cumpre-se a promessa com o nascimento de Isaque, com Abraão e Sara com 100 e 90 anos, respectivamente.

SURGEM OS PATRIARCAS

E era Abraão já velho e adiantado em idade, e o

SENHOR havia abençoado a Abraão em tudo.

Gênesis 24:1

Após os eventos com o patriarca Abraão, seu filho, Isaque com 40

anos, casa-se com Rebeca e tem os filhos gêmeos Esaú, primogênito, e Jacó.

Após Jacó, junto com sua mãe, enganarem Isaque para que este dê a benção

ao filho mais novo (benção esta comprada por um prato de cozido junto ao

seu irmão), este foge com medo e parte para Harã, na casa de seu tio Labão, irmão de Rebeca. Labão era pai de duas moças, Léia e Raquel, suas primas.

Jacó se apaixona por Raquel, pede a mão desta a Labão, mas seu tio faz um

estratagema para que fosse Léia que se casasse. Este, então, trabalha para

poder ter a mão de Raquel. Casado com ambas, tem seus doze filhos e uma

61

filha, a saber: com Léia, Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, e a

única menina, Diná; de Zilpa, a serva de Léia, teve Gade e Aser; de Bila,

serva de Raquel, a quem esta entregou ao marido, deu Dã e Naftali; e finalmente, de sua amada Raquel, José, e, posteriormente, Benjamin.

Genealogia de Abraão até os filhos de Jacó

Autoria Própria

Após isso, Jacó foge de Labão com todos os seus filhos e mulheres,

voltando para a terra de seus pais, onde tem seu nome alterado para Israel e cria ali os doze (Benjamin ainda não era vivo). Dentre estes, destaca-se

José, o filho mais amado, conforme Gn, 37, 3. Isso gerou a discórdia entre

este e seus irmãos. Os sonhos dos onze molhos, ou feixes, curvando-se ao

de José (Gn, 37,7), e o das estrelas, sol e lua, que se curvam a este (Gn,

37,9), reforçaram a ira dos irmãos, que viam este como prepotente. O cume

da dissidência ocorre em Gn, 37, a partir do versículo 18. José é mandado

62

de Hebrom para Siquém, por Israel, para verificar como estão os irmãos e o rebanho. A viagem entre estes dois lugares é de 2 jornadas de um dia e 28

jornadas de um sábado (aproximadamente 95 quilômetros, distância percorrida em torno de três dias, próximo da distância entre a cidade do Rio de Janeiro e a de Piraí/RJ). Ao verem o irmão, tramam a morte deste, sendo

convencidos por Rubem a não o fazer (Gn, 37,22). Ao chegar José, porém,

seus irmãos tramam a artimanha de jogá-lo em uma cova, e depois, liderados por Judá, acabam por vendê-lo a uma caravana ismaelita, na ausência do primogênito, provocando a ida do caçula para o Egito. Para

justificarem ao pai, informam que o caçula fora morto, causando a tristeza

do mesmo.

A história de José é conhecida. Vendido a Potifar, prospera a casa

deste, mas é enviado à prisão, devido a uma artimanha da esposa deste.

Após, desvenda sonhos dos prisioneiros e, após alguns anos, o do próprio

Faraó. Cresce e lidera o Egito. Na fartura e na fome, faz a casa do Faraó

prosperar. Os irmãos buscam-no, e este age com estratagema para enganá-

los. Após os mesmos assumirem a culpa pela servidão de José, este se

apresenta aos onze, e anuncia que os perdoa, mandando trazer seu pai e

famílias para as terras Egípcias. Esta reconciliação marca o fim da primeira era.

ABUNDÂNCIA E FOME: GESTÃO DOS RECURSOS LIMITADOS

Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca

se governará todo o meu povo, somente no

trono eu serei maior que tu.

Gênesis 41:40

63

De todos os momentos que marcaram a vida de José no Egito,

nenhum se compara ao do sonho do Faraó. O sonho das espigas e das vacas

magras devorando as gordas e cheias provoca uma revolução no país. O

principal chefe da nação a a ser um estrangeiro, com uma missão de

quatorze anos. A difícil missão era fazer com que a fome não chegasse a

todos, mitigando-a ao máximo. Deus, então, apresenta a solução, que é seguida à risca por José e pelos egípcios: nos sete anos de abundância, 1/5

de toda a produção deveria ser entregue nas mãos do governo, que seria

responsável por redistribuir ao povo durante os anos seca.

Aqui, temos que nos atentar em dois pontos. Primeiro, as espigas e

as vacas não eram normais. Eram gordas, cheias, o que dar a entender que a

produção fora muito acima das expectativas. Inclusive, dependendo do quanto fora o aumento, a população poderia ter até mais do que normalmente teria nos anos comuns, mesmo retirando a parte dos tributos

para a seca. Por exemplo, se a produção em fosse 25% maior que a produção comum, mesmo com a reserva, o cidadão teria aumento de ganhos

na ordem de 1% para cada 1,25% extra. Possivelmente, Deus tenha providenciado a abundância maior que estas, para que os efeitos da seca

tenham sido menores, e o consumo de mantimentos possa ter sido maior

que uma dieta composta por 20% do regular. Considerando o mesmo aumento acima especificado, de 25%, a dieta provida nos tempos de seca já

seria 5% maior, com incremento de 1% para cada 5% de aumento nos

alimentos produzidos.

Se considerarmos que a produção nos anos de abundância tivesse

dobrado em relação aos anos comuns, uma área produzisse 100 espigas de

trigo regularmente, produziria 200, das quais 40 iriam para a reserva, e 60

extras iriam para a população, que poderia guardar parte deste excedente

64

para a época da seca. Se guardassem somente metade do excedente, viveriam com 130 espigas daquela área, enquanto na seca, teriam as 40

distribuídas pelo governo e mais as 30, totalizando 70, quantidade 3,5 vezes maior que se necessitassem separar da produção regular.

CRONOLOGIA DA ERA ABRAÔNICA

ANO

AM*

EVENTO BÍBLICO

REF***

cC*

*

-2197

2023

Chamado de Abrão

Gn, 12,1

-2194

2026

Morre Reú, aos 239 anos

Gn, 11,21

Guerra de Quatro Reis contra Cinco

Gn, 14

Abrão salva Ló do cativeiro

Gn, 14,16

Melquisedeque abençoa Abrão

Gn, 14,18-20

-2190

2030

Deus promete que a descendencia de Abrão seria

Gn, 15,1

incontável

Deus avisA que a Descendencia de Abrão

peregrinaria por terra estrangeira por 430 anos

Gn, 15,13

-2186

2034

Nasce Ismael

Gn, 16,16

Deus muda o nome de Abrão para Abraão

Gn, 17,5

Instituída a Circuncisão

Gn, 17,11

Deus muda o nome de Sarai para Sara

Gn, 17,15

-2173

2047

Deus envia anjos e tira Ló de Sodoma

Gn, 19,12-13

Deus destrói Sodoma e Gomorra

Gn, 19,23-29

Nasce Ben-Ami e Moabe, filhos de Ló e pai dos

Gn, 19,30-38

Amonitas e Moabitas

-2172

2048

Nasce Isaque

Gn, 21.2

-2171

2049

Morre Serugue, aos 230 anos

Gn, 11,23

Deus testa Abraão ao mandá-lo sacrificar Isaque

-2156

2064

Gn, 22

no Monte Moriá

-2137

2083

Morre Tera, aos 205 anos

Gn, 11,32

-2135

2085

Morre Sara, aos 127 anos

Gn, 23,1-2

-2132

2088

Isaque e Rebeca casam-se

Gn, 24,67

-2124

2096

Morre Arfaxade, aos 438 anos

Gn, 11,13

-2112

2108

Nascem Jacó e Esaú

Gn, 25,21-26

-2097

2123

Morre Abraão, aos 175 anos

Gn, 25,7-11

-2094

2126

Morre Selá, aos 433 anos

Gn, 11,15

-2080

2140

Esaú vende a Primogenitura a Jacó

Gn, 25,27-34

-2072

2148

Jacó recebe a benção

Gn, 27,27-29

Jacó foge da presença de Esaú

Gn, 28,2-5

Jacó vê a escada aos Céus;

Gn, 28,12

65

Jacó chega na casa de Labão

Gn, 29,10

-2065

2155

Jacó casa com Lia

Gn, 29,21-26

-2062

2158

Morre Sem, aos 602 anos

Gn, 11,11

-2058

2162

Jacó casa com Raquel

Gn, 29,27-30

Gn, 29,31-35

-2057

2163

Nascem os filhos de Jacó

Gn, 30,1-21

Jacó deixa casa de Labão

Gn, 31,17-21

-

Jacó luta com Deus e tem seu nome alterado para

2168

Gn, 32,22-30

20`50

Israel

Israel reconcilia-se com Esaú

Gn, 33,1-17

-2049

2171

Morre Ismael, aos 137 anos

Gn, 25,17

-2033

2187

Morre Heber, aos 464 anos

Gn, 11,17

-2021

2199

Nasce José

Gn, 30,22-24

José é vendido como escravo e levado a casa de

Gn, 37,23-28

-2004

2216

Potifar no Egito

Gn, 39,1

-1992

2228

Morre Isaque, aos 180 anos

Gn, 34,29

Faraó tem o sonho das Espigas de Trigo e dos

Gn, 41,2-7

Bois

-1992

2229

José interpreta os sonhos de Faraó

Gn, 41,25-36

José Governador sobre todo o reino de Faraó

Gn, 41,37-46

-1990

2230

Início dos anos de abundância no Egito

Gn, 41,38

Início dos anos de Fome no Egito

Gn, 41,53-54

-1983

2237

Irmãos de José descem ao Egito e este os

Gn, 42,1-3

reconhecem

Gn, 42,7

A SEGUNDA ERA JUDIA: EGÍPCIA

“Assim, não fostes vós que me enviastes para

cá, senão Deus...”

Gênesis, 45, 8

Logo após a emocionante reconciliação de José com os irmãos,

este chama todos da casa de seu pai habitarem no Egito, sob a sua proteção.

É o início da era egípcia. A segunda era judia encontra-se nas escrituras

entre Gn, 45, e Êx, 3. É a primeira era que possui referencial em mais de um livro bíblico. Temporalmente, vai de 2238 até 2668 d.E (de 1976 até 1546a.C), perfazendo 430 anos. Possui dois períodos: o de Liberdade e o da

Servidão. Curiosamente, é aqui o único momento em que temos dificuldades de encontrar uma datação que diferencia os dois períodos.

66

Porém, mais para frente, apresentaremos o contexto que nos permite definir uma data.

Agora, fica a questão: quem era o Faraó que dera tal poder a José, e

este teria interpretado seu sonho? Considerando que a interpretação do sonho ocorrera em 2229 d.E (1992 a.C), conforme nossos resultados, podemos dizer que este é Nebtauiré Mentuotepe IV, da dinastia XI, neto do fundador desta e unificador do Egito, Nehebpetré Mentuetepe II.

Possivelmente, a nomeação de José teve o apoio e fora incentivada por seu

vizir, Sehetepibré Amenenhat I, primeiro membro da Dinastia XII. Isso porque a dinastia XII inicia-se por uma traição de Amenenhat I a Mentuotepe IV um ano depois da nomeação de José, mas este permanece

nas suas funções, conforme os relatos em Gn, 41 até o final do livro. Isso

demonstra que José gozava de amplo respeito na corte real egípcia, independente das forças políticas que dominavam a nação na época

O PERÍODO DE LIBERDADE

E os filhos de Israel frutificaram, aumentaram muito,

e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente;

de maneira que a terra se encheu deles.

Êxodo 1:7

O período de Liberdade é o período em que os judeus viviam e

prosperavam no Egito. Começa com o perdão de José a seus irmãos, e

consequentemente, a ida de seu pai, e encerra no início da servidão de seus descendentes. É um período de prosperidade para os judeus, que crescem

em riquezas e números. Na Bíblia, encontra-se entre Gn, 45 e Gn, 50, 67

marcando o fim do primeiro livro do Pentateuco. Cronologicamente, situa-se entre 2238 e 2560 a.M. (1976 a 1650 a.C), totalizando 322 anos.

Esse período é interessante pois verificamos o revezamento de algumas dinastias no trono egípcio e, mesmo assim, a permanência dos

judeus como povo livre. Nesse período, o Egito a pela queda da dinastia XII, com o levante dos Hicsos, povos semitas, que tinham os judeus e os

povos cananeus por aliados, e seu levante ao trono nas dinastias XII e XV.

As dinastias XIV e XVI também se levantam neste período para rivalizarem

com os faraós hicsos, mas são suplantadas, chegando estas dinastias estrangeiras ao ápice.

Aqui, devemos destacar um ponto. Salvo o primeiro capítulo de

Êxodo, não existe na Bíblia referências a este período. Somente que os

hebreus eram livres e que esta se encerra no levante de um novo monarca ao

trono, que leva o povo a escravidão.

O PERÍODO DE SERVIDÃO

E pam sobre eles maiorais de tributos,

para os afligirem com suas cargas

Êxodo 1:11

O segundo período da era egípcia é da Servidão. Este período é

marcado pelo fim das liberdades dos judeus, que se tornam obrigados a

servir nas obras, em especial no fornecimento de matéria-prima para os

serviços imperiais, e também pelo crescimento populacional vertiginoso destes. Encontra-se na Bíblia em Êx, 1 até Êx, 2. Temporalmente, este período encontrase entre 2560 a 2668 d.E. (1650 a 1542 a.C), perfazendo

108 anos.

68

OS FARAÓS DA SERVIDÃO

Então ordenou Faraó a todo o seu povo,

dizendo: A todos os filhos que nascerem

lançareis no rio, mas a todas as filhas

guardareis com vida.

Êxodo 1:22

Nas escrituras, não há qualquer referência sobre quem tenha tornado servos os

judeus. A única fonte bíblica encontra-se em Êxodo, 1, 6-14. Tal texto fala, primeiramente, das descendências dos judeus prosperando no Egito, crescendo em número e riquezas, e provocando o receio dos líderes. Isso gera, primeiro, a alta tributação e, depois, a servidão dos judeus.

Então, como verificar o que houve? Para tanto, recorreremos a

fontes externas, para explicar o que provocou tal situação. Por volta de 1800

a.C, a Dinastia XII ainda governava o Egito. Esta é a mesma que viu José

ser Governador. Porém, tal poder iria ser abalado. Os povos Hicsos, vindos

da Ásia, invade o baixo Nilo, e tomam Menfis, fazendo-a sua capital e

inaugurando a Dinastia XIII, em 1800 a.C.. Tal povo era de origem semita,

69

e possuía boas relações com os povos de Canaã, o que fizera com que os israelitas gozassem de boas relações com o rei.

Posteriormente, por volta de 2560 a.M. (1650 a.C.), os hicsos perdem a hegemonia do poder pelos nativos, mas permanecem no Egito, e

os israelitas, que prosperaram no governo destes, am a ser perseguidos, por representarem uma ameaça, pela aliança com os mesmos e pelo grande

número, vivendo no coração do Egito, em uma das regiões mais férteis do

país. A perseguição ocorre cada vez mais forte, até que Moisés é enviado

por Deus pela remissão dos israelitas. Sekhemresementawy Djehuti fora o fundador da dinastia XVI, e parece ter sido o primeiro a promover as perseguições. Tal ação, contra os judeus, prospera com a queda de Merankhré Mentuotepe VI, último faraó da dinastia, e a ascenção de SekhemrewahkhawRahotep, faraó que funda a dinastia XVII.

A guerra contra os hicsos permanece por toda a Dinastia XVII,

sendo expulsos por Nehebpetiré Amósis II, fundador da dinastia XVIII.

Porém, é no governo do seu antecessor, o último faraó da dinastia XVII e

irmão mais velho de Amósis II, Wadjkheperré Camés, que existe o movimento de Deus por Moisés. Assim, podemos dizer que este foi criado

junto a Camés e Amósis II, como membro da casa real da décima sétima

dinastia do Egito, mas sendo resgatado do Nilo durante o reino de Sekhemresetawy SebecotepeVIII, da Dinastia XVI, o que aponta para que as três dinastias tivessem relação uma com a outro, somente representada por marcos que a alteraram, sem contudo, excluir a mesma

família do poder.

É POSSÍVEL 2 MILHÕES?

70

Mas quanto mais os afligiam, tanto mais

se multiplicavam, e tanto mais cresciam

Êxodo 1:12

Como verificar se eram possíveis a taxa de crescimento

proporcionar uma população de 2 milhões de pessoas em 430 anos? E

quantas realmente saíram do Egito? Foram mesmo 2 milhões? Como tais

respostas não se encontram na Bíblia, e o número apresentado é estimativa,

resolvemos testá-lo para ver se é verdadeiro. Para tanto, vamos analisar dois versículos bíblicos.

Em Gn, 46, 7-27, temos a lista de todas as almas que entram no

Egito. São sessenta e seis, mais José, seus dois filhos, e o próprio Jacó,

totalizando setenta. Dessas, somente duas mulheres são citadas: Diná, filha de Jacó, e Sera, filha de Aser. As demais não são contadas, conforme Gn,

46, 26 (“Todas as almas que vieram com Jacó ao Egito, que saíram dos

seus lombos, fora as mulheres dos filhos de Jacó (..)” ). Assim, temos que eram 68 homens que entraram no Egito, sendo quatro da casa de Levi. Esta

separação será importante por causa dos dados expressos no livro de Números, que traremos mais adiante.

Quanto às mulheres, teremos que usar da matemática para

estimarmos quantas desceram ao Egito. Como não temos como estimar especificamente a população por sexo na época da peregrinação, podemos

usar como referência para definir esta relação ao total de homens e mulheres nos

dias de hoje, haja visto que, de um modo geral, as alterações deste

número são poucas na série histórica. De acordo com o Centro de Pesquisas

Pew, com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado no

jornal O Globo, em 2015, nascem 21 homens a cada 20 mulheres no mundo.

71

Logo, podemos dizer que, das que desceram de Canaã para o Egito foram, ao todo, 64 mulheres, sendo 60 das tribos em geral e 4 da casa de Levi.

Assim, concluímos que o total de membros da casa de Jacó são, ao todo,

132 almas, incluindo as quatro que já estavam no Egito.

Agora, vamos ler as informações de Números. Neste livro, os que

saíram eram foram expressos primeiramente em Nm, 2, 32 como sendo

603.550. Esse número diz despeito aos filhos de Israel, maiores de vinte

anos, de todas as tribos, conforme ordem de Deus dada em Nm, 1,3. Nesta

lista, exclui-se os filhos da tribo de Levi pois os levitas são contados separadamente, conforme Nm, 3, 15 e o resultado do censo é dado em Nm,

3, 39, quando são apresentados 22.000 homens acima de um mês de idade.

Além das informações, podemos buscar os dados para os menores

de vinte anos das demais tribos de Israel. Hoje, no Brasil, de acordo com o IBGE, a população de menores de 20 anos gira em torno de 30 a 35% da

população, com este número em queda. Assim, para apresentarmos dados

mais fidedignos, estimamos em 50% a população desta faixa etária.

Com base nas informações acima, e sabendo que a peregrinação

dura 430 anos, podemos estimar a taxa de crescimento e a população total

na saída do Egito. Usando o conceito matemático de progressão geométrica,

com 44 termos, sendo o primeiro o 1º ano, o 2º sendo dez anos depois, e

assim até o ano 44º, que é o ano 431 da peregrinação, que é quando se inicia o Êxodo, e com base nos dados acima, temos que a população dos filhos de

Israel, menos da casa de Levi, chegara a um total de 2.356.720 pessoas, e

crescia em média em 25,75% a cada década, o que é plausível, pois dá,

aproximadamente, 2,5 filhos por casal em média. Já com os levitas e suas

esposas, o total era de 42952 pessoas ao todo, sendo que a taxa era de

24,09%, um pouco abaixo das demais tribos. No total, eram 2.399.672 de

72

pessoas saindo do Egito, graças ao crescimento populacional total de 25,65% por década. Abaixo segue uma versão simplificada da evolução

populacional dos hebreus durante o cativeiro, sendo que, em anexo, encontra-se a tabela completa, com a estimativa de evolução por década.

Tabela simplificada da população dos hebreus no Egito

Autoria própria

Claro que estes cálculos são estimados. Nos anos do nascimento de

Moisés, uma onda de ataques a recém-nascidos homens afetou o número

dos israelitas, representando um momento de redução da população. O

doutor Petri, em suas escavações em 1896 encontrou uma placa de granito

com os dizeres " os israelitas estão diminuindo até o ponto de não haver descendentes" um paralelo a êxodo Capítulo 10 Versículo 22, essa redução, contudo, não provoca erro em nossos dados gerais, uma vez que são baseados na população masculina que entrou e a que saiu do Egito.

CRONOLOGIA DA ERA EGÍPCIA

ANO

AM*

PERÍODO

EVENTO BÍBLICO

REF***

cC*

*

Hictita

-1982

2238

José reconcilia-se com os irmãos

Gn, 45,1-15

Israel desce ao Egito

Gn, 46,1-27

Israel reencontra-se com José

Gn, 46,29

73

-1980

2240

Provações de Jó

Jo

Morre Jacó/ Israel, aos 147 anos

Gn, 49,33

-1965

2255

Morre Esaú

2*

-1911

2309

Morre José, aos 110 anos

Gn, 50,26

-1632

2588

Nasce Moisés

Ex, 2,2

Moisés mata Capataz Egípcio e foge para

Faraônico

-1592

2628

Ex, 2,11-15

terra de Midiã

-1591

2629

Nasce Josué

3*

A TERCEIRA ERA JUDIA: PROMESSA

“Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão,

o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”

Êxodo 3,6

A Era da Promessa é a era da libertação. É quando os judeus finalmente deixam o Egito, e partem para a Terra Prometida, tomando posse

desta. É uma era que se encontra, na Bíblia, entre Êx, 3, quando Moisés é

chamado, e Js, 24, da morte de Josué. Dura um total de 71 anos, de 2668 a

2739 d. E (1546 a 1475 a.C.). É dividida em dois períodos: o Mosaico e o

Joseíta.

A PRIMEIRO PERÍODO DA PROMESSA: MOSAICO

E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU.

Êxodo 3:14

O primeiro período desta era é o Mosaico. O período inaugural

começa em 2668 d.E (1546 a.C), acontecendo por quarenta anos, até 2708

d.E (1506 a.C). Encontra-se na Bíblia de Êx, 3, até o final do Pentateuco. O

poder do Egito ainda se encontrava nas mãos do Hicsos, aqueles que levaram os judeus à servidão. No reino anterior, estes atingiram o topo do

poder nas terras do Nilo. No trono estava Apopi I, irmão da mãe adotiva de

Moisés, e que já reinara por quase vinte e nove anos. Moisés é chamado por

74

Deus por meio da Sarça Ardente, e dirige-se para o Egito, onde encontra Arão, seu irmão sanguíneo, que se torna seu auxiliar nas obras do Senhor. A presença destes junto a Faraó leva aos acontecimentos das dez pregas., descritos em Êx, 712, culminando com a primeira Páscoa e o Êxodo.

As dez pragas apresentadas formam os milagres que Deus disse a

Moisés que faria para que Faraó libertasse os judeus, mas que este teria o

coração endurecido e não aceitaria a vontade divina. As nove primeiras

provocam destruição, perdas, doenças e sofrimento, mas somente a última é

uma praga de morte, onde os primogênitos dos egípcios perecem. Tal fato

ocorre por um aviso de Deus a Moisés em 1º de abib (nissan), quando a

primeira noite da Lua Nova se projeta no céu. A partir dali, quatorze dias os judeus se preparam para a primeira Pessach, ou Páscoa. Cordeiros foram

preparados com ervas amargosas, e comidos em pé e rapidamente, conforme a tradição rabínica, de modo que o povo estivesse pronto a deixar

as terras de servidão rapidamente.

A VIAGEM DO ÊXODO

E aconteceu que, ados os quatrocentos e

trinta anos, naquele mesmo dia, todos os

exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.

Êxodo 12:41

Acontecendo a Páscoa, e vinda a última praga, Faraó tem seu coração amolecido por Deus, e liberta os servos, que deixam rapidamente as

terras de servidão. Assim começa uma viagem de peregrinação do povo de

Deus, que duraria 40 anos, graças a incredulidade hebreia às palavras de

Josué e Calebe, dois dos espiões que adentraram as terras de Canaã. Vamos

75

analisar a viagem dos judeus pelo êxodo. Os israelitas fugiram do Egito pela rota sul da Península do Sinai. Saindo de Gosen e Píton, descem os Lagos

Amargos, atravessam o mar e seguem em direção ao Monte Sinai, no extremo sul da península, antes de subirem em direção norte, contornando o

Deserto do Sinai.

Porém, observando o mapa da região, observamos uma rota a nordeste de Píton, em caminho que beira o Mar Mediterrâneo ao norte da

península, e que chega até Canaã via Gaza. Essa rota norte era bastante

usada nas relações comerciais entre a Palestina, a Síria e a Mesopotâmia

com o Egito, e nesta avam pastores, artesãos, ferreiros e comitivas cívicomilitares, a realizar as diversas ações diplomáticas e comerciais dentre as nações da época, por ser direta entre as duas regiões, e principalmente, um caminho que era quase quatro vezes mais curto que o

adotado por Moisés. Mas, então, porque escolher a rota que ia para o Sul ao invés da rota norte, direta?

A resposta é: Israel fugia do Egito. E a influência era tanta que,

estima-se, ao longo da rota norte, existiam à distância de uma jornada de um dia, postos militares egípcios, que avam pela Filisteia (ainda não colonizada pelos povos helênicos) e chegavam até Canaã, demonstrado por

diversos artefatos egípcios presentes em fortalezas da região. Seguir esta

rota seria seguir para uma armadilha egípcia. Deus sabia que Faraó se arrependeria e, com certeza, mandaria a Moisés seguir ao sul. Por outro

lado, como o Sinai era pouco explorado a não ser por algumas minas de

ouro, prata, cobre, ferro e pedras preciosas, a presença militar era menor na região, e o trânsito de uma nação inteira seria mais fácil por tal caminho.

Outro ponto notável é que o Egito perde o controle sobre as regiões

de Canaã e da Filisteia durante os quarenta anos da viagem no deserto,

76

graças, em grande parte, as revoltas cananeias, além da ascensão filisteia, que freara os assédios egípcios a região, servindo de contenção aos assédios bélicos destes. Isso aliado a preparação militar de um povo inteiro, de homens valentes, de quinze a quarenta anos no máximo (visto que o povo

que nascera antes dos quarenta anos morreu, salvo Josué e Calebe), que

treinaram para darem suas vidas na em nome do cumprimento da promessa

da terra prometida, nos levam a concluir que a viagem no deserto trouxe

mais benefícios a Israel do que se fora o regular deslocamento de um mês.

A FORMAÇÃO DA MARCHA PELO DESERTO

Os filhos de Israel armarão as suas tendas, cada

um debaixo da sua bandeira, segundo as

insígnias da casa de seus pais

Números 2:2

Destacaremos também que a viagem segue uma ordem de

posicionamento das tribos, que se deslocam de forma fixa. Em Números, é

dedicado todo o capítulo 2 para descrever como as tribos se posicionaram

na peregrinação. Deus ordena que, para o leste, estariam a tribo de Judá,

com as tribos de Issacar e Zebulom; para o sul, tribo de Rubem, com as

tribos de Simeão e Gade; ao oeste, a meia-tribo de Efraim, com a meia-tribo de Manasses e a tribo de Benjamin; e ao norte, a tribo de Dã, com as tribos de Aser e Naftali.

No centro desta formação, estavam os membros da tribo de Levi,

dividida pelas famílias, conforme Nm, 3, 24 – 39, e estes eram os encarregados pelos cuidados com o Tabernáculo. Ao ocidente da região central, estão os levitas da família de Gerson; ao sul, os membros da família 77

de Coate; e ao norte, os membros da família de Merari. Cada uma com uma

função quanto ao transporte e manutenção do Tabernáculo. E dentre os coatitas, os filhos de Anrão, Moisés e Arão, deveriam andar na posição do

leste. E no centro, encontrava-se o Tabernáculo, cuja frente estava sempre

voltado a leste.

Disposição das doze tribos de Israel

Autoria Própria

O TABERNÁCULO DE DEUS NO DESERTO

P orquanto a nuvem do Senhor estava de dia

sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite

sobre ele

Êxodo 40:38

Em Êx, 25, Deus fala a Moisés dando instruções para que levantasse ofertas alçadas junto aos israelitas, ou seja, de maneira 78

voluntária, de acordo com o coração movido de cada um, para que fossem

arrecadados diversos itens para a construção do Tabernáculo, além dos utensílios e azeite, pois Deus queria que fosse feito um lugar seu, dizendo:

“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx, 25, 8). Deus

intentava que aquele povo tivesse um lugar para ser a sua referência quanto a casa do Senhor. Por isso, levantara tal obra.

A Bíblia menciona as medidas de três lugares: o Pátio, o Lugar

Santo e o Lugar Santíssimo. O Pátio, área externa do Tabernáculo, consistia em um lugar cercado por cortinas de linho, medindo 100 côvados (44 m) de

comprimento (ao norte e ao sul) por 50 côvados (22 m) de largura (no leste

e no oeste) e 5 de altura (2,2 m), perfazendo 1500 côvados quadrados (290,4

m²) de tecido de linho. Tudo isso sustentado por sessenta colunas com bases de bronze, e o topo e as ligaduras revestidas de prata. A entrada era voltada ao oriente, onde estavam a família de Arão e, no círculo externo, a tribo de Judá.

Escala do Tabernáculo do Deserto

Autoria Própria.

79

O Lugar Santo, primeiro cômodo interno, media 20 côvados (8,8

m) de comprimento por 10 côvados de largura (4,4 m) e 10 côvados de

altura (4,4 m). Possuía 2000 côvados cúbicos (170,37 m³) de capacidade,

com 800 côvados quadrados (154,88 m²) de tecido exterior. Neste local

onde ficavam os utensílios, a mesa e o candelabro. Já o Lugar Santíssimo

era um pouco menor que este. Media 10 côvados de comprimento por 10

côvados de largura e 10 côvados de altura, perfazendo 1000 côvados cúbicos (85,18 m³) de volume. Este somente continha um objeto: a Arca da

Aliança. Sua forma serviu de base para o Templo de Salomão, ao qual, em

capítulo apropriado, traremos mais informações.

O SEGUNDO PERÍODO DA PROMESSA: JOSUELITA

Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé,

vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.

Josué 1:3

O segundo período da era da promessa é o período Josuelita.

Compreendendo entre os anos 2708 até 2759 a.M. (1512 a 1461 a.C). Seus

relatos encontram-se na Bíblia no Livro de Josué. É marcada pela chegada e

conquista de Canaã pelos judeus, que marcharam 40 anos pelo Deserto.

AS CONQUISTAS DE JOSUÉ

E sucedeu que, tocando os sacerdotes pela

sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo:

Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade.

Josué 6:16

80

Para compreendermos o que Josué enfrentara ao liderar a marcha final judia pelo deserto, nos termos de Canaã, temos que compreender, anteriormente, o que eram os cananeus e os povos que habitavam a Palestina da Idade do Ferro. O território era uma colônia egípcia, com vários postos avançados militares e diplomáticos. Os povos locais eram

vassalares ao povo do Nilo (tanto amorreus quanto cananeus), e suas revoltas eram abafadas com violência. Cada cidade era obrigada a seguir

regras que as impediam de negociar diretamente com outros povos, salvo

com autorização dos faraós e autoridades que o representavam (generais,

governadores ou comandantes de unidades).

Além disso, a política interna era conturbada. Não existia uma nação única, com autoridade central, nem amorréia, nem cananeia, mas sim

diversas cidades-estados independentes, com seus próprios reis, tributos e

até deuses dominantes (apesar que El, Hadade e Astarte ainda dominarem o

culto do povo). Tal independência das cidades é expressa nos livros de

Josué, no capítulo 5, 1, a saber (destaque nosso):

“E sucedeu que, ouvindo todos os reis dos amorreus, que

habitavam deste lado do Jordão, ao ocidente, e todos os reis

dos cananeus, que estavam ao pé do mar, que o SENHOR

tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de

Israel, até que assem, desfaleceu-se lhes o coração, e

não houve mais ânimo neles, por causa dos filhos de Israel.

”

Ainda sobre estes reis, MAZAR (2003) informa que tais reinos não

eram unidos em torno do sentimento de um povo, mas eram rivais, e que

constantemente brigavam entre si. Isso mostra que suas forças eram desunidas e adversárias. E, como consequência, seus exércitos eram formados por poucos homens. De fato, as cidades nesta época eram formadas por, no máximo, 50000 pessoas, dentre as quais poderíamos 81

colocar entre 10000 a 15000 homens prontos para a guerra. E com os conflitos intercidades constantes, este contingente reduzia-se ainda mais.

Mesmo a liga dos cinco reis amorreus (Adoni-Zedeque de Jerusalém, Horão

de Hebrom, e a Pirão de Jarmute, e a Jafia de Laquis e a Debir de Eglom)

não teriam mais que 75000 homens, equivalente a 1/8 dos homens de Israel

prontos para a guerra.

Assim, vemos que as unidades judias treinadas no deserto por quarenta anos, com homens entre quinze a quarenta anos de idade (ao qual

podemos considerar que estes tiveram interação comercial para a aquisição

de armas), e que eram de ampla superioridade numérica sobre as tropas

locais, mostram que as conquistas dos homens de Josué foram questão de

estratégia simples e, principalmente, confiança em Deus. Isso é apresentado, em destaque, no capítulo 10 de Josué, quando os reis amorreus se juntam

para atacar Gideão, e os judeus voltam em defesa, e perseguindo os agressores, os derrotam, na agem que o sol para no céu. Seus homens

puderam vencer sem grandes dificuldades os 31 reis e suas cidades-estados,

e tomaram as terras para, enfim, levantarem o primeiro reino unido da história da região: o reino da promessa a Abraão.

AS GUERRAS DE CONQUISTA

Assim Josué tomou toda esta terra, conforme a

tudo o que o Senhor tinha dito a Moisés

Josué 11:23

Após os quarenta anos no deserto, com unidades superiores, a situação agora era a guerra em si. E algo que Israel se tornara era uma

potência bélica. Mais de 650 mil homens de guerra prontos para lutar por

82

uma causa em comum, treinados por toda vida para aquele momento.

Enquanto seus adversários tinham, no máximo, 350 mil homens, espalhados

em cidades-estados rivais. A simples presença desta potência já causara, nos cananeus, tristezas, conforme Josué, 5, 1, que diz:

“E sucedeu que, ouvindo todos os reis dos amorreus, que

habitavam deste lado do Jordão, ao ocidente, e todos os reis

dos cananeus, que estavam ao pé do mar, que o SENHOR

tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de

Israel, até que assem, desfaleceu-se-lhes o coração, e

não houve mais ânimo neles, por causa dos filhos de Israel.

”

Eram, como diz SUN-TZU, em A Arte da Guerra,

condições propícias para a vitória dos atacantes. “Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão.

Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível”. E Deus guiava as mãos dos israelitas, pela liderança de Josué, para conseguirem agir de modo a usarem estes pontos que os inimigos não enxergavam: o poder do Deus

Único. Essa vitória, porém, teria que ser por partes. Abaixo, segue esquemas das conquistas de Canaã pelos judeus, demonstrando que tudo era favorável

aos atacantes. Em anexo, encontra-se a lista das conquistas e um mapa demonstrando todo o caminho de Israel por Canaã.

DEUS E O ILUMA.

" Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do

Egito, da terra da escravidão. "Não terás

outros deuses além de mim.

Êxodo 20:2,3

De todas as diferenças entre os hebreus e os cananeus, nenhuma se

destaca mais que a crença religiosa. Contrariando os costumes e tradições

83

locais, os hebreus sobem, para a terra crendo em uma única divindade. O

Deus de Israel, Senhor dos Exércitos, que apesar de ser chamado de diversos nomes (Elohai, El Shaday, Jeová, Adonai, dentre outros), é único,

onipresente, onisciente e onipotente. Onipresente, pois está em todos os

lugares; onisciente, pois conhece a tudo e a todos; onipotente, porque todo poder deriva Dele. O Deus sem rosto e sem forma, como tratado pelos

homes da terra. A simples ideia da crença monoteísta dos hebreus era tida

como ofensiva e absurda.

O autor de “A Terra Prometida” (RecordTV, 2017) logo no primeiro

episódio, traz um diálogo em que representa bem esta incompreensão por

parte dos cananeus, o qual transcreveremos aqui, do minuto 10:28 ao 11:13

(o diálogo completo encontra-se em anexo):

SACERDOTE MERODAQUE: Se a rainha das serpentes me permite, não

deveríamos nos preocupar tanto. Nada mais poderoso que os sete chifres da deusa Anat.

