SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
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TRÇS VI5ÔC5 SO.p'm O 1'ROCE.SSO [ O UCACIONA L NO SÍCULO XX
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educação muito influente ao longo do século X X . U m dos mais
determinam, n ã o sabe disso c ainda é iludido pelos discursos
importantes sociólogos a analisar a educação, c o n t e m p o r â n e a
dominantes, que o fazem pensar que sua ação é resultante de
sbb a i n f l u ê n c i a ' d o modelo de Durkheim é o t a m b é m francês
vontade própria... •'.
Pierro Bourdieu.
•
•
-
Em 1964, Bourdieu publicou um.livro, em colaboração com
Para levar a cabo a ambição, de Durkheim cie unificar as
Jean-Claude eron,- que.pretendia combater uma ideia, muito
ciências humanas em torno da sociologia, Bourdieu introduziu
• comum na França da época, scgundíi r\ qtinl os estudantes e o
unia síntese teórica entre o modelo durkheiniianò é oesnitluralaino.
meio estudantil serium :::v.:: ciasse social à parte na sociedade'.
Q estruturalismo se conecta à sociologia de Purkheimjnameclida
E seriam r e s p o n s á v e i s , -ém razão de sua juventude c de sua
em_jriie_pretende desvendar: justamente Q peso djs^çstriitiiras
disposição para a ação, pela liderança da transformação social.
sociais p o r ' t r á s das. ações elos. sujeitos. N a verdade, trata-se aqui
Apenas quatro anos depois, no celebre mes de maio de 1968 cm
de umâ. versão mais radical do modelo de Durkheim, que leva
. • .Paris; os estudantes de fato sairiam às rua.s culminando um
às últimas c o n s e q u ê n c i a s o ponto de partida segundo o qual os
. processo -de .mobilização que teria um alcance bem maior cio-
i n d i v í d u o s e s t ã o submetidos aó controle das estruturas da
. que a capital sa. Mas para Bourdieu, era seu livro, a ;
v
soc:edãHe__,. •
explicação dos processos educacionais realmente importantes
Para. o estruturalismo em geral, e também o de Bourdieu ná
. reside em outra parte. Nas estruturas,.c claro. A ironia é que o
primeira fase ele sua produção, publicada por volta da d é c a d a
livro serviu como combustível, por seu aspecto crítico às'bases
de 1.960, Os sujeitos, sociais são vistos - para simplificar a q u e s t ã o .
do sistema de ensino, para essas-mesmas revoltas estudantis.
- como uma espécie de marionetes das estruturas dominantes.
Neste livro, chamado Os herdeiros,
os autores, atacam ó
Para.o sociólogo francês, a teoria dúr.kheimiana e o estruturalismo
discurso.dominante segundo o qual a conquista de uma "escola
permitem.demonstrar, como os indivíduos, em sua ação, apenas
para todos":, de cará ter igualitário, tornaria possível, a realização
reproduzem ias o r i e n t a ç õ e s determinadas pela.estrutura social
das .potencialidades humanas, E p fazem colocando cm evidencia,
vigente.
q qúe. a instituição escolar dissimula por trás. cie. sua aparente. neutralidade; ou seja, justamente n. r e p r o d u ç ã o das. r e l a ç õ e s '
•: ' Segundo ele, os agentes sociais, mesmo aqueles que pensam estar .liberados das • d e t e r m i n a ç õ e s , sociais, s ã o -na verdade
sociais e de poder vigentes. Encobertos sob.as aparências de
movidos por, digamos assini, forças ocultas, que os estimulam a.
crité-rios puramente escolares,, estão critérios, sociais de. triagem
agir, mesmo que n ã o .tenham c o n s c i ê n c i a disso. São. essas
c de scleção. dos- indivíduos para ocupar cietenranados .postos n a
'condições objetivas" que o investigador deve desvendar; pois
vicia.