COMANDANTE TIBAR: O que quer que os hebreus façam, não vai funcionar. As muralhas de Jericó são invencíveis. Nem mesmo chegarão perto de nosso exército!

REI MAREK: Não tenha tanta certeza, comandante. Josué e seus soldados conseguiram atravessar o Jordão, venceram o grande deu Yam, o deus das

águas profundas. Se foram capazes disso, talvez possam derrubar nossas

muralhas também.

RAINHA KALESI: Será que seu deus sem nome pode realizar mais este prodígio?

SACERDOTE MERODAQUE: Senhora da luz e da sombra, devemos confiar nos nossos deuses. Eles nos protegerão.

RAINHA KALESI: Assim espero, Merodaque. Que Baal cuspa labaredas de sua boca de touro e que o fogo desabe sobre os nossos inimigos.

Como observado no exemplo desta obra, os cananeus, como quase

84

toda a totalidade da humanidade de então, criam que existia várias divindades, cada uma com uma missão específica, e cada um vivendo e

abençoando ou amaldiçoando as pessoas a seu bel-prazer. Nesta linha, o

politeísta cananeu, como todos que assim pensam, não conseguem nem ao

menos cogitar a possibilidade de um deus estar presente em todos os lugares. O Iluma, panteão cananeu, estava fixo no monte Tzapunu, conhecido como Monte Cassius ou Jebel al-qAqraʿ, (montanha de calcário

localizada na fronteira entre a Síria e a Turquia, perto da foz do rio Orontes, no mar Mediterrâneo), onde as divindades permanecem sentadas

aguardando sacrifícios e decidindo se se ajudariam ou não o povo. A ideia

de onisciência também lhes era difícil. Como o panteão era formado por

vários deuses, cada um cuidava de uma parte da terra, fazendo, por exemplo

que o deus da tempestade nunca pudesse interferir nas ações da deusa do lar.

Desta forma, descriam também da onisciência divina, uma vez que o poder

da divindade estava limitada ao assunto ao qual era responsável.

Cabe ressaltar que os cananeus não negavam a existência do Deus

único de Israel. De fato, os cananeus criam mais na existência de uma

divindade hebreia do que os hebreus criam no Iluma. Na verdade, os povos

do mundo antigo aceitavam o conceito de deus nacional, divindade guia de

um povo. Tanto que os próprios cananeus possuíam em suas cidades deuses

principais, aqueles que eram os guias dos reinos. Desse modo, aceitar que

um povo tivesse seu Deus não lhes era absurdo. A questão era a unicidade

divina, pois, assim como o hebreu não concebia a crença de vários deuses, o cananeu rejeita a existência de um Deus. Em anexo temos a relação de

vários deuses do Iluma.

Há de se notar ainda que, em todo crescente fértil, salvo pelos egípcios, o culto ao Iluma era praticado, ficando somente com nomes 85

alterados, como Baal, que era Bel, na Mesopotâmia assim como Astarte era Istar. Isso demonstra que estes Deuses tiveram a mesma origem em comum,

possivelmente babilônica, durante o período da construção da Torre de Babel nos eventos de Gênesis 11.

CRONOLOGIA DA ERA DA PROMESSA

ANO

AM*

PERÍODO

EVENTO BÍBLICO

REF***

cC*

*

Deus chama Moisés através da Sarça Ardente

Ex, 3,3

Deus envia as 10 pragas sobre Egito

Ex, 7-11

Hebreus são libertados e dá-se Início ao Êxodo

Ex, 12,41

O mar de abre e os hebreus atravessam

Ex, 14,21

-1552

2668

Deus envia codornizes e depois o Maná aos

Ex, 16,11-

Hebreus

35

Deus faz água brotar da rocha de Refidim

Ex, 17,5-6

Mosaico

Deus envia as Tábuas dos Mandamentos

Ex, 20,1-17

Início das instituições das Leis sobre Israel Lei

Ex, 20-22

acerca dos Altares)

Inaugurado Tabernáculo do Deserto, em

Ex, 40,17

01/abib (nissan)

Envio dos 12 espias

Ex, 13,1-24

-1551

2669

Calebe e Josué voltam com os frutos da terra

Ex, 25,33

Ex, 14,21-

Povo rejeita a terra e peregrina por 40 anos

24

Morre Moisés, aos 120 anos

Dt, 34,5-7

Início da conquista da Palestina, liderado por

Js, 1,1

-1512

2708

Josué

Conquista de Jericó

Js, 6,8-21

Josueita

Josué amaldiçoa a quem reconstruir Jericó

Js, 6,28

-1505

2715

Calebe herda Hebrom

Js, 15,13-19

-1485

2735

Conquistas resultam em vitórias sobre 31 reis

Js, 12,7-24

-1481

2739

Morre Josué, aos 110 anos

Js, 24,29

86

CAPÍTULO 04

DISPENSAÇÃO JUDIA: INÍCIO DA NAÇÃO ATÉ A PROVÍNCIA

ROMANA

E, quando o Senhor lhes levantava juízes, o

Senhor era com o juiz, e os livrava da mão dos

seus inimigos, todos os dias daquele juiz

Juízes 2:18

A QUARTA ERA JUDIA: JUÍZES

E levantou o Senhor juízes, que os livraram da

mão dos que os despojaram.

Juízes 2:16

A era dos Juízes é a primeira da dispensação em que os judeus

tinham um território para chamarem de seu. Esta era acontece entre os anos

de 2759 até 3218 a.M. (1461 a 1002 a.C), perfazendo 459 anos. Na Bíblia,

está presente desde ao livro de Juízes, 3,8, do início do domínio mesopotâmico em Israel, até 1 Sm, 8,4, quando o povo pede a Samuel um

rei. Também está incluso neste período o livro de Rute É dividida em dois

períodos distintos: Gideanita e Samuelita.

O primeiro período da era de Juízes é o Gideanita. Este período

ocorre entre os anos de 2759 até 3106 a.M. (1461 até 1114 a.C.), perfazendo 347 anos. Esse período inicia-se em Jz, 3,8, quando os mesopotâmicos conquistam Israel, até o início do domínio filisteu sobre a nação. Esse período é caracterizado por ciclos de domínio estrangeiros e períodos de

87

liberdade. O período Gideanita é o momento da história ímpar no mundo.

Israel, como estado único, não existia. O que existia eram as vilas, geralmente

formada por famílias, nos territórios das tribos. As unidades

locais eram os juízes, conforme instituído por Moisés.

O segundo e último período de Juízes é o período Samuelita. Este

período está entre 3106 até 3218 a.M. (1114 até 1002 a.C), demorando-se

112 anos. Este período está registrado nas Escrituras entre os livros de Juízes, 13,1, quando a Filisteia conquista Israel, e inicia um período de mais de um século de domínio da primeira sobre a segunda, até 1Sm, 8,4, quando

o povo pede um rei.

OS JUÍZES PARA ISRAEL

E os filhos de Israel clamaram ao Senhor, e o

Senhor levantou-lhes um libertador, que os

libertou

Juízes 3:9

Os juízes de Israel foram os homens que comandaram a nação

durante a primeira fase da nação na terra prometida. Estes eram levantados

por Deus sempre que Israel se encontrava em um forte momento de crise,

por se desviarem da palavra do Senhor, e agia pela libertação do povo dos

algozes estrangeiros. Diferente dos reis, seus filhos não assumiam sua posição de liderança. Os juízes serviam como líderes políticos, militares e espirituais do povo de Israel. Sua liderança temporária tinha como principal finalidade unir as tribos em torno de uma missão. Apesar de Moisés e Josué

possuírem todas as características dos juízes, pela natureza do período onde viveram, não serão colocados nesta lista.

88

JUÍZ

TRIBO

INIMIGO

ANOS DE

ANOS

OPRESSÃO

DE PAZ

OTNIEL

JUDÁ

CUCHÃ-RISATAIM,

8

40

REI DA

MESOPOTÂMIA

EÚDE

BENJAMIN

EGLOM, REI DE

18

80

MOABE

SANGAR

?

FILISTEUS

?

?

DÉBORA

?

JABIM, REI DE

20

40

CANAÃ

GIDEÃO

MANASSÉS

MIDIANITAS

7

40

TOLÁ

ISSACAR

?

?

23

JAIR

?

?

?

22

JEFTÉ

MANASSÉS

AMONITAS

18

6

IBSÃ

JUDÁ

?

?

7

ELOM

ZEBULOM

?

?

10

ABDOM

?

?

?

8

SANSÃO

DÃ

FILISTEUS

40

20

ELI

LEVI

FILISTEUS

?

40

SAMUEL

LEVI

FILISTEUS

?

?

Tabela com os juízes de Israel

Autoria própria

BOAZ E RUTE – LIÇÃO DE FIDELIDADE E CUMPRIMENTO DA

LEI

Não me instes para que te abandone, e deixe de

seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu...

Rute 1:16

O livro de Rute é uma pequena história que se a entre os livros

de Juízes e de Samuel. Mais precisamente, a-se no tempo do juiz Otniel, em um mês de Nissan, narrando os eventos ocorridos com a Moabita

Rute, que com a sua sogra, a judia Noemi, fogem da seca e da fome que

assola Moabe, para viverem nas terras de nascimento de Elimeleque, seu

89

sogro, e de seu marido Malom. Estas duas, ao se despedirem de Orfa, esposa de Quiliom, irmão de Malom (que decide ficar em Moabe com seus

pais), partem, então, para Belém de Judá, onde Rute vai aos campos para

colher espigas de cevada caída no chão, encontrando-se nos campos de um

parente de Elimeleque, chamado Boaz, filho do General Salmon com a ex-

prostituta cananeia Raabe, aquela que ajudara os espias a fugirem de seus

caçadores em Jericó. Após os eventos dos três primeiros capítulos do livro, vemos Boaz ir a um parente próximo para instigá-lo pela remissão das viúvas, assumindo a terra e casando-se com Rute. Este, não aceitando se

casar, abre mão do direito de remissão em favor de Boaz, que assume ambas, mantendo viva a linhagem que viria Davi, Salomão e, principalmente, Jesus Cristo.

Vamos trabalhar as leis de remissão. O que consistia esta?

Primeiro, vemos que Rute vai aos campos de Boaz pegar as espigas de

cevada caídas no chão. FERREIRA (2013, p.53) explica que “as espigas,

feixes, uvas e azeitonas caídas deixadas nos chãos após a colheita eram para viúvas, órfãos e estrangeiros se alimentarem”, conforme a ordem de Deus

em Lv, 19, 9-10 e Dt, 24,19. DOS SANTOS e JARDIM (2018), afirmam

que este ato “é um reforço a ideia de soberania divina, na medida em que o

soberano tem direito de posse, e os demais membros da sociedade, o direito

de usufruto”.

Assim, as terras eram posse transitória dos homens e permanente

de Deus. Neste contexto, Boaz garante que Rute tivesse o a seu campo,

e ali permanecesse, excedendo o seu dever ao dar-lhe garantia de segurança

contra investida de seus homens e trabalho, junto as mulheres, o ao

pão dos empregados, inclusive em quantidade que esta se farta e ainda

sobeja, ou seja, sobra de seu prato, e espigas além das regularmente caídas, 90

ao mandar suas coletoras deixarem cair uma ou outra espiga além das naturalmente derrubadas, permitindo coletar uma efa de cevada (Rt, 2, 8-17).

Com esta benção, Rute deita-se, por recomendação de Noemi, aos

pés de Boaz, que dormia nos montes de cevada colhidas durante o dia, e

este, por amor, deseja a remissão da casa de Elimeleque, indo até seu parente mais próximo, exigindo, na presença dos anciãos, que este redimisse e se case com Rute. Em Lv, 25,29, está especificado que a lei de

remissão não era para um parente assumir a propriedade alheia, mas preservar que a propriedade do parente mais próxima não fosse vendida a

outro. Assim, podemos definir a lei de remissão em dois pontos:

a) Se alguém, por motivo de empobrecimento, tiver que vender suas

terras, o parente mais rico deveria compra-la para o parente impossibilitado de fazê-lo;

b) Se alguém empobrecido necessitasse se vender como escravo, o

parente mais rico tinha a obrigação de se tornar “resgatador”, para

preservar a família.

Temos que destacar um ponto: Boaz tinha obrigação, pela lei de remissão, de resgatar a Noemi. O casamento com Rute não estava enquadrado nesta remissão. Mas então, onde se enquadra o resgate de Rute?

“Segundo as tradições em Israel e sua lei, quando um homem vem a falecer

sem deixar descendentes diretos (filhos), o seu irmão poderá desposar a

viúva, contudo, este ato é para dar continuidade a linhagem do marido, mais do que propriamente dar amparo a esposa viúva (DOS SANTOS, JARDIM,

2018, p.58). Destaca-se que, em casos onde não há irmãos, um parente

91

próprio poderia agir para a remissão da esposa. Mesmo sendo duas remissões distintas Boaz age para que seu parente realize ambas, e que, se

não pudesse fazer uma, não redimisse a outra.

Assim, Boaz, por sua fidelidade ao Senhor e por amor a Rute, redime a

esta e a sua sogra, tornando-se posteriormente, pai de Obede, avô de Jessé e bisavô de Davi. Por tudo acima exposto, é que Boaz é um tipo perfeito para

o Cristo Remissor, que redime tanto a igreja Judia, representada por Noemi, quanto a igreja gentílica (Rute).

92

CRONOLOGIA DA ERA DE JUÍZES

ANO

PERÍODO

AM**

EVENTO BÍBLICO

REF***

cC*

-1461

2759

Mesopotâmia domina Israel

Jz, 3,8

1454

2766

Otniel livra Israel dos Mesopotâmios

Jz, 3,9-11

-1414

2806

Domínio Moabita

Jz, 3,13-14

Jz, 3,21-22

-1396

2824

Eúde livra Israel dos Moabitas

Jz, 3,28-30

-1330

2890

Sangar livra Israel de 600 Filisteus

Jz, 3,31

-1316

2904

Cainitas dominam Israel

Jz, 4,2-3

Débora e Baraque livram Israel dos

Jz, 4,4-9

-1296

2924

Cainitas

Jz, 4,23-24

-1256

2964

Midianitas dominam Israel

Jz, 6,1

Gideão livra Israel dos Midianitas

Jz, 7,19-25

-1249

2971

Gideão é convidado a ser rei mas recusa

Jz, 8,22-23

Abimeleque, filho de Gideão, se declara

Gideanita

-1209

3011

Jz, 9,1-6

Rei em Siquém

Morre Abimeleque, com uma pedra de

Jz, 9,53-54

-1206

3014

moinho no crânio;

Tola julga Israel

Jz, 10,1-2

-1184

3036

Jair Julga Israel

Jz, 10,3-4

-1163

3057

Amonitas dominam Israel

Jz, 10,7-8

Jz, 11,32-

Jefté liberta Israel dos Amonitas

1145

3075

33

Jefté julga Israel

Jz, 12,7

-1139

3081

Ibsã julga Israel

Jz, 12,8-9

-1132

3088

Elom julga Israel

Jz, 12,11

Jz, 12,13-

-1122

3098

Abdon julga Israel

14

-1120

3100

Boaz resgata a honra de Rute, e se casam

Rt

-1114

3106

Filisteus dominam Israel

Jz, 13,1

Mica, com sua idolatria, provoca a Guerra

-1110

3110

Jz, 17-20

Civil Benjaminita

-1094

3126

Sansão julga os Israelitas

Jz, 13,25

Sansão derruba o Templo de Dagon, liberta

Jz, 16,23-

1074

3146

Israel dos Filisteus e morre

31

Eli julga os Israelitas

1Sm, 4,18

Israel entra em guerra com Filisteus e perde 1Sm, 4,1-4

Arca da Aliança é levada ao campo e

1Sm, 4,11

capturada pelos Filisteus

Samuelita

-1032

3186

Deus lança doenças aos Filisteus e estes

1Sm, 5-6

devolvem a Arca, para Bete-Smes

Arca chega a Quiriate -Jearim e fica por 20

1Sm, 7,2

anos

Deus destrói os Filisteus em Mispa até

1Sn, 7,10-

-1014

3206

Bete-Car

11

Samuel julga a Israel

1Sm, 4,18

93

A QUINTA ERA JUDIA: REAL

Na verdade, sei que o Senhor é grande, que o

nosso Soberano é maior do que todos os

deuses.

Salmos 135:5

A era real é a quinta era da dispensação judia na Bíblia. Esta se

encontra, nas escrituras, entre o livro de I Samuel, 10, quando Saul é ungido, e vai até II Crônicas, 36, com o envio dos judeus para o cativeiro na Babilônia. Ocorre entre os anos de 3218 até o ano 3695 a.M. (1002 a 525

a.C.). É o período onde Israel a, efetivamente, a ser um reino, com a

autoridade de um rei. Em seus sete períodos, encontrou a união, mas também golpes, mudanças de dinastias, e a divisão da nação em duas.

PERÍODO SAUÍTA

O Senhor o tem ungido como líder da herança dele.

1 Samuel 10:1

O período Sauíta é o período inicial da era real. Este período se

encontra, entre o livro de I Samuel, 10, e vai até I Samuel, 18, com a morte do rei Saul. Ocorre entre os anos de 3218 e 3258 a.M. (1002 a 962 a.C.). É

aqui onde a monarquia começa, e a primeira dinastia se ergue e se extingue, e Davi cresce frente a Deus e o povo.

94

AS TROPAS MILITARES NOS TEMPOS DOS PRIMEIROS REIS

O nosso redentor cujo nome é o Senhor dos

Exércitos, é o Santo de Israel.

Isaías 47:4

Vamos neste momento analisar como eram os combates no tempo

de Saul. Vamos analisar cada uma das unidades envolvidas nos embates da

época. Primeiramente, uma consideração. As armas de Artilharia Pesada e

de Cerco e Assalto não existiam na época de Davi. De fato, torres de assalto, batistas, aríetes, catapultas, dentre outros, surgem a partir do século XXXIII ou XXXIV a.M. (IX ou VIII a.C), dois a quatro séculos depois de

Saul, com os Assírios, que dominaram a região até o levante Babilônico,

três séculos após. Essas armas permitiram o domínio destes graças as tecnologias diferenciadas que permitia infringir danos consideráveis as muralhas e garantir o o das tropas as localidades invadidas. Assim,

falaremos do combate tradicional da época, que era homem a homem no

campo. Existia, então, para efeitos didáticos, unidades de Infantaria de Combate,

Cavalaria e Artilharia Leve. Lembramos que esta classificação é

nossa, para garantir um melhor entendimento sobre cada uma, apesar de

alguns autores consideram que todas essas eram unidades de infantaria.

95

Unidade militar hebreia em marcha, da novela “A Terra Prometida”.

Fonte: RecordTV

A primeira unidade de combate que traremos são os arqueiros.

Representavam uma unidade de artilharia leve de longo alcance (não como

as armas de artilharia pesada dos séculos seguintes). São homens que portavam arcos de madeira com corda de couro ou fibra vegetal, arrumados

de modo que, ao se puxar a corda e soltá-la no momento de maior tensão do

conjunto, esta mesma provoque força para arremessar uma flecha, projétil

de madeira com ponta de pedra ou metal (mais raros) e penas de aves na

ponta oposta, para garantir maior estabilidade no trajeto, sem se desviar do alvo desejado. Suas armaduras eram feitas para proteger o lado do corpo

virado para seus adversários, e que segurava os arcos (geralmente o esquerdo). Assim, geralmente eram compostos de um braçal de couro, mantendo o braço oposto sem nenhuma proteção, mas garantindo uma maior agilidade ao mesmo para tencionar melhor as cordas. O objetivo dos

arqueiros eram infringir o maior dano aos oponentes, perfurando armaduras,

escudos, e reduzindo o quadro das forças inimigas o máximo possível.

96

Causavam mais danos quando as tropas inimigas estavam com a guarda

aberta para o front, em vez de uma formação com escudos cerrados.

Personagem Zaqueu, arqueiro de “A Terra Prometida”, em traje de combate

Fonte: RecordTV

Posteriormente, quando os arcos já não eram mais seguros para

uso, (pois a menores distâncias, as flechas não descrevem mais o trajeto de arco, mas de traçante, o que poderia colocar em risco os infantes da frente das linhas de artilharia) e a uma média a curta distância, vinham os fundeiros. Armados de fundas, (tiras de couro compridas, lembrando um

estilingue sem a forquilha de mão), lançavam pedras, geralmente lisas, encontradas de leitos de rios, para agredir os oponentes. Quando dizemos

pedras lisas, as pedras não eram, na verdade, totalmente lisas, mas continham

pequenos furos, que agiam como bolas de golfe, cortando a resistência do ar para atingir maior velocidade. As pedras avançavam pelo

ar após os fundeiros girarem rapidamente as armas e soltando uma das tiras, 97

fazendo o projétil atingir os adversários, com o intuito de quebrar madeiras e atingir, ferir ou até nocautear os oponentes.

Pedra lisa, igual as usadas pelos fundeiros

Direitos autorais: Bigphotostock | Dreamstime.com

Ilustração de Fundeiro em ação.

Fonte: wikipedia.com

As unidades de infantaria eram compostas por homens com

poliarmas (lanças), armas de combate corpo-a-corpo e escudos. Os escudos

eram armas de defesa. Feitos geralmente de madeira, couro ou a 98

combinação de ambos. Os escudos, apesar de serem naturalmente defensíveis, podiam ser usados ofensivamente, com a parte plana para afastar o oponente ou com a quina deste, para ferir partes do mesmo de

maneira mais eficiente, em situações, principalmente em que a arma na

outra mão está ocupada. O couro usado nos escudos também era usado para

servir de armaduras, com várias camadas sobrepostas (apesar de o suor em

contato com elas causar infestação de pulgas). Serviam para aguentar os

impactos das flechas ou espadas. Por sua composição, eram mais frágeis

que os medievais ou da alta Idade Antiga.

Personagem Otniel, infante de “A Terra Prometida”, em traje de combate

Fonte: RecordTV

A unidade de infantaria podia usar a lança para servir de barreira

contra a ofensiva da infantaria, servindo como unidade final de choque da

infantaria agressora, junto dos escudos, principalmente os homens da linha

99

de frente, onde, combinados com os escudos, recebiam o primeiro impacto

da infantaria rival. E finalmente, as armas de combate corpo-a-corpo.

Quando o combate já está em seu ápice, com as unidades se encontrando no

front, as armas anteriores tornavam-se ineficientes e até inúteis. Assim, as tropas usavam espadas, lanças menores, porretes, machados e facas para

matar. Era neste momento em que os combates eram mais ferozes, e a maior

parte das baixas aconteciam.

Cavaleiros de “A Terra Prometida”, em traje de combate

Fonte: RecordTV

Como unidades de combate, tínhamos também a cavalaria, que

eram as unidades de combate com cavalos (existem relatos de uso de jumentos, camelos e até de elefantes para combate). Podiam usar arcos,

lanças e espadas, como as outras unidades, tornando suas homens máquinas

de guerras completas. Eram formados por dois tipos de unidades básicas: a

primeira, com bigas, de dois ou quatro cavalos, com um atacante e um

condutor em cada uma. Isso gerava mais força e letalidade a unidade, graças a especialização dos seus membros, mas com menos mobilidade, pois, com

100

seu tamanho, poderiam atropelas inimigos e aliados se distinção, tendo que cercar as tropas inimigas pela periferia do combate; ou com montaria, usando animais selados para conforto do cavaleiro e seu parceiro, sendo que estas unidades eram menos letais, pois o cavaleiro tinha que se preocupar

com o combate e com a condução do animal, mas podiam infiltra-se na

peleja e provocarem maior temor as hordas opositoras. Eram unidades usadas com missões específicas no front, e dificilmente apareciam com a

tarefa de causar maior número de baixas, mas de eliminar alvos específicos.

Eram tropas que tinham a missão de distrair a atenção dos oponentes, ou de

flanquear as tropas para causar pânico e surpresa. Podiam, também, ter a

missão atingirem os generais, comandantes ou até os reis dos inimigos, para encerrarem o combate, provocando a dispersão das unidades opostas.

Também eram estes que saiam em perseguição as tropas em debandada,

para eliminar maior número de inimigos que poderiam reagrupar-se e realizar nova ofensiva.

A ESTRUTURA DO EXÉRCITO DE ISRAEL

O Senhor dos Exércitos é o Deus de Israel, é

Deus para Israel; e permaneça firme diante de

ti a casa de Davi, teu servo.

1 Crônicas 17:24

Além das unidades de combate acima apresentadas, existia a

divisão hierárquica das tropas. Todo o exército tinha postos e graduações

para organizar e mesmo em linhas de comando. Esta divisão estava expressa

no livro de Deuteronômio, 1, 15, quando Moisés pele para as tribos escolherem homens sábios e experimentados para coordenarem as tropas do

101

exército do Senhor. Cabe destacar que a hierarquia hebreia tinha como patentes nomes relacionados ao total de homens que comandavam tal unidade. De acordo com o historiador SANT’ANNA (2020), a estrutura

militar possui paralelos com a nossa caserna moderna.

A unidade mais básica do exército era o soldado, homem de combate que cumpria todas as funções. Acima destes estavam os Capitães

de Dez, que equivalem aos terceiros sargentos de nosso exército, e comandavam tais grupamentos de dez homens. Estes tinham como superiores os Capitães de Cinquenta, que equivaliam aos Tenentes e comandavam um pelotão de 5 agrupamentos. Dois destes atuavam junto ao

Capitão de Cem, equivalente ao nosso Capitão, comandante de companhia.

O Capitão de Cem era o homem que comandava esta centúria (termo romano para unidades de cem homens). Acima deste estava o Capitão de

Mil, que comandava um batalhão, unidade formada pelo conjunto das dez

companhias. Seriam equivalente ao Coronel ou Tenente-Coronel.

Acima destes, temos um cargo apresentado no 1º Livro de

Crônicas, 27: o Capitão de Exército, representantes das doze tribos que

comandavam as unidades a cada mês do ano, por designação do rei Davi.

Equivalem a um General de Brigada. Cabe dizer que os Capitães de Exército tinham funções militares e políticas. Poderiam ser conselheiros dos líderes e atuar como representantes de cada tribo, além de gozarem de o ao rei, somente abaixo do General. Acima deste, existia o Comandante, ou General, equivalente ao atual General de Exército.

Comandava sobre todos os soldados e respondia somente ao rei. Era homem

extremamente experiente em combate, sábio nas ciências de Deus, homens

honestos e valorosos, gozando de respeito de todos os seus homens.

102

Frequentava a corte real e era um dos conselheiros reais, sendo o principal em assuntos de guerra e um dos maiores em diplomacia.

Esquema de hierarquia e comandos de Israel

Fonte: Autoria própria.

103

O PEQUENO DAVI E O GIGANTE GOLIAS

Você vem contra mim com espada, com lança e

com dardo, mas eu vou contra você em nome

do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos

de Israel, a quem você desafiou.

1 Samuel 17:45

As lutas entre Israel e seus inimigos foram intensas durante o período de Saul. Na verdade, desde os tempos do juiz Sansão, a Filisteia e

Israel eram inimigos, que lutavam pelo controle, principalmente pelo sul e

sudoeste de Judá. E em I Samuel, 17, a tensão atingiu seu segundo grande

momento (o primeiro ocorrera com o sequestro a Arca da Aliança), com as

provocações do campeão dos filisteus. É neste momento que verificamos a

presença de um jovem belemita (de Belém de Judá), filho de Jessé, neto de

Obede e bisneto de Boaz com Rute. Jovem que fora ungido rei pelo profeta

Samuel por ordem divina em I Sm, 12. Quando da unção, este jovem recebe

o Espírito do Senhor, que se apodera deste deixando o rei Saul, que a a ser atormentado por um espírito mau.

Este era Davi. Jovem “que sabe tocar, valente e vigoroso, e homem

de guerra e prudente em palavras, e de gentil presença” (I Sm, 16, 18), e

cuja vida estaria entrelaçada a de Saul até seus últimos dias. Quando do

tormento de Saul, este dirigia-se ao palácio para acalmar o rei e retornava após para pastorear as ovelhas de seu pai, retornando quando Saul mandasse. Numa destas idas as terras de seu pai, os filisteus dirigem-se a

Judá, e exultam ao seu campeão, Golias, a desafiar o campeão israelita.

104

Ninguém se atreve a desafiar a Golias, salvo o jovem Davi, que, de posse de uma funda (arma de guerra israelita destinada a lançar pedras nos adversários a média distância), desafia o gigante.

Descendência de Arão até Davi

Autoria Própria

Vamos analisar o desafio de Davi contra Golias. Esses cálculos

levam em consideração a proporcionalidade do tamanho de um ser humano

médio, e são estimativas. Seu adversário era da altura de 6 côvados e um

palmo (2,89 m), e um peso de 4 talentos e 255 siclos (140 kg). Sua armadura pesava incríveis 1 talento e 2000 siclos (57,12 kg), e sua lança era de 600 siclos (6,85 kg), com altura de, pelo menos, 10 côvados e meio

palmo (4,56 m). Com essa estatura e uma arma tão comprida, Golias conseguia

atingir um inimigo a 13 côvados, um palmo um dedo aproximado

(5,91 m), cobrindo uma área de 0,043 jeiras (109,77 m²). Um ataque frontal

105

de Golias com sua lança, se desconsiderarmos a sua força aplicada ao golpe, imprime ao oponente 274 N (newtons), o que representa o mesmo que meio

saco de cimento. Aplicando-se a força deste, poderia chegar a 1747 N, o que representa a queda de 3 sacos e meio de cimento em queda livre. Enquanto

isso, Davi, que era um jovem de estatura mediana. Os valores aqui são

somente suposições, mas representam bem a diferença entre os oponentes.

Davi tinha por volta de 3 côvados e um palmo (1,55 m), com seu peso de 1

talento e 1114 siclos (47 kg). Vestia uma armadura de 1000 siclos (11,5 kg) estimado, e a sua funda tinha peso desprezível.

Comparativo entre Davi e Golias – Autoria Própria

Imagem de Davi vencendo Golias:

Fonte: https://www.mga12.com/single-post/2017/07/22/Davi-e-Golias

Assim, considerando os dados acima, Davi tinha que ser inteligente

para escolher a sua arma. E, pela fé, fora guiado por Deus para escolher a

106

arma de guerra ideal para este combate: a funda. Com ela, poderia atingir a Golias a uma distância segura em que o mesmo não revidasse. Por outro

lado, uma lança, por exemplo, teria somente um alcance de 7 côvados, 1

palmo e um dedo, (3,50 m), menor que a lança do agressor, inviabilizando o

combate corpo-a-corpo. Deste modo, os números mostram que seria uma

batalha desigual no aspecto humano, e mostra que a preocupação de Saul

era justa. Mas no final, Deus agiu de maneira sobrenatural em prol do seu

povo, e o final da luta já é conhecido. Davi atira uma pedra com a funda e

acerta na testa de Golias, que cai morto. Os filisteus fogem, colocando Davi na condição de membro da corte e amigo pessoal do príncipe Jônatas.

PERÍODO DAVÍDICO

E o Espírito do SENHOR dominou Davi e

daquele dia em diante ficou com ele.

1 Samuel, 16, 13

O período Davídico é o período da Bíblia que compreende entre o

livro de II Samuel e o capítulo 1 de I Reis. Ocorre entre os anos de 3258 a 3338 a.M. (962 a 882 a.C.). É o período onde a unção do rei Davi se efetiva, e este assume o trono, mantendo-o por quarenta anos, sendo sucedido por

seu filho, Salomão, que reina por mais quarenta anos, perfazendo os oitenta do período. É o período em que Israel alcança a maior prosperidade.

107

A MÚSICA NO CULTO ISRAELITA

Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o

com instrumentos de cordas e com órgãos.

Salmos 150:4

Quando entramos em qualquer templo religioso, das mais diversas

denominações encontramos, em maior ou menor escala, a presença da música. Todas as religiões a usam para o louvor, em menor ou maior escala.

A primeira demonstração da importância desta se encontra em Genesis, 31,

27, quando Labão fala a Jacó sobre despedir-se de suas filhas com as bênçãos, inclusive com o uso dos cânticos, tambores e harpas.

Apesar da escassez de evidências, estudiosos consideram que os

levitas se valiam da música para que pudessem louvar a Deus no Tabernáculo do Deserto. Tal contexto é suposto com I Crônicas, 15, 17. Que

relata o rei Davi organizando as turmas de levitas responsáveis pelos cânticos e instrumentos. Na ocasião, Henã, Asafe e Etã são os escolhidos

regentes das turmas, e fundam uma escola para ensinar os levitas para os

serviços musicais no tabernáculo.

Quanto aos instrumentos, estes eram divididos em três categorias.

Primeiro, a percussão. Basicamente, eram dois utilizados. Os címbalos, primeiro destes, eram discos de latão que eram presos em cada uma das

mãos e que eram batidos um contra o outro. Em Salmos, 150, 5, apresentava, além do tradicional, um duplo, que consistia em dois instrumentos em cada mão. Esse instrumento hoje é conhecido como pratos.

O segundo instrumento é o tamboril, que lembra o pandeiro. Instrumento de

madeira com couro animal esticado em um dos lados. Usava-se balançando-

o com uma mão e batendo a outra no couro. Pela leveza, era um instrumento

108

popular entre as mulheres. Os instrumentos de corda eram basicamente dois.

O saltério, instrumento assemelhado a lira grega, era adaptado ao canto de

soprano. O segundo era a harpa, de cordas maiores, som mais grave e solene, adaptado ao baixo. As harpas eram destinadas a dirigir.

Os instrumentos de sopro eram, ao todo, cinco. Primeiramente a

flauta, semelhante às modernas, eram basicamente pedaço de madeira com

um furo no meio, sendo uma das pontas onde se soprava, com pequenos

furos na lateral, por onde o ar saía e, à medida que fosse tampado pelo

instrumentista, variava as notas. Basicamente, era usada para a execução do Hallel, ou Calmos de Louvor, em ocasiões especiais, como a páscoa. O

pífano era o instrumento mais popular. Seu uso era comumente feito em

procissões. Já as trombetas eram instrumentos não somente usados pelos

levitas, mas pelos arautos. Pelo som, distinguem-se em dois tipos distintos: a trombeta, propriamente dita, de som grave rouco, e a corneta, variação

desta, com sons mais claros e vibrantes. A sambuca era outro instrumento de sopro, cuja característica é a semelhança com a trompa ou o trompete, inclusive na sonoridade. Já a gaita de fole era semelhante as atuais. Dois

tubos, um de entrada e um da saída, eram conectados a uma bolsa que era

inflada ou esvaziada pela pressão que o músico fazia ao apertá-la de baixo

de seu braço. Possui um som agudo característico.

Já o canto, a congregação participava, ora com o canto alternado,

ora respondendo o canto com o “amém”. O responder é mais comum no

segundo templo. O povo repetia a primeira linha do canto, e a partir da

segunda, respondia com o amém. Já no primeiro templo, os cantos de congregação eram de respostas ao entoado pelo líder do coro. Outra hipótese era de o canto ser composto não só por homens, mas também por

109

mulheres e crianças, em referência ao canto de Miriam e das mulheres em resposta ao canto dos homens em Ex, 15, 1-22,

ESTRUTURA DE GOVERNO NO REINO DE ISRAEL

Por meu intermédio os reis governam,

e as autoridades exercem a justiça.

Provérbios 8:15-16

É de conhecimento que Israel tinha uma estrutura política bem

definida. Cada tribo tinha o seu Líder. Abaixo dele, os chefes das famílias, e abaixo os chefes das casas. Acima um juiz que julgava as causas dos que os

procurassem. Esse juiz, contudo, não era Comandante Supremo, do que não

recebia tributos, nem ordenava trabalhos forçados, salvo o chamado de guerra, e assim não faziam obras como Palácios ou estradas. De uma maneira geral, os mais poderosos eram os homens das cidades, pois, apesar

de ser um estado único, o poder era extremamente descentralizado. Isso

muda com Saul, na instalação de uma monarquia absolutista onde todo

poder emana do Rei, e este e o estado se confundem em um só, situação que

permanece no Reinado de Davi, mas mesmo sendo absolutista, o rei tinha

homem de confiança, aos Quais eram responsáveis por um assunto de governo. Vamos, a partir de agora, apresentar esta estrutura com relação ao período de Davi. Pelo que a Bíblia dá a entender que eram as estruturas

padrão em todos os reinos e dinastias.

A primeira a relação das autoridades com Davi está no segundo

livro de Samuel, Capítulo 8,1 Versículos 16 ao 18 o primeiro cargo era o de Comandante do exército ou General ao qual já falamos em texto anterior

sobre o exército de Israel. O segundo cargo era o cronista, homem cuja

110

missão era a de relatar os feitos dos Reis em livro. Acredita-se que grande parte dos livros históricos tiveram como base As Crônicas dos Reis de Israel e Judá, ao qual infelizmente, se perderam com o tempo. Outro cargo era o

de Escriba, homem do rei que redigia e publicava os decretos reais.

Diferente do cronista, este se detinha em transmitir de forma Clara e direta as ordens dos Reis, sem se preocupar com a transmissão histórica dos fatos.

Os sacerdotes eram também escolhidos pelo Rei, já tratamos sobre eles no

capítulo sobre o tabernáculo de Moisés. Outro cargo era o de encarregado

sobre os quereteus e peleteus, povos vassalos a Israel, cuja organização era realizada por um dos homens dos Reis, o qual tinha que transmitir as ordens deste para eles e organizar a coleta dos tributos.

Posteriormente, no segundo livro de Samuel, Capítulo 20 Versículo

23 a 26 novos cargos são apresentados. Primeiramente por chefe de tributos, que era responsável para que a Fazenda Real fosse mantida mediante coleta

dos impostos dos cidadãos. Ele também cuidava dos gastos de manutenção

do reino. O cargo de chanceler pode ter vários significados. Mas duas interpretações são mais aceitas. A primeira era de ser o homem responsável

pela diplomacia do país agindo como um ministro das relações internacionais. Outra, é que era oficial que dava chancela, ou seja, de certificar o cumprimento das leis e executar diversas tarefas istrativas do reino. Por último, ou oficial mor. Era o principal Conselheiro do Rei. Sua função era de auxiliar o rei na tomada de suas decisões. Não que os demais

não tivessem voz junto ao Rei, mas este era seu homem de confiança.

Portanto, por definição, era o que teria que ter mais conhecimento sobre

todos os assuntos.

Já no segundo livro dos Reis, Capítulo 4 Versículo de 1 a 6, Salomão não tinha o cronista nem o escrivão, mas tinha o cargo de 111

Secretário, o que podemos concluir que este exercia ambas as funções, possivelmente acrescido de deveres de assessoria pessoal ao rei. Aqui também aparece o cargo de mordomo, responsável pela istração do

Palácio, para que a família real pensasse somente na istração do reino fazendo com que este cuidasse para que as autoridades tivessem todo o

conforto possível. Assim, vemos que os reis cercavam de homens experientes e de sua confiança, para auxiliar em todo o processo istrativo do reino, porém a palavra final sempre ficava com o Monarca.

PERÍODO SEPARATISTA

Porque rasgou a Israel da casa de Davi; e eles

fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebate

2 Reis 17:21

O período separatista é o período da Bíblia que ocorre entre os

anos de 3338 e 3582 a.M. (882 a 638 a.C.), sendo seu início em II Reis, 11, 42, com a morte de Salomão, e finda com a libertação de Judá, com a fuga

do povo assírio pela obra de Deus, em II Reis, 19, 6. Neste período, Israel compõe um reino com dez tribos, e Judá forma outro, com duas. Este é o

único período com divisões: Idade Alta, Média e Baixa Israel, sendo a Idade alta dividida em duas épocas: Jerobonita e Eliatita.

112

A ESCOLHA DE ROBOÃO E SEUS EFEITOS ECONÔMICOS EM

ISRAEL

Meu pai vos castigou com açoites, porém eu

vos castigarei com escorpiões.

2 Crônicas 10:14

O quão prejudicial pode ser a escolha de um homem? Quão mal

este pode fazer a si mesmo? E as outras pessoas ao seu redor? E se este

homem é o rei de uma monarquia absolutista? No caso de Roboão, os danos

foram imensos. Sabemos que Deus anunciara, em I Rs, 11, 11, e 29-39, que

realizaria a divisão do reino em dois, e que dez tribos iriam a Jeroboão, e duas ficariam com Roboão. Mas, e se fosse diferente? Se Roboão fosse

justo e fugisse da iniquidade? Como seria?

Na Bíblia, vemos o relato da decisão do de Roboão em 1 Reis, 12,

1-23. Como vimos anteriormente, em 1 Rs, 10, 14-15, a receita de Salomão

era de 666 talentos de ouro anuais (US$ 1.311.304.582,40, ou R$

7.015.479.515,84), fora os recebíveis dos comércios e de outros reinos vassalares. Esta grande fortuna chegara as mãos de Roboão quando da morte de seu pai. Quando este parte para a cidade de Siquém, para encontrar o povo, e apresentar-se como rei, toda Israel reunida pede ao mesmo que

diminua a pesada carga tributária que infligia as dez tribos do norte.

É difícil estimar quanto seria pesado tal tributo. Acredita-se, contudo, que as tribos de Judá e de Benjamin tenham obtido algum tratamento diferenciado. A primeira, obviamente, por ser a tribo ao qual

pertencia a casa real. E a segunda, podemos presumir que teria alguma

113

relação a proximidade territorial ou, talvez, por Saul, primeiro rei israelita, ter sido desta tribo, e Davi, mesmo com a perseguição que sofrera deste, o

tinha como ungido de Deus até a morte. Não temos como definir, mas tão

somente fazer as conjecturações sobre o assunto. O fato é que estas tinham

proximidade e diferenciação do resto do reino. Vamos usar alguns dados

para estimarmos o total de tributos.

Conforme 1 Crônicas, 21, 5-6, os homens de todo o Reino, salvo

Levitas e Benjaminitas, eram de 1,57 milhões de homens capazes de portar

espada e, portanto, pagadores de tributos. Destes, 1,1 milhão de Israel, ou 70% da população, e 470 mil de Judá, os 30% restante. Outro dado que

consideraremos é que, antes da Revolução Industrial, 90% da população

mundial vivia abaixo da linha da pobreza. Esta linha é definida por US$

3,20/dia para países de renda média-baixa (R$ 17,12, na cotação de 24/06/2020, quando das escrituras destas páginas) ou US$ 5,50, para de

renda média-alta (US$ 29,42) de acordo com o Banco Mundial. Deste modo, vamos usar estes dados para estimarmos a renda unitária e global de

Israel.

Vamos considerar que a renda média da população seja US$

4,35/dia, (média das duas linhas da pobreza do Banco Mundial) que daria

renda per capt a de US$ 1.587,75 anuais por cidadão (R$ 8.494,46). Assim, a renda de Israel (renda unitária x população de Israel) era de US$

2.492.767.500,00 (R$ 13.336.306.125,00). Deste modo, a tributação real

equivale a razão entre a receita real e a renda dos cidadãos, ou seja, 52,61%

da renda do cidadão médio, ou US$ 835,31 (R$ 4.468,93). Não podemos

definir quanto seriam as cargas tributárias de cada tribo, mas, para fins de exemplo, estimamos que os 1,1 milhões de homens das 10 tribos

114

Alguns estudiosos bíblicos estimam que a tributação sobre as dez tribos era de 70 a 75% de suas fazendas, enquanto que, para Judá/

Benjamin, esta teria sido de 30% a 40%, apesar de não termos fontes que

comprovem. Para efeitos didáticos, que facilitem a compreensão da situação, utilizaremos as referências de 70% de carga tributária para Israel e de 35% para Judá. Apesar de altos, tais números não eram incomuns na

Antiguidade, razão para os adotarmos.

Neste cenário, surge a figura de Jeroboão de Israel, ao qual o profeta Aías, o silonita, havia profetizado como futuro rei das dez tribos.

Voltando de seu exílio no Egito, após fugir de Salomão, é este o que inquire o povo a desafiar o rei pela redução tributária. Roboão então pede três dias, e se consulta com dois grupos: os anciãos de Israel, que serviram seu pai, e seus amigos de infância. Enquanto os primeiros aconselham a atender o

povo, para trazê-los para si, gerando fidelidade e gratidão, o segundo aconselha a aumentar o rigor, tanto nos trabalhos compulsórios como nos

tributos. Infelizmente, Roboão escuta seus amigos, impõe um peso maior as

dez tribos, e estas se revoltam, criando o reino do norte, chefiado por Jeroboão. Além disso, Deus não permite que o mesmo faça uma ofensiva

contra Israel. Neste ponto, podemos analisar a encruzilhada da história, e

nos valeremos da matemática para mostrar a infelicidade da decisão robonita sob a ótica econômica.

Vamos analisar a situação. Roboão tinha, no início de seu reino,

uma receita de 666 talentos de ouro anuais, como seu pai. Conforme 1

Crônicas, 21, 5-6, os homens de todo o Reino, salvo Levitas e Benjaminitas, eram de 1,57 milhões de homens capazes de portar espada e, portanto, pagadores de tributos. Destes, 1,1 milhão de Israel, ou 70% da população, e 470 mil de Judá, os 30% restante. Valendo-se de média aritmética 115

ponderada, observamos que, mesmo com esta proporção, a Tribo de Judá

responde por tão somente 17,6% de todos os tributos do reino, ou equivalente a 117,24 talentos anuais (US$ 189 milhões), jogando o peso

maior dos tributos para as demais tribos, que respondiam a 82,4% de todo o

tributo, ou seja, 548,76 talentos (US$ 885 milhões).

Exemplo de uma Curva de Lafter

Fonte: Wikipédia

Agora vem o ponto mais importante. De acordo com a curva de

Lafter, teoria econômica usada para mostrar a arrecadação tributária máxima de um país, e mais especificamente os estudos de Y. HSING (1996)

sobre o assunto, a arrecadação atinge seu topo por volta de 33 a 35% de

imposto, sendo que qualquer valor acima representa perda de arrecadação.

Ou seja, se Roboão aceitasse igualar toda a taxa tributária, e, por mais que, no primeiro ano, a arrecadação possa cair para algo em torno de 391

talentos de ouro (US$ 631,5 milhões), em pouco tempo, com o aumento da

riqueza da população, graças a menor tributação (pois mais dinheiro estaria em circulação, e mais riqueza seria gerada), o incremento poderia fazer que, 116

tranquilamente, a arrecadação asse de 700 talentos de ouro (US$ 1,13

bilhões). Por outro lado, mesmo que o reino não se dividisse, o aumento da

carga provocaria a redução da arrecadação, com a tendência de chegar a

zero. Mas a escolha de Roboão faz com que a arrecadação real fosse reduzida em 5,7 vezes (perda muito maior do que se reduzisse os impostos),

e provocaram que, o outrora próspero reino de Israel, se dividisse em dois.

AS DINASTIAS REAIS

Naquele dia a casa de Davi será como DEUS

Zacarias: 12, 8

O conceito de dinastia é de uma sequência hierárquica (hereditária

ou não) de indivíduos que, possuindo a mesma função, se sucedem no poder. É comumente associado a grupos que compõem uma casa real de

uma nação. No Brasil, por exemplo, tivemos somente uma dinastia em todo

os 67 anos do império: a dos Orleans e Bragança, com seus dois imperadores: D. Pedro I e D. Pedro II. Algumas dinastias podem durar

poucos anos, meses ou dias, quando outras podem durar milênios, assim

como reinos podem ter uma ou dezenas desta em toda a sua história. O

Egito antigo, por exemplo, teve, ao longo de seus 3000 anos, trinta e três

dinastias distintas (além das dinastias zero e lendária), enquanto o Japão, em 2680 anos aproximados, mantém a mesma dinastia Yamato, desde o primeiro imperador, Jimmu, até o atual, Naruhito, perfazendo cento e vinte

e seis monarcas. Em Israel, temos que dividir o estudo das dinastias em três contextos diferentes: a do Reino Unido, a do Reino do Sul e a do Reino do

Norte.

117

Nesse ponto, destaca-se no estudo deste período da história bíblica a estabilidade na dinastia do reino de Judá, e a instabilidade política do

reino de Israel. O contraste entre ambas as casas reais reflete a situação dos dois reinos. A casa de Israel, com o reino unido das doze tribos, foi composta ao todo por três reis: Saul (único de sua dinastia), Davi (fundador da dinastia Davídica) e Salomão. O Reino Unido tem o início de sua existência com a escolha dos anciãos por terem um rei como os outros

povos da terra. Tal fato aparece na Bíblia em I Samuel, 8. O profeta muito

se indigna com o povo, mas Deus fala que a revolta é contra Ele. O profeta, então, faz novas advertências ao povo, apresentando o que era um monarca.

Mesmo assim, o povo, no versículo 19, não o ouve e pede de novo um rei, o

qual o Senhor constitui, pelo mesmo Samuel, a Saul, filho de Quis, da tribo Benjamin, no capítulo 10, versículo 1 do mesmo livro, e apresentando-o ao

povo a partir do versículo 17 do mesmo.

Neste momento, começa a primeira dinastia deste período: a

Saútica, que reina por quarenta anos, e tem como único monarca o próprio

Saul. Não consideramos Isbosete, filho de Saul, como monarca de Israel,

uma vez que Davi já era ungido de Deus antes da morte do Benjaminita, e

esta já assumia as funções reais, iniciando a segunda e última dinastia do

reino unido. Com Davi, inicia-se a dinastia Davídica, que controla a casa

real em Jerusalém por 80 anos (sendo sete destes foram em Hebrom) e

permanece até a morte de Salomão, último sano do Reino Unido.

Quando da divisão do reino em dois, o reino do sul a por

estabilidade dinástica até a conquista de Judá por Nabucodonosor, no séc.

VI a.C., enquanto o norte a por diversas dinastias até sua queda pelos

assírios, no séc. VII a.C.. O infograma abaixo demonstra tal situação:

118

AC

AM

DINASTIAS

-996

3218

SAÚTICA (40 A)

-956

3258

DAVÍDICA (80 A)

DIVISÃO DO

REINO

DAVÍDICA (418 A)

JEROBONITA (21

-876

3338

A)

-855

3359

BAASAÍTA (24 A)

ZINRINITA (7 D)

-830

3384

ONRINITA (72 A)

-789

3425

JEUÍTA (108 A)

NENAMEÍTA (13

-681

3533

A)

-668

3546

PECAÍTA (20 A)

FIM DO REINO

-640

3574

OSEINITA (9 A)

DO NORTE

-509

3705

FIM DO REINO

119

DO SUL

Infográfico das Dinastias de Israel e Judá

Autoria Própria

Como podemos observar, o reino de Judá tem somente uma

dinastia em sua história. Os descendentes de Davi criaram uma das mais

bem-sucedidas casas reais de todos os tempos. Mesmo com a divisão do

reino em dois, esta casa, que já prosperava sobre todas as doze tribos desde oitenta anos antes da divisão, ainda permanece no trono por mais de 400

anos. A estabilidade econômica do reino de Judá pode ter dívida por diversos fatores socioeconômicos dentre os quais podemos destacar:

1.1.

A casa de Davi: Reinante sobre Judá Israel Quase

meio Milénio, a casa real de Davi gozava do respeito não

somente de seu povo, mas de povos vizinhos amigos ou

inimigos. Como um povo que tinha em sua tradição a

figura da Escolha divina do fundador da dinastia e das

bênçãos alcançadas por seu filho graças a mão de Deus os

judeus respeitava e iravam a figura real

1.2.

Identidade Nacional: Observamos que a nação de

Judá, mesmo sendo formada por duas tribos com motivos

para não afinidade (pois Saul era de Benjamin e Davi de

Judá), seu povo agia e funcionava como um. Talvez tenha

sido por conta dos relatos da guerra Benjaminita, que

quase levaram à extinção da tribo, ou por alguma situação

privilegiada desta os tempos de Salomão, que Benjamin

não rompeu com Jerusalém, mas, antes disso, permaneceu

120

como integrante de uma nação com Judá, esquecendo quaisquer desavenças do ado.

1.3.

Prosperidade Econômica: Com uma autoridade

Central estável e sem rivalidades regionais

suficientemente fortes para abalar a unidade nacional, a

nação de Judá pode prosperar economicamente pois, sem

as contínuas preocupações, como instabilidade política e

rebeliões, a atividade econômica pode se desenvolver

livremente. Além disso, podemos presumir que os

tributos, por mais que tivessem subido na época do reino

do Sul, nunca alcançaram os níveis que levassem o povo a

questionar a autoridade real, como com Roboão.

Em suma, podemos chamar Judá como um estado estável típico da

Idade do Ferro. Já no norte, via-se que as dinastias eram altamente instáveis.

A maior de todas, a Onrinita (ao qual pertence Acabe, o rei que Elias denunciara em suas pregações) dura nada mais que 42 anos, ao o que a

Zinrinita, tão somente sete dias. A Bíblia não informa os motivos de tantos levantes dentro do reino, mas podemos, com base nas leituras da própria, e

também analisando a própria formação do estado, tirar algumas conclusões:

1.1.

O tamanho do Estado: tal qual o peso do governo

de Salomão e Roboão sobre as dez tribos, as dinastias

poderiam ter imposto grandes fardos de impostos e de

trabalhos compulsórios ao povo de Israel. Como este já

havia se emancipado por este motivo, os reis podem ter

caído devido às suas políticas, rejeitadas pela nação, para

121

novos governantes, que devem ter prometido alívio nos

tributos. A exceção, nos parece, a casa de Baasa, deposta

por Zinri, que reinou por somente sete dias e que cai pela

mão do povo, insatisfeito com o golpe que o rei e sua

família sofrera. Este acaba por deixar o reino em meio à

guerra pelo trono entre Onri e Tibni, vencida pelo

primeiro.

1.2.

A Ganância: ao romper o reino em dois, Jeroboão

tinha o a uma fortuna de, aproximadamente, US$

500 milhões anuais, dos tributos do reino do Norte que

outrora iam para Jerusalém. Com tal receita sendo obtida

com certa facilidade pelo rei (pois este assume sem haver

guerra por ordem de Deus), e conhecedores da fama real

devido a lendária fortuna de Salomão, outros nobres

podem ter sido instigados a buscar o trono para ter o

ao poder e, consequentemente, a este tesouro. Isso pode

ter motivado alianças entre este e outros nobres que

buscavam situação melhor junto ao trono, o que pode ter

gerado os diversos golpes.

1.3.

Rivalidades Tribais: As tribos podem ter sido

rivais em vários momentos, ora por causa dos reis

favorecendo uma em detrimento das outras, ora por

questões comerciais internas, ora por desejo de serem o

centro de todo reino, ora por outros fatores. O fato é que é

plausível que as tribos possam ter apoiado um novo

susserano com vistas a melhorarem suas posições junto ao

122

reino, o que traria o a serviços e riquezas que poderiam não ter sido alcançadas com outra dinastia.

Independente do motivo, o fato é que o reino não se sustentou com

tanta instabilidade, o que pode, por suposição, ter levado à queda pelos

Assírios, uma vez que não havia um espírito de unidade nacional no povo,

tornando-se um exemplo prático da lição moral que Jesus dera em Mateus,

12, 24-25 (“todo reino dividido contra si mesmo…).

O ESTADO DA ANTIGUIDADE E O ESTADO MODERNO

Por isso, ó reis, sejam prudentes;

aceitem a advertência, autoridades da terra.

Salmos 2:10

Quando observamos o Brasil do Século XXI d.C., no que diz respeito a arrecadação tributária, podemos verificar, através de ferramentas como o Impostômetro (site da internet que calcula o quanto de tributos

foram pagos no Brasil durante um ano), que os números das arrecadações

tributárias chegam a ordem do trilhão de reais. Este valor diz respeito a

todos os impostos pagos pela população para o estado. Esse valor não está

associado aos ganhos pessoais das autoridades físicas do país, como, por

exemplo, o Presidente da República, que possui salário mensal fixo, e seu

orçamento pessoal não está ligado ao orçamento Federal.

Porém, não podemos dizer que a história sempre foi assim. Até os

idos da idade moderna (em torno de 1700 d.C.) o conceito de estado monárquico

absolutista dominava. Neste, predominava o pensamento de que o Rei era o Estado e o Estado era o Rei. A partir disso, podemos

123

apresentar que, quando o livro de Reis fala da receita anual de Salomão como torno de um bilhão de dólares anuais, estamos nos referindo também

ao orçamento e Israel, uma vez que ambos eram um só. Era com esta receita

que nação e o rei viviam sem haver para isso um planejamento orçamentário

que pudesse separar ambos

Já com relação ao valor da arrecadação, o que representa algo em

torno de uma parte em 1000 até uma parte em 1500 da arrecadação do

Brasil moderno devemos nos lembrar que o momento em que vivemos é o

primeiro da história em que existe mais pessoas rica ou classe média que

pessoas pobres e miseráveis no planeta (aproximadamente 90% da humanidade hoje está fora da miséria), ao o que nos tempos de Salomão

aproximadamente 90% da população vive abaixo da linha da pobreza que é

menos de US$ 450 anuais. Quando da redação dessa página o salário mínimo brasileiro era de aproximadamente US$200,00 mensais, ou algo em

torno de US$ 2600,00 anuais aproximados, sendo a renda média algo em

torno de US$ 4400,00 anuais aproximados. Isso aliado a uma população de

um milhão e meio a dois milhões de pagadores de impostos, demonstra a

impossibilidade de haver orçamento nacional maior do que apresentado para os reis de Israel, salvo, se atendessem a Curva de Lafter (explicada

acima).

A FENÍCIA E AS ALIANÇAS COM ISRAEL

Bendito seja hoje o SENHOR, que deu a Davi um

filho sábio sobre este tão grande povo

I Reis, 5, 7

124

A Fenícia é uma nação conhecida pelo mar. Seu território encontrava-se ao norte de Canaã, ao longo dos atuais Líbano, Síria e norte

de Israel. De origem semita, os fenícios estabeleceram-se numa área de

7000 km², três vezes menor que o estado de Sergipe, o menor do Brasil,

numa faixa de 200 km de extensão por 35 km de largura. Além do pequeno

território, a maioria deste encontra-se em território montanhoso, com poucos espaços para agricultura e pecuária. A vantagem da localização desta nação é que se encontra em uma encruzilhada comercial, com o aos

vizinhos da Europa, Ásia Menor e Mesopotâmia, além de estarem na costa

do Mediterrâneo.

Além disso, as praias da nação eram repletas de um molusco chamado múrice, de onde era extraído a púrpura, corante vermelho usado na

produção têxtil para tingimento de tecidos bastante apreciado pelas elites da Antiguidade. Com isso, os fenícios tornaram-se comerciantes e navegadores

pelos mares da região, chegando a costa da Grécia, Itália, Egito Cartago e

chegando as cidades de Tingir (atual norte do Marrocos) e Gadir (sul da

Espanha). Nesse contexto, três cidades fenícias se destacam: Biblos, já mencionado aqui como a cidade que serviu de inspiração para o nome da

Bíblia, e as cidades de Tiro e Sidom, sendo estas duas cidades citadas nas

Escrituras em II Samuel, I Reis e I Crônicas. Porém, as circunstâncias em

que as duas aparecem são bastantes distintos, e as consequências para Israel, também.

Tiro aparece na Bíblia em II Samuel, 5:11. Hirão rei de Tiro, envia

a Davi, mensageiros, acompanhados de carpinteiros, pedreiros, e um lote de

madeira de cedro, para edificarem uma casa para o Rei Davi. Tal ato inicia a amizade entre os israelitas e os fenícios de Tiro e, principalmente, representa para o jovem rei a confirmação de seu trono pelo Senhor. Hirão,

125

após os quarenta anos do reinado de Davi, manteve-se no trono e continua com o relacionamento com Salomão. Em II Crônicas, 2, 1-10, Salomão

manda carta reforçando a amizade entre os reis, e solicitando contrato para fornecimento de materiais preparados para a construção do Templo que traremos mais detalhes no tópico A CASA DO SENHOR, mais a frente), ao

que, nos versículos seguintes, Hirão responde ao pedido de Salomão com

exortação a Deus e ao novo rei, com destaque a sua fala nos 11 e 12, que

denota a fidelidade do rei tírio ao Deus de Israel, reconhecendo-o como o

Senhor:

“Em resposta, o rei Hirão mandou a Salomão a seguinte

carta:

‘O SENHOR Deus ama o seu povo e por isso fez com que

você fosse o rei deles. 12 Louvado seja o SENHOR, o Deus de

Israel, o Criador do céu e da terra! Louvado seja Deus, que

deu ao rei Davi um filho tão cheio de sabedoria, tão

inteligente e prudente, que vai construir um templo para

Deus e um palácio para si mesmo! ’ ”.

A relação comercial entre ambos os povos continuava no mar. Os

navios de Israel navegavam junto dos de Tiro até o sul da Espanha para

relações comerciais, voltando “trazendo ouro, prata, marfim, macacos e micos” (2Cr, 9,24). Quanto das obras do palácio de Salomão, este e Hirão

continuaram as negociações para fornecimento de madeira e pedras, com o

rei mandado para Jerusalém 120 talentos de ouro (4, 113 kg aproximadamente), recebendo como garantia vinte cidades, as quais chamou de terra de Cabul, pois estas não lhe foram boas aos seus olhos (1

Rs, 9,12-13). As escrituras não mencionam mais Hirão nem os demais reis

de Tiro, o que podemos presumir que as relações continuaram amistosas

mesmo após a morte deste.

126

Já Sidom aparece em um período mais difícil da história israelita.

Logo após a divisão dos reinos do Norte e do Sul, a primeira dinastia reina no primeiro, com oaascenção de Jeroboão ao trono. Seus descendentes são

depostos pela casa de Baasa, que por sua vez é deposta por Zinri. Este reina por sete dias, e Onri e Tibni fazem guerra civil pelo trono, vencida por Onri, que inaugura a quarta dinastia. De sua morte, Acabe, o rei que “fez o que

parecia mal aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes

dele” (I Rs, 16, 29), com a ameaça dos Sírios ao norte, faz aliança com os

fenícios da cidade de Sidom. Etbaal, rei dos sidônios, faz aliança ao oferecer a mão de sua filha Jezabel ao monarca de Samaria. Assim, Acabe,

para atender suas vontades, a a servir o deus cananeu Baal, erguendo

um templo a este, além de fazer um bosque para adoração dos mesmos.

Com isso, a população do reino tem seu coração convertido aos deuses

pagãos.

Isso faz com que os servos do Senhor sejam mortos por ordem da

rainha, salvo cem, que foram salvos por Obadias, mordomo do palácio do

rei, que os colocou em cavernas em grupos de cinquenta, os alimentando a

pão e água pelos anos da seca predita pelo profeta Elias em I Rs, 17, 1.

Neste contexto, Deus fala para que ocorra o desafio de Elias no monte

Carmelo aos 450 sacerdotes de Baal e aos 400 de Aserá, onde os mesmos

am a manhã toda tentando fazer com que os deuses acendessem a fogueira de madeira seca, chegando a se cortarem por conta disso, sem

sucesso, enquanto a oração do profeta chega ao Senhor, que confirma queimando o holocausto com a lenha molhada por 12 cântaros de água

[possivelmente com 1 efa (22 litros) de água cada, totalizando 12 efas (264

litros) ].

127

Mesmo com este ocorrido, Jezabel não se rende a mão de Deus, volta a perseguir Elias. As maldades desta prevalecem, destacando-se o caso das vinhas de Nabote, presente em I Rs, 21, quando esta o mata para dar as

vinhas a Acabe. Tal perseguição somente se encerra com a morte de Acabe,

na guerra contra os Sírios (onde este morre em combate) e com a morte de

Jezabel pelos eunucos a mando de Jeú em Jerzeel (II Rs, 9, 31-37), que fora ungido pelo servo de Eliseu, após a ordem de Deus ao profeta Elias para tal (I Rs, 19, 8-21). Assim, encerra-se neste ponto das escrituras a participação da Fenícia em Israel, que auxiliaram tanto para apoio quanto para a queda

do povo de Deus.

BELZEBU: A ORIGEM DA PALAVRA

Porventura não há Deus em Israel, para irdes

consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?

2 Reis 1:3

A cristandade tem uma figura que remete ao puro mal, como sendo

o próprio Satanás. Seu nome é Belzebu. Um ser comumente representado

por um homem com chifres que vive em um local de fogo, chamado de

inferno. Seria o mesmo Lúcifer, o anjo caído. Mas, neste caso, não estamos

interessados em conhecer a entidade, mas compreender a origem do termo.

E esta tem a ver com evento envolvendo Elias.

Quando, no segundo livro dos reis, 1,2, o rei Acazias cai da sacada

de um quarto alto, este envia homens para a Filisteia, para consultar a BaalZebube, deus de Ecrom, ao que o profeta Elias o reprime, perguntando-o se

não existe Deus em Israel para que o rei mande homens ao estrangeiro para

consultar deuses estranhos. Isso faz com que o filho de Acabe venha a

128

morrer. Quanto a Baal–Zebube, este era uma variação do deus cananeu Baal, o deus das tempestades já apresentado aqui nesta obra, cuja cabeça

existia chifres, uma vez que o touro era seu animal símbolo. O termo Zebube pode representar duas situações. A primeira, é que o correto seria

Zebul, ou seja, “Príncipe”, fazendo referência de que Baal era a divindade

principal de Ecrom, A outra, mais aceita, é a de que Baal-Zebube significava “Senhor das Moscas”, em referências a grande quantidade de

moscas existente no Oriente Médio, e que os sacerdotes de Baal criam que o

mesmo pudesse controla-las, isso porque as moscas aparecem em maior ou

menor número de acordo com o clima, e esta era a divindade cananeia das

tempestades.

Mas, e o termo Belzebu, de onde vem? Sua origem se deve a

evolução das palavras. Como as sociedades evoluem, e a cultura se modifica, acontece o mesmo com as palavras. Neste caso, ocorre um fenômeno chamado Metaplasmo, quando letras são suprimidas para formarem novas palavras sem perder o sentido da primeira. É o clássico

caso de Vossa Mer cedes, que evoluiu para Vossa Mercê, e depois, Você.

Hoje, já temos em Minas Gerais o uso do termo Ocê e, no Rio, o uso do Cê.

Da mesma forma, Baal-Zebube evolui para Baal-Zebul e, posteriormente,

Belzebu.

ELISEU E A LEI DE OFERTA E DEMANDA

O que se compadece do pobre empresta ao

Senhor, que lhe retribuirá o seu benefício.

Provérbios 19:17

129

A Lei de Oferta e Demanda é uma teoria econômica proposta pela primeira vez em 1776 por Adam Smith, em sua obra Riqueza das Nações,

sendo formado por duas leis separadas: a Lei da Oferta e a Lei da Demanda.

O conceito de Lei da Oferta se refere ao quanto de um produto ou

serviço o mercado pode disponibilizar por um determinado preço, ou seja, a

correlação entre o preço e quanto de um bem ou serviço é ofertado pelo

mercado. Já a Lei da Demanda diz respeito ao quanto um produto ou serviço é desejado por compradores dispostos a pagar um determinado preço, ou seja, a relação entre o preço e a quantidade desejada pelos compradores. A Lei de Oferta e Demanda é justamente a combinação entre

estas duas leis. O conceito analisa a relação entre as duas e busca a melhor relação de preço a satisfazer o máximo de consumidores com a oferta mais

adequada para o cenário ideal. Este cenário ideal, é chamado de Ponto de

Equilíbrio, onde a oferta satisfaz a todos os que estão dispostos a pagar um valor para algo sem produtos e serviços excedentes.

Além disso, a lei explora os diferentes resultados em casos de desiquilíbrios, quando a oferta ou a demanda excedem tal ponto. De maneira bastante simples, podemos dizer que, se maior a quantidade de

produtos no mercado, menor será seu preço, pois a oferta será maior para

uma demanda menor, mais pessoas serão atendidas e menos produtos serão

desejados, ao o que, quanto menor a oferta de algo desejado, maior será seu preço, pois aumentará a demanda e será mais difícil adquirí-lo. A recíproca com a demanda afetando a oferta também é válida, de modo que

uma afeta a outra.

Mas o que isso tem a ver com a Bíblia e, mais especificamente,

com Eliseu? A resposta está em II Reis, 6 24 até 7,20. Nesse relato, Ben-

Hadade, rei da Síria, ajunta seu exército e promove um cerco a Samaria,

130

capital do reino de Israel na época. Com o cerco, as reservas de alimento vão sendo reduzidas, até chegarem o comércio negociar uma cabeça de um

jumento por oitenta peças de prata (II Rs, 6, 25). Verificamos algo importante aqui. A demanda por comida era tão grande que provocou um

aumento nos preços, pois a oferta reduzira, a ponto de produtos sem valor

comercial importantes arem a custar caro para atender a necessidades.

Mas é importante notarmos que Eliseu mostrou o desequilíbrio econômico

provocado pela fome e profetizou que o ponto de equilíbrio seria reestabelecido, com os preços retornando aos valores naturais (II Rs, 7, 1, se cumprindo no versículo 16 deste). Este diz que no dia seguinte ao relato de II Rs, 6, 24-33, haveria “uma medida de farinha por um siclo e duas medidas de cevada por um siclo, à porta de Samaria (II Rs, 7, 1).

Realmente, ao fim do cerco, quando Deus, aquela noite, espanta as tropas

sírias e estas deixam alimentos, roupas, cavalos, dentre outros objetos, a

população vai ao arraial e saqueia os objetos deixados, e restauram suas

vidas e voltando ao comércio, onde os preços profetizados por Eliseu se

cumprem. Interessante notar que, no século XIX a.C., já ocorriam casos em

que os preços eram afetados pela oferta de demanda.

CRONOLOGIA DA ERA REAL

1Sm, 8,4-5

Povo pede um Rei a Samuel

4*

Deus diz para Samuel fazer o

-1002

3218

que o povo diz, pois estes O

1Sm, 8,7-9

rejeitaram

Sauíta

1Sm,

Saul torna-se Rei de Israel

11,12-15

-992

3228

Nasce Davi

5*

1Sm,

-975

3245

Davi vence Golias

18,48-50

Davídico

-962

3258

Saul morre pelos Filisteus

1Sm, 31,4-

131

6

Davi torna-se Rei de Israel

2Sm, 2,4

Início da dinastia Davídica

6*

Davi começa a redigir seus

-955

3265

7*

Salmos

Morre Davi, rei de Israel

1Rs, 2,10

-922

3298

Salomão assume o trono de

1Rs, 2,12

Israel

Salomão começa a erguer o

-918

3302

Templo, no mês de Zive (atual

1Rs, 6,1

Iyar, em abril/maio)

Templo é inalgurado no mês

-918

3308

de Bul (Atual Heshvan, em

1Rs, 6,38

outubro/ novembro)

Salomão redige seus

-905

3315

7*

Provérbios*

-900

3320

Salomão redige os Cantares*

7*

Robonita

Alto

J

1Rs,

Morre Salomão, rei de Israel

Israel

e

11,42-43

r

Roboão coroado Rei;

1Rs, 12,1

o

Jeroboão insita o povo a

1Es, 12,2-

b

desafiar o rei.

4

o

-882

3338

Jeroboão coroado rei de Israel;

1Rs, 12,20

n

Início da dinastia Jerobonita em

i

6*

Israel

t

Roboão rei de Judá (Judá e

1Rs,

a

Benjamin)

12,22-24

Morre Roboão, rei de Judá

-865

3355

1Rs, 14,31

Assume Abias

Morre Abias de Judá.

-864

3356

1Rs, 15,8

Assume Asa

Morre Jeroboão de Israel

-862

3358

1Rs, 14,25

Assume Nadabe

Baasa mata Nadabe e usurpa o

1Rs,

trono de Israel;

15,27-28

-861

3359

Fim da dinastia Jerobonita

(23anos);

6*

Início da dinastia Baasaíta

Morre Baasa, rei de Israel.

-838

3382

1Rs, 16,6

Assume Elá.

-837

3383

1Rs, 16,9-

Elá é morto por Zinri.

10

Fim da dinastia Baasaíta (24

6*

anos)

Zinri usurpa o trono por 7 dias.

1Rs, 16,15

O povo, liderado pir Onri, sitia

1Rs,

Tirza e provoca a morte de

16,17-18

Zinri

Onri e Tibni disputam o trono

1Rs,

132

da Israel

15,21-22

Onri vence e é coroado rei de

1Rs, 16,23

-836

3384

Israel.

Início da dinastia Onrinita

6*

E

Morre Onri, rei de Israel

l

-827

3393

1Rs, 15,28

Assume Acabe

i

Elias, o Tesbita, provetiza a

a

1Rs, 17,1

seca sibre Israel

t

-826

3394

Corvos sustentam Elias no

i

1Rs, 17,6

Ribeiro de Quiriate

t

Elias desce até a viúva de

1Rs, 17,8-

a

Sarepta

9

1Rs,

Elias apresenta-se a Acabe

-825

3395

17,16-19

Elias desafia os Profetas de

1Rs,

Baal no Monte Carmelo e Deus

17,20-40

vence

Alto

Asa, rei de Judá, morre.