l e l a s é que residem as explicações. Os sujeitos da ação. estão
.. A o mesmo tempo em -.que.- expõem a :face.oculta.do sistema
lusentes daquele nível, dá -sociedade em que são objetivamente ieterminãdas às suas açõès. O sujeito de fato n ã o existe. O que
.•-.''.•'•'•'•'•''
de ensino, -Bourdieu e .eron negam qualqun possibilidade :
de romper coirí as .estruturas.de reprodução c afirmam que as
:hamamos. de ação, para Bourdieu, é ria verdade o processo pelo
teorias pedagógicas na verdade são unia cortina de fumaça, que
piai. as estruturas se reproduzem. O sujeito está simplesmente
procura ocultar o poder reprodutor do sistema que está nas.mãos
submetido, aos desígnios fia sociedade, faz o que suas estruturas
cios educadores. Simolesmcnte não há saída: o sistema de crismo
V 00
V
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
TR£S VISÒCS SOUKÍ o
rKocrsso
IDUCADONAI NO sínuo
XX
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filtra os alunos sem que eles sc d ê e m conta e, com isso, reproduz
bastante para que o educando "naturalize" s e u conteúdo, encare-
as relações vigentes. N ã o há possibilidade de mudança. A própria
o cõmTTTTãTúTãT^^
revolta estudantil, para eles, não faz mais que reforçar o sistema.
bastante para produzir uma "formação durável". Na medida cm
Pois.ela é absorvida e serve como aprendizado para as estruturas
que o educando interioriza os princípios culturais que lhe são
si mesmo, o
melhor se comportarem no sentido de reproduzir as relações.
impostos pelo sistema dc ensino - de tal modo que, mesmo depois
A revolta contra as normas vigentes c apresentada por eles como
de terminada s u a fase dc f o r m a ç ã o escolar, cie os tenha
um reforço da interiorização da própria norma.
incorpomdo aos seus próprios valores c .scjíi c;ip;iz dc reproduzi-los na vida e transmitidos aos outros — Bourdieu diz q u e e l e adquire
Em 1970, os autores refinaram suas ideias, incorporando mais sistematicamente as contribuições dc Marx c Weber, alem de
um habitus. U m a vez q u e o arbitrário cultural a ser imposto é
Durkheiní, é publicaram um novo livro: A reprodução: Elementos
incorporado ao habitus do professor, o trabalho pedagógico tende
para uma teoria'do'.sistema de ensino: Sua tese central nesta obra.
a. reproduzir as mesmas c o n d i ç õ e s sociais- (dc d o m i n a ç ã o dc
• é a de que toda ação pedagógica é, objetivamente, uma violência_
.determinados, grupos sobre outros) q u e deram origem àqueles
• '. simbólica. O conceito de "violência simbólica" designa para eles
valores dominantes. • •
uma imposição arbitrária que, no entanto, é apresentada àquele
.""/'-••'
*•
'•• Assim, .todo sistema de ensino institucionalizado visa em
que sofre a violência de modo dissimulado/que oculta as relações
alguma medida realizar de modo organizado e s i s t e m á t i c o a
de força que e s t ã o na base de seu poder. A ação pedagógica,
•'inculcação dós valores dominantes e reproduzir as condições de,
portanto, é uma violência simbólica porque impõe, por um poder
d o m i n a ç ã o ' s o c i a l que. e s t ã o por. trás de sua ação pedagógica.
arbitrário,-uiti .determinado arbitrário
Isso explica a desigualdade : q U C está nn br.se do processo de
cultural. Dito de ..modo
•simplificado, esse a r b i t r á r i o c u l t u r a l nada mais é do que a
scleção
c o n c e p ç ã o c u l t u r a l dos grupos c .classes dominantes, que é
demonstram que as "condições de classe de origem" dos alunos
imposta.a toda a sociedade através do sistema de ensino. Esta .
que entram no sistema de ensino francês, determinam tanto a
escolar. O s autores, valenclo-se dc dados' e m p í r i c o s ,
imposição, porém, n ã o aparece jamais em sua verdade inteira c
probabilidade de .sucesso, desse aluno quanto, a probabilidade
a pedagogia nunca se realiza enquanto pedagogia, pois limita-sc
•cie agem ao nível escolar seguinte, quanto, ainda, ,q tipo.de
à i n c u l c a ç ã o de valores e normas. D a í ser preciso, para que a
estabelecimento de ensino ao qual ele tem o.(se.dc melhor
ação pedagógica se efe tive, uma autoridade pedagógica, por parte •'
ou. pior qualidade).. Tal situação se reproduz, do ensino básico
das instituições de ensino. E l a é necessária para que a inculcação
ag_médio e ao superior c de,termjÍTO..t'ambém, no final dás coivtas,,
possa ocorrer, sob a fachada dissimulada de. uma alegada •'.
a\" condição de classe dc chegada" deste aluno, isto é, o tipo de.