Israel

1Rs, 15,24

Assume Josafá

Fim da I Guerra Judaico-

Israelita

1Rs, 22,3-

4

-824

3396

Judá e Israel fazem aliança.

Profeta Micaias profetiza

1Rs,

derrota da Aliança hebreia

22,13-28

Morre Acabe, rei de Israel

1Rs,

Assume Acazias

22,39-40

Moabe se revolta contra Israel

2Rs, 1,1

-807

3413

Morre Acazias, rei de Israel.

2Rs, 1,17

Assume Jorão

Morre Josafá, rei de Judá

-803

3417

2Rs, 8,16

Assume Jeorão

Eliseu pede a porção dobrada

2Rs, 2,9-

do Espírito de Elias, e lhe é

10

concedido

2Rs, 2,10-

-801

3419

Elias é arrebatado aos céus

14

2Rs, 3,24-

Israel vence a revolta de Moabe

27

Aumento do azeite da viúva

2Rs, 4,1-7

Deus ressucita o filho da

2Rs, 4,32-

-800

3420

Sunamita por meio de Eliseu

37

2Rs, 5,1-

-799

3421

Naamã é curado de Lepra

19

Morre Jeorão, rei de Judá

2Rs, 8,25-

-796

3424

Assume Acazias

26

-795

3425

Morre Acazias, Rei de Judá.

2Rs, 9,23-

Assume Atalia

24

Morre Jorão, rei de Israel

2Rs, 9,27

Assume Jeú

133

Fim da dinastia Onrinita (41

6*

anos)

Inicio da dinastia Jeuíta

Jezabel é morta por seus

2Rs, 9,30-

eunucos, por ordem de Jeú

37

2Rs,

Jeú mata os adoradores de Baal

10,18-28

2Rs,

Morre Atália, rainha de Judá

11,13-16

-789

3431

2Rs, 11,4-

Assume Joás

12

Morre Jeú, rei de Israel.

-767

3453

2Rs, 1,2

Assume Jeoacaz

Rei Joás intima os sacerdotes a

2Rs, 12,6-

-766

3454

reformarem o Templo em

14

Jerusalém

Eliseu profetiza as três vitórias

2Rs,

-756

3464

de Israel contra Síria

13,14-19

Morre Eliseu

2Rs, 13,20

Morre Jeoacaz, rei de Israel

2Rs, 13,9

Assume Jeoas

-752

3468

Israel vence 3 vezes e se liberta

2Rs, 13,25

do domínio sírio

Médio

2Rs,

Israel

Morre Joas, rei de Judá

-751

3469

12,20-21

Assume Amazias

2Rs, 14,1

II Guerra Judaico-Israelense

2Rs, 1,1

-737

3483

Israel vence Judá

2Rs, 1,1

Morre Jeoas, rei de Israel

-732

3488

2Rs, 14,16

Assume Jeroboão II

Morre Amazias, rei de Judá

2Rs, 14,19

-731

3489

Assume Uzias

2Rs, 14,21

Isaías começa a profetizar

-730

3490

Is, 1,1

sobre Israel

Morre Uzias, rei de Judá

2Rs, 15,1-

-725

3495

Assume Azarias

2

Profeta Oséias começa a pregar

-723

3497

2Rs, 1,1

para Israel

Morre Jeroboão II, rei de Israel.

-688

3532

2Rs, 14,29

Assume Zacarias

Morre Zacarias, rei de Israel.

Assume Salum, e morre com 1

2Rs, 15,10

mês de rei

-687

3533

Assume Nenaém

2Rs, 15,14

Fim da dinastia Jeuníta (25

anos)

6*

Baixo

Inicio da dinastia Nenameíta

Israel

-685

3535

Profeta Amós profetiza sobre

Am

Israel

134

Profeta Jonas prega para

Jn

Ninive, capital da Síria, e Israel

Morre Nemaém, rei de Israel

-676

3544

2Rs, 15,23

Assume Pecaías

Morre Pecaías, rei de Israel.

2Rs,

Assume Peca

15,24-26

-674

3546

Fim da disnatia Nenameíta (11

anos)

6*

Inicio da dinastia Pecaíta

Morre Azarias, Rei de Judá

2Rs, 15,5-

-673

3547

Assume Jotão

7

Profeta Naum prega o fim de

-665

3555

Na

Nínive

Morre Jotão, rei de Judá

-658

3562

2Rs, 15,38

Assume Acaz

Profeta Miquéias prega para

-655

3565

Judá, anunciando o Messias

Mq

nascido em Belém

Morre Peca, rei de Israel.

2Rs, 15,30

Assume Oseias

-654

3566

Fim da dinastia Pecaíta (20

anos)

6*

Início da dinastia Oseinita

Morre Acaz, rei de Judá

-652

3568

2Rs, 16,19

Assume Ezequias

Assíria domina Israel e a põe

em Cativeiro.

2Rs, 17,3-

Ozeias é deposto

6

-646

3574

Fim do Reino Independente de

Israel

Fim da dinastia Oseinita (9

6*

anos)

Assiria invade e conquista

2Rs, 18,13

Judá.

-638

3582

2Rs, 19,1-

Rei consulta Isaías

6

Isaítico

2Rs,

-637

3583

Deus livra Judá dos Assirios

19,35-37

Ezequias fica doente e é curado

2Rs, 20,1-

por Isaías

7

-636

3584

Babilônia envia embaixadores

2Rs,

para Judá

20,12-19

Morre Ezequias, rei de Judá

-623

3597

2Rs, 20,21

Assume Manassés

Profetas dizem juízo contra

2Rs,

-590

3630

Judá

21,10-16

Assirios levam Manassés

2Cr,

-584

3634

cativo

33,10-11

-584

3636

Senhor faz Manassés e ao povo

2Cr,33,12-

135

voltar a Judá

13

Morre Manassés, rei de Judá

-569

3651

2Rs, 21,18

Assume Amon

Morre Amon, rei de Judá

2Rs,

-567

3653

Assume Josias

21,23-24

Jeremias começa a profetizar

-555

3665

Jr, 1,2

sobre Judá

Primeira Reforma do do

2Rs, 22,3-

Templo

7

-550

3670

2Rs, 22,8-

Achado o Livro da Lei

20

Faraó Neco guerreia e derrota

Judá

2Rs, 23,29

Morre Josias, rei de Judá

-537

3683

Joacaz assume por 3 meses e é

2Rs,

deposto por Neco

23,33-34

Jeoaquim assume o reino

2Rs, 23,36

A SEXTA ERA JUDIA: PROVINCIAL

E o seu rei irá para o cativeiro, ele e os

seus príncipes juntamente, diz o Senhor.

Amós 1:15

A sexta era judia é a era provincial. Ocorre desde a tomada de

Jerusalém, por Nabucodonosor, em 3695 a.M. (525 a.C.), e encerra com o

anúncio do anjo Gabriel a Zacarias, em 4210 a.M. (8 a.C). Esta era se divide em três períodos distintos. O primeiro é o babilônico, que se inicia na tomada acima, relatada em II Reis, 24, e finda no ano de 3763 a.M. (457

a.C.), com a queda da Babilônia para os reis da Pérsia, em Daniel, 6, sendo que as visões de Daniel 7 a 10 ocorrem neste período O livro de Daniel

ocorre. O segundo período é o Persa, onde Dario e Ciro tomam a Babilônia,

fazendo-a província persa. Os eventos dos livros Daniel, 6, ocorrem neste

período, além dos livros de Esdras, Neemias e Ester. Aqui é onde finda os

livros históricos do Antigo Testamento, no Livro de Ester, mais especificamente com a imposição da Festa do Purim, no ano de 3892 a.M.

136

(326 a.C.), O terceiro período falaremos em texto próprio, que é o intertestamentário.

A ESTÁTUA DE OURO DE NABUCODONOSOR

Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é

que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha

de fogo ardente, e da tua mão, ó rei.

Daniel 3:17

Logo após a interpretação do sonho de Nabucodonosor por Daniel,

o rei decide construir uma estátua de ouro. Tal estátua era da altura de

sessenta côvados (26,64 m) por 6 de largura (2,66 m), e era para ser objeto de adoração dos povos da nação. De fato, em Daniel 3, 2, vemos a convocação das autoridades, a saber: “prefeitos e presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores das províncias” para a cerimônia de consagração da estátua. Cabe aqui uma

nota. A estátua acima não é do sonho, mas sim a construída pelo rei, e que

leva aos eventos da fornalha com Sadraque, Mesaque e Abednego.

137

Estátua de Nabucodonosor

Autoria Própria

Não sabemos como era a forma da estátua, mas podemos concluir,

pelas suas dimensões, que seria um monolito trabalhado, para parecer um

homem de pernas juntas e braços colados no tronco, dado sua largura ser

consideravelmente menor que a altura. Após isso, o monolito ou por um

processo de tratamento que culminou em aplicação de folhas de ouro em

seu exterior, para ter a aparência de feita de ouro. Tal processo (folhamento) é comum em joias, e dá efeito de que a peça é de ouro puro. Tal processo

utiliza bem menos ouro do que se a peça inteira fosse confeccionada no

metal. De fato, 1 peça de 1 kg de ouro puro, se feito de outro material,

precisaria de menos de 50 g de folhas de ouro em seu exterior para terem o

mesmo efeito, a um custo que pode chegar a 100 vezes menos que a peça de

fundição, o que faz o custo das peças extremamente baixos.

Com relação ao rosto da estátua, as correntes teológicas colocam

quatro possibilidades. A primeira é a de que o rosto era do próprio 138

Nabucodonosor, uma vez que o mesmo demonstrava em sua personalidade um culto narcisista, podendo fazer a obra para que todos os adorassem com

a um deus. A segunda hipótese é a de que a estátua era de seu pai.

Nabopolasar ascendera ao trono graças a derrocada do reino da Assíria, cujo despótico rei Assúrbanipal havia morrido, junto com Candalanu, rei-títere

da Babilônia. Este rei inicia a dinastia que Nabucodonosor pertencia, e foi o primeiro a fazer o reino crescer territorialmente, transformando-o na potência que seu filho continuaria a expandir.

A terceira hipótese seria a estátua não ter forma de ninguém específico, mas ser a representação de Marduk, também chamado de Bel, rei

dos deuses do panteão babilônico, senhor das águas, vegetação e dos julgamentos, e cuja crença popular dizia que este escolhia os reis da Babilônia. E finalmente, a quarta, que é uma variação da anterior, que diz

que a estátua era de Marduk, mas que tinha o rosto de Daniel, devido ao

mesmo revelar os sonhos do rei (a estátua com cabeça de ouro, tronco de

prata, cintura de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e lama), cujo mesmo nenhum sábio real conseguia desvendar, e que provocou o édito de morte de

todos os sábios da Babilônia, édito este anulado pelo ato de Daniel.

AS FESTAS DA BÍBLIA

Em ti quero alegrar-me e exultar, e cantar

louvores ao teu nome, ó Altíssimo

Salmos 9, 2

Quando as leis foram apresentadas a Israel no deserto, Deus separa

algumas datas para que o povo celebrasse as bênçãos do Senhor sobre eles.

Essas datas deveriam ser lembradas anualmente pelos hebreus, como um

139

memorial da aliança do Senhor com os homens, para que esta fosse perpétua. Assim, Por Moisés, são separadas as três festas do Senhor.

A primeira festa é a Páscoa. A principal festa do calendário é comemorada no 14º dia do mês de Nissan. A festa pascal foi instituída em

Ex, 12, 18, e era pela comemoração do livramento do povo do jugo egípcio.

Seu início era no entardecer do dia 14 de nissan e continuava a noite de 15.

Há de lembrarmos que o dia para o judeu começa no início da noite. Assim,

para nós, seria como a tarde e a noite do mesmo dia. Consistia em uma

refeição composta de cordeiro inteiro assado pela família, significando expiação, junto de ervas amargosas e pães ázimos, que traduzem, respectivamente, a lembrança da servidão e a pureza de Deus. Caso uma

família fosse pequena demais para consumir um cordeiro, deveria convidar

outra família para realizar a refeição junto, de modo a não sobrar restos da ceia. Além disso, o chefe da família conta a história do Êxodo para todos os membros, para que não se esqueçam do que Deus fez com o povo.

Posteriormente, até 21 de nissan, o povo consome diariamente pães ázimos,

pelo mesmo sentido acima mencionado.

Em 6 de sivã (maio ou junho) é celebrada a Festa das Semanas,

apresentada em Ex, 23,16. Esta festa também é conhecida como Festa da

Sega, das Premissas, ou Pentecostes. Ocorre cinquenta dias após a páscoa.

Ocorria somente um dia por ano, uma vez que parte da colheita do trigo,

principal fruta da terra, havia sido colhida, uma vez que a mesma começa

no mês de Iiar (abril e maio) e segue após a festa, em Sivã. As ofertas consistiam em dois pães ázimos, representando a premissa da terra, além se

serem sacrificados dez animais ao Senhor, além de um bode pela expiação,

além de dois cordeiros como ofertas pacíficas. As famílias também tinham o

140

costume de ofertar os dízimos nesta época, onde um décimo de sua produção era entregue no templo.

Em Tisri (setembro e outubro) era realizada a última festa do ano: a

Festa das Barracas, também conhecida como dos Tabernáculos, ou da Colheita. Com o início do outono, e as temperaturas caindo rapidamente, as colheitas chegavam ao seu final, faltando somente a das azeitonas, em Cheshvan (outubro e novembro). Assim, o povo se reunia para, do dia 15 ao

dia 21, agradecerem ao Senhor pelo final da colheita. Nesta festa os sacerdotes realizavam sacrifícios de 70 animais pelos sete dias, de quantidade diárias decrescente. Não descobrimos a informação, mas, valendo-nos em cálculos de Progressão Aritmética decrescente de sete termos, podemos supor duas possibilidades das quantidades destes: primeiro, que o primeiro dia deveriam ser sacrificados 19 animais, depois

16, 13, e assim, reduzindo de três em três, até chegar ao sétimo dia com um sacrifício. A outra, era que o primeiro dia eram sacrificados 13 animais, e a cada dia reduzia um animal, chegando ao último dia com sete animais sacrificados. Além destes, 14 cordeiros e 2 carneiros eram oferecidos em

expiação todos os dias da festa. Destaca-se que os judeus, durante esta festa, habitavam em tendas feitas de ramos, conforme Nm, 23,42. No dia 22, uma

assembleia solene era realizada com o povo, e após, estes eram dispensados

para as suas casas.

Posteriormente, com o édito de Hamã para matar os judeus sendo

sobreposto pelo de Mardoqueu, graças as ações de Hadassa, que se tornara a

rainha Ester da Pérsia, que convencera o rei a publicar o édito de defesa dos judeus, no livro homônimo, uma nova festa é celebrada pelos judeus na

Bíblia. Essa era a festa do Purim. Os judeus guardavam os dias 14 e 15 de

Adar (fevereiro e março) como um dia em que foi lançado Pur (sortes)

141

sobre os judeus para a destruição do povo, mas que estes, com jejum e orações, se voltaram ao Senhor e estes se salvaram, tornando-se grandes

aliados dos persas, representado pelo fato do rei Assuero ter entregue seu

anel a Mardoqueu, judeu, o que significava que este era seu primeiro homem de confiança em todo o reino. E, nesta festa, os judeus, em alegria,

se reuniam para comerem e para trocarem presentes um para com os outros.

MÊS

MÊS HEBREU

FESTAS

GREGORIANO

14 PÁSCOA

MARÇO

NISSAN (ABIB) – Início do ano

15-21 PÃES ÁZIMOS

religioso

16 OFERTA DAS PREMISSAS

ABRIL

ÍIAR (ZIVE)

-

MAIO

SIVÃ

6 PENTECOSTES

JUNHO

TAMUZ

-

JULHO

AB

-

AGOSTO

ELUL

-

SETEMBRO

1 TOQUE DA TROMBETA

TISRI (ETANIM) – Início do

10 FESTA EXPIAÇÃO

ano hebraico

15-21 FESTA BARRACAS

OUTUBRO

22 ASSEMBLEIA SOLENE

CHESVÃ (BUL)

-

142

NOVEMBRO

QUISLEU

-

DEZEMBRO

TEBETE

-

JANEIRO

SEBATE

-

FEVEREIRO

ADAR

14-15 FESTA DO PURIM

MARÇO

VEADAR (MÊS EXTRA)

-

Calendário das Festas de Israel

Autoria Própria

ISRAEL NO PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO

A nossa herança ou a estrangeiros, e as

nossas casas a forasteiros.

Lamentações 5:2

O último período da dispensação hebreia é a intertestamentária.

Como o próprio nome diz ela está entre os dois testamentos (o velho e o

novo). Não existem escrituras relacionadas a esse período. Entretanto, evidências históricas apontam que podemos dividir esse período em quatro

fases distintas: persa, grega, dos Macabeus e romana. O período pérsico é

uma continuação direta do período provincial. Logo após os eventos que

ocorreram no livro de Ester, Esdras e Neemias, os judeus am uma viver

com grande consideração da corte, enquanto grandes grupos retornam para

Jerusalém. A lealdade ao rei, contudo, fica estremecida, graças a revolta no ano de 350 a.C., o que provocou o envio de vários judeus para a cidade da

Babilônia e outros lugares. O Concílio dicionário bíblico diz que nessa fase, 143

podemos destacar três pontos importantes: 1 - o rompimento final entre judeus e samaritanos; 2 - A substituição lenta entre os judeus do hebraico

para o aramaico, e; 3 - o início da nova conquista da Galileia pela religião de Jeová.

A segunda fase é a grega, que se inicia em 330 a.C., graças as

conquistas de Alexandre III da Macedônia, conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre, o Grande, ao reino da Pérsia. Após a sua morte,

contudo, disputas políticas fazem com que os líderes do Egito transformassem Canaã em um protetorado egípcio, sem deixar de existir o

domínio grego sobre o território, uma vez que o Egito já era dominado pelos helênicos e, nesse período, a influência grega responde pelo território, a

ponto de várias pessoas arem a adotar nomes helenizados, (como Judá,

helenizado como Judas). É nessa época que é publicada a septuaginta, obra

que faz aparecer ao mundo a religião judaica. No final dessa fase, os sírios eram os responsáveis por Canaã e, como estes não eram tolerantes quanto

gregos e egípcios, além as ações dos governantes e dos sacerdotes associados a esses, levaram a uma crise que gerou revoltas e, por consequência, o Levante do povo em torno da fé.

A terceira fase é o período Macabeus. No ano 167 antes de Cristo,

os ataques à religião hebraica fizeram um povo lutar pela fé nacional. Entre eles, se destacou um grupo chamado Chasidim, que se associou ao movimento Macabeu, estimulando a reunião do povo em torno da fé de

Abraão. Com isso, as lutas de libertação do jugo sírio levaram os judeus a

ter um próprio rei, além da reforma do templo, consagrado 165 a.C., e a

destruição do templo e de Samaria 129 antes de Cristo. Porém, o nacionalismo exercido pelos judeus os fez possuírem espírito de ódio e de

agressão aos estrangeiros, fazendo que o pacífico grupo do chásidins se

144

tornarem um grupo cuja visão fosse a separação total dos judeus do mundo.

É nesse momento que surgem os fariseus, que significa em hebraico, separatistas. No início do período Macabeu, o rei era conhecido como o

“governador e Sumo Sacerdote para sempre nesse período”. Porém, as lutas

entre os líderes levaram a separação do poder religioso e civil, fazendo o

que o cargo de sumo-sacerdote ar sem ser escolhido pela autoridade

Central. Se no período grego, o sinédrio surgirá para exercer uma função a

qual se assemelha se o Senado romano, é no período Macabeus que este

ganha mais forças, sendo dominado pelos escribas saduceus.

Por fim, vem a fase Romana, quando um Pompeu ocupa Jerusalém

e abole a monarquia macabeu em 63 antes de Cristo, com a intenção de

cessar a guerra civil entre os irmãos Hircano II e Antípatro pelo trono, o que levou a divisão da Judéia, Iduméia (conquistada anteriormente pelos macabeus) e Samaria, cada uma como região autônoma, além das cidades

helênicas tornarem-se a região da Decápolis. Os fariseus am a ocupar a

posição que antes pertence aos saduceus e sua influência política ganha

força. Sobre o mandado de Roma, o idumeu Antipater torna-se procurador

de Roma na Judéia, em 47 a.C.. Em 37 a.C., Herodes, o Grande, filho de

Antipater, assume o reino. O Concílio dicionário bíblico o define como:

"por Nascimento, idumeu; por profissão, judeu; por necessidade, Romano; por cultura e por escolha, grego”. A posição de sumo-sacerdote vitalícia é

extinta. Herodes, o Grande, permanece no comando até 4 antes de Cristo,

logo após uma tentativa de revolta. Os três filhos de Herodes assumam o

reino. Felipe fica com leste do Jordão; Antipas fica com a Galileia e Peréia; Arquelau fica com a Judeia e Samaria. Porém, em 6 depois de Cristo, Arquelau é deposto por Roma, e, diferente da vontade de Antipas, que queria assumir o trono de Jerusalém, governadores Romanos am 145

assumir o controle da Judeia. É nesse momento em que Jesus Cristo, para o início da sétima era da dispensação Hebraica.

CRONOLOGIA DA ERA PROVINCIAL

Babilônico

Morre Jeoaquim, rei de Judá

2Rs, 24,6

Assume Joaquim, por 3 meses

Jerusalém cai para Babilônia, de

2Rs, 24,11-

Nabucodonosor

12

-525

3695

Joaquim e os nobres são levados cativos,

2Rs, 24,13-

dentre estes Daniel

16

Zacarias coroado rei de Judá

2Rs, 24,17

Daniel, Hananias, Misael e Azarias

Dn, 1,12-16

fazem dieta na corte babilônica

Nabucodonosor sonha sobre a Estátua e

Dn, 2, 13-20

Daniel ora pedindo o significado

-524

3696

Daniel interpreta o sonho de

Dn, 2, 27-36

Nabucodonosor

Feira a estátua de 60 côvados para povo

Dn, 3, 1-8

adorar

Hananias, Misael e Azarias se negam a

-523

3967

Dn, 3, 9-18

adorar a Estátua de Nabucodonosor

Hananias, Misael e Azarias são postos na Dn, 3, 19-28

Fornalha e Deus os protege

Habacuque prega juízo sobre os Caldeus

Hc

-520

3700

Sofonias prega aos judeus sobre o

Sf

controle divino

-515

3705

Zacarias, rei de Judá, vê seus filhos

2Rs, 25,6-7

serem mortos, é cegado e levado cativo

146

Fim da dinastia Davídica (495 anos)

6*

2Rs, 25,8-

Jerusalém é destruida pela primeira vez

22

Jeremias escreve o Livro das

Lm, 1,1-3

Lamentações

Nabucodonosor tem a visão da Árvore

Dn, 4,10-17

-485

3735

Daniel interpreta o sonho

Dn, 4,19-27

Dn, 4,10,29-

-480

3740

Nabucodonosor é assolado de Loucura

37

Morre Nabucodonosor II, rei da

-477

3743

Babilônia

Assume Neriglissar

8*

Morre Neriglissar, rei da Babilônia

-471

3747

Assume Belsazar

Daniel tem a visão dos 4 animais

Dn, 7

Daniel tem a visão do carneiro e do

-471

3749

Dn, 8

bode

Daniel recebe profecia das setenta

-459

3761

Dn, 9

semanas

Persa

Daniel traduz o texto na parede de

Dn, 5,1-29

Beltsazar

-457

3763

Ciro e Dário tomam Babilônia

Dn, 5,30-31

Israel torna-se província persa

Dn, 6,1

Levanta-se altar de adoração em

Ed, 3,1-7

Jerusalém

-456

3764

Profeta Malaquias prega sobre o Elias

Ml, 4,5-6

que virá antes de Cristo

Daniel é lançado na Cova dos Leões

Dn, 6,6-17

-455

3765

Daniel, salvo pelo anjo, convence o rei

Dn, 6,18-24

ao retorno dos judeus.

Profetas Ageu e Zacarias exultam o povo

Ed, 5,1-5

para reconstruir o Templo

-454

3766

Daniel tem a visão no rio Tigre

Dn, 10,1-9

Zacarias profetisa as 8 visões

Zc, 1-8

-451

3769

Templo é reerguido

Ed, 6,13-15

-445

3775

Profeta Joel prega sobre Jerusalém

Jl

Profeta Esdras vai a Jerusalém ser o

Ed, 7,

-420

3800

Sacerdote do Templo

Esdras entrega as ofertas dos Persas

Ed, 8,24-30

-419

3801

Esdras lê o livro da Lei, em 01/nissan

Ne, 8,1-12

Rei Assuero convoca as donzelas do

Es, 2,2-4

-416

3804

reino

Ester vai para o Harém

Es, 2,8

Ester é escolhida rainha da Pérsia, em

-414

3808

Es, 2,16-17

Tebet (maio/junho)

-407

3813

Neemias lidera reconstrução dos muros

Ne, 2,11-20

Inimigos conspiram para derrubar o

Ne, 6,1-14

muro

Muros de Jerusalém são reerguidos

Ne, 6,15-19

147

Édito de morte aos judeus assinado

Es, 3,12-15

Ester denuncia conspiração de Hamã

Es, 7

para matar os judeus

Édito de defesa judia assinado

Es, 8

Judeus vencem e instituem e celebram a

Es, 9

Festa do Purim

-395

3825

Descendente de Davi redige Eclesiastes*

Ec, 1,1

Conquista da Palestina por Alexandre da

-326

3892

Macedônia

Inter-

-301

3917

Palestina torna-se Protetorado Egípcio

9*

testamentário

-198

4020

Síria conquista a Palestina

-140

4078

Instala-se o reino Amoneu em Israel

-63

4155

Republica Romana conquista a Palestina

CAPÍTULO 05

A DISPENSAÇÃO JUDIA:

A ERA DO MESSIAS

A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias

(que se chama o Cristo) vem; quando ele vier,

nos anunciará tudo.

João 4:25

A SÉTIMA ERA JUDIA: MESSIÂNICA

É que hoje vos nasceu na cidade de Davi um

Salvador, que é Cristo Senhor.

Lucas, 2, 11

O fim do período dos judeus na Bíblia é o único período deste que

ocorre no Novo Testamento: o Período messiânico. É o período das escrituras onde ocorre o cumprimento da promessa do Messias, que nasce

148

na cidade de Davi. Começa com o período pré-ministerial, com o anjo Gabriel fazendo o anúncio a Zacarias, em Lucas, 1, 13, e vai até seu filho, João Batista,

anunciando o arrependimento pelo Batismo no Jordão, nos

livros de Mateus, 3,13-17, Marcos, 1,1-8, João, 1,15-8 e Lucas, 3,2-3. Seu

começo ocorre no ano de 4210 a.M. (8 a.C.) até 4244 a.M (25 d.C., depois

de Cristo), quando inicia o período Ministerial, segundo período desta era, onde Jesus prega aos judeus. Seu ministério percorre por todos os evangelhos, sendo que, o início ocorre nos versículos acima, e seu fim ocorre quando Cristo entra em Jerusalém no domingo antes de Páscoa de

4247 a.M. (28 d.C.), Mateus, 21,1-11, Marcos, 11,1-12, Lucas, 19,28-40 e

João, 12,12-19, momento este que começa um dos menores períodos de

todas as escrituras: o da Paixão, que ocorre no mesmo ano, mas com duração de, aproximadamente, sessenta dias, com os relatos de Marcos,

16,19-20, Lucas, 24,50-53 e Atos, 1,3-11.

A PROMESSA DO MESSIAS

Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um

filho, e chamará o seu nome Emanuel.

Isaías 7:14

A história dos judeus está repleta de momentos de lutas, vitórias,

conquistas e alegrias, mas também de tristeza, suplemento e subjugação.

Mas durante todo esse tempo desde Moisés eles esperavam o advento do

Messias. O Messias, para os Judeus, seria aquele que viria para reinar para sempre. A primeira declaração da vinda deste está em Deuteronômios, 18,15, com Moisés prometendo que Deus enviaria um profeta semelhante a

149

ele. Durante todo o período dos judeus em Canaã, temos várias promessas sobre o Messias na terra, ao qual se destaca algumas.

A forma como este viria foram previstas nos textos de Isaías 7,14

onde uma virgem que era Maria, conceberia do Senhor, sendo que, em

1500, 5,2, está profetizado ele nasceria, Belém-Efrata, a pequena cidade

onde viveu Boaz e seus descendentes até Davi. O comportamento do Messias também era conhecido desde antes de seu nascimento, pela profecia de Isaías 42,14, como sendo aquele que, até o fim, faria a vontade de Deus em todos os seus atos. Além disso, a missão do Rei Salvador

também havia sido profetizada por Isaías, no capítulo 62, versículo 11, e

também por Zacarias, 9,9, sendo este segundo cumprindo na entrada de

Jerusalém antes da crucificação conhecido pela fé católica como Domingo

de Ramos. O que mais impressiona é que até os sofrimentos que o Messias

aria foram previstos por Isaías, no capítulo 53, 5, onde é dito que este viria para sofrer pelos nossos pecados.

Poderíamos escrever um livro somente sobre promessa da vinda do

Messias, inclusive apresentando versículos que previam os momentos finais, em que o pastor Costa (2012), apontou 25 versículos que mostraram

os momentos derradeiros do Cristo no planeta mesmo de tantos sinais a

respeito de sua vinda, ou judeus não aceitaram a Cristo, por conta do caráter legalista dos fariseus, dizendo que o Cristo ainda não veio o que faz com

que estes ainda aguardem o cumprimento das promessas acima relatada.

AS CINCO REGIÕES DA PALESTINA E AS 12 TRIBOS

Os israelitas dividiram a terra conforme o

Senhor tinha ordenado a Moisés.

Josué 14:5

150

Quando, após Dor, os judeus foram dispensados por Josué para suas terras, cada tribo foi comissionada com uma porção de acordo com a

sua população. Assim, vemos grandes territórios como o de Manassés, e

pequenos para Issacar e Benjamin. Mesmo com a diferença, a distribuição

da terra foi com justiça e equidade, haja visto que Efraim, a Tribo do líder Josué, receberá ao todo o quinto menor território dentro de todas as tribos.

Essa distribuição das terras, então, ocorre da seguinte forma. Judá recebe o sul de Canaã, na margem ocidental do Jordão, fazendo fronteira em seu

ocidente com a Filisteia. Em Judá ficava a principal cidade dos israelitas até os dias de hoje: Jerusalém, cuja importância é anterior a este mesmo povo,

com destaque para a resistência liderada por esta cidade contra as conquistas de Canaã, liberadas por Josué. Como principal força dos povos

da terra, congrega mais quatro reinos e guerreiam contra Israel, sem sucesso.

Simeão recebe terras localizadas dentro do território de Judá, tornando-se um enclave deste. Cabe destacar que, na separação do reino em

dois, Simeão segue com o reino do Norte, ficando como território de Israel

cercado por todos os lados por Judá. Benjamin e Dã recebem as terras na

fronteira norte de Judá, sendo Dã a faixa litorânea, a oeste, sendo fronteira com a

Fenícia, especificamente com os principados de Asdode e Gate.

Benjamin, recebe a faixa oriental até o mar salgado. É nas terras de Benjamin que se inicia a conquista do reino, com a tomada da Cidade de

Jericó. Ao norte destas duas tribos, sobre uma área montanhosa, estava Efraim fazendo fronteira com Manassés ocidental, sendo que trataremos

desta tribo por último. Pelas características geográficas, o pastoreio de 151

cabras era considerado a principal atividade da região, pela sua capacidade de viver em terrenos íngremes.

Ao norte daquém do Jordão (porção ocidental de Israel), quatro

tribos se alojaram. Aser ficava mais ao norte, tomando a porção litorânea do centro-Norte até a fronteira com a Fenícia, tornando-se, assim, corredor

comercial entre este reino e Samaria no tempo do reino do norte, além de

região de pesca de peixes de água salgada. Ao seu lado, beirando o Rio

Jordão, Naftali tomava um território de dimensões semelhantes a Aser. Mas,

diferente desse, cuja fronteira Sul estava com Manassés ocidental, esta tinha ao sul duas tribos de territórios pequenos: Zebulom e Issacar. Naftali era

território excelente para agricultura, com terras férteis graças à hidrografia privilegiada. Também tinha grande vocação pesqueira, devida à sua posição

com a costa do mar da Galileia. Issacar era terra boa para o cultivo, ao qual se destaca a uva, apresentada na Bíblia pela famosa vinha de Nabote, cultivada em Jezreel, ao qual Jezabel cobiçou, levando este e a família a

morte. Zebulom também compartilhava boas terras de seus vizinhos, mantendose como parte da zona agrícola fértil de Israel.

Na porção dalém do Jordão (Oriente de Israel), a terra foi dividida

por três tribos. Ao sul, a tribo de Ruben recebe as terras que margeiam a

costa superior do mar salgado, conhecida posteriormente como Mar Morto,

terra estas onde teria sido a cidade de Sodoma. Gade recebe a porção central, ao norte de Ruben, na região onde Deus, por meio de Josué, abrira o Jordão para os judeus atravessarem e se dirigirem a Gilgal. Já ao norte

destas terras, ficava Manassés oriental. Essa porção de terra, junto com uma porção de Manassés ocidental, formava o grande território da Tribo de Manassés, que, junto aos territórios da tribo de Judá, compunham a maior

área tribal. Com isso, esta era a única tribo a receber a terra dos dois lados 152

do Rio Jordão. É no território desta tribo que ocorre, na quarta dinastia, que o rei Onri ergue aquela que seria a capital permanente do reino do norte:

Samaria.

Quando os romanos conquistam Canaã, am a chamar a região

como um todo de Palestina, em referência à Filisteia. O reino então, a a ser dividido em cinco grandes regiões: Judeia, Peréia, Samaria, Galileia e

Decápolis. Nessa divisão, essas regiões am a tomar o território que

eram das 12 tribos. A Judeia é a região daquém do Jordão localizada ao sul, onde estavam as tribos de Judá, Benjamin, Dã e Simeão. A região da Samaria fica sendo o território onde estava localizado Manassés ocidental,

recebendo o nome da famosa cidade. Já a Galileia pega os territórios das

tribos de Aser, Issacar, Zebulom e Naftali. Decápolis localizava na região

onde estava a porção oriental da Tribo de Manassés e, finalmente, a Peréia

se localizava na região das Tribos de Gade e Rubem, além de, possivelmente, alguns territórios que eram de Amom e Moabe.

AS CASAS DO SENHOR

Porque no dia da adversidade me esconderá no

seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me

esconderá

Salmos 27:5

ado o período das Guerras com Josué, o tempo dos juízes, e já

80 anos do Governo dos Reis de Israel O Tabernáculo continuava sendo o

mesmo do deserto, levantado por Moisés. Esse Tabernáculo, já estudado

anteriormente era feito com tecidos. Porém Davi intentou a construção de

um Templo fixo na capital do reino Jerusalém, o que Deus não permitiu,

pois informou que quem o faria era Salomão, seu filho. Então Salomão

153

constrói o templo, que a por momentos de construção, reconstrução e reformas ao longo dos quase mil anos de sua existência. Vamos falar de

todos os templos levantados em Israel.

Primeiramente, o local escolhido foi o Monte Moriá. Este monte

está na história de Israel onde Abraão levou seu filho Isaque para ser sacrificado ao Senhor. Assim, o local era propício para levantar a casa do

senhor. O Templo de Salomão media 60 côvados de comprimento 20 de

largura e 30 de altura. As pedras e madeiras eram preparadas antecipadamente, e trazidas primeiro por mar e depois por terra, e foram

colocadas sem a utilização de instrumentos de Ferro. As pedras eram colocadas em seus lugares e cobertas com madeiras de Cedro, enquanto o

assoalho era de madeira de cipreste, de tal modo que não se via as pedras do templo. No interior, as madeiras de cedro eram cobertas com folhas de ouro.

O Santuário, ou Lugar Santo, media 40 côvados de comprimento

por 20 de largura e 30 de altura. Era neste que as ofertas continuam eram

apresentadas, como o pão e o incenso. O prédio tinha três andares de dez

côvados cada, sendo que os superiores eram usados para depósitos e para os

oficiais do templo. Seu Pórtico era de 20 côvados de comprimento por 10 de

largura, e continha duas colunas de bronze de 18 côvados cada, chamadas

respectivamente de Jacquin e Boaz

O Lugar Santíssimo, ou Santo dos Santos, era o lugar principal do

templo. Era cúbico, de 20 côvados por 20 por 20. Nele, encontrava-se a

Arca da Aliança, debaixo de dois querubins de madeira de oliveira, de 10

côvados de altura e asas de cinco côvados e um de frente para o outro, com

a ponta das asas se tocando, funcionando como uma peça única de dez

côvados de largura cobrindo toda a arca. Esses anjos eram cobertos com

folhas de ouro. Somente o sumo sacerdote, uma vez por ano, poderia entrar

154

neste recinto. Além disso, um pátio, dividido em duas partes distintas, uma para os Levitas e outra para o povo. Para alguns estudiosos estes eram dois pátios distintos, mas existe a versão de ser um pátio único dividido por uma mureta baixa. Neste pátio estava o Altar de Bronze e o Mar de Bronze.

Esse templo existe em toda a dinastia Davídica, sendo que, no

segundo livro de Reis Capítulo 12, versículo 1, fala que o Rei Joás de Judá, filho de Acazias, manda fazer uma grande reforma no templo, mantendo

suas formas idênticas. Os sacerdotes, porém, postergam por 23 anos até

iniciar a obra. É a única grande reforma que o templo a. Na conquista

de Jerusalém pelos babilônios, o prédio foi incendiado por ordens de Nabucodonosor, e seus tesouros foram confiscados pelo Rei babilônico

Na volta do cativeiro, no segundo ano do retorno, os judeus trabalharam para reerguer o templo sob a liderança de Zorobabel, filho de

Saltiel. Por isso, esse segundo templo também é conhecido como Templo de

Zorobabel. Conforme decreto do Rei Ciro da Pérsia, os custos das obras

deveriam ser pagos por ofertas voluntárias e pela Fazenda Real da Pérsia.

Caracteriza-se por seguir a planta do Templo de Salomão, porém em menor

escala. As obras foram feitas em duas etapas, graças as ações dos samaritanos para impedir, junto ao Rei Artaxerxes, que esta continuasse.

Dos três templos, é o único que não foi destruído por conquistadores estrangeiros.

Finalmente, o tempo de Herodes, que substituiu o de Zorobabel, foi iniciado em 19 a.C. por Herodes o grande, e finalizado somente em 64 d.C., durando

83 anos de reforma, a mais longa obra dentre os tempos. Assim como o de

Zorobabel, mantém a planta do templo original, mas o amplia. O

comprimento a a ser de 100 côvados, graças a um pátio anexo para

homens e outro para mulheres. Possivelmente, a porta formosa de Atos dos

155

Apóstolos, 3, 2, era desse pátio dos homens. A altura do templo chega a 40

côvados.

Apenas seis anos após o fim das obras, por ordem do General Tito,

soldados romanos o incendeiam, fazendo o fim do templo. No local onde

encontrava-se os templos, hoje está levantada a Mesquita de Omar, construída entre 685 e 691 depois de Cristo, devido a Jerusalém ser chamada de a “Mesquita do Norte” por ter sido o local onde Maomé teria

sido levantado para subir aos céus. Como os muçulmanos creem que Salomão, Abraão, Davi e Jesus são profetas do Islã, esses consideram que a

Mesquita seria a quarta versão do templo

O ENDEMONIADO DE GADARA

Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos

endemoninhados, e ele expulsou os espíritos

com uma palavra e curou todos os doentes.

Mateus 8:16

O milagre do endemoniado de Gadara faz parte de uma série de

milagre que ocorrem em um período de quarenta e oito horas. Este, porém,

chama atenção por alguns detalhes importantes, que se destacam de qualquer um nos evangelhos. Gadara (em hebraico: ‫ הרדג‬- gadá-ra ou ‫ רדג‬-

ga-der, em grego: Γάδαρα, transl. Gádara) era uma das dez cidades que 156

compunham a Decápolis, cidades autônomas da Galileia. Na sua localização hoje se a cidade de Umm Qais (em árabe: ‫)س•ﻳﻖ م‬, na Jordânia. Era uma cidade com grande quantidade de nobres, sendo esta rica e luxuosa. Para

alcançá-la, de Jerusalém, era necessário atravessar o mar da Galileia no

sentido sudeste, a partir de Carfanaum, e chegar na região de Gadara, onde a cidade homônima se encontrava, na margem sudeste do lago. A travessia era

feita praticamente pelo diâmetro do lago. Na travessia de Cristo para Gadara, Ele e os discípulos foram atingidos pela tempestade que o Senhor

dera ordem para que se acalmasse. Transada a longa viagem, Jesus logo

é abordado pelo endemoniado.

Este endemoniado morava acorrentado no cemitério, mas que, por

conta de sua situação, conseguia forças para arrebentá-las e fugir, sendo

necessário vários homens para prendê-lo novamente. Ao abordar o Mestre,

logo seus demônios falam para que o Filho do Deus Altíssimo não o atormentassem. Jesus, Ao perguntar pelo nome dos demônios, recebe a resposta de Legião. Aqui nos ateremos a esta informação. A Legião (do

latim, legio) era uma unidade romana composta por 10 coortes (do latim, cohors), cada uma com três manípulos que, por sua vez, era dividida em duas centúrias, formadas por dez contubérnios de oito a dez soldados, perfazendo um total de 4800 a 5000 homens. Isso nos dá uma noção de

quanto estava possuído o homem, pois, mesmo que não fossem este total,

ainda assim representa uma quantidade demasiadamente grande. Em comparação, a mesma Bíblia fala que Maria Madalena tinha sete demônios

com ela antes de seguir a Cristo.

Ao exigir a saída desta legião do homem, esta pede para que possam entrar nos porcos, para que não voltem aos abismos. Assim, com o

consentimento de Jesus, estes vão para um bando que estava em cima de um

157

desfiladeiro, onde os animais se precipitaram. Os judeus não consumiam nenhum animal impuro, e o principal neste grupo era o porco. Os romanos e

os povos vizinhos, contudo, consumiam este animal sem restrição. Isso é

um elemento importante para entendermos a população da cidade: não-judeus. Possivelmente, muitos eram romanos a serviço do império. Outros

eram gregos, pela história dos judeus com estes no período de Alexandre.

Assim, o homem é vestido, banha-se, se alimenta e a a servir a Cristo,

seguindo as instruções para que sua vida servisse de exemplo para o ministério de Cristo em Gadara, demonstrando as misericórdias divinas aquele povo.

COM DOIS PEIXES E CINCO PÃES, A QUANTOS ALIMENTOU?

Tomando os cinco pães e os dois peixes e,

olhando para o céu, deu graças e partiu os

pães.

Mateus, 14, 19

Em Mateus, 14, 13-21, ocorre um dos milagres de maior destaque

do Cristo, relatado também pelos demais evangelistas (Marcos, 6, 30-44;

Lucas, 9, 10-17; João, 6, 1-15): a miraculosa multiplicação dos pães e 158

peixes. Dada a hora, os apóstolos pedem ao senhor que despeça a multidão, para que possam comprar o pão. Mas este, porém, diz que não seria prudente despedilos sem que o povo se alimentasse, para que não viessem

a ar mal na viagem de volta para as suas casas. Assim, Jesus manda o

povo se sentar na grama e junta os mantimentos que tinham, que consistia

em dois peixes e cinco pães.

Após a benção do Senhor, começa os apóstolos a alimentar a multidão, formada por quase cinco mil homens, fora as mulheres e as crianças. Mas, quantas pessoas foram alimentadas neste evento? No texto

“É possível 2 milhões? ”, consideramos diversos dados para concluirmos

que os homens de Números, 2,32, que eram 603.550, compunham uma

fração da população de 2.399.672 indivíduos israelitas que deixaram o Egito. Assim, para não repetirmos cálculos para embasarmos o total de

mulheres e crianças, nos valeremos dos que foram feitos para chegarmos ao

total de alimentados por Cristo. E para isso, basta realizarmos uma simples regra de três com os dados, onde os homens que saíram do Egito está para a

população total destes, assim como os homens da multiplicação (arredondada para 5000) está para o total de alimentados, conforme equação

abaixo.

Deste modo, temos que, aproximadamente, 19.880 pessoas, foram

alimentadas pelo Senhor. Considerando que, em uma refeição, uma pessoa

159

consome, em média, 13 siclos de peixe (aproximadamente 150 gramas) e 9

siclos de pão (aproximados 2 pães ses de 50 gramas cada, totalizando

100 gramas), e, como diz o texto bíblico, “comeram todos e saciaram”,

vamos acrescentar mais quatro siclos (aproximado 50 gramas), o que faz

com que cada um tivesse comido em torno de 17 siclos de peixe e 13 siclos

de pão (próximo de 195 gramas de peixe e 150 de pão), o que faria o

consumo total de 112 talentos, 1960 siclos de peixes (3.861 quilos de peixe, aproximados) e 86 talentos, 440 siclos de pães (2.982 quilos de pães), afora os doze cestos de pedaços que sobraram.

Da mesma forma, a segunda multiplicação dos peixes, com

aproximadamente 4000 homens (aproximadamente 15.900 pessoas ao todo)

teria feito os sete pães e alguns peixinhos serem transformados em 90

talentos e 300 siclos de peixe (3088 quilos) e 68 talentos, 2700 siclos de

pães (2361 quilos de pães), fora os sete cestos de pedaços que sobraram.

Mesmo considerando que estes números são estimativas, são grandiosos, e

dão uma noção do poder e do ministério do Messias na Terra.

OS MILAGRES DA BÍBLIA

Felizes os que não viram e creram.

João, 20, 29

Uma das bases de toda fé cristã se assenta nos milagres. Estas

obras feitas aos homens, seja diretamente por Deus, seja por intermédio de

homens, são, até hoje, exemplos de como o Senhor se apresenta aos homens

com poder não para intimidar, mas para atraí-los para a sua Glória, uma vez que Este dá sinais todos os dias. Mas, neste texto, vamos falar sobre os

milagres notáveis da Bíblia, ou seja, aqueles que mais se destacaram, a

160

ponto de serem mencionados nas Escrituras. Os milagres podem se apresentar em três formas, com seus termos apresentados no Novo Testamento: dunamis (milagres, propriamente ditos), semeion (sinais) e teras (prodígios). Isso para que os homens possam crer na existência de uma força espiritual superior, e também de revelação e pregação da palavra

do Senhor.

No Antigo testamento, no livro de Gênesis, encontramos cinco milagres, dentre os quais três ocorrem por conta de Ló, sobrinho de Abraão, e o período em que vivia em Sodoma. Com Moisés, consideramos dezoito

milagres distintos, que vão desde a mão de Moisés aparecendo leprosa, até

os quarenta anos do maná caindo do céu no deserto. Aqui cabe um adendo.

Consideramos aqui as dez pragas como um milagre, por todos formarem um

conjunto progressivo de milagres que tinham todos a mesma finalidade: a

libertação dos hebreus da servidão. Se contássemos cada um a parte, teríamos

não dezoito, mais vinte e sete milagres.

Deus também faz muitos milagres com Josué, durante as

conquistas de Canaã, destacando as vinte e quatro horas que o sol se deteve, fazendo com que os homens de Israel pudessem vencer a Liga dos Cinco

Reis, liderada por Jerusalém. Estes milagres continuam no período dos Juízes, com destaque ao templo de Dagon, com sua estátua caída e as doenças nos filisteus, que somente cessaram com a devolução da Arca da

Aliança, que havia sido tomada por conta das ações dos filhos de Eli. No

tempo dos Reis Saul, Davi e Salomão, contudo, Deus reduz os milagres.

Com Davi, destacasse a fala de Deus pelo profeta Natã, ao qual o rei, pelo

pecado cometido pelo Censo, ao qual, após escolha de Davi, por três dias

uma peste mata setenta mil pessoas. No reino dividido, especialmente com

o despótico governo de Acabe e Jezabel, e também o de seus filhos, Israel

161

vive grandes prodígios, especialmente com Elias e Eliseu. A fome de três anos em Samaria, que chega as terras de Sidom, que era reinada pelo pai de

Jezabel, Etbaal, é o maior sinal deste período, mas também temos outros

extraordinários, como a cura das águas ou o mal que deixa a a, feitos

por Eliseu. Cabe um ponto. A Bíblia relata cinco milagres por Elias; mas,

por Eliseu, são apresentados dez. Isso confirma o pedido do segundo ao

primeiro em II Rs, 2, 9, requerendo a porção dobrada do espírito em seu

ministério.

Enquanto isso, os milagres do reino do sul são poucos, e apresentados, em sua grande parte, junto ao reino do norte, como a chuva

que ocorre após profecia de Eliseu. Aqui, o destaque fica com a palavra de

Deus sobre Elizeu duas vezes: com a fuga do rei Senaqueribe, da Assíria, e

a sombra do relógio voltando dez graus. Em ambos os casos, as palavras de

Isaías está presente em Judá. Já no período da província, o livro de Daniel apresenta dois milagres de Deus protegendo seu povo das adversidades.

Primeiro, Sadraque, Mesaque e Abednego são salvos das fornalhas, cuja

temperatura são aumentadas sete vezes, somente por não adorarem a estátua

de Nabucodonosor, ao qual tratamos em texto do capítulo anterior. E o

outro, é o célebre evento da Cova dos Leões, onde Daniel é jogado nela por

uma artimanha dos seus inimigos, mas o Senhor é com ele, e após a noite, o

profeta deixa a cova, onde seus acusadores são lançados.

Mas é no Novo Testamento onde os milagres são mais notáveis,

graças `às obras de Jesus Cristo. Em um levantamento rápido, são apontados 42 milagres, que vão desde a multiplicação dos pães até ressureição dos mortos, afora a centena dos que são citados, mas não especificados pelas escrituras. Isso por que a Bíblia não seria o suficiente para relatar as maravilhas, sinais e prodígios feitos diariamente pelo 162

Messias, ao que os evangelistas destacaram uma pequena parte destes sem, contudo, sinalizar os demais. Esse espírito chega aos Apóstolos, que operam milagres, principalmente os descritos já no livro de Atos, após o dia de

Pentecostes, com o espírito do Senhor descendo sobre os cento e vinte no

Cenáculo, enchendo os primeiros cristãos do Espírito Santo de Deus. Assim,

este livro apresenta dezoito dos milagres feitos pelos principais seguidores do Senhor, mas deixando a entender que vários não foram apresentados nos

textos de Lucas.

AS MULHERES DO MINSTÉRIO DE CRISTO

Ela está vestida com força e dignidade, e ela ri,

sem medo do futuro.

Provérbios 31:25.

Jesus Cristo havia escolhido doze homens para seu ministério, chamados apóstolos. Além destes, um grupo de pessoas estavam com eles,

fazendo parte de um grupo próximo de discípulos. Eram homens e mulheres

que andavam no mesmo espírito de fidelidade e de união pela palavra de

Deus, dando apoio a obra do Messias. Aqui neste texto, vamos apresentar

algumas das mulheres que tiveram papel de destaque nas escrituras para dar

este apoiar a Cristo.

Primeiramente, as mulheres não eram ensinadas nas palavras de

Deus como os homens, no tempo de Cristo, pois os rabinos “acreditavam

que ensinar uma mulher era dar-lhe ocasião para uma vida de dissipação”

(LAZARO, 2011). Assim, tendo mulheres seguindo-o e aprendendo com

Jesus poderia ser considerado algo inovador para a época. As escrituras

falam que estas não receberam encargo de pregar ou ensinar, mas estas

163

simplesmente seguiam a Jesus, para ouví-Lo e aprender com estes, e prestavam apoio a obra de diversas formas. Vamos falar de algumas destas

nestas linhas.

Maria Madalena era originária de Magdala, a margem oriental do

Mar da Galileia. Ao contrário do que se pensa, Madalena não era seu sobrenome, pois este conceito não existia dentre os judeus, mas representava sua origem. Era possuída de sete demônios, que a controlavam, mas foi liberta por Jesus Cristo. Foi ela a primeira a ver o

Cristo ressurreto, e anuncia a notícia aos discípulos. As irmãs Marta e Maria de Betânia era de Betsaida e eram irmãs de Lázaro. A Bíblia fala que eram

amigos de Cristo, o que nos indica que sua amizade com este viria de antes

do ministério de Jesus. Maria teria sido aquela que ungira os pés de Jesus

seis dias antes da Páscoa que este fora crucificado. Nos eventos que culminam na ressurreição de Lázaro, Marta é que se dirige a Cristo dizendo

que, se Este estivesse ali, o irmão não morreria.

Já Maria Nazarena era a escolhida do Senhor para que Jesus viesse

ao mundo. De origem judia, mas moradora de Nazaré, na Galileia, esta

mulher teve a missão de cumprir a profecia de que uma virgem conceberia.

Os textos bíblicos falam que ela seguia Jesus, estando, inclusive, aos pés da cruz.

Jesus sempre destacara que não viera para ela, mas sim para o mundo.

As escrituras falam que esta era parte de uma família composta, além de

José e Jesus, mais quatro irmãos e pelo menos, duas irmãs, o que gera

debates se Maria fora Virgem Perpétua, fazendo com que existam três correntes de pensamento sobre o caso: Maria não permanecera virgem e

tivera, pelo menos, mas seis filhos; José e Maria adotaram as crianças, fazendoas estas seus filhos de coração, como era costume dentre os judeus, quando filhos de amigos e familiares tornavam-se órfãos e; José tivera um

164

primeiro casamento e tornara-se viúvo, e os irmãos de Jesus mencionados eram somente por parte de pai e não de mãe. Independente da verdade, o

fato é que esta era agraciada por Deus, conforme palavras do Anjo Gabriel.

Outras auxiliavam com os bens, para que mantivessem a obra de

Cristo. O Evangelho de Lucas cita Joana, nobre galileia, esposa de Cuza,

procurador de Herodes na Judéia, e Suzana, ao qual não temos informações,

sendo que não podemos, como Joana, citar como estas aram a seguir a

Cristo, apesar de hipóteses serem levantadas por diversos teólogos sobre

estas. O certo é que, assim como os homens, as mulheres tiveram seus

corações compungidos pela mensagem redentora de Jesus, e faziam tudo

que podiam para que servirem a Deus, mesmo sem a comissão ministerial, o

que pode ser apresentado como modelo de crentes fiéis para nossos dias.

A MORTE PELA CRUZ

“Porque tu não me abandonarás no sepulcro,

nem permitirás que o teu santo sofra decomposição.”

Salmos 16:10

Como diversos objetos, a cruz teve mais de um significado ao

longo da história. Originalmente, esta era conhecida, no Egito, como “cruz ansata” e era um símbolo divino da vida (cruz da vida eterna). Na Ásia 165

Central, a crus Tangrilismo simbolizava o deus Tangri, divindade mongol, cujo símbolo era uma cruz com os quatro braços do mesmo tamanho. Isso

se altera com os persas, que inicialmente usam para o “crucio” , ou tortura.

Mas o método era tão brutal que, com os romanos, em torno de 110 a.C.,

ou a ser usado para execução de bandidos. Dentre os inúmeros processos de execução presentes na legislação romana (que incluíam morte

por fogueira, leões, flechas, luta contra gladiadores, dentre outros), este era o mais temido pelos condenados, por ser um processo lento e o que causava

mais sofrimento. O doutor C. Truman Davis, em seu artigo para a New

York Magazine, em 1982, descreve que este era um processo lento, doloroso e fatal, onde a vítima podia ficar até nove dias preso antes de

expirar. Em suma, é a morte mais dolorosa já inventada. O corpo do condenado era encostado a haste vertical da cruz, e seus braços abertos

eram amarrados a horizontal. Raramente eram usados pregos para prender o

preso como fora com Cristo. No caso de Jesus, os pés presos com os pregos

no e fizeram suas pernas ficarem flexionadas, com os joelhos a 45º,

sendo esta uma posição pouco anatômica para o corpo, o que provocava

cãibras. O processo de estiramento das pernas fez com que seu peso fosse

ado pelos braços, o que levou ao deslocamento dos ombros, cotovelos

e pulsos. Isso teria levado ao aumento dos membros superiores de Jesus em

um palmo aproximadamente (22 cm).

Após, o peso do corpo a a agir mais sobre o tórax, fazendo

com que a caixa torácica se deslocasse para cima e para fora, fazendo Jesus se esforçar ainda mais para respirar. Isso porque tinha que empurrar os

pregos dos pés para baixo para levantar o corpo para poder respirar. Assim, movia-se para cima e para baixo constantemente cerca de um palmo e um

dedo

166

(30 cm). A questão era que, com a s pernas flexionadas, estes movimentos

eram dificultados pelas cãibras, o que fatigava demais o Messias, pois o

conjunto de fatos acima expostos causava-lhe uma dor lancinantes.

Movimentos de Cristo para respirar

Fonte: Wordpress

A medida que o tempo avançava, a fadiga muscular fazia-se cada

vez mais presente, além dos movimentos para respirar causarem fortes dores nos membros. Isso levou a liberação de adrenalina, o que provocou

um estado de hiperventilação, com redução nos níveis de oxigênio e aumento no de dióxido de carbono, levando ao hipercapnia, provocando

aumento na atividade cardíaca, visando estimular a troca gasosa. Nesse momento, a respiração ou a ser mais ofegante, levando a, instintivamente, acelerar os dolorosos movimentos de subida e descida do

corpo na cruz. Em dado momento, contudo, a exaustão chegou, e seu corpo

167

foi incapaz de receber a quantidade de oxigênio necessária, levando os quadros de hipóxia e de hipercapnia provocassem com que o coração atingisse um quadro de taquicardia, podendo chegar a 220 batidas por minuto, que é o limite que um ser humano a. Aliado a este quadro,

estava a desidratação, causada pela perda de líquidos com o flagelum (flagelação), hematidrose (suor de sangue) no Getsêmani, os hematomas pelos tapas levados e o esforço de levar a cruz até seu lugar da condenação final. Todo este quadro, que sufocava Jesus, evolui para, finalmente explodir o seu coração, levando-o a morte.

Mesmos nesse quadro sinistro, os executores poderiam adiar ou

retardar a morte das vítimas. Para retardar, acrescentavam um assento, de

modo que o peso da vítima fosse apoiado no sacro, facilitando a respiração

do crucificado. Já quando queriam acelerar a morte, como fora feito com

ambos os ladrões crucificados com o Cristo, quebravam suas pernas, em um

processo chamado crurifagium. Isso impedia que a vítima realizasse o movimento de subida e descida, impedindo, assim, que o mesmo respirasse

e, com isso, morressem sufocados. Cabe destacarmos que os judeus pediram

aos romanos que quebrassem as pernas dos condenados, por ocasião da

páscoa, mas não o fizeram com o Messias, para cumprimento escriturísticos.

CRONOLOGIA DA ERA MESSIÂNICA

Pré-

Anjo Gabriel anuncia a Zacarias a

Lc, 1,13-17

Ministerial

paternidade

-8

4210

Zacarias não crê, e fica mudo

Lc, 1,18-20

Isabel fica reclusa por 5 meses

Lc, 1,24-25

-7

4211

Mt, 1,18

Anjo Gabriel anuncia a Maria a gravidez

Lc, 1,20-38

Anjo Gabriel anuncia a José a gravidez de

Mt, 1,20

Maria

Nasce João Batista

Lc, 1,57-60

168

Zacarias volta a falar ao ver João falar com 8

Lc, 1,64-80

dias

Mt, 1,25

Nasce Jesus, em Belém

Lc, 2,7

-6

4212

Anjos dizem aos pastores que nasceu o

Lc, 2,8-20

Messias

Simeão, louva a Deus por ver ao Messias

Lc, 2,25-35

antes de morrer

Os magos do Oriente visitam a Cristo e

Mt, 11-12

presenteiam-no

-4

4214

José foge com a família para o Egito

Mt, 2,13

Morre Herodes e José traz a família para a

Mt, 2,19-21

Galileia

Jesus prega aos Sacerdotes por 3 dias

Lc, 2,42-47

6

4225

José Maria o encontram em 16/nissan

Lc, 2,48-50

(14/abr)

Ministerial

Mt, 3,13-17

João Batista prega arrependimento com o

Mc, 1,1-8

Batismo nas Águas, anunciando o Messias

Lc, 3,2-3

Jo, 1,1528

Mt, 3,13-17

Mc, 1,9-11

Jesus é batizado por João Batista

Lc, 3,21-22

Jo, 1,32-34

Jesus transforma água em vinho

Jo, 2,3-12

25

4244

Mt, 4,12

Jejum por 40 dias no deserto

Mc, 1,12-13

Lc, 4,1-13

Mt, 5-7

Cristo prega o Sermão da Montanha

Lc, 6,20-23

Jesus ensina os judeus a orar, com o Pai

Mt, 6,9-13

Nosso

Mc, 1,21-45

Cristo realiza as primeiras curas

Mc, 2,1-12

Lc, 4,3141

26

4245

Cura do criado do Centurião

Mt, 8,5-13

Jesus acalma a tempestade

Mt, 8,23-27

Jesus faz a Pesca maravilhosa

Lc, 5,1-11

Mt, 10,1-4

Escolhido os 12 apóstolos

Mc, 3,13-19

Lc, 6,12-16

Mt, 13,1-59

Jesus ensina por Parábolas

Mc, 4

Lc, 6,39-42

Ressureição do filho da Viúva de Naim

Lc, 7,11-17

A pecadora unge os pés de Cristo e este

Lc, 7,36-50

prega sobre o arrependimento

Cura do endemoniado de Gadara

Lc, 8,26,34

Cura da Mulher com hemorragia, ao tocar as

Mc, 5,25-34

169

vestes de Cristo

Ressurreição da filha de Jairo

Mc, 5,35-43

Mt, 14,1-12

Morre João Batista, decapitado por ordem de

Mc, 6,15-29

Herodes

Lc, 9,7-9

Mt, 14,15-21

Mc, 6,36-44

Primeira multiplicação dos pães

Lc, 9,10--17

Jo, 6,5-14

Mt, 14,25-32

Jesus anda sobre as Águas

Mc, 6,47-52

Jo, 6,16-21

Jesus julga o caso da mulher adúltera

Jo, 8,1-11

26

4245

Mulher estrangeira pede libertação da filha

Mt, 15,21-28

e Cristo afirma que a fé a libertou

Mc, 7,24-30

Mt, 15,32-38

Segunda multiplicação dos pães

Mc, 8,1-9

Mt, 16,15-16

Pedro afirma que Jesus é o Messias

Lc, 9,18-21

Mt, 17,10-13

Jesus fala do Elias que haveria de vir

Mc, 9,11-13

Ministerial

Mt, 17,22-23

Cristo prediz sua morte

Lc, 9,22

Jesus prega sobre o Bom Samaritano

Lc, 10,24-37

Cristo prega na casa de Marta e Maria

Lc, 10,38-42

Mc, 10,2-12

Jesus prega sobre o Divórcio

Lc, 16,18

Mt, 18,21

Jesus prega sobre o Perdão

Lc, 17,3-10

27

4246

Mc, 10,13-16

Jesus abençoa as crianças

Lc, 18,15-17

Jesus cura os 10 leprosos, no caminho de

Lc, 17,11-19

Samaria a Galileia

Ressureição de Lázaro

Jo, 11,1-46

Mt, 19,16-24

Jesus prega ao jovem rico e ensina sobre os

Mc, 10,17-31

perigos da riqueza

Lc, 18,18-23

Paixão

28

4247

Mt, 21,1-11

Cristo é recebido em Jerusalém aos gritos de

Mc, 11,1-12

Hosana

Lc, 19,28-40

Jo, 12,12-19

Mt, 21,18-22

Jesus fala a figueira sem frutos

Mc, 11,12-14

Mc, 11,20-26

Jesus prega em Jerusalém

Mt, 21,12-46

Mt, 22-25

Mc, 12-13

Lc, 18,41-48

170

Lc, 20-21

Mt, 26,26-30

Realizada a Última Ceia

Mc, 14,22-31

Lc, 22,19-23

Jesus lava os pés dos discípulos

Jo, 13,1-20

Mt, 26,47-56

Cristo é preso, na madrugada de 11/nissan

Mc, 14,43-50

(24/03)

Lc, 22,63-65

Jo, 18,12-13

Mt, 26,57-75

Mt, 27,1-26

Mc, 14,53-72

Cristo é julgado em Jerusalém, entre 11-

Mc, 18,1-15

13/nissan (24-26/03)

Lc, 22,66-71

Lc, 23,1-25

Lc, 18,14-40

Jo, 19,1-16

Mt, 27,33-54

Jesus é crucificado e morre, em 13/nissan

Mc, 15,22-39

(26/03)

Lc, 22,44-49

Jo, 19,28-30

Mt, 28,1-10

Mc, 16,1-13

Ressurreição em 15/nissan (28/03)

Paixão

28

4247

Lc, 24,1-7

Jo, 20,1-18

Cristo encontra os discípulos no caminho da

Lc, 24,13-35

Emaús

Mc, 16,19-20

Sobe aos céus em 25/iyar (07/05)

Lc, 24,50-53

At, 1,3-11

CAPÍTULO 06

A TERCEIRA DISPENSAÇÃO:

GENTÍLICA

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no

sangue do Cordeiro, para que tenham direito a árvore

da via e possam entrar na cidade pelas portas. ”

Apocalipse, 22,14

171

A PRIMEIRA ERA GENTÍLICA: APOSTÓLICA

Chamamos esta de era apostólica unicamente por ser esta onde, na

Bíblia, aparecem o relato das obras e testemunhos destes. Não ignoramos o

significado do termo apóstolo [do grego ἀπόστολος (Apostellein), aquele que é enviado]. De fato, o tal termo é designado para um trabalho específico dentro da estrutura de cargos da igreja. Prioritariamente, este serviço seria o de expandir a mensagem do evangelho para novas localidades, organizando

a vida cristã entre os fiéis. A função é responsável pela fundamentação de

questões doutrinárias, em consonância com os ensinamentos de Deus.

Assim, vemos Deus tê-los enviado após a redação final dos livros sagrados,

até os dias atuais. Mas, como a característica principal da era é a obra dos primeiros apóstolos, em especial Paulo de Tarso, optamos por nomeá-la

desta forma, sem prejuízos para o termo.

Pentecóstico

Apostólica

Missionário

Gentílica

Martírico

Pós-Bíblico

AS VIAGENS DE PAULO

172

Separem Barnabé e Saulo para uma missão

especial que tenho para eles.

Atos, 13, 2

Após a conversão e período no deserto, o então Saulo de Tarso

deixa Jerusalém e vai para Antioquía, onde, nesta cidade, recebe, junto a

Barnabé, comissão que faria este propagar o Evangelho por todo o mundo

antigo: as viagens missionárias. Ao lado de Barnabé, Lucas, Silas, Timóteo, e outros irmãos na fé, Paulo percorre diversas cidades apresentando o evangelho aos gentios, em suas três missões. A primeira viagem ocorre no

ano de 46 d.C. e, tirando a viagem para Pafos, no Chipre, esta se concentra na Ásia Menor, atual Turquia. Além de Antioquía e Pafos, esta viagem a

pelas cidades de Perga, Antioquía da Psídia, Icônio, Listra e Derbe, perfazendo a distância de 3645 km aproximados (104 jornadas de um dia e

mais 5300 côvados) e três anos, que se encerra em Jerusalém, após nova

visita a Antioquía.

A segunda viagem missionária começa no ano de 49 d.C., com o

desejo de Paulo em retornar as cidades visitadas na primeira viagem.

Porém, desta vez, é Silas, e não Barnabé, o companheiro de viagem. Nesta,

além das cidades visitadas na primeira viagem, salvo Pafos, Troas e Éfeso,

na Ásia menor são visitadas. A diferença é que, desta vez, também são

visitadas cidades da Grécia, como Samotrácia, Neápolis, Filipos, Anfipolis, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto. Nos quatro anos desta viagem, Paulo

viaja a distância de 7874 km (224 jornadas de um dia e 33900 côvados),

sendo a maior das três viagens. A terceira e última viagem se inicia em

Antioquía no ano de 53 d.C., Paulo volta a nove cidades das que já visitara anteriormente, sendo Éfeso, Filipos, Corinto, Neápolis e Trôas sendo 173

visitadas pela segunda vez, e Derbe, Listra, Icônio e Antioquía da Psídia sendo as que este visitara em todas as viagens. Além destas, ocorrem as

visitas a Assôs e Mileto, na Ásia Menor, Mitilene na Grécia e Tiro na Fenícia, perfazendo uma viagem de 5711 km (163 jornadas de um dia e

6300 côvados) e cinco anos, até o retorno a Jerusalém após agem por

Cesaréia, onde ocorre o seu envio para Roma e, posteriormente, sua morte.

No total, Paulo viajou, durante seu ministério, 17230 km (492 jornadas de

um sábado e 10500 côvados) em 12 anos, com o único objetivo de difundir

o Evangelho pela palavra e pelo exemplo.

A ORDEM DO MINISTÉRIO DE CRISTO: A QUÍNTUPLA DE

EFÉSIOS

Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao

conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito,

à medida da estatura completa de Cristo,

Efésios 4:13

No Antigo testamento, o ministério de Deus era feito pelos descendentes da tribo de Levi. Entre estes homens, encontravam-se Moisés,

Arão, Finéias, Esdras, e tantos outros que, graças a sua fidelidade, serviram ao Senhor de todo o coração. Dentre estes, um homem era levantado como

sumo-sacerdote (sacerdote principal) dentre os filhos de Arão. Sabemos que

Arão foi o primeiro Sumo-Sacerdote, atuando na viagem do Êxodo, seguido

de seu filho, Eleazar, o sacerdote do período da conquista da terra, e Finéias, filho do segundo, o primeiro Sumo-Sacerdote da Terra. No tempo dos Reis,

porém, o cargo de sumo-sacerdote a a ser escolhido pelo rei, dentre os

filhos de Levi.

174

Já no período Inter-testamentário, não podemos ter certeza se tal condição permanece, uma vez que o líder dos judeus no período Macabeu,

João Hircano I foi nomeado “Governador e Sumo Sacerdote para sempre,

até que se levantasse um profeta fiel”. Com Cristo, pela rejeição destes a

palavra, o Senhor apresenta, pela palavra do Apóstolo Paulo em Efésios, 4,

cinco ofícios para o ministério cristão, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Vamos, então, descrever cada uma destes

ofícios.

Primeiro, o apóstolo. Apóstolo (em grego: ἀπόστολος, transl.:

apóstolos; lit. "aquele que é mandado em missão") é o primeiro mencionado em nossa lista. Os apóstolos foram aqueles que seguiram Cristo mais de

perto que qualquer pessoa. Após a morte Deste, partiram para várias direções da terra, cumprindo as ordens do Messias de espalharem a palavra

de Deus aos homens. Assim, este ofício é aquele que vai para os lugares

onde a palavra não é pregada, e apresenta a salvação pela palavra do Cristo.

Já o Profeta (do grego: πρoφήτης, prophétes ou profétés) é a pessoa que anuncia os desígnios divinos, que prediz acontecimentos por inspiração de

Deus. Além de realizar prodígios, é este também a boca de Deus para os

homens. O Senhor, quando quer apresentar uma palavra de revelação ou de

correção usa estes homens para isso. O próximo é o evangelista (do grego:

Ευαγγελιστής. Evangelistís, que significa “trazer boas-novas”). Este ofício apresenta proximidade com o de apóstolo. Porém, diferente deste, o evangelista atua onde a palavra já é pregada. Isso fica claro com os quatro principais evangelistas, que pregavam a palavra que Cristo trouxera em seu

ministério. O Pastor (do latim: pastor) é o homem do ministério local, cuidando da igreja e cuidar de suas necessidades espirituais destes. Em Atos

20:28-31, o pastor é aquele cuja missão é a de apascentar a Igreja, refutar 175

heresias doutrinárias e exercer vigilância contra pretensos opositores, sendo primordial para que a igreja alcance seus propósitos.

E finalmente, o Mestre (do latim: magĭster, “'o que manda, dirige,

o que ensina”) ou Doutor (do latim doctor, que significa mestre ou professor), dependendo da versão bíblica, é o homem entendido da palavra,

cujo ministério é o de esclarecer aos fiéis sobre as questões da palavra.

Diferente, por exemplo do Profeta, este tem seu conhecimento voltado para

a Palavra de Deus, conhecendo-a profundamente. No caso de Jesus Cristo, o

mesmo possuía todos estes ofícios ministeriais, como uma maneira de demonstrar que toda obra divina deriva Dele.

AS SETE NATUREZAS DO CORDEIRO E OS VÍCIOS HUMANOS

Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que

diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento

daquele que nos chamou pela sua glória e virtude;

2 Pedro 1:3

Pedro, ao escrever a sua segunda epístola universal, apresenta, no

capítulo 1, versículos 5 ao 7, sete virtudes. Estas virtudes, conhecidas como as naturezas do cordeiro, conforme os versículos seguintes aos estes, não

deixariam os seus ociosos nem estéreis no Senhor, pois quem não as tem,

não conseguem enxergar de longe, sem esquecer seus pecados ados. O

texto fala que, a partir de uma, o cristão pode alcançar as naturezas seguintes:

“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência,

acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à

ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à

176

paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao

amor fraternal a caridade”.