' pedagogia.
•
;• •
• em esj^eciaj,. a posição 'ha hierarquia económica ç social a. que
Enquanto imposição arbitráriada cultura das classes e grupos
cnegou. •
dominantes, e na medida c.m que p r e s s u p õ e uma autoridade pedagógica, a a£ão pedagógica implica ein algo que Bourdieu e. eron chamam de "trabalho pedagógico", isto é, um trabalho 'd^~TIi^utc1íçaõ^
1
1
/iflbiu^qúe,ad_quiriii., o "capitjU^ultural' . aó qual teve o c,
Bem, mas talvez seja o momento de retomar, a q u e s t ã o que. ••
"arbitrário " que ctévç chfrar o .
coloquei no p r i n c í p i o deste l i v r o : S e r á que a b a r r e i r a da. d o m i n a ç ã o social é intransponível? Será que estamos condenados
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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
T.XtS VISÕES SOBRE. O PROCESSO EDUCACIONAL Np S Í C u i ó XX
ao c o n t r á r i o , ele entende "aqueles países' em que a' sociedade
a reproduzir as estruturas indefinidamente? Gramsçi, do ponto,
civil tem estrutura, é má'.tipi a, vital, organizada e .tem condições-
de vista do marxismo, e Marinheira; do ponto de vista da
dc dividir com o Estado c'as estruturas políticas institucionais a
:. democracia liberal, achavam que n ã o . .
a d m i n i s t r a ç ã o cia v i d a ' s o c i a l . E s s a s s ã o ' as.sociedades'de'; capitalismo nia.is a v a n ç a d o , com uni mercado interno forte e
G r a m s ç i e a reforma intelectual e moral
• com unia vida. política plural. .Nessas condições, ele nota que o Q comunista italiano A n t ô n i o Gramsçi (1891-1917) nunca . publicou um livro em vida. No entanto, sua militância política
poder n ã o se cOnce.nlr:V iodo no lisiado, e
.desde a j u v e n t u d e , deixou como legado v á r i o s artigos cm
civil. N ã o está num "lugar .só, está cm. muitos lugares ao mesmo
'periódicos cie partidos.políticos e na imprensa. Deixou também,
tempo. Está no governo,mas também está nas empreses, nos
c isso é ornais importante, vários cadernos de notas manuscritas
clubes, no mercado, nos'partidos,,-na cultura, nas c o n c e p ç õ e s
durante o período em que' esteve preso, sob a guarda do Estado
de mundo que. as pessoas veiculam.
fascista, italiano, a é p o c a de M u s s o l i n i . Conhecidos como Cademòs
'• -. Esta p e r c e p ç ã o permite a ' G f anisei .uma visão bem ' m a i s
do cárcere, esses: escritos foram publicados após sua
morte.e representam, a t é hoje, uma fonte d c reflexão
filosófica,
'
.Dela, ele é capaz, cie concluir que, para.obter poder, as classes
sociológica e política ímpar.
ou grupos políticos revolucionários r.ãc podem fazer uma política
jViínpor.tânclajias ideias de Gramsçi está em sua capacidade
apenas dc i n s u r r e i ç ã o c u de luta, golpista contra o Estado-
de atualizar o. pensamento de i n s p i r a ç ã o marxista, de modo a :
fl4eq u'â-4o.às,çaraot'ertsti.càs'-das
coerente e precisa da luta.política no capitalismo c o n t e m p o r ú n e o .
.É.preciso uma revolução no coúdiano.
sociedades, europeias de:
i S ^ l l s t f ^ - a v a h ç , a d o ' d a -primeira nWaifr çíp século X X . Seus ..."
aos que pretendem revolucionar.a sociedade. É uma lição sobre, a política.e a sociedade em' geral. A política tem que ser feira na
conceitos inovadores v ã o no senticio de demonstrar que as.
sociedade, deve réferir-sc a todos' os espaços de poder disponíveis.
concepções de Marx referiam-sc a sociedades do século X I X e
A luta política h ã o pode limitar-se apenas a uma luta de pura
•as de L ê n i n , o r e v o l u c i o n á r i o russo, a sociedades a g r á r i a s , ! atrasadas e.com.capitalismo pouco, desenvolvido. •
E esta lição n ã o se.limita
.
força f í s i c a ' o u . d e puro poder e c o n ó m i c o . O Estado, é força,, coerção, dominação,, mas.a sociedade é.o espaço do consenso,
Súa. primeira distinção política -importante, é entre Oriente
o lugar.onde os homens conflitam seus interesses .através da
e Ocidente. E n ã o se trata apenas de unia.distinção.geográfica
•persuasão,
entre leste e oeste. Ele.entende por Oriente aqueles países'onde o Estado,.as estruturas políticas, concentram todo o poder e
sociedade ocidental, moderna, complexa, tem. que, no dizer de
onde a sociedade civil é fraca, pouco organizada, sem capacidade
Gramsct,. "ganhar a batalha das.ícléías''.
de contrapor-se a tal poder concentrado no Estado. O ú n i c o -
••'/.Sc é tão importante^'.assm b c o n v e n c l i n e n t ó . das-pessoas-iia
modo de lutar.pelopoder e r r ^ J z d _ s j t u j ^ ^ é investir:contra o „•': Estado, N o caso.dos comunistas, tentar UyHarevoIução armada,. . M-Je ^esaTõjãsse^cSs poderosos e desse o poder aos operários. Foi i«o^ q u c l l n i i i l ê T r . a RÍvcduçõo.Russã~dc' 1917. Por Ocidente,''
Não,. basta '-.força,' portarito. _ E preciso conquistar a
. c o n s c i ê n c i a das pessoas. - Q u ç n i ; q u i s e r d i s p u t a r ^ _ p q c l r £ r i c s s a
sociedade, dentro da luta política,';não basta apenas eliminar a e x p l o r a ç ã o e c o n ó m i c a dc' uma classe sobre outra,, eliminar
.
a a p r o p r i a ç ã o ; p r i v a d a dos meios de p r o d u ç ã o da riqueza,
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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
TKiS VI5GES SOBRE O PXOCf-550 EDUCACIONAL MO SÍCUIO XX
como demonstrara Marx no século anterior. É preciso também
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Mas, note bem, na luta pela hegemonia, isto é, na luta pelo
lutar contra a apropriação privada, ou elitista, do saber c da cultura.
poder, h á obviamente os que desejam manter a hegemonia átual
C o m isso, diz'ele, a meta seria acabar com a divisão entre
; e os que desejam u m a n o v a hegemonia. Esses, grupos
"intelectuais" e "pessoas simples". E isso é.fundamental porque
' representam, é claro, as diferentes classes e frações de classes,
apenas aquele que é tido como intelectual ocupa os postos da
sociais em disJDuta pelo poder na sociedade: Nos momentos- de
. istração do Estado, d á vida política c social em geral, e .
disputa mais acirrada,, tende a ocorrer u m a polarização entre os
portanto concentra mais poder.
.interesses cios' que querem conservar e os dos qutí querem .mudar.Os dc>is grupos traçam, alianças, internas, ç-ida um de ura lado
A'este processo lento e complexo de luta pelo poder político nas sociedades complexas, G r a m s ç i chama de disputa pela
do campo d.C batalha. A cada um desses agrupamentos dc.classes
hegemorriá: Para chegar ao poder não basta ganhar a eleição ou
. efrações de classe cm torno de interesses -históricos determinados G r a m s ç i chama cie bloco ou "bloco histórico". Repare que n ó
dar um golpe: dc Estado, diz ele. E preciso, repito, ganhar a batalha • . do convencimento, obter um consenso social em torno dc suas
capítulo 7, que vocêv.ai ler mais à. frente,'b. sociólogo Michael
c o n c e p ç õ e s . O pensador .florentino Nicolo Maquiavelli, no
• ..Apple, autor docapítulo,.utiliza :esses conceitos de Gramsçi para .
s é c u l o X V I , já liàvia ensinado., em- sua célebrèTjbTa-chamada
analisar, ã e d u c a ç ã o átual.- \4ile a pena, e n t ã o , captar esses
O príncipe, que quando o soberano o b t é m seu poder mais pelo
conceitos agora, para-depois vê4õs operando ha análise. .