(2 Pedro 1:5-7)

Assim, temos que as seguintes naturezas: Fé, Virtude Ciência, Temperança, Paciência, Piedade e Amor Fraternal. Vamos discorrer sobre

cada uma destas naturezas. Primeiro, a fé. Fé, do latim fide, é, de acordo com o Dicionário Michaelis On-line, “Convicção da existência de algum

fato ou da veracidade de alguma asserção; credulidade, crença”. De uma

forma bem simples, podemos que fé é revelação de uma verdade, e esta

revelação ´que faz as pessoas crerem. De fato, a fidelidade é consequência

de aceitar algo como verdade, seguindo com a certeza que algo é correto.

Assim, para se crer em Cristo, deve ser apresentado e a pessoa ter a certeza de

que este é o Senhor, e assim, esta revelada, compreenda. Este sentimento, então, irá eliminar da alma humana, o ceticismo.

A segunda natureza, é a virtude. O dicionário Michaelis On-line

descreve esta como “inclinação para o bem; qualidade ou atributo que está

de acordo com a moral, a religião, a lei etc.; força de caráter; atitude virtuosa”. Virtude é força para mudar. O ser-humano, após a fé, vem para

buscar a melhoria de seus hábitos e vida que visam a chegar ao que Cristo

ensina. Isso significa que, aquele que alcança a virtude começa a vencer

seus vícios através as práticas destas em sua vida. Já a ciência, terceira

virtude, é aquela natureza em que o cristão a a querer conhecer os

conhecimentos de Deus. Neste momento, começa-se ao homem estudar toda

a fonte de conhecimento divino e a aprende-la, vencendo a ignorância humana. Cabe destacar que, aquele que alcança o conhecimento, tende a

sempre o buscar, mesmo após conseguir as próximas naturezas. O

conhecimento de Deus a a dar prazer ao cristão.

A quarta virtude é a temperança. Com o conhecimento e a virtudes

177

adquiridas, os prazeres humanos am a não darem prazer ao cristão.

Assim, a orgia, gula, bandalheira e outras ações ligadas ao vício da esbórnia vai sendo superada pouco a pouco. O homem a a ser mais austero em

suas atitudes, agindo com continência e com autocontrole, não deixando os

prazeres mundanos o dominarem. Chegamos a quinta natureza: paciência.

Esta natureza leva ao homem a não se preocupar com os erros dos outros.

Em outras palavras, este vence o vício da ira, não mais desejando mal a seus inimigos e adversários. O homem compreende que aqueles que o perseguem

o fazem pela ignorância de seus corações, ainda não inclinados a misericórdia divina. Isso faz com que o mesmo possa ar as dores da

vida aceitando-as com a calma de quem entende que Cristo sofreu mais por

nós.

A penúltima virtude é a Piedade. Piedade é o temor a Deus. Esse

temor não é pelo medo, primeira ideia que temos ao ouvir a palavra, mas

sim, é um sentimento de profundo respeito ou de reverência ao Criador.

Sentimento este que faz com que o homem busque ter Cristo sempre, independentemente da situação. O homem que tem piedade não possui nenhum tipo de crueldade. Ódio, antipatia e hostilidade não lhes pertence,

mas, assim como o mesmo não se aborrece mais com o próximo. Essa

virtude leva para a sétima natureza, que é o amor fraternal. O amor é o

sentimento que leva uma pessoa a desejar o que se lhe afigura belo, digno

ou grandioso. E a alegria de ter chegado nesta natureza leva o homem a

desejar o mesmo aos homens. Assim, ele, com o amor que Cristo traz ao

coração, tem compaixão pelo sofrimento alheio, comiseração, dó e pena.

Mais o que ter paciência, é saber que o próximo sofre e que este pode ser

livre deste pela ação Divina. Assim, este faz de tudo o que o Senhor lhe

ensinou para ajudar aos outros a progredirem e chegarem onde este se 178

encontra.

Assim exposto, aquele que consegue chegar a possuir tais

naturezas chega ao Batismo do Espírito Santo, termo pentecostal que se

refere aqueles que possuem a comunhão plena com o Criador.

VIDA E MORTE DOS APÓSTOLOS

Disseram então os apóstolos ao Senhor:

Acrescenta-nos a fé.

Lucas 17:5

Ao começar o ministério, Cristo escolhe doze homens para seguí-lo.

Após sua crucificação, um dá cabo de sua vida. Após, um homem, pelo seu

trabalho, é chamado de apóstolo dos gentios. Estes homens são aqueles

descritos em Lucas, 6, 13: "Ele chamou para si os seus discípulos, e deles escolheu doze, a quem ele chamou de apóstolos” . Vamos nesta parte tratar destes homens ao qual o Senhor confiou pessoalmente. Em Marcos 3:16-19

e Mateus, 10,1-4, temos os apóstolos sendo Pedro, Tiago, João, André,

Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, um segundo Tiago, Tadeu, Simão, o

Zelote e finalmente Judas Iscariotes. Em Lucas 6:12-16 e Atos 1:13 não é citado "Tadeu" mas sim "Judas, filho de Tiago" ou "Judas, irmão de Jesus" , Alguns estudiosos afirmam se tratar da mesma pessoa, Judas Tadeu. Lucas também traz a história dos Setenta Discípulos, que Marcos 3:16-19 não cita.

Cabe aqui dizer um ponto: a maioria dos relatos das mortes dos

apóstolos não está escrito na Bíblia, mas em documentos separados, sendo

que algumas foram adas quase que de forma oral, o que se tornou uma

espécie de tradição, enquanto em outras, existem divergências nos documentos antigos, conforme LIMA (2019). Por isso, vamos apresentar as

179

versões mais aceitas pelos historiadores. Comecemos por Pedro, o que recebera as chaves do Reino dos Céus, conforme Mt, 16,19. Sabe-se que

este era galileu, com nome de nascimento Simão Barjonas. Era nascido em

Betsaida, e vivia como pescador em Carfanaum. Era tido como o líder dentre os doze. Quanto a sua morte, teria acontecido na cidade de Roma,

crucificado de cabeça pra baixo, porque não seria digno de morrer como o

Mestre morrera. O local de sua morte é a Colina do Vaticano, onde hoje se

encontra a Basílica de São Pedro, no estado do Vaticano. Seu corpo encontra-se na Necrópoles, embaixo desta.

André, irmão de Simão Pedro se destaca como aquele que mais apresentava Cristo as pessoas, conforme relatos escriturísticos. Nascera em Betsaida, na Galileia, mas vivia com o irmão em Carfanaum, como pescador. Quando João Batista prega, este fora seu discípulo, conforme Jo,

1:35-40. Após conhecer o Cristo, fala desta a Pedro, e se torna discípulo do Messias. Morreu por ordem do Império Romano, que discordava de seu

trabalho na Grécia. Assim como o irmão, não aceita a cruz como a de Jesus,

e morre em uma em forma de ‘x” chamada “crux debussada” . Sua cruz hoje é conhecida como cruz de Santo André, e ornamenta bandeiras como a da

Escócia e Reino Unido.

Bartolomeu, também chamado Natanael, vivia na Galileia, mais

especificamente na sua cidade de nascimento, Caná, e era amigo de Felipe.

Conforme LIMA, “ele não gostava de ninguém que vinha de Nazaré de

onde era Jesus. Porém, Felipe o convenceu a ir ao encontro de Cristo”, se

convencendo na hora que era o Messias. A sua morte ocorre na Armênia,

onde após converter o rei, o irmão deste, desgostoso da ideia, o esfola e o crucifica. Outra versão é que ele teria sido decapitado pelo mesmo irmão do rei armênio. Felipe era originário de Betsaida, na Galileia. Fora o que 180

apresentara Jesus a Natanael. Morre de causas naturais, na cidade de Hierápoles, na atual Turquia, onde morava com as duas filhas.

Tiago Maior, ou Tiago, filho de Zebedeu, irmão mais velho de João.

Assim como os filhos de Jonas, tem sua origem em Betsaida. E também

vivia como pescador em Carfanaum. Sua morte aparece nas escrituras, ao

contrário dos demais. Em Atos, 12, 1-2, mostra que este fora morto a fio de espada por ordem de Herodes Agripa I, rei da Judéia. A tradição fala que

seus restos foram envidados a Santiago de Compostela, na Espanha. Até

hoje existe um caminho que chega ao seu túmulo, o caminho de Santiago.

João, filho de Zebedeu, é autor do quarto evangelho. Também nasce em

Betsaida e vive como pescador em Carfanaum. Cuida de Maria de Nazaré

após a morte de Cristo, até a morte desta em Éfeso. Já a sua morte ocorrera de velhice, com quase cem anos de idade.

Quanto a Judas Tomé, não temos muitas informações de sua vida

antes do ministério, apesar de textos antigos apresentarem-no como carpinteiro e pedreiro. É marcado pela incredulidade na ressurreição de Cristo, ao qual ao vêlo, pede desculpas por não crer. Morre na Índia, após pregar na Síria e Pérsia. A forma de sua morte também é um mistério.

Mateus, chamado Levi, era publicano, judeu e oficial do império romano

responsável pela coleta dos tributos para César. Escolhido por Cristo em um posto da alfândega em Carfanaum. Foi um dos redatores dos evangelhos,

sendo o seu o primeiro. Sua morte ocorre por martírio. Não se sabe ao certo como, mas três hipóteses são apresentadas, conforme LIMA (2019): apedrejamento, decapitação ou morte na fogueira.

Judas Iscariotes, filho de Simão Iscariotes, era judeu da cidade de

Queriote, localizada a 16,1 km de Hebrom, no sul da Judéia (daí seu nome

Iscariotes, que significa “de Queriote”). Após os enganos que levaram a

181

crucificação de Cristo pela sua traição, este, com remorso, se enforca no Aceldama (em aramaico: ‫ ;אמד לקח‬campo de sangue), local que os sacerdotes compraram com as moedas da traição para enterrar os não-judeus. Já Tiago, Filho de Alfeu, ou Tiago Menor, foi aquele que cuidou,

após a morte de Cristo, da obra em Jerusalém. Era de origem galileia, apesar de não sabermos de qual cidade. Apoiando Pedro na decisão de manter os

não-judeus convertidos incircuncisos. Tiago, então, a a ser conhecido

como Tiago, o Justo. Segundo Clemente de Alexandria, Tiago morreu jogado do teto do templo de Jerusalém e, após, espancado até a morte.

Judas Tadeu é outro que não temos informações sobre sua vida pregressa, a não ser que era Galileu. LIMA (2019) afirma que este se destaca pelo seu questionamento a Cristo na Santa Ceia, de por que o Senhor se apresentava a eles e não ao mundo. Depois da Morte, Judas Tadeu

prega o Evangelho por todo oriente Médio e Próximo. Segundo a tradição

armênia, este morre em Beirute, martirizado. Simão Zelote é outro ao qual

não temos informações sobre sua vida. O que sabemos de seu trabalho após

a crucificação, é que este andara com Judas Tadeu, sendo morto junto deste, em Beirute, atual Líbano, cortado ao meio com uma serra.

Além desses, temos Paulo, nascido como Saulo de Tarso, por sua

origem, a cidade de Tarso, (em turco: Tarsus; em grego: Ταρσός, transl.:

Tarsós), cidade da Turquia, localizada na região histórica da Cilícia (na atual província de Mersin), na foz doRio Tarso (Berdan Çayı), que desagua no mar Mediterrâneo. Paulo é enviado para Jerusalém para estudar com Gamaliel, que lhe consegue um emprego no Sinédrio. Este é morto em

Roma, após condenação do Imperador, em 67 d.C., decapitado. Seu corpo

encontra-se na Basílica Papal de São Paulo Extramuros, na cidade de Roma,

Itália. Além desses, temos que citar, também, a vida de Matias, que aparece 182

em Atos dos Apóstolos como o substituto de Judas. Este é originário da Judéia, sem sabermos a cidade. Dentre as versões de sua morte, a mais

aceita é de que, após pregar na Judéia, vai para a Etiópia, onde morre crucificado.

Suas vidas e obras são exemplos para o mundo, pois mostram que

seu esforço em Cristo, mesmo com seus martírios, são a porta de entrada

para a vida eterna que Cristo prometera.

OS MÁRTIRES

Porque aquele que quiser salvar a sua vida,

perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor

de mim, achá-la-á.

Mateus 16:25

Grande parte dos primeiros cristão aram, em nome de Cristo,

por uma situação extrema: o martírio. Um mártir é uma pessoa que sofre

perseguição e morte por defender, renunciar ou por recusar a renunciar, ou

ainda por recusar a defender uma causa exigida por uma força externa. No

caso dos cristãos, ao longo de toda a história, seus martírios ocorrem sempre pelo mesmo motivo: autoridades usam da força para que determinado grupo

de pessoas abdiquem a Cristo para seguirem uma ideia deste. Ao se negarem, são torturados ou mortos.

Na época dos primeiros cristãos, algumas práticas eram realizadas.

Com Estevão, o primeiro mártir, a morte fora por apedrejamento. Este tipo

de martírio era realizado pelos judeus, pois este tipo de morte era mencionado nas escrituras do Pentateuco. As escrituras, porém, não mencionam outros martírios deste tipo. Mas é com Roma que este ganha

183

ares de grandeza e espetáculo. Em Roma, existia uma cultura de morte. Os romanos tinham, por conta de sua cultura, a ideia de serem superiores aos

demais povos, ao que alimentou a paixão pela criação do império a que se

torna. Assim, além dos jogos de gladiadores e outros espetáculos dantescos, inimigos eram comumente humilhados e mortos para o entretenimento das

massas. Deste modo, os cristãos, em especial após ao incêndio de Nero, em

64 d. C., am a ser alvo cativo das sanguinárias ações imperiais.

Reza a tradição que, posteriormente após o incêndio, e com a reconstrução da cidade, Nero fizera festas ao qual a tortura de cristão eram a parte principal do espetáculo. Iluminados por piras humanas, os convidados

poderiam torturar à vontade, das mais diversas maneiras, os presos, sejam

com flechas, facas, pedras e até óleos quentes, de modo que o assassinato

fora diversão. Nas arenas dos circos, os cristãos eram enviados ao meio das arenas para que as feras, famintas por dias sem alimentos, pudessem matá-las, em um jogo cuja intenção era que as vítimas tentassem fugir das bestas.

Algumas vezes, ao invés de animais, gladiadores eram enviados para o cumprimento dos martírios. Outra forma era as penas capitais de Roma, a

cruz, aplicada aqueles que o império achava que eram os piores bandidos.

Essa punição, que visava matar por insuficiência cardiorrespiratória, era geralmente aplicada aos líderes da igreja, como fora com os irmãos Pedro e

André.

Além destas acima mencionadas, existiam outras formas de

condenação espetaculares, mas que não cabem serem ditas aqui. A grande

diferença dos cristãos para as demais vítimas era que, ao contrário destas, estes iam para as arenas e cruzes em oração e júbilo, pois acreditavam que, após estes eventos nefastos, estariam aos pés de Cristo, sendo recebidos em glória pelos anjos do Senhor. Assim, diz a tradição cristã, que suas mortes 184

provocavam ainda mais a divulgação da palavra do Senhor para os homens, impressionados pela fé destas almas que encaravam a morte com alegria.

Infelizmente, até os dias de hoje, temos mártires em nome de Cristo, em especial na África e Ásia, mas com relatos em países da Europa e das Américas. Temos, por ano, aproximadamente 4000 mortes de pessoas

por serem cristãos, e com, aproximadamente. 215 milhões de cristãos perseguidos na terra, de acordo com o site Vatican News.

185

CRONOLOGIA DA ERA APOSTÓLICA

Pentecostes em 06/sivan (17/05)

At, 2

Pedro e João pregam no templo

At, 3-4,4

28

4247 Fundação da Casa do Caminho (Igreja

At, 4,32-35

de Jerusalém), pelos Apóstolos

Escolha dos 7 diáconos

At ,6,1-6

Estevão é levado ao Sinédrio

At, 6,8-15

Estevão profere sua defesa no Sinédrio e

At, 7,1-53

é condenado

Estevão é apedrejado e observa os Céus

At, 7,54-60

35

4254 abertos, com Deus e Cristo

Filipe prega em Samaria, e chama Paulo

At, 8,4-25

e João, que lhes dá o Espírito Santo

Pentecóstico

Filipe prega e batiza o Eunuco Etíope,

At, 8,26-40

em Gaza

Saulo vê a Cristo em Damasco, e se

At, 9,1-19

37

4256 converte

Pedro vai à casa do Centurião Cornélio

At, 10

Barnabé vai até Tarso para chamr a

At, 11,25-26

Saulo

Em Antioquía, seguidores de Cristo são

At, 11,26

40

4259 chamados pela primeira vez de Cristãos

Tiago, irmão de João, é morto a fio de

At, 12,1-2

espada

Anjo livra Pedro da Prisão

At, 12,7-11

Missionário

Viagem Missionária de Paulo e Barnabé,

At, 13,1-3

41

4260 por 3 anos

Cura do Proconsul Sérgio Paulo

At, 13,12

Barnabé e Saulo pregam em Antioquia

At, 13,16-52

da Pisídia

47

4266 Paulo e Barnabé pregam em Icônio

At, 14,1-7

Cura do Coxo em Listra

At, 14,8-18

Apedrejamento de Paulo em Listra,

At, 14,19

48

4267 pelos Judeus de Antioquia e de Icônio

Paulo e Barnabé voltam a Antioquia

At, 14,25-28

Reunião dos Apóstolos e Presbíteros

49

4268

At, 15,6-21

em Jerusalém

Viagem Missionária de Paulo e Silas,

At, 15,36

por 3 anos

50

4269 am pela Síria e Cilícia

At, 15,41

Chegada em Listra.

At, 16,1

Timóteo acompanha a Paulo e Silas

At, 16,3-4

51

4270 Visão de Paulo sobre a Macedônia, em

At, 16,6-10

186

Trôade

Paulo e Silas são presos em Filipos, na

At, 16,16-24

Macedônia

A prisão de Filipos se abre, e nenhum

At, 16,25-40

preso foge. Carcereiro se converte

Paulo prega na Tessalônica e em Beréia

At, 17,1-15

Paulo prega em Atenas o Cristo,

representando na Estátua do deus

At, 17,22-31

52

4271 desconhecido

Paulo chega em Corinto e encontra

At, 18,1-4

Áquila e Priscila

Paulo regressa a Jerusalém e a Antioquia

At, 18,18-22

Última viagem Missionária de Paulo por

At, 18,24

4 anos

54

4273 Paulo chega a Éfeso e batiza aos homens At, 19-1-6

com o Espírito Santo

55

4274 Paulo visita a Macedônia e a Grécia

At, 20,1-6

Paulo chega a Trôade, onde ressussita o

56

4275

At, 20,7-12

jovem que caiu do Terceiro Andar

Paulo chega em Mileto e encontra os

At, 20,17-38

Presbíteros de Éfeso

Missionário

Ágapo profetiza a Prisão de Paulo em

At, 21,10-14

Jerusalém

57

4276

At, 21,27-40

Paulo é preso e levado ao Sinédrio

At, 23,1-10

Paulo levado a presença do Governador

At, 24,22-24

Félix

Governador Pôncio Festo entrevista a

At, 25,1-12

Paulo e o envia para Roma

Paulo enviado a Itália

At, 27,1-2

58

4277 Naufrágio no navio na Ilha de Malta

At, 27,27-44

Paulo é picado por uma cobra e nada lhe

At, 28,1-6

acontece

Paulo chega finalmente em Roma

At, 28,11-15

59

4278 Paulo prega em Roma, mesmo em prisão At, 28,16-29

domiciliar

61

4280 Paulo se liberta do cativeiro romano

At, 28,30-31

69

4288 Morte de Paulo, em Roma

10*

Cai Jerusalém pelas tropas de Tito, de

71

4290

11*

Martírico

Roma

João recebe a visão de Apocalipse, na

93

4312

Ap

ilha grega de Patmos

A SEGUNDA ERA GENTÍLICA: PÓS-BÍBLICA

187

“Saudai-vos uns aos outros com ósculo de caridade.

Paz seja com todos vós que estais em Cristo

Jesus. Amém”

I Pedro, 5, 14

A última era é a Pós-Bíblica. Compreende do fim da redação da

obra de Apocalipse em 4312 a.M. (93 d.C.) até os dias atuais. Não está

compreendida em livro bíblico algum. De fato, esta era se caracteriza por

ser a única sem nada da obra sagrada escrita nestes tempos (daí seu nome).

Note que esta obra não considera as profecias de Apocalipse, nos

foi trazida para tratar dos eventos no tempo desta era, como escritura da

mesma. Mesmo que este se cumpra aqui, o que consideramos para efeito

meramente didático é a data de sua redação, que encerra a era apostólica. O

fator de destaque aqui é que esta não possui nenhum livro na Bíblia que fora escrito nesta era e que relate eventos desta, ao qual possamos datar. E

mesmo se considerássemos as profecias de Apocalipse dentro desta era, não

seria possível sua datação, pois a maior parte destes ainda não ocorreram.

Contudo, os relatos extra bíblicos provenientes de diversos

documentos históricos provenientes de fontes da época, e estudos feitos por historiadores do cristianismo nos permitem organizar este período. O

pregador americano William M. Branhan, em dezembro de 1960, fez uma

série de dez pregações em que ele divide a dispensação gentílica em sete

eras, ao qual consideramos bastante válida para nossos estudos. Para fins

didáticos, estaremos chamando-as aqui de períodos, sem prejuízo para os

mesmos. Importante destacar aqui dois pontos: primeiro, que estes períodos

compreendem toda a dispensação gentílica, de modo que a primeira será

comum às duas eras; e segundo, os nomes destas compreendem as sete

188

cidades da Ásia Menor que o apóstolo João deveria enviar as revelações de Apocalipse para seu Anjo, conforme ordem dada a este descrita em Ap,

1,11, cujas cartas encontram-se presentes entre Ap, 2,1 até 3,22.

Assim, temos a seguinte divisão temporal:

a) Era de Éfeso: ocorre de 53 (fim da segunda viagem missionária

de Paulo de Tarso) a 170 d.C. (O primeiro “cânone” bíblico, que foi o

Cânon Muratoriano. Tal Cânon incluiu todos os livros do Novo Testamento,

exceto Hebreus, Tiago e III João);

b) Era de Smirna (Esmirna): ocorre entre 170 a 312 d.C.

(conversão de Constantino);

c) Era de Pérgamo: 312 a 606 d.C. (nomeação de Bonifácio III ao

papado);

d) Era de Tiatira: 606 a 1520 d.C. (reforma promovida por Lutero);

e) Era de Sardes (Sardo): 1520 a 1750 d.C. (início da posição

evangelizadora das igrejas);

f) Era de Philadélfia (Filadélfia): 1750 a 1906 d.C. (levante da

igreja Pentecostal);

g) Era de Laodicéia: 1906 d.C. a atual.

PATMOS E AS SETE IGREJAS DE APOCALIPSE

189

“Graça e paz seja convosco da parte daquele que é,

e que era, e que há de vir, e da dos sete

espíritos que estão diante do seu trono;”

Apocalipse 1:4

Já que tratamos das cidades de Apocalipse como referência da

dispensação gentílica, vamos, neste capítulo, tratar de cada uma das sete

acima mencionadas, e também falaremos do local onde o Evangelista João

recebera a revelação deste livro. Primeiro, vamos esclarecer um pouco sobre este livro. Apocalipse é uma palavra de origem grega (αποκάλυψη, apokálypsi) e significa, literalmente, revelação. Escrito pelo apóstolo e evangelista João, o livro foi recebido pelo este enquanto este estava banido na ilha de Patmos, e possui duas partes. A primeira parte é composta por um conjunto de sete cartas destinadas as sete igrejas localizadas na Ásia Menor.

ILHA DE PATMOS

“...estava na ilha chamada Patmos, por causa

da palavra de Deus, e pelo testemunho de

Jesus Cristo.”

Apocalipse 1:9

Para começar, vamos falar de Patmos. A ilha grega de Patmos é

uma ilha no mar Egeu, localizada a 55 km da costa da Turquia. Essa ilha

vulcânica de 34.6 km² é dividida em duas áreas de aproximadamente mesmos tamanhos, unidas por um istmo na região central. Seu relevo é

relativamente baixo, sendo o monte Profitis Ilias (Profeta Elias) seu ponto 190

mais alto, com 269 m de altitude. A Paralia Psilli Amos (Praia de Areia Fina) é a única praia de toda a ilha não rochosa, sendo esta com areia fina, como diz seu nome. Sua vegetação rasteira e esparsa fez com que esta ilha

vulcânica fosse tratada por autores como Newton (1865, p.223) e Geil (1896, p.70 como uma ilha selvagem, estéril, rochosa e desolada, o que, no

século XIX, não apresentava uma visão da ilha nos tempos de João. Na

fauna, Patmos apresenta a presença surpresas, como a foca do Mediterrâneo, tartarugas e golfinhos.

Atualmente uma municipalidade grega, com sua capital a vila de

Chora, na parte norte da ilha, e seu principal porto na cidade de Skela, esta era objeto de desejo dos turcos de 1522 d.C., sendo que, em 1912, fora

conquistada pelos italianos e, em 1948, ada em definitivamente ao controle grego até os dias de hoje. Nos tempos de Roma, era parada para os

navios que faziam a rota marítima da Roma para Éfeso, abastecendo as

autoridades que viviam na parte norte da ilha, onde estava a acrópole antiga, sede istrativa da mesma.

Neste lugar, por ser a ilha localizada a 60 km da cidade de

Éfeso, era encontrado pelo menos três templos, aos quais os romanos veneravam: o principal, para Diana, deusa da caça, da Lua, da castidade, do parto e dos animais selvagens, divindade principal da cidade acima mencionada; o segundo para Apolo, deus do Sol, da profecia, da poesia, das

artes, da música, da cura, da justiça, da lei, da ordem, do tiro ao alvo e da peste, e irmão de Diana; e o último para Vênus, a deusa do amor, da beleza

e do sexo.

191

ÉFESO

“Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a

tua paciência, e que não podes sofrer os

maus...”

Apocalipse 2:2

A cidade de Éfeso (em grego clássico: Ἔφεσος; em latim:

Ephesus; em turco: Efes) é–a uma cidade grega na costa da Jônia, e compunha uma das doze cidades da Liga Jônica. Localizava-se a sudoeste

da atual Turquia, a três quilômetros da moderna cidade de Selçuk. Banhada

pelo mar Egeu, esta cidade tem verões quentes e invernos amenos, com

ampla vegetação arbustiva do tipo mediterrânea. Hoje Selçuk, esta cidade

ainda tem grande parte de sua renda relacionada com as ruinas da cidade de

Éfeso e o turismo religioso como um todo, dentro dos cinco distritos turísticos a disposição dos visitantes.

Fundada no século X a.C., possivelmente nos tempos do Rei

Saul, esta cidade foi fundada por gregos jônicos no local da capital anterior da Arzaua. A cidade floresceu principalmente após controle da República de

Roma a partir de 129 a.C., alcançando o status de segunda maior cidade do

mundo, chegando a uma população de 250.000 habitantes. O culto dos gregos a Artêmis rendeu ao local o seu famoso templo, terminado em 550

a.C, que fora considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os

romanos, adoradores do panteão grego, aram a adorar ali a Diana, versão romana da divindade local, criando um lucrativo mercado de artesãos que trabalhavam pequenas estátuas da deusa em diversos materias,

dos mais diferentes portes. Este lucrativo mercado é mencionado em Atos,

192

19, 21-29, no ato em que os artesãos conspiram contra Paulo. Foi destruída pelo Godos em 263, sendo reconstruída sem a sua grandeza de outrora, mas

definitivamente abandonada em 614 após um terremoto.

ESMIRNA

“Conheço as tuas obras, e tribulação, e

pobreza (mas tu és rico)...”

Apocalipse 2:9

Esmirna (em turco: İzmir; em grego: Σμύρνη; romanizado Smýrni) é a segunda igreja ao qual João envia cartas. Localizada na província homônima, está na parte ocidental da Turquia, banhada pelo mar

Egeu. A cidade atualmente é a terceira maior da Turquia com aproximadamente 3,4 milhões de habitantes, atrás apenas da famosa Istambul e da capital do país, Ancara. Hoje, Esmirna é conhecida como uma

das mais cosmopolitas cidades do mundo, habitada por grande quantidade

de gregos e armênios, além de ser a segunda maior colônia judia da Turquia.

Seu relevo é baixo, chegando a, no máximo, 30 m de altitude, com a vegetação e clima comparáveis aos de Éfeso.

A cidade foi fundada no terceiro milênio antes de Cristo, possivelmente por jafenitas no período pós-diluviano, se tornando, ao lado

de Tróia, a cultura mais importante da Anatólia. ou ao controle do Império Hitita da Anatólia Central em 1500 a.C.. Na mitologia, tanto esta

quanto Éfeso teriam sido conquistadas pelas lendárias amazonas. O fato é

que, em 600 a.C. a cidade foi dominada pelos Lídios, transformando-a por

anos uma vila. Andes do século IV a.C., contudo, uma nova cidade fora

erguida, pelo comando de Alexandre, o Grande. A cidade prospera 193

novamente, no que é chamada de sua segunda grande eram a partir do século I a.C., com o domínio romano. A cidade era próspera, mas os cristãos eram mais comuns nas classes mais pobres, onde eram constantemente perseguidos pelos judeus e romanos locais, pois era uma cidade extremamente idólatra ao panteão

romano.

PÉRGAMO

“...e reténs o meu nome, e não negaste a

minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha

fiel testemunha, o qual foi morto entre vós,

onde Satanás habita.”

Apocalipse 2:13

Pérgamo (em grego: Πέργαμος; romaniz.: Pérgamos), hoje conhecida por Bergama, é uma cidade a 26 km da costa do mar Egeu.

Localizada em um promontório no lado norte do rio Caicos, cujo nome hoje

é Bakırçay, esta cidade conserva as características de clima e vegetação das cidades anteriores. Situa-se em torno de uma mesa de andesito com 335 m

de altitude, onde era localizada a Acrópole. Sua face norte, leste e oeste

possuem queda acentuadas, diferente no lado sul, onde três terraços naturais permitem uma rota até o topo desta. A oeste segue o rio Selinus (atual

Bergamaçay), enquanto, pelo Oeste, o Cetius (atual Kestelçay).

Historicamente, o primeiro relato de Pérgamo aparece em 400-

399 a.C., com a menção da Marcha dos Dez Mil, comandada por Xenofontes, terminada ali. Em 362, o sáprata da Mísia Orontes baseou-se

em Pérgamo para sua revolta contra os persas. Alexandre , o Grande, é

quem lidara a libertação da cidade. Neste tempo, são levantados o templo de 194

Atena e o santuário a Deméter na cidade. Lisimaco, rei da Trácia, conquista a cidade em 301 a.C., mas, com o desmonte do reino apenas 20 anos após,

Pérgamo alcança sua independência, dominando grande parte da Ásia Menor.

O status de reino, contudo, só vem em 238 a.C., quando

Eumenes I vence os Gálatas. Nos anos seguintes, tornam-se aliados romanos nas conquistas da região, tanto que, em 133 a.C., quando Átalo III, após sua morte, lega a cidade a Roma, o que se confirma em 129, com a

derrota de Aristônico por Marco Perpena. Os romanos elevam a cidade ao

status de metrópoles, colocando-a acima de suas rivais, Éfeso e Esmirna.

Com isso, o culto aos imperadores fez desta um grande centro de perseguições aos cristãos, para usarem nos circos imperiais da cidade. O

controle da cidade foi transferido das mãos dos romanos para diversos povos, até hoje chegar aos turcos.

TIATIRA

“Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o

teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que

as tuas últimas obras são mais do que as

primeiras.”

Apocalipse 2:19

Tiatira (em grego: Θυάτειρα; romaniz.: Tiáteira)[1] foi uma antiga cidade Lídia, atualmente chamada de Akhisar. Diferente das cidades anteriores, o sítio arqueológico não se encontra no entrono das cidades modernas, mas sob estas, o que torna mais difícil o estudo sobre suas características. Localizada no interior, 84 km de Pérgamo, esta cidade de

195

relevo baixo conserva a vegetação abortífera mediterrânea, esta cidade fora fundada como Pelópia.

Em 280 a.C., é refundada como Tiatira por Seleuco I Nicanor,

general de Alexandre, o Grande. Fora novamente destruída em 27 a.C.,

devido a um terremoto, fora reconstruída com ajuda dos romanos. No tempo

dos primeiros cristãos, na cidade, rota comercial que liga o interior ao interior, existiam as guildas comerciais, aos quais quem não fosse membro

destas, não podiam comprar nem vender, sendo que seus membros tinham

que participar de festivas de adoração as divindades romanas. Estima-se que alguns dos cristãos, para poderem permanecer nas guildas e trabalharem,

toleravam e até participavam, tal qual os judeus fizeram nos tempos do rei

Acabe. Tiatira caíra por meio de um terremoto, e depois abandonada, sendo

reerguida hoje como Akhisar, de 1707 km² e 160 mil habitantes.

SARDES

“Lembra-te, pois, do que tens recebido e

ouvido, e guarda-o, e arrepende-te”

Apocalipse 3:3

Antes capital do reino da Lidia, e depois satrapia persa, Sardes (em grego: Σάρδεις; romaniz.: Sardeis), hoje uma vila de nome Sart, que se chamava Sartmahmut antes de outubro de 2005. Localizada no vale

do rio Hermo, e no sopé Tmolo, distante 34 km do rio acima dito, o que faz

região predominantemente agrária, com o rio ligando a cidade ao mar Egeu.

Como as demais, fora dominada por romanos no século I a.C.. que criaram

o quarto maior templo de Artémis, ou Diana, para os romanos. Este templo

é um dos mais bem preservados do mundo. Além disso, um complexo que

196

apresentavam ginásios esportivos e uma sinagoga, o que apresentava a presença de judeus na cidade.

Além do fato de ter sido capital da Lídia, esta cidade

apresentava forte poderio militar, e também ser um dos postos comerciais

do litoral com o interior, sendo a famosa “Estrada Real” que ligava a mesma com Filipos. Além disso, a presença de ouro renovara a riqueza dos habitantes da cidade. Além disso, Sardes era produtora de alimentos para

toda a região. Assim como todas as cidades romanas importantes, os cristãos eram perseguidos e presos, enviados ao martírio, sendo que Apocalipse apresenta que existiam aqueles que cumpriam os desígnios divinos, e outros a quem o Senhor advertia.

FILADÉLFIA

“Conheço as tuas obras; eis que diante de ti

pus uma porta aberta, e ninguém a pode

fechar”

Apocalipse 3:8

Localizada em um vale aos pés de um platô montanhoso, a 130

km

a

leste

de

Esmirna,

Filadélfia (em grego: Φιλαδέλφεια; romaniz.: Philadelpheia) foi uma cidade do reino de Pérgamo. A vegetação da região é predominante formada por

conífera, com clima ameno e inverno mais rigoroso. A cidade foi fundada

em 189 a.C. por Eumenes II de Pérgamo, em homenagem a seu irmão e

herdeiro Átalo II. Filadélfia significa, literalmente, “alguém que ama seu

irmão”. Assim como Pérgamo, foi legada a Roma por Átila III.

197

Com um terremoto em 17 d.C., é destruida e reconstruída por Tibério, imperador de Roma, ao que a cidade presta honras. A aliança com

Roma é testemunhada com moedas cunhadas com face dos imperadores, tal

qual Calígula. Como toda as cidades fiéis a Roma, era constante a perseguição aos cristãos. Porém, a igreja de Filadélfia demonstrava-se uma

igreja fiel ao Senhor.

LAODICÉIA

“Assim, porque és morno, e não és frio nem

quente, vomitar-te-ei da minha boca.”

Apocalipse 3:16

Laodicéia (em grego: Λαοδίκεια

πρός

τοῦ

Λύκου; romaniz.: Laodikeia pros tou Lykou; em latim: Laodicea ad Lycum, lit. "Laodicéia do Lico" ou "Laodicéia-sobre-o-Lico"; em turco: Laodikya), era a capital da província romana da Frígia. Fora fundada sob o nome de

chamada de Dióspole ( Diospolis) e Roa ( Rhoas), mas renomeada de Laodiceia em homenagem aLaódice, esposa de Antíoco II Teos, que reconstruiu a cidade. Localizada a 60 km a leste de Éfeso, e a 60 km a

sudeste de Filadéifia, esta cidade ficava na estrada que saía de Pérgamo até o porto da Atália, ando antes por Tiatira, Sardes e Filadélfia, o que fazia uma

importante cidade comercial da região.