;
amor que o povo tem a ele do que pelo. medo que tem de sua
. E m suma, na .luta pela hegemonia, tanto as. classes dominantes
força, a conquista é mais duradoura. E.melhor ser amacio que
'quanto as dominadas se organizam em blocos, e cada unia delas
temido, ensinou Maquiavelli. É preciso niais convencimento do
conta com seus próprios intelectuais, cujas ideias.competem entre
que força, é preciso ser hegemónico, confirma Gramsçi,
• si na •tentativa de organizar.a cultura de rima dada é p o c a . ...
• O r a , sé para conquistar a hegemonia política e ideológica é
Conforme,' seus • interesses.- ;Na verdade, G r a m s ç i constrói, uma
n e c e s s á r i o "ganhar a batalha'das ideias", evidentemente os
,- tipologia dos intelectuais. Para ele, h á dois ripeis principais.
. intelectuais desempenham um papel-chíivc nesse processo. Pois
. O primeiro é o intelectual prgánico, que surge cm ligação dircta
ós intelectuais organizam a cuíti ira ..Eles definem os parâmetros pelos quais os homens concebem o mundo em que' vivem, vêem a divisão de poder e de riqueza de sua sociedade,.e t a m b é m ,
:
c o m os interesses, d a classe qu.e ascende ao. poder. Surge
•' exatamenre. para ciar' homogeneidade c c o e r ê n c i a interna à c o n c e p ç ã o de mundo que interessa a essa. classe, ou.'seja, surge
definem se os homens percebem como justa ou injusta essa
' para. dar consciência
situação. È por esta razão que o processo de eliminação de toda.
..cm geral, possueni seus intelectuais; orgânicos,., cuja .função é
desigualdade e de toda injustiça, segundo Gramsçi, a por
a ela. A burguesia, as classes dominantes
fazer com que.todos pensem com a cabeça dá ciasse dominante,
Uma "reforma intelectual e moral". A o próprio partido político
, inclusive e principalmente os dominados. Esta. c a fonte da.. -
moderno, que é um dos .atores principais' dessa luta.,.ele chama
' ., persuasão, do .convencimento,- enfim, da • hegemonia da. classe
de "intelectual coletivo" aquele que atua no sentido de reformar,
-.'-.'-burguesa D o .mesmo, modo, os dominados, a classetrabalhaclora, ;
as mentalidades, as concepções ele mundo, e portanto, rio sentido '
/ ' . p o s s u e m seus i n t c l c c c u a i s , cujo -objetlvo J^idcs:ep VQI y c r. a
da conquista da hegemonia.
,'.- conceDcão^cic-.uma.rontra^hc^enxoni.a.. Osegundo tipo dc'.;;
:
."."'.•''' >'••".•' •
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TRÊS visões SOBRE o r-Roqssò. LOUCACIONAL NO sfeuio XX
SOCIOLOGIA DA-EDUCAÇÃO
93
intelectual c o intelectual tradicional, ou seja, uma classe dc
a organização
i n t e l e c t u a i s que, em é p o c a s adas, foram intelectuais
criar uma escola para os próprios dirigentes c especialistas c, .
da cultura, que "toda atívidade prática tende a
orgânicos das classes que eram e n t ã o dominantes. O exemplo
c o n s é q u e n t e i T i e n t e , tende a criar ú m grupo cie intelectuais
clássico deste tipo é o clero, pois os padres deram coerência e
- especialistas de.nível.mais elevado, que ensinam nessas escolas". '
organicidadev.à d o m i n a ç ã o da nobreza aristocrática, na época
Isso gera. um sistema educacional híbrido. D c um lado um tipo
do feudalismo. Mas atualmente, depois do desaparccimcnto,.da .
de escola " h u m a n i s t a " , que d á uma f o r m a ç ã o
classe a que estava, ligado, esse tipo tradicional 'de intelectual
destinada. :\- desenvolvei"
c o n t í n u a agindo politicamente, dc modo independentec sempre
destinada a dar a cada um, nas palavras de Gram-sci, "o podei..