Era conhecida pela sua lã preta e brilhante, serviços de banco, mas

também pela medicina. Suas pomadas feitas com óleo e pó frígio era conhecido como tratamento para olhos e ouvidos. Mas eram os aquedutos

que traziam águas termais de fontes a 10 km da cidade que eram a principal

fonte de sua medicina. As águas, concentradas de minerais, aliadas as 198

temperaturas mornas destas, ao percorrerem tal distância, eram nauseantes, e, por isso, usadas para tratamento para provocar o vômito dos pacientes,

com a intenção de expulsar o mal do corpo dos doentes. Tal fato é apresentado em Apocalipse como advertência aos cristãos da cidade.

OS TEMPOS DE DEUS

Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um

dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos

como um dia.

2 Pedro 3:8

Existe uma história de um líder religioso que se encontrava em

júbilo, pois chegara aos 50 anos de ministério. Feliz, conversa com um

companheiro de obra, sobre a longa jornada que tivera, ao que é respondido

pelo amigo que seus cinquenta anos seriam como 15 minutos para o Senhor,

ao que o primeiro, considerando a situação, vê que sua vida era um instante para Deus, e louva o Senhor. Desse modo, o segundo ministro exemplifica a

palavra do Apóstolo Pedro, na segunda epístola, cap. 3, versículo 8, que fala que um dia para Deus é como se fosse mil anos nossos.

Aproveitando o ensejo, poderíamos verificar uma questão.

Como esta cronologia poderia ser verificada. De fato, poderíamos enxergar

a nossa história sob a ótica divina, de mil anos humanos equivalentes a um

dia pra Deus. Nessa proporção, um século equivale a 2,4 horas, ou 2 horas e 24 minutos, enquanto a década e o ano equivalem a 14 minutos e 24

segundos e 1 minuto e 26 segundos, respectivamente, o que já nos baseia

para podermos atuar na identificação das horas desejadas.

199

Assim, vamos citar apenas alguns eventos para que possamos exemplificar o que desejamos. No primeiro dia, às 0 horas, Adão e Eva são

expulso do jardim. As 23:41, Enoque é arrebatado aos céus. O dilúvio ocorre no segundo dia, ás 15:44. Já o terceiro dia, Abrão é chamado no

início deste, ás 0:33, com José governado o Egito às 05:29:45. Os judeus

ficam no Egito até as 16:03, quando Moisés comanda o Êxodo, que se segue

até3 o início da conquista de Canaã, as 16:59. No quarto dia, Davi assim o

reino as 06:11, enquanto Salomão ergue o Templo até 07:23, quando o

inaugura. O Reino se divide em dois às 08:06 da manhã. As 09:28, Elias

desafia os sacerdotes de Baal no Monte Carmelo. O reino do Norte cai na

mão dos assírios as 13:46, enquanto o do Sul cai pelos babilônicos somente

as 16:55. As 18:27, os persas permitem a reconstrução do Templo de Jerusalém, no tempo de Esdras e Neemias. No quinto dia, as 05:51:21, João

Batista começa a pregar no Jordão. O ministério de Cristo inicia-se segundos depois, as 05:22:04, indo até as 05:55:40, quando Jesus é crucificado. O pentecostes ocorre as 05:55:49. Estevão é martirizado às 06:05:45, e Paulo inicia sua primeira viagem as 06:14, enquanto João recebe as profecias de Apocalipse as 07:29.

Posteriormente, a Idade Moderna começa com a queda de Roma

às 16:40. Quase 24 horas depois, as 16:07 do sexto dia, começa a Idade

Moderna com a queda de Constantinopla. No sétimo dia, a Idade Contemporânea começa com a Revolução sa as 02:08. O Holocausto

começa às 03:51, e os judeus sobreviventes conseguem seu estado as 03:58,

onde moram até hoje, às 05:45, antes do amanhecer.

200

EVENTO BÍBLICO

DIA

HORÁRIO

Saída do Éden

1

0

:

0

:

0

Arrebatamento de Enoque

1

23

:

41

:

16

Diluvio

2

15

:

44

:

38

Promessa de Abraão

3

0

:

33

:

7

José governa no Egito

3

5

:

29

:

45

Êxodo com Moisés

3

16

:

3

:

21

Conquista de Canaã

3

16

:

59

:

31

Davi torna-se Rei

4

6

:

11

:

31

Salomão ergue o Templo

4

7

:

23

:

31

Divisão do Reino de Israel

4

8

:

6

:

43

Elias faz o desafio no Mt. Carmelo

4

9

:

28

:

48

Queda do Reino do Norte

4

13

:

46

:

33

Queda do Reino do Sul

4

16

:

55

:

12

Reconstrução do Templo

4

18

:

27

:

21

João Batista prega no Jordão

5

5

:

51

:

21

Inicio do Ministério de Jesus

5

5

:

52

:

4

Crucificação de Cristo

5

5

:

55

:

40

Pentecostes

5

5

:

55

:

49

Martírio de Estevão

5

6

:

5

:

45

Primeira viagem de Paulo

5

6

:

14

:

24

Profecia de Apocalipse para João

5

7

:

29

:

16

Roma cai

5

16

:

40

:

48

Queda de Constantinopla

6

16

:

7

:

40

Revolução sa

7

2

:

8

:

9

Holocausto

7

3

:

51

:

50

Estado judeu

7

3

:

56

:

9

Dias de Hoje

7

5

:

45

:

36

201

Cronologia de eventos bíblicos ocorrendo conforme 2 Pd, 3, 8.

Autoria Própria

OS JUDEUS APÓS A BÍBLIA

Quem dera que os meus caminhos fossem

dirigidos a observar os teus mandamentos.

Então não ficaria confundido, atentando eu

para todos os teus mandamentos.

Salmos 119:5,6

202

Findo o tempo da Bíblia, O que ocorre com os judeus? Dada a importância deste povo, achamos justo finalizarmos esta obra apresentando,

de maneira bem resumida, o destino da Nação Eleita por Deus. Após a

morte de Paulo em Roma no ano de 70, a primeira revolta dos judeus provoca a destruição do tempo. Os judeus ainda fazem mais duas revoltas

para tentar restabelecer a independência de Roma. A primeira, em 115 A 117

d.C., ficou chamado como a Guerra de Kitos, e a segunda, definitiva foi a

Revolta de Barcoquebas, no ano de 132 depois de Cristo, onde 580 mil

judeus foram mortos, 50 cidades fortificadas e 985 Vilas foram arrasadas de acordo com Dião Cássio.

Jerusalém destruída, vários judeus são escravizados, e os que permanecem vivos foram proibidos de permanecer na Judéia, que ou a

ser chamar Síria Palestina. A revolta foi liberada por Simão bar Koziva, a

quem o Rabino Akiba reconheceu como o Messias, trocando o seu nome

para Barcoquebas, que significa filho da Estrela. Após a derrota e a dispersão dos judeus, aqueles escravos considerados mais fracos para o trabalho eram levados aos circos, sendo mortos nas fogueiras, pelos animais, ou pelas mãos dos gladiadores, para entretenimento das massas

romanas sedentas por sangue. A circuncisão a a ser equiparada a castração, e fica proibida em todo o território romano, assim como ensinamento da Torá e ordenação de novos rabinos.

Os judeus am a peregrinar por toda a Europa, buscando manter

sua cultura e religião, sendo tratados em muitos lugares como cidadãos inferiores. Entre os anos de 325 até o ano 1000, ocorreram, pelo menos,

trinta atos de perseguição a judeus, que iam desde a proibição de se fazer

negócios com estes, até ataques contra sinagogas. No ano 1095, com a

203

decisão da Igreja Católica de julgar os judeus como responsável da morte de Cristo, a comunidade Judaica ou a sofrer fortes perseguições, com destaque a conquista de Jerusalém em 1099, quando os cruzados prenderam

judeus em uma sinagoga em Jerusalém e a incendeia. A população judia na

Europa ou a viver voluntariamente em guetos e milhares foram perseguidos pelos tribunais da Inquisição. Em 1517, quando a perseguição

volta, a bula papal “Cum nimis absurdum” chega ao ponto de mandar judeus para os guetos, obrigando-os a vender quaisquer propriedades fora

destes espaços. É considerado o documento mais antissemita da época.

Na idade moderna, estes foram expulsos da Península Ibérica, fazendo com que os mesmos instalassem em comunidades localizadas em

países nas regiões protestantes como Dinamarca e Holanda, com destaque

para o ato deste país em 1796, igualando os judeus aos cidadãos holandeses.

Os judeus nesta época, am a recuperar um pouco de sua liberdade religiosa, e alcançam grandes prosperidades econômicas nessas regiões.

Porém, no século 19, vários países começam a acusar os judeus de querer

dominar suas Nações criando um movimento antissemitismo. Isso gera um

grande movimento dentre os judeus para o Retorno à Palestina, conhecido

como sionismo.

As perseguições alcançam seu ápice no século XX. Os

revolucionários russos, que instalam o socialismo no país, matando 200.000

judeus, por crerem que estes e os capitalistas eram a mesma coisa, conforme declaração de Sombart (1911). Na década de vinte do século ado, Rússia, Polônia, Hungria, Romênia, Grécia e México mantinham a forte

perseguição aos judeus. Em 1939, com a segunda guerra, o holocausto é

instituído pelo Líder nazista Adolf Hitler, onde os campos de concentração

levaram à morte 6 milhões de judeus, além de graves sequelas físicas e

204

psicológicas a tantos outros. Porém, desta morte finalmente os judeus conseguem sua terra de volta. A ONU acata com a criação do Estado de

Israel, na célebre reunião presidida pelo brasileiro Rui Barbosa. A região, que era controlada pela Inglaterra, foi cedida para os judeus e, a contragosto dos muçulmanos viventes naquela região, nasce o estado de Israel em 08 de

maio de 1948. No segundo dia de existência, uma coalizão de Estados muçulmanos ataca o país que, com dois dias de existência, já tinha que

viver um embate militar.

De 1948 para nossos dias, Israel ou por várias guerras contra a

população muçulmana saindo vencedor em todas, ao qual cabe se destacar a

“Guerra dos Seis Dias”, onde outra coalizão de estados muçulmanos ataca

Israel, mas são derrotados após 6 dias de combate. Já foram tentados cinco

acordos de paz, em que Israel concorda com todos estes, mas são rejeitados

pelas autoridades muçulmanas locais. Dentre os inúmeros adversários, um

se destaca. Israel está em guerra com a Jordânia desde a fundação do estado moderno.

Durante os combates, os judeus conquistam a Cisjordânia. De acordo com a Convenção de Viena, como a guerra ainda não se encerrou

(pois a Jordânia ainda não reconheceu a existência do estado israelita, e se mantém declaradamente em guerra com Israel desde a fundação deste), estas terras ainda permanecem em posse do governo de Tel-Aviv, que não

devolveu os territórios para este país, diferente do que aconteceu com a

Península do Sinai, tomada do Egito na guerra de seis dias e devolvida

quando ambos os países am o fim da guerra entre ambos.

205

206

ANEXOS

ANEXO I – MEDIDAS BÍBLICAS

a. Medidas de Área (Ref. Jeira)

Nome

Equivalente

Valor

Escritura

Unidade

Jeira

2500 m²

I Sm, 14:14

Referencial

b. Medidas de Capacidade (Ref. Efa)

Nome

Equivalente

Valor

Escritura

Sextário / Logue

1/72

0,305 litros

Lv 14:10

Cabo

1/18

1,222 litros

II Rs 6:25

207

Ômer

1/10

2,2 litros

Ez 45:11

Him

1/6

3,666 litros

Lv 19:36

Medida

1/3

7,333 litros

Gn 18:6/ II Rs 7:1

Efa / Bato

Unidade Referencial

22 litros

Lv 19:36/ Is 5:10

Leteque

5

110 litros

Os 3:2

Coro

10

220 litros

Ed 7:22/I Rs 5:11

c. Medidas de Comprimento (Ref. Côvado)

Nome

Equivalente

Valor

Escritura

Dedo

1/24

1,85 cm

Jr 52:21

Largura da Mão

1/6

7,4 cm

Êx 37:12

Palmo

1/2

22,2 cm

Êx 28:16

Côvado

Unidade Referencial

44,4 cm

Gn 6:15

Braça

4

1,776 m

At 27:28

Cana / Vara

6

2,664 m

Ez 41:8

d. Medidas de Distância (Ref. Côvado)

Nome

Equivalente

Valor

Escritura

Tiro de pedra

66

30 m

Lc 22:41

Tiro de arco

270

120 m

Gn 21:16

Estádio romano

416

185 m

Lc 24:13

Jornada de um

Nm 35:5

2.000

888 m

sábado

Milha romana

3.333

1480 m

Mt 5:41

Jornada de um dia

78.828,82

35.000 m

Gn 31:23

e. Unidades de Peso (Ref. Siclo)

Nome

Equivalente

Valor

Escritura

Gera / Óbolo

1/20

0,571 g

Êx 30:13

Beca

1/2

5,712 g

Êx 38:26

Siclo

Unidade Referencial

11,424 g

Gn 24:22

Libra

30

340 g

Ne 7:71

Mina / Arrátel

50

571,2 g

Ed 2:69

Talento

3.000

34,272 kg

II Sm 12:30

f. Unidades de Tempo

Nome

Descrição

Escritura

1/12 do Dia, a partir do nascer do sol. Variava de

acordo com a estação do ano

Hora

Mt 20:3

1/12 da Noite, a partir do pôr-do-sol. Variava de

acordo com a estação do ano.

3 Vigílias por noite, sendo cada uma de 4 horas

Jz 7:19

(Israel).

Vigília

4 Vigílias por noite, com 3 horas cada uma

Mt 14:25

(Romanos).

Noite

12 Horas, do pôr-do-sol até o seu nascer.

Gn 7:4

Dia

12 Horas, do nascer ao pôr-do-sol.

Gn 7:44

208

24 Horas, de um pôr-do-sol até o outro.

Êx 20:8-11

Semana

7 Dias, terminando com o sábado.

Êx 20:10

Mês

29 a 30 Dias, iniciando com a lua nova.

Nm 28:14

12 Meses lunares de 354 Dias. De três em três anos

acrescentava-se um mês (pela repetição do último

Ano

I Cr 27:1-15

mês) para tirar a diferença entre os 12 meses lunares

e o ano solar.

g. Tipos de Moeda - VT

1) O Siclo, a Mina e o Talento eram peças ou barras de metal (prata ou ouro) usadas como meio de pagamento (II Rs 18:14).

2) Como moeda, aparece o Darico, também traduzido por Dracma (I Cr

29:7; Ed 2:69; 8:38; Ne 7:70). Era de ouro e pesava 8,4 g.

3) A peça de Dinheiro (Quesita) em Gn 33:19 é de valor ignorado.

h. Tipos de Moeda – NT (Ref. Denário)

Nome

Equivalente

Material

Escritura

Lepto

1/128.

Cobre ou Bronze

Mc 12:42

Moeda romana de

Quadrante

1/64.

Mc 12:42

cobre

Moeda romana de

Asse / Ceitil

1/16.

Mt 10:29

cobre

Moeda romana de

Denário

Unidade Referencial

Mt 20:2

prata

Moeda grega de

Dracma

1

Lc 15:8

prata

Moeda grega de

Didracma

4

Mt 17:24

prata

Moeda grega de

Tetradracma

4

Mt 26:15

prata

Moeda grega de

Estáter

4

Mt 17:27

prata

Moeda grega de

Mina

100

Lc 9:13

ouro

Talento

6.000

Prata ou Ouro

Mt 25:15

209

ANEXO II – CRONOLOGIA BÍBLICA DETALHADA

ANO

DISP

Era

PERÍODO

AM**

EVENTO BÍBLICO

REF***

cC*

Saída do Éden, por Adão e

Gn, 3,23

Eva;

-4219

1

Gn, 4,1-

Nascem Caim e Abel

2

-4200

20

Caim mata Abel no campo

Gn, 4, 8

-4089

131

Nasce Seth

Gn, 5,3

-3985

235

Nasce Enos

Gn, 5,6

-3895

325

Nasce Cainã

Gn, 5,9

D

-3825

395

Nasce Maalael

Gn, 5,12

A

ua

-3760

460

Nasce Jarede

Gn, 5,15

d

s

-3598

622

Nasce Enoque

Gn, 5,18

â

Li

-3533

687

Nasce Matusalém

Gn, 5,21

m

-

nh

i

-3346

874

Nasce Lameque

Gn, 5,25

ag

c

-3289

931

Morre Adão, aos 930 anos

Gn, 5,5

en

o

Enoque é levantado aos

s

-3233

987

Gn, 5,24

Céus

-3178

1042

Morre Seth, aos 912 anos

Gn, 5,8

Gn,

-3164

1056

Nasce Noé

5,28-29

-3080

1140

Morre Enos, aos 905 anos

Gn, 5,11

-2985

1235

Morre Cainã, aos 910 anos

Gn, 5,14

Morre Maalael, aos 895

-2930

1290

Gn, 5,17

anos

-2798

1422

Morre Jarede, aos 962 anos

Gn, 5,20

D

N

Pré-Diluviano

Deus anuncia fim do

-2684

1536

Gn, 6,3

ua

o

Homem a Noé

s

é

-2664

1556

Nascem Sem, Can e Jafé

Gn, 5,32

Li

t

-2569

1651

Morre Lameque, aos 777

Gn, 5,31

nh

i

anos

210

Início do Dilúvio;

Gn, 7,6

-2464

1656

Matusalém morre antes do

Gn, 5,27

Diluviano

Dilúvio, aos 969 anos

Fim do Dilúvio, em

-2563

1657

Gn, 8,16

27/cheshvan (07/11)

Gn,

-2362

1658

Nasce Arfaxade

11,10

Gn,

-2327

1693

Nasce Selá

11,12

Gn,

-2497

1723

Nasce Heber

11,14

Gn,

-2463

1757

Nasce Pelegue

11,16

Gn,

-2433

1787

Nasce Reú

11,18

Gn,

-2401

1819

Nasce Serugue

ag

c

11,20

en

a

Gn,

-2371

1849

Nasce Nacor

s

Pós-Diluviano

11,22

Gn,

-2342

1878

Nasce Tera

11,24

-2320

1900

Torre de Babel

Gn, 1-9

Gn,

-2272

1948

Nasce Abraão, Naor e Harã

11,26

-2262

1958

Nasce Sarai

1*

Morre Pelegue, aos 239

Gn,

-2224

1996

anos

11,19

Gn,

-2223

1997

Morre Nacor, aos 148 anos

11,25

Gn,

-2220

2000

Morre Harã

11,25

-2213

2007

Morre Noé, aos 950 anos

Gn, 9,29

He

A

-

-2197

2023

Chamado de Abrão

Gn, 12,1

br

b

Gn,

eu

r

-2194

2026

Morre Reú, aos 239 anos

11,21

s

a

Guerra de Quatro Reis

ô

Gn, 14

contra Cinco

n

Gn,

i

Abrão salva Ló do cativeiro

14,16

c

Gn,

o

Melquisedeque abençoa

14,18-

Abrão

20

-2190

2030

Deus promete que a

descendência de Abrão

Gn, 15,1

seria incontável

Deus avisa que a

Descendência de Abrão

peregrinaria por terra

Gn,

estrangeira por 430 anos

15,13

-2186

2034

Nasce Ismael

Gn,

211

16,16

Deus muda o nome de

Gn, 17,5

Abrão para Abraão

Gn,

Instituída a Circuncisão

17,11

Deus muda o nome de

Gn,

Sarai para Sara

17,15

Gn,

-2173

2047

Deus envia anjos e tira Ló

19,12-

de Sodoma

13

Gn,

Deus destrói Sodoma e

19,23-

Gomorra

29

Nasce Ben-Ami e Moabe,

Gn,

filhos de Ló e pai dos

19,30-

Amonitas e Moabitas

38

-2172

2048

Nasce Isaque

Gn, 21.2

Morre Serugue, aos 230

Gn,

-2171

2049

anos

11,23

Deus testa Abraão ao

-2156

2064

mandá-lo sacrificar Isaque

Gn, 22

no Monte Moriá

Gn,

-2137

2083

Morre Tera, aos 205 anos

11,32

Gn,

-2135

2085

Morre Sara, aos 127 anos

23,1-2

Gn,

-2132

2088

Isaque e Rebeca casam-se

24,67

Morre Arfaxade, aos 438

Gn,

-2124

2096

anos

11,13

Gn,

-2112

2108

Nascem Jacó e Esaú

25,21-

26

Morre Abraão, aos 175

Gn,

-2097

2123

anos

25,7-11

Gn,

-2094

2126

Morre Selá, aos 433 anos

11,15

Gn,

Esaú vende a

-2080

2140

25,27-

Primogenitura a Jacó

34

Gn,

Jacó recebe a benção

27,27-

29

Jacó foge da presença de

Gn,

-2072

2148

Esaú

28,2-5

Gn,

Jacó vê a escada aos Céus;

28,12

Jacó chega na casa de

Gn,

Labão

29,10

-2065

2155

Jacó casa com Lia

Gn,

212

29,21-

26

Gn,

-2062

2158

Morre Sem, aos 602 anos

11,11

Gn,

-2058

2162

Jacó casa com Raquel

29,27-

30

Gn,

29,31-

-2057

2163

Nascem os filhos de Jacó

35

Gn,

30,1-21

Gn,

Jacó deixa casa de Labão

31,17-

21

Jacó luta com Deus e tem

Gn,

-2050

2168

seu nome alterado para

32,22-

Israel

30

Israel reconcilia-se com

Gn,

Esaú

33,1-17

Gn,

-2049

2171

Morre Ismael, aos 137 anos

25,17

Gn,

-2033

2187

Morre Heber, aos 464 anos

11,17

Gn,

-2021

2199

Nasce José

30,22-

24

Gn,

José é vendido como

37,23-

-2004

2216

escravo e levado a casa de

28

Potifar no Egito

Gn, 39,1

Gn,

-1992

2228

Morre Isaque, aos 180 anos

34,29

Faraó tem o sonho das

Gn,

Espigas de Trigo e dos Bois

41,2-7

Gn,

José interpreta os sonhos de

41,25-

A

-1992

2229

Faraó

36

b

Gn,

r

José Governador sobre

He

41,37-

a

todo o reino de Faraó

br

46

ô

-

eu

Início dos anos de

Gn,

n

-1990

2230

s

abundância no Egito

41,38

i

c

Gn,

Início dos anos de Fome no

o

41,53-

Egito

54

-1983

2237

Gn,

Irmãos de José descem ao

42,1-3

Egito e este os reconhecem

Gn, 42,7

He

E

Hictita

-1982

2238

José reconcilia-se com os

Gn,

213

irmãos

45,1-15

Gn,

Israel desce ao Egito

46,1-27

Israel reencontra-se com

Gn,

José

46,29

g

-1980

2240

Provações de Jó

Jo

í

Morre Jacó/ Israel, aos 147

Gn,

br

p

-1965

2255

anos

49,33

eu

c

s

Morre Esaú

2*

i

Gn,

a

-1911

2309

Morre José, aos 110 anos

50,26

-1632

2588

Nasce Moisés

Ex, 2,2

Moisés mata Capataz

Ex,

Faraônico

-1592

2628

Egípcio e foge para terra de

2,11-15

Midiã

-1591

2629

Nasce Josué

3*

He

P

Deus chama Moisés através

Ex, 3,3

br

r

da Sarça Ardente

eu

o

Deus envia as 10 pragas

s

m

Ex, 7-11

sobre Egito

e

Hebreus são libertados e

Ex,

s

dá-se Início ao Êxodo

12,41

s

O mar de abre e os hebreus

Ex,

a

atravessam

14,21

-1552

2668

Deus envia codornizes e

Ex,

depois o Maná aos Hebreus 16,11-35

Deus faz água brotar da

Ex,

rocha de Refidim

17,5-6

Deus envia as Tábuas dos

Ex,

Mosaico

Mandamentos

20,1-17

Início das instituições das

Ex, 20-

Leis sobre Israel Lei acerca

22

dos Altares)

Inaugurado Tabernáculo do

Ex,

Deserto, em 01/abib

40,17

(nissan)

Ex,

Envio dos 12 espias

13,1-24

-1551

2669

Calebe e Josué voltam com

Ex,

os frutos da terra

25,33

Ex,

Povo rejeita a terra e

14,21-

peregrina por 40 anos

24

Josueita

-1512

2708

Morre Moisés, aos 120

Dt,

anos

34,5-7

Início da conquista da

Palestina, liderado por

Js, 1,1

Josué

Conquista de Jericó

Js, 6,8-

21

214

Josué amaldiçoa a quem

Js, 6,28

reconstruir Jericó

Js,

-1505

2715

Calebe herda Hebrom

15,13-

19

Conquistas resultam em

Js, 12,7-

-1485

2735

vitórias sobre 31 reis

24

-1481

2739

Morre Josué, aos 110 anos

Js, 24,29

He

J

Gideanita

-1461

2759

Mesopotâmia domina Israel

Jz, 3,8

br

u

Otniel livra Israel dos

Jz, 3,9-

eu

í

1454

2766

Mesopotâmios

11

s

z

Jz, 3,13-

e

-1414

2806

Domínio Moabita

14

s

Jz, 3,21-

Eúde livra Israel dos

22

-1396

2824

Moabitas

Jz, 3,28-

30

Sangar livra Israel de 600

-1330

2890

Jz, 3,31

Filisteus

-1316

2904

Cainitas dominam Israel

Jz, 4,2-3

Jz, 4,4-9

Débora e Baraque livram

-1296

2924

Israel dos Cainitas

Jz, 4,23-

24

-1256

2964

Midianitas dominam Israel

Jz, 6,1

Gideão livra Israel dos

Jz, 7,19-

Midianitas

25

-1249

2971

Gideão é convidado a ser

Jz, 8,22-

rei mas recusa

23

Abimeleque, filho de

-1209

3011

Gideão, se declara Rei em

Jz, 9,1-6

Siquém

Morre Abimeleque, com

Jz, 9,53-

uma pedra de moinho no

54

-1206

3014

crânio;

Jz, 10,1-

Tola julga Israel

2

Jz, 10,3-

-1184

3036

Jair Julga Israel

4

Jz, 10,7-

-1163

3057

Amonitas dominam Israel

8

Jefté liberta Israel dos

Jz,

1145

3075

Amonitas

11,32-33

Jefté julga Israel

Jz, 12,7

Jz, 12,8-

-1139

3081

Ibsã julga Israel

9

-1132

3088

Elom julga Israel

Jz, 12,11

-1122

3098

Abdon julga Israel

Jz,

12,13-

14

215

Boaz resgata a honra de

-1120

3100

Rt

Rute, e se casam

-1114

3106

Filisteus dominam Israel

Jz, 13,1

Mica, com sua idolatria,

Jz, 17-

-1110

3110

provoca a Guerra Civil

20

Benjaminita

Jz,

-1094

3126

Sansão julga os Israelitas

13,25

Sansão derruba o Templo

Jz,

de Dagon, liberta Israel dos

16,23-

1074

3146

Filisteus e morre

31

1Sm,

Eli julga os Israelitas

4,18

Israel entra em guerra com

1Sm,

Filisteus e perde

4,1-4

Arca da Aliança é levada ao

1Sm,

campo e capturada pelos

4,11

Samuelita

Filisteus

-1032

3186

Deus lança doenças aos

1Sm, 5-

Filisteus e estes devolvem a

6

Arca, para Bete-Smes

Arca chega a Quiriate

1Sm,

-Jearim e fica por 20 anos

7,2

Deus destrói os Filisteus

1Sn,

em Mispa até Bete-Car

7,10-11

-1014

3206

1Sm,

Samuel julga a Israel

4,18

He

R

1Sm,

br

e

Povo pede um Rei a

8,4-5

eu

a

Samuel

4*

s

l

-1002

3218

Deus diz para Samuel fazer

1Sm,

o que o povo diz, pois estes

8,7-9

O rejeitaram

Sauíta

1Sm,

Saul torna-se Rei de Israel

11,12-15

-992

3228

Nasce Davi

5*

1Sm,

-975

3245

Davi vence Golias

18,48-

50

Davídico

1Sm,

Saul morre pelos Filisteus

31,4-6

-962

3258

2Sm,

Davi torna-se Rei de Israel

2,4

Início da dinastia Davídica

6*

Davi começa a redigir seus

-955

3265

7*

Salmos

-922

3298

1Rs,

Morre Davi, rei de Israel

2,10

Salomão assume o trono

1Rs,

de Israel

2,12

216

Salomão começa a erguer

-918

3302

o Templo, no mês de Zive

1Rs, 6,1

(atual Iyar, em abril/maio)

Templo é inaugurado no

mês de Bul (Atual

1Rs,

-918

3308

Heshvan, em outubro/

6,38

novembro)

Salomão redige seus

-905

3315

7*

Provérbios*

Salomão redige os

-900

3320

7*

Cantares*

He

R

R

A

J

Morre Salomão, rei de

1Rs,

br

e

o

l

e

Israel

11,42-43

eu

a

b

t

r

1Rs,

s

l

o

o

o

Roboão coroado Rei;

12,1

n

b

Jeroboão insita o povo a

1Es,

i

I

o

desafiar o rei.

12,2-4

t

s

n

-882

3338

Jeroboão coroado rei de

1Rs,

a

r

i

Israel;

12,20

a

t

Início da dinastia

e

a

6*

Jerobonita em Israel

l

1Rs,

Roboão rei de Judá (Judá e

12,22-

Benjamin)

24

Morre Roboão, rei de Judá

1Rs,

-865

3355

Assume Abias

14,31

Morre Abias de Judá.

1Rs,

-864

3356

Assume Asa

15,8

Morre Jeroboão de Israel

1Rs,

-862

3358

Assume Nadabe

14,25

1Rs,

Baasa mata Nadabe e

15,27-

usurpa o trono de Israel;

28

-861

3359

Fim da dinastia Jerobonita

(23anos);

6*

Início da dinastia Baasaíta

Morre Baasa, rei de Israel.

1Rs,

-838

3382

Assume Elá.

16,6

-837

3383

1Rs,

Elá é morto por Zinri.

16,9-10

Fim da dinastia Baasaíta

6*

(24 anos)

Zinri usurpa o trono por 7

1Rs,

dias.

16,15

O povo, liderado por Onri,

1Rs,

sitia Tirza e provoca a

16,17-

morte de Zinri

18

Onri e Tibni disputam o

1Rs,

217

15,21-

trono da Israel

22

Onri vence e é coroado rei

1Rs,

-836

3384

de Israel.

16,23

Início da dinastia Onrinita

6*

E

Morre Onri, rei de Israel

1Rs,

l

-827

3393

Assume Acabe

15,28

i

Elias, o Tesbita, profetiza a

1Rs,

a

seca sobre Israel

17,1

t

-826

3394

Corvos sustentam Elias no

1Rs,

i

Ribeiro de Quiriate

17,6

t

Elias desce até a viúva de

1Rs,

a

Sarepta

17,8-9

1Rs,

Elias apresenta-se a Acabe

17,16-

-825

3395

19

Elias desafia os Profetas de

1Rs,

Baal no Monte Carmelo e

17,20-

Deus vence

40

He

R

R

A

Asa, rei de Judá, morre.

1Rs,

br

e

o

l

Assume Josafá

15,24

eu

a

b

t

Fim da I Guerra Judaico-

s

l

o

o

Israelita

1Rs,

n

22,3-4

Judá e Israel fazem aliança.

i

I

-824

3396

1Rs,

t

s

Profeta Micaias profetiza

22,13-

a

r

derrota da Aliança hebreia

28

a

Morre Acabe, rei de Israel

1Rs,

e

22,39-

l

Assume Acazias

40

Moabe se revolta contra

2Rs, 1,1

Israel

-807

3413

Morre Acazias, rei de

Israel.

2Rs,

1,17

Assume Jorão

Morre Josafá, rei de Judá

2Rs,

-803

3417

Assume Jeorão

8,16

Eliseu pede a porção

2Rs,

dobrada do Espírito de

2,9-10

Elias, e lhe é concedido

2Rs,

Elias é arrebatado aos céus

-801

3419

2,10-14

Israel vence a revolta de

2Rs,

Moabe

3,24-27

Aumento do azeite da

2Rs,

viúva

4,1-7

Deus ressussita o filho da

2Rs,

-800

3420

Sulamita por meio de

4,32-37

Eliseu

-799

3421

Naamã é curado de Lepra

2Rs,

218

5,1-19

Morre Jeorão, rei de Judá

2Rs,

-796

3424

Assume Acazias

8,25-26

Morre Acazias, Rei de

Judá.

2Rs,

9,23-24

Assume Atalia

-795

3425

Morre Jorão, rei de Israel

2Rs,

Assume Jeú

9,27

Fim da dinastia Onrinita

6*

(41 anos)

Médio

Início da dinastia Jeuíta

Israel

Jezabel é morta por seus

2Rs,

eunucos, por ordem de Jeú

9,30-37

2Rs,

Jeú mata os adoradores de

10,18-

Baal

28

Morre Atália, rainha de

2Rs,

Judá

11,13-16

-789

3431

2Rs,

Assume Joás

11,4-12

Morre Jeú, rei de Israel.

-767

3453

2Rs, 1,2

Assume Jeoacaz

Rei Joás intima os

2Rs,

-766

3454

sacerdotes a reformarem o

12,6-14

Templo em Jerusalém

Eliseu profetiza as três

2Rs,

vitórias de Israel contra

13,14-

-756

3464

Síria

19

2Rs,

Morre Eliseu

13,20

He

R

R

Morre Jeoacaz, rei de Israel

2Rs,

br

e

o

Assume Jeoas

13,9

eu

a

b

-752

3468

Israel vence 3 vezes e se

2Rs,

s

l

o

liberta do domínio sírio

13,25

n

2Rs,

i

Morre Joás, rei de Judá

12,20-

t

-751

3469

21

a

2Rs,

Assume Amazias

14,1

II Guerra Judaico-

2Rs, 1,1

-737

3483

Israelense

Israel vence Judá

2Rs, 1,1

Morre Jeoas, rei de Israel

2Rs,

-732

3488

Assume Jeroboão II

14,16

2Rs,

Morre Amazias, rei de Judá

14,19

-731

3489

2Rs,

Assume Uzias

14,21

-730

3490

Isaías começa a profetizar

Is, 1,1

219

sobre Israel

Morre Uzias, rei de Judá

2Rs,

-725

3495

Assume Azarias

15,1-2

Profeta Oséias começa a

-723

3497

2Rs, 1,1

pregar para Israel

Morre Jeroboão II, rei de

-688

3532

Israel.

2Rs,

14,29

Assume Zacarias

Morre Zacarias, rei de

Israel.

2Rs,

Assume Salum, e morre

15,10

com 1 mês de rei

2Rs,

-687

3533

Assume Nenaém

15,14

Fim da dinastia Jeuníta (25

anos)

6*

Baixo

Início da dinastia

Israel

Nenameíta

Profeta Amós profetiza

Am

sobre Israel

-685

3535

Profeta Jonas prega para

Nínive, capital da Síria, e

Jn

Israel

Morre Nenaém, rei de

-676

3544

Israel

2Rs,

15,23

Assume Pecaías

Morre Pecaías, rei de

2Rs,

Israel.

15,24-

Assume Peca

26

-674

3546

Fim da dinastia Nenameíta

(11 anos)

6*

Início da dinastia Pecaíta

He

R

R

Morre Azarias, Rei de Judá

2Rs,

br

e

o

-673

3547

Assume Jotão

15,5-7

eu

a

b

Profeta Naum prega o fim

s

l

o

-665

3555

Na

de Nínive

n

Morre Jotão, rei de Judá

2Rs,

i

-658

3562

Assume Acaz

15,38

t

Profeta Miquéias prega

a

-655

3565

para Judá, anunciando o

Mq

Messias nascido em Belém

Morre Peca, rei de Israel.

2Rs,

Assume Oseias

15,30

-654

3566

Fim da dinastia Pecaíta (20

anos)

6*

Início da dinastia Oseinita

Morre Acaz, rei de Judá

2Rs,

-652

3568

Assume Ezequias

16,19

-646

3574

Assíria domina Israel e a

2Rs,

220

põe em Cativeiro.

Ozeias é deposto

17,3-6

Fim do Reino Independente

de Israel

Fim da dinastia Oseinita (9

6*

anos)

Assíria invade e conquista

2Rs,

Judá.

18,13

-638

3582

2Rs,

Rei consulta Isaías

19,1-6

2Rs,

Deus livra Judá dos

-637

3583

19,35-

Assírios

37

Ezequias fica doente e é

2Rs,

curado por Isaías

20,1-7

-636

3584

2Rs,

Babilônia envia

20,12-

embaixadores para Judá

19

Morre Ezequias, rei de Judá

2Rs,

-623

3597

Assume Manassés

20,21

2Rs,

Profetas dizem juízo contra

-590

3630

21,10-

Judá

16

Assírios levam Manassés

2Cr,

-584

3634

cativo

33,10-11

Senhor faz Manassés e ao

2Cr,33,1

-584

3636

povo voltar a Judá

2-13

He

R

Morre Manassés, rei de

br

e

Isaítico

-569

3651

Judá

2Rs,

eu

a

21,18

s

l

Assume Amon

Morre Amon, rei de Judá

2Rs,

-567

3653

21,23-

Assume Josias

24

Jeremias começa a

-555

3665

Jr, 1,2

profetizar sobre Judá

Primeira Reforma do

2Rs,

Templo

22,3-7

-550

3670

2Rs,

Achado o Livro da Lei

22,8-20

Faraó Neco guerreia e

derrota Judá

2Rs,

23,29

Morre Josias, rei de Judá

-537

3683

2Rs,

Joacaz assume por 3 meses

23,33-

e é deposto por Neco

34

2Rs,

Jeoaquim assume o reino

23,36

He

P

Babilônico

-525

3695

Morre Jeoaquim, rei de

2Rs,

br

r

Judá

24,6

eu

o

Assume Joaquim, por 3

221

s

v

meses

i

Jerusalém cai para

n

2Rs,

Babilônia, de

c

24,11-12

Nabucodonosor

i

Joaquim e os nobres são

2Rs,

a

levados cativos, dentre

24,13-

l

estes Daniel

16

Zacarias coroado rei de

2Rs,

Judá

24,17

Daniel, Hananias, Misael e

Dn,

Azarias fazem dieta na

1,12-16

corte babilônica

Nabucodonosor sonha

Dn, 2,

sobre a Estátua e Daniel ora

13-20

-524

3696

pedindo o significado

Daniel interpreta o sonho

Dn, 2,

de Nabucodonosor

27-36

Feira a estátua de 60

Dn, 3, 1-

côvados para povo adorar

8

Hananias, Misael e Azarias Dn, 3, 9-

se negam a adorar a Estátua

-523

3967

18

de Nabucodonosor

Hananias, Misael e Azarias

Dn, 3,

são postos na Fornalha e

19-28

Deus os protege

Habacuque prega juízo

Hc

sobre os Caldeus

-520

3700

Sofonias prega aos judeus

Sf

sobre o controle divino

Zacarias, rei de Judá, vê

2Rs,

seus filhos serem mortos, é

25,6-7

cegado e levado cativo

Fim da dinastia Davídica

6*

-515

3705

(495 anos)

Jerusalém é destruida pela

2Rs,

primeira vez

25,8-22

Jeremias escreve o Livro

Lm, 1,1-

das Lamentações

3

Nabucodonosor tem a visão

Dn,

da Árvore

4,10-17

-485

3735

Dn,

Daniel interpreta o sonho

4,19-27

Dn,

Nabucodonosor é assolado

-480

3740

4,10,29-

de Loucura

37

Morre Nabucodonosor II,

8*

-477

3743

rei da Babilônia

Assume Neriglissar

-471

3747

Morre Neriglissar, rei da

Babilônia

222

Assume Belsazar

Daniel tem a visão dos 4

Dn, 7

animais

Daniel tem a visão do

-471

3749

Dn, 8

carneiro e do bode

Daniel recebe profecia das

-459

3761

Dn, 9

setenta semanas

He

P

Persa

Daniel traduz o texto na

Dn, 5,1-

br

r

parede de Beltsazar

29

eu

o

Ciro e Dário tomam

Dn,

s

v

-457

3763

Babilônia

5,30-31

i

Israel torna-se província

n

Dn, 6,1

persa

c

Levanta-se altar de

Ed, 3,1-

i

adoração em Jerusalém

7

a

-456

3764

Profeta Malaquias prega

l

Ml, 4,5-

sobre o Elias que virá antes

6

de Cristo

Daniel é lançado na Cova

Dn, 6,6-

dos Leões

17

-455

3765

Daniel, salvo pelo anjo,

Dn,

convence o rei ao retorno

6,18-24

dos judeus.

Profetas Ageu e Zacarias

Ed, 5,1-

exultam o povo para

5

reconstruir o Templo

-454

3766

Daniel tem a visão no rio

Dn,

Tigre

10,1-9

Zacarias profetisa as 8

Zc, 1-8

visões

Ed,

-451

3769

Templo é reerguido

6,13-15

Profeta Joel prega sobre

-445

3775

Jl

Jerusalém

Profeta Esdras vai a

Jerusalém ser o Sacerdote

Ed, 7,

-420

3800

do Templo

Esdras entrega as ofertas

Ed,

dos Persas

8,24-30

Esdras lê o livro da Lei, em

Ne, 8,1-

-419

3801

01/nissan

12

Rei Assuero convoca as

Es, 2,2-

-416

3804

donzelas do reino

4

Ester vai para o Harém

Es, 2,8

Ester é escolhida rainha da

Es,

-414

3808

Pérsia, em Tebet

2,16-17

(maio/junho)

-407

3813

Neemias lidera

Ne,

reconstrução dos muros

2,11-20

Inimigos conspiram para

Ne, 6,1-

223

derrubar o muro

14

Muros de Jerusalém são

Ne,

reerguidos

6,15-19

Édito de morte aos judeus

Es,

assinado

3,12-15

Ester denuncia conspiração

de Hamã para matar os

Es, 7

judeus

Édito de defesa judia

Es, 8

assinado

Judeus vencem e instituem

e celebram a Festa do

Es, 9

Purim

Descendente de Davi

-395

3825

Ec, 1,1

redige Eclesiastes*

P

Conquista da Palestina por

-326

3892

r

Alexandre da Macedônia

o

Palestina torna-se

He

v

-301

3917

Protetorado Egípcio

br

i

Inter-

-198

4020

Síria conquista a Palestina

9*

eu

n

testamentário

Instala-se o reino Amoneu

s

c

-140

4078

em Israel

i

a

Republica Romana

-63

4155

l

conquista a Palestina

He

M

Pré-

Anjo Gabriel anuncia a

Lc,

br

e

Ministerial

Zacarias a paternidade

1,13-17

eu

s

Zacarias não crê, e fica

Lc,

s

s

-8

4210

mudo

1,18-20

i

Isabel fica reclusa por 5

Lc,

â

meses

1,24-25

n

Mt, 1,18

i

Anjo Gabriel anuncia a

Lc,

c

Maria a gravidez

1,20-38

a

Anjo Gabriel anuncia a

Mt, 1,20

-7

4211

José a gravidez de Maria

Lc,

Nasce João Batista

1,57-60

Zacarias volta a falar ao ver

Lc,

João falar com 8 dias

1,64-80

Mt, 1,25

Nasce Jesus, em Belém

Lc, 2,7

Anjos dizem aos pastores

Lc, 2,8-

-6

4212

que nasceu o Messias

20

Simeão, louva a Deus por

Lc,

ver ao Messias antes de

2,25-35

morrer

-4

4214

Os magos do Oriente

Mt, 11-

visitam a Cristo e

12

presenteiam-no

224

José foge com a família

Mt, 2,13

para o Egito

Morre Herodes e José traz a

Mt,

família para a Galileia

2,19-21

Jesus prega aos Sacerdotes

Lc,

por 3 dias

2,42-47

6

4225

José Maria o encontram

Lc,

em 16/nissan (14/abr)

2,48-50

He

M

Ministerial

Mt,

br

e

3,13-17

eu

s

João Batista prega

Mc, 1,1-

s

s

arrependimento com o

8

i

Batismo nas Águas,

Lc, 3,2-

â

anunciando o Messias

3

n

Jo,

i

1,1528

c

Mt,

a

3,13-17

Mc, 1,9-

Jesus é batizado por João

11

Batista

Lc,

3,21-22

Jo, 1,32-

34

Jesus transforma água em

Jo, 2,3-

25

4244

vinho

12

Mt, 4,12

Mc,

Jejum por 40 dias no

1,12-13

deserto

Lc, 4,1-

13

Mt, 5-7

Cristo prega o Sermão da

Montanha

Lc,

6,20-23

Jesus ensina os judeus a

Mt, 6,9-

orar, com o Pai Nosso

13

Mc,

1,21-45

Cristo realiza as primeiras

Mc, 2,1-

curas

12

Lc,

4,3141

26

4245

Cura do criado do

Mt, 8,5-

Centurião

13

Mt,

Jesus acalma a tempestade

8,23-27

Jesus faz a Pesca

Lc, 5,1-

maravilhosa

11

Escolhido os 12 apóstolos

Mt,

10,1-4

225

Mc,

3,13-19

Lc,

6,12-16

Mt,

13,1-59

Jesus ensina por Parábolas

Mc, 4

Lc,

6,39-42

Ressureição do filho da

Lc,

Viúva de Naim

7,11-17

A pecadora unge os pés de

Lc,

Cristo e este prega sobre o

7,36-50

arrependimento

Cura do endemoniado de

Lc,

Gadara

8,26,34

Cura da Mulher com

Mc,

hemorragia, ao tocar as

5,25-34

vestes de Cristo

Ressurreição da filha de

Mc,

Jairo

5,35-43

Mt,

14,1-12

Morre João Batista,

Mc,

decapitado por ordem de

6,15-29

Herodes

Lc, 9,7-

9

He

M

Ministerial

26

4245

Mt,

br

e

14,15-

eu

s

21

s

s

Mc,

i

Primeira multiplicação dos

6,36-44

â

pães

Lc,

n

9,10--17

i

Jo, 6,5-

c

14

a

Mt,

14,25-

32

Jesus anda sobre as Águas

Mc,

6,47-52

Jo, 6,16-

21

Jesus julga o caso da

Jo, 8,1-

mulher adúltera

11

Mulher estrangeira pede

Mt,

libertação da filha e Cristo

15,21-

afirma que a fé a libertou

28

Mc,

7,24-30

226

Mt,

15,32-

Segunda multiplicação dos

38

pães

Mc, 8,1-

9

Mt,

16,15-

Pedro afirma que Jesus é o

16

Messias

Lc,

9,18-21

Mt,

17,10-

Jesus fala do Elias que

13

haveria de vir

Mc,

9,11-13

27

4246

Mt,

17,22-

Cristo prediz sua morte

23

Lc, 9,22

Lc,

Jesus prega sobre o Bom

10,24-

Samaritano

37

Lc,

Cristo prega na casa de

10,38-

Marta e Maria

42

Mc,

Jesus prega sobre o

10,2-12

Divórcio

Lc,

16,18

Mt,

18,21

Jesus prega sobre o Perdão

Lc,

17,3-10

Mc,

10,13-

16

Jesus abençoa as crianças

Lc,

18,15-

17

Jesus cura os 10 leprosos,

Lc,

no caminho de Samaria a

17,11-19

Galileia

Jo, 11,1-

Ressureição de Lázaro

46

Jesus prega ao jovem rico e

Mt,

ensina sobre os perigos da

19,16-

riqueza

24

Mc,

10,17-

31

227

Lc,

18,18-

23

He

M

Paixão

28

4247

Mt,

br

e

21,1-11

eu

s

Mc,

s

s

11,1-12

i

Cristo é recebido em

Lc,

â

Jerusalém aos gritos de

19,28-

n

Hosana

40

i

Jo,

c

12,12-

a

19

Mt,

21,18-

22

Jesus fala a figueira sem

Mc,

frutos

11,12-14

Mc,

11,20-26

Mt,

21,12-

46

Mt, 22-

25

Mc, 12-

Jesus prega em Jerusalém

13

Lc,

18,41-

48

Lc, 20-

21

Mt,

26,26-

30

Mc,

Realizada a Última Ceia

14,22-

31

Lc,

22,19-

23

Jesus lava os pés dos

Jo, 13,1-

discípulos

20

Cristo é preso, na

Mt,

madrugada de 11/nissan

26,47-

(24/03)

56

Mc,

14,43-

50

Lc,

228

22,63-

65

Jo,

18,12-

13

Mt,

26,57-

75

Mt,

27,1-26

Mc,

14,53-

72

Mc,

Cristo é julgado em

18,1-15

Jerusalém, entre 11-

13/nissan (24-26/03)

Lc,

22,66-

71

Lc,

23,1-25

Lc,

18,14-

40

Jo, 19,1-

16

He

M

Paixão

28

4247

Mt,

br

e

27,33-

eu

s

54

s

s

Mc,

i

15,22-

â

Jesus é crucificado e morre,

39

n

em 13/nissan (26/03)

Lc,

i

22,44-

c

49

a

Jo,

19,28-

30

Mt,

28,1-10

Mc,

Ressurreição em 15/nissan

16,1-13

(28/03)

Lc,

24,1-7

Jo, 20,1-

18

Cristo encontra os

Lc,

discípulos no caminho da

24,13-

Emaús

35

Sobe aos céus em 25/iyar

Mc,

(07/05)

16,19-

229

20

Lc,

24,50-

53

At, 1,3-

11

Ge

A

Pentecostes em 06/sivan

At, 2

ntí

p

(17/05)

lic

o

Pedro e João pregam no

At, 3-

a

s

templo

4,4

t

28

4247

Fundação da Casa do

ó

At,

Caminho (Igreja de

l

4,32-35

Jerusalém), pelos Apóstolos

i

At ,6,1-

c

Escolha dos 7 diáconos

6

a

Estevão é levado ao

At, 6,8-

Sinédrio

15

Estevão profere sua defesa

At, 7,1-

no Sinédrio e é condenado

53

Estevão é apedrejado e

At,

observa os Céus abertos,

35

4254

7,54-60

com Deus e Cristo

Filipe prega em Samaria, e

At, 8,4-

Pentecóstico

chama Paulo e João, que

25

lhes dá o Espírito Santo

Filipe prega e batiza o

At,

Eunuco Etíope, em Gaza

8,26-40

Saulo vê a Cristo em

At, 9,1-

Damasco, e se converte

19

37

4256

Pedro vai à casa do

At, 10

Centurião Cornélio

Barnabé vai até Tarso para

At,

chamr a Saulo

11,25-26

Em Antioquía, seguidores

de Cristo são chamados

At,

pela primeira vez de

11,26

40

4259

Cristãos

Tiago, irmão de João, é

At,

morto a fio de espada

12,1-2

At,

Anjo livra Pedro da Prisão

12,7-11

Missionário

Viagem Missionária de

At,

Paulo e Barnabé, por 3

13,1-3

41

4260

anos

Cura do Proconsul Sérgio

At,

Paulo

13,12

47

4266

At,

Barnabé e Saulo pregam

13,16-

em Antioquia da Pisídia

52

Paulo e Barnabé pregam

At,

230

em Icônio

14,1-7

At,

Cura do Coxo em Listra

14,8-18

Apedrejamento de Paulo

At,

em Listra, pelos Judeus de

14,19

Antioquia e de Icônio

48

4267

At,

Paulo e Barnabé voltam a

14,25-

Antioquia

28

Reunião dos Apóstolos e

At,

49

4268

Presbíteros em Jerusalém

15,6-21

Viagem Missionária de

At,

Paulo e Silas, por 3 anos

15,36

At,

am pela Síria e Cilícia

50

4269

15,41

Chegada em Listra.

At, 16,1

Timóteo acompanha a

At,

Paulo e Silas

16,3-4

Visão de Paulo sobre a

At,

Macedônia, em Trôade

16,6-10

At,

Paulo e Silas são presos em

16,16-

51

4270

Filipos, na Macedônia

24

A prisão de Filipos se abre,

At,

e nenhum preso foge.

16,25-

Carcereiro se converte

40

Ge

A

Missionário

Paulo prega na Tessalônica

At,

ntí

p

e em Beréia

17,1-15

lic

o

Paulo prega em Atenas o

a

s

At,

Cristo, representando na

t

17,22-

Estátua do deus

ó

31

52

4271

desconhecido

l

Paulo chega em Corinto e

At,

i

encontra Áquila e Priscila

18,1-4

c

At,

a

Paulo regressa a Jerusalém

18,18-

e a Antioquia

22

Última viagem Missionária

At,

de Paulo por 4 anos

18,24

54

4273

Paulo chega a Éfeso e

At, 19-

batiza aos homens com o

1-6

Espírito Santo

Paulo visita a Macedônia e

At,

55

4274

a Grécia

20,1-6

Paulo chega a Trôade, onde

At,

56

4275

ressussita o jovem que caiu

20,7-12

do Terceiro Andar

57

4276

Paulo chega em Mileto e

At,

encontra os Presbíteros de

20,17-

Éfeso

38

231

At,

Ágapo profetiza a Prisão de

21,10-

Paulo em Jerusalém

14

At,

21,27-

Paulo é preso e levado ao

40

Sinédrio

At,

23,1-10

At,

Paulo levado a presença do

24,22-

Governador Félix

24

Governador Pôncio Festo

At,

entrevista a Paulo e o envia

25,1-12

para Roma

At,

Paulo enviado a Itália

27,1-2

58

4277

At,

Naufrágio no navio na Ilha

27,27-

de Malta

44

Paulo é picado por uma

At,

cobra e nada lhe acontece

28,1-6

Paulo chega finalmente em

At,

Roma

28,11-15

59

4278

Paulo prega em Roma,

At,

mesmo em prisão

28,16-

domiciliar

29

At,

Paulo se liberta do cativeiro

61

4280

28,30-

romano

31

69

4288

Morte de Paulo, em Roma

10*

Cai Jerusalém pelas tropas

71

4290

11*

de Tito, de Roma

Martírico

João recebe a visão de

93

4312

Apocalipse, na ilha grega

Ap

de Patmos

P

ó

s

-

Ge

B

ntí

í

-

2021

6240

Ano atual

12*

lic

b

a

l

i

c

o

232

ANEXO III – ESTIMATIVA DOS HEBREUS NO EGITO POR

DÉCADA

233

234

ANEXO IV - DETALHAMENTO DA CONQUISTA DE CANAÃ

ADVERSÁRIO

Nº

POVO

ORIGEM

AÇÃO

DESTINO

RESULTADO

S

Dalém do

1

Israelitas

Sitim

partem

-

-

Jordão

Dalém do

Daquém

2

Israelitas

atravessam

-

-

Jordão

do Jordão

Daquém do

3

Israelitas

partem

Jericó

-

-

Jordão

4

Israelitas

Jericó

batalham

-

Jericó

Israel vence

5

Israelitas

Jericó

partem

Ai

-

-

6

Israelitas

Ai

batalham

-

Ai

Ai vence

7

Israelitas

Ai

batalham

-

Ai

Israel vence

Monte

8

Israelitas

Ai

partem

-

Fazem Altar

Ebal

Monte

9

Gibeonitas

Monte Ebal

partem

-

Aliança

Ebal

descobrem

10

Israelitas

Monte Ebal

partem

Gideão

-

estratagema

11

Israelitas

Gideão

partem

Gilgal

-

-

Jerusalém,

Hebrom,

unem-se em

Formam Liga

12

Laquis,

-

-

Israel

aliança

dos 5 Reis

Jarmute,

Eglom

Jerusalém,

Hebrom,

Liga dos 5

Cerco a

13

Laquis,

partem

Gideão

Gideão

Reis

cidade

Jarmute,

Eglom

14

Israelitas

Gilgal

partem

Gideão

-

-

Liga dos 5

15

Israelitas

Gideão

batalham

-

Reis fogem

Reis

235

Liga dos 5

Azeca e

Perseguidor e

16

Gibeão

fogem

Israel

Reis

Maquedá

derrotados

17

Israelitas

Maquedá

batalham

Maquedá

Vencem

Gibeão e

18

Israelitas

partem

Maquedá

-

-

Azeca

19

Israelitas

Maquedá

partem

Libna

-

-

20

Israelitas

Libna

batalham

-

Libna

Israel vence

21

Israelitas

Libna

partem

Láquis

-

-

22

Israelitas

Láquis

batalham

-

Láquis

Israel vence

23

Gezernitas

Gezer

partem

Láquis

-

-

24

Gezernitas

Láquis

batalham

-

Israel

Israel vence

25

Israelitas

Láquis

partem

Eglom

-

-

26

Israelitas

Eglom

batalham

-

Eglom

Israel vence

27

Israelitas

Eglom

partem

Hebrom

-

-

28

Israelitas

Hebrom

batalham

-

Hebrom

Israel vence

ADVERSÁRIO

Nº

POVO

ORIGEM

AÇÃO

DESTINO

RESULTADO

S

29

Israelitas

Hebrom

partem

Debir

-

-

30

Israelitas

Debir

batalham

-

Debir

Israel vence

Madom,

Sinrom,

Acsafe,

Cananeus,

Aliança para

Manda

31

Hazornitas

Hazor

Amorreus,

-

criar a Liga

mensageiros

Heteus,

do Norte

Perizeus,

Jebuzeus,

Heveus

236

Madom,

Sinrom,

Acsafe,

Cananeus,

Liga do

32

Amorreus,

partem

Merom

-

-

Norte

Heteus,

Perizeus,

Jebuzeus,

Heveus

33

Israelitas

Debir

partem

Merom

-

-

34

Israelitas

Merom

batalham

-

Liga do Norte

Israel vence

Sidom e

Liga do

35

Merom

fogem

Misrefote-

Israel

-

Norte

Maum

Sidom e

Perseguidor e

36

Israelitas

Misrefote-

perseguem

-

Liga do Norte

derrotados

Maum

Sidom e

37

Israelitas

Misrefote-

reúnem-se

Hazor

-

-

Maum

38

Israelitas

Hazor

batalham

-

Hazor

Israel vence

39

Israelitas

Hazor

partem

Geder

-

-

40

Israelitas

Geder

batalham

-

Geder

Israel vence

41

Israelitas

Geder

partem

Horma

-

-

42

Israelitas

Horma

batalham

-

Horma

Israel vence

43

Israelitas

Horma

partem

Arade

-

-

44

Israelitas

Arade

batalham

-

Arade

Israel vence

45

Israelitas

Arade

partem

Adulão

-

-

46

Israelitas

Adulão

batalham

-

Adulão

Israel vence

47

Israelitas

Adulão

partem

Afeca

-

-

48

Israelitas

Afeca

batalham

-

Afeca

Israel vence

49

Israelitas

Afeca

partem

Goiim

-

-

237

50

Israelitas

Goiim

batalham

-

Goiim

Israel vence

51

Israelitas

Goiim

partem

Acsafe

-

-

ADVERSÁRIO

Nº

POVO

ORIGEM

AÇÃO

DESTINO

RESULTADO

S

52

Israelitas

Acsafe

batalham

-

Acsafe

Israel vence

53

Israelitas

Acsafe

partem

Lasaron

-

-

54

Israelitas

Lasaron

batalham

-

Lasaron

Israel vence

55

Israelitas

Lasaron

partem

Sinrom

-

-

56

Israelitas

Sinrom

batalham

-

Sinrom

Israel vence

57

Israelitas

Sinrom

partem

Jocneão

-

-

58

Israelitas

Jocneão

batalham

-

Jocneão

Israel vence

59

Israelitas

Jocneão

partem

Megido

-

-

60

Israelitas

Megido

batalham

-

Megido

Israel vence

61

Israelitas

Megido

partem

Quedes

-

-

62

Israelitas

Quedes

batalham

-

Quedes

Israel vence

63

Israelitas

Quedes

partem

Taanaque

-

-

64

Israelitas

Taanaque

batalham

-

Taanaque

Israel vence

65

Israelitas

Taanaque

partem

Tirza

-

-

66

Israelitas

Tirza

batalham

-

Tirza

Israel vence

67

Israelitas

Tirza

partem

Tapua

-

-

68

Israelitas

Tapua

batalham

-

Tapua

Israel vence

69

Israelitas

Tapua

partem

Hefer

-

70

Israelitas

Hefer

batalham

-

Hefer

Israel vence

71

Israelitas

Hefer

partem

Dor

-

-

repartem a

72

Israelitas

Dor

-

-

-

terra

todo

Tomam posse

73 Doze tribos

Dor

partem

-

Canaã

da terra

ANEXO V - LISTA DAS DIVINDADES DO ILUMA, PANTEÃO

CANANEU

238

1. Adonis , deus da juventude, beleza e desejo, filho de Astarte. Na mitologia grega, ele é o amante de Afrodite e Perséfone. Ligado ao

planeta Mercúrio.

2. Aglibol , deus da lua e irmão de malakbel. Parte de uma trindade de deuses de Palmyra, Síria, juntamente com Bel e Yarhibol. Também

faz parte de outra trindade com Baal-Shamin e malakbel.

3. Anat , deusa virgem de guerra e conflitos, irmã e companheira putativo de Baal Hadad.

4. Arsay , deusa do submundo, uma das três filhas de Baal Hadad.

5. Arsu , deus da estrela da noite e irmão gêmeo de azizos.

6. Athirat "walker do mar", Deusa Mãe, esposa de El (também conhecido como Elat e depois da Idade do Bronze como Asherah ) 7. Astoreth ou Athtart, mais conhecido por seu nome grego Astarte , é a deusa da guerra, amor e fertilidade, é

a irmã de Anat e auxilia-la no

Mito de Baal

8. Ashtar-Quemós , esposa de Camos e deusa dos moabitas.

9. Asherah ,

rainha

consorte

de El ( religião

ugarítico ), Elkunirsa ( hitita

religião ), Yahweh ( religião

israelita ), Amurru ( religião amorreus ), Anu ( religião acadiano ) e 'Amm (

Religião na Arábia pré-islâmica ) simbolizado por um poste

sagrado , uma visão comum na antiga Canaã.

239

10. Ashima , deusa do destino 11. Atargatis , esposa de Hadade, deusa da fertilidade e o chefe deusa do norte da Síria

12. Attar , deus da estrela da manhã ( "filho da manhã") que tentou tomar o lugar do Baal mortos e falhou. Contraparte masculina de Athtart.

13. Azizos , deus da estrela da manhã e irmão gêmeo de Arsu.

14. Baala , devidamente Ba'alah, a esposa ou contraparte feminina de Baal (também Belili ) 15. Baaltis , deusa da Byblos, Fenícia. Ela foi distinguida na iconografia de Astarte ou deusas semelhantes por dois, alto, penas verticais em seu cocar.

16. B

aal Hadad (mestre iluminado do trovão), deus das tempestades, trovão, relâmpago e ar. Rei dos deuses. Usa o driver de armas e Chaser

na batalha. Muitas vezes referida como Baal-Shamin .

17. Baal Hermon , divindade local titular do Monte Hermon.

18. Baal Hammon , deus da fertilidade e renovador de todas as energias nas colônias fenícias do Mediterrâneo Ocidental.

19. Baal-Shamin também chamado de Baal Shamem e Baal Shamaim, deus do céu supremo de Palmyra, Síria, cujo templo foi destruído em 23

de agosto de 2015 por terroristas Isil. Seus atributos eram a águia eo

raio. Parte da trindade de deidades juntamente com aglibol e malakbel.

240

20. Baalzephon ou Baalzephon, devidamente Baal Zaphon ou Saphon.

Forma alternativa de Baal Hadad como senhor do Monte Zafom.

21. Bel ou Bol, era o deus principal de Palmyra, Síria, cujo templo foi destruído

em 30 de agosto de 2015 por terroristas Isil.

22. Camos , possivelmente, um dos filhos de El, um deus da guerra e da destruição e do deus nacional dos moabitas e os amonitas.

23. Dagon (Dagan) deus da fertilidade de culturas e grãos, pai de Baal Hadad

24. El , também chamado de " Il ou Elyon ( 'Altíssimo'), deus da criação, marido de Athirat.

25. Eshmun , deus, ou como Baalat Asclepius , deusa, de cura 26. Gad , deus da fortuna 27. Horon, um deus do submundo, co-governante do submundo, irmão

gêmeo de Melqart, um filho de Mot. Bethoron em Israel, leva o nome de Horon.

28. Ishara , deusa do juramento e esposa de Dagon 29. Ishat, deusa do fogo, esposa de Moloch. Ela foi morto por Anat .

30. Kotharat , deusas sete de casamento e gravidez 241

31. Kothar-wa-Khasis , o deus especialista de habilidade, criado Yagrush e Aymur (Controlador e caçador) as armas usadas pela deus

Baal Hadade

32. Liluri , deusa das montanhas e esposa de Manuzi. Touros foram sacrificados para ambos.

33. Lotan , a torção, serpente de sete cabeças aliado do Yam.

34. Malakbel , deus do sol, a vegetação, bem-estar, anjo de Bel e irmão de Agilbol. Parte de uma trindade de deidades em Palmyra, Síria, juntamente com aglibol e Baal-Shamin.

35. Manuzi , deus do tempo e do marido da Liluri. Touros foram sacrificados para ambos.

36. Marqod , deus da dança

37. Melqart , "rei da cidade", deus de Tiro, o submundo e ciclo vegetativo em Tiro , co-governante do submundo, irmão gêmeo de Horon e filho de Mot.

38. Misor , irmão gêmeo de Zedek.

39. Moloch , deus putativo de fogo, marido de Ishat 40. Mot ou Mawat, deus da morte (não adorado ou ofertas dadas) 41. Nikkal-wa-Ib , deusa de pomares e frutas 242

42. Pidray, deusa da luz e relâmpagos, uma das três filhas de Baal Hadad.

43. Qadeshtu , lit. "Santo", deusa putativo de amor, desejo e luxúria.

Também um título de Axerá .

44. Resheph , deus da peste e da cura 45. Shadrafa , deus da medicina ou cura 46. Shachar e Shalim , deuses da montanha gêmeas do amanhecer e entardecer, respectivamente. Shalim foi ligado ao submundo via a estrela da noite e associada com a paz

47. Shamayim, (lit. "Céus"), deus dos céus, emparelhado com Eretz, a terra ou da terra

48. Shapash , também transliterado Shapshu, deusa do sol; às vezes equiparado com o mesopotâmica deus-sol Shamash , cujo sexo é contestada. Algumas autoridades consideram Shamash uma deusa.

49. Zedek , o deus da justiça ou a justiça, às vezes geminada com Misor , e ligado ao planeta Júpiter 50. Tallay, a deusa do inverno, neve, frio e orvalho, uma das três filhas

de Baal Hadad.

51. Yam (lit. marítimo-fluvial), o deus do mar e do rio, também chamado de Juiz Nahar (juiz do rio)

243

52. Yarhibol , deus solar e "senhor da primavera". Parte de uma trindade de deuses co-supremo de Palmyra, Síria, juntamente com aglibol e Bel.

53. Yarikh , deus da lua e marido de Nikkal, separados marido de Shapash a deusa do sol.

ANEXO VI - A TERRA PROMETIDA. EPISÓDIO 01. DO MINUTO

10:00 ATÉ O MINUTO 11:27

COMANDANTE TIBAR: Tudo que os hebreus fazem é rodar e rodar à

volta das muralhas, dia após dia, meu soberano, exibindo suas armas de

guerra. Talvez queiram apenas nos impressionar.

REI MAREK: Não vejo que vantagem eles teriam nisso, Tibar.

RAINHA KALESI: Seus sacerdotes vão à frente do exército carregando

aquela caixa coberta com o manto azul. O que será que ela contém?

COMANDANTE TIBAR: Sem dúvida, um tesouro, minha senhora.

REI MAREK: Duvido que se compare com as riquezas que possuímos,

Kalesi.

RAINHA KALESI: Porque tocam aquelas trombetas irritantes?

COMANDANTE TIBAR: Isso é um mistério. Devem acreditar que o seu

som possui algum tipo de poder.

244

SACERDOTE MERODAQUE: Se a rainha das serpentes me permite, não deveríamos nos preocupar tanto. Nada mais poderoso que os sete chifres da deusa Anat.

COMANDANTE TIBAR: O que quer que os hebreus façam, não vai funcionar. As muralhas de Jericó são invencíveis. Nem mesmo chegarão

perto de nosso exército!

REI MAREK: Não tenha tanta certeza, comandante. Josué e seus soldados conseguiram atravessar o Jordão, venceram o grande deu Yam, o deus das

águas profundas. Se foram capazes disso, talvez possam derrubar nossas

muralhas também.

RAINHA KALESI: Será que seu deus sem nome pode realizar mais este prodígio?

SACERDOTE MERODAQUE: Senhora da luz e da sombra, devemos confiar nos nossos deuses. Eles nos protegerão.

RAINHA KALESI: Assim espero, Merodaque. Que Baal cuspa labaredas de sua boca de touro e que o fogo desabe sobre os nossos inimigos.

REI MAREK: Tibar, volte para as muralhas e não os perca de vista. Eu não aguento mais falar no poder desse Deus que ninguém enxerga. Eu quero os

hebreus mortos uma a um, a começar por Josué.

245

ANEXO VII – REIS E DINASTIAS DE JUDÁ E ISRAEL

246

,

ANEXO VIII – CALENDÁRIO HEBREU, COM AS FESTAS E

COLHEITAS

,

247

MÊS

MÊS

GREGORIAN

FESTAS

CLIMA

PLANTAÇÃO

HEBREU

O

14 PÁSCOA

MARÇO

NISSAN

15-21 PÃES

DERRETIMENTO

(ABIB) –

ÁZIMOS

DA NEVE -

CEVADA

Início do ano

16 OFERTA DAS

JORDÃO CHEIO

religioso

ABRIL

PREMISSAS

INÍCIO

ÍIAR (ZIVE)

-

TRIGO

ESTAÇÃO SECA

MAIO

CALOR DE

SIVÃ

6 PENTECOSTES

VERÃO

TRIGO, FIGOS

AUMENTA

JUNHO

CALOR COM

TAMUZ

-

UVAS

ORVALHO

JULHO

MÁXIMO DO

FRUTAS DE

AB

-

CALOR

VERÃO

AGOSTO

MÁXIMO DO

TÂMARAS,

ELUL

-

CALOR

UVAS E FIGOS

1 TOQUE DA

SETEMBRO

TROMBETA

TISRI

10 FESTA

(ETANIM) –

EXPIAÇÃO

INÍCIO DAS

TERRA É

Início do ano

15-21 FESTA

CHUVAS

ARADA

hebraico

BARRACAS

OUTUBRO

22 ASSEMBLEIA

SOLENE

CHESVÃ

GEADAS NAS

-

AZEITONAS

(BUL)

MONTANHAS

NOVEMBRO

REBANHOS

QUISLEU

-

FRIO MÁXIMO

RECOLHIDOS

DEZEMBRO

TEMPO

CRESCIMENTO

TEBETE

-

CHUVOSO

VEGETAÇÃO

JANEIRO

FRIO. CHUVAS

FLORA DAS

SEBATE

-

CONTINUAM.

AMENDOEIRAS

FEVEREIRO

14-15 FESTA DO

ADAR

CHUVA,

PURIM

TROVÕES E

LINHO

MARÇO

GRANIZO

VEADAR

-

248

(MÊS

EXTRA)

ANEXO IX - MAPAS BÍBLICOS

MAPA “A” - ÉDEN E LOCAL DE TRABALHO DE CAIM E ABEL

MAPA “B” - LOTAÇÃO DOS DESCENDENTES DE NOÉ PÓS

DILUVIO

249

MAPA “C” - VIAGENS DE ABRAÃO

MAPA “D” - VIAGENS DO ÊXODO

MAPA “E” - CONQUISTA DE CANAÃ

250

MAPA “F” - DIVISÃO DAS TRIBOS, VIZINHOS E REINOS DO

NORTE E DO SUL

251

MAPA “G” - OS IMPÉRIOS DO MUNDO ANTIGO

Nota: Os territórios babilônicos foram superados incorporados pelos persas, e depois pelos gregos e romanos.

MAPA “H” - VIAGENS DE PAULO

252

MAPA “I” – IGREJAS DE APOCALIPSE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10

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____. A Carta à Igreja em Filadélfia. Janiru, SP. Disponível em: https://estudosdabiblia.net/d134.htm. o em: 12 dez. 2020.

253

____. A Carta à Igreja em Laodicéia. Janiru, SP. Disponível em: https://estudosdabiblia.net/d135.htm. o em: 12 dez. 2020.

____. A Carta à Igreja em Pérgamo. Janiru, SP. Disponível em: https://estudosdabiblia.net/d131.htm. o em: 12 dez. 2020.

____. A Carta à Igreja em Sardes. Janiru, SP. Disponível em: https://estudosdabiblia.net/d133.htm. o em: 12 dez. 2020.

____. A Carta à Igreja em Tiatira. Janiru, SP. Disponível em: https://estudosdabiblia.net/d132.htm. o em: 12 dez. 2020.

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BÍBLIA SAGRADA: contendo o antigo e o novo testamento. 3ª. ed. rev.

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BÍBLIA SAGRADA: fonte de bênçãos. 4ª. ed. Barueri/SP: Sociedade Bíblica Brasileira, 2012. 1248 p.

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CRONOLOGIA DA PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS DURANTE A

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258