,numa direção conservadora, podendo vir a traçar alianças Com
fundamental de pensar e de saber Sc orientar na vida". D e outro
as.classes dominantes no.presente. A função dos dois tipos de
lado, .surgiram as diversas escolas especializadas, voltadas para
intelectual, portanto, é a de ser u m instrumento dc construção
a f o r m a ç ã o específica dos diferentes; ranios profissionais, ou
e consolidação-de uma vontade coletiva, cie um consenso social
baseadas na necessidade de operacionalizar os c o n t e ú d o s
cm torno das ideias por.eles.veiculadas, das concepções de mundo,
c i e n t í f i c o s , S c v o c ê perguntar a seus pais ou a v ó s sobre á
do bloco histórico ao qual estão, ligados, nalut.apela hegemonia.
estrutura da escolaTirasilctfa ap í e m p ò . d ç l è l i . v é r a ' - q u e e r a ; '
• Mas de onde v ê m os intelectuais? •
eiH
c:.ul;i. iinlívídiío
"clássica",
in.nú
Ciílllir;'! ijenil,
exatamente a mesma lógica que presidia a d i v i s ã o entre o "clássico" e o "cicn;i'íico",_bem_cqmo a separação entre â escola
. . G a n h o u ura pirulito quem disse "cia escola". S i m , é claro, o
'•normal": (formação para o magistério), a- escoIF^HenzomcVcio'^''
inteíectuaj é formado na escola. Q u e r dizer, .para vir a ser um
ê ^ ~ e s c o I â ""industrial^, (tor.naeãp
dia um intelectual o.r^âiiico ou um intelectual tradicional, c
E isso ainda no ensino que hoje corresponderia ao Ensino Médio,
desempenhar funções de organização cia cultura, o indivíduo
sem contar naturalmente com o surgimento do E n s i n o Superior
precisa ar por uma formação escolar que lhe d ê um o
no Brasil,, cujas bases se estruturaram a partir d;-, fundação da
especial a esta cultura. Daí q'uc Gramsçi tenha se preocupado
; U S P em 193Ó e se diversificaram com a enorme e x p a n s ã o do
com as características dò sistema escolar de seu tempo.. •
. Ensino Superior privado durante o regime militaiv.na.década cie
A o analisar o sistema escolar italiano de sua. época,. Gramsçi
. 1970. Bem, mas essa é uma.outra história. .
nota uma característica muito parecida com a percebida por . Weber na A l e m a n h a , c que o havia levado a
uma.distinção ;
entre a pedagogia do cultivo e. a pedagogia do treinamento, ; :
mencionadas acima..Gramsçi observa que na sociedade moderna
O fundamental, em perceber essa d i s t i n ç ã o , . p a r a G r a m s ç i , . é notar que ela tem um. c o n t e ú d o de classe. A formação geral. que faculta ao i n d i v í d u o formar-.se em eontato cora. a cultura -.. • humanista acumulada ao 'longodos séculos, formar-se como ura'
a ciência misturou-se à vida cotidiana dc um modo nunca visto
.indivíduo compieto, é reservada aos filhos das classes dominantes
antes - o que diria ele se vivesse hoje? - c ás.-atividádçs práticas:
,.'• e, portanto, à formação de seus próprios intelectuais orgânicos,.
(a c o n s t r u ç ã o de casas,, a cura das pessoas, a a d m i n i s t r a ç ã o pública, e a t é mesmo as artes) tornaram-.se atividades-..complexas e especialidades F m .'Híefcr, OIA ^ c - ^ ^ . r ^
.tecnfcft.profísjíitHTStlZmttcJT.
.
M a s . isso n ã o 6 tudo; O p r ó p r i o perfil da :
fo.rnmçãrj_xjeste.
•..'• intelectual orgânico.das_x!asses. clcmiiixant.es mudou, na medida
94
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
TKES VlSÔCS
Desenvolveu-sC ao lado da escola clássica (baseada nos valores
SOI1KL O l-KOCISSO LDUCACIOMAI.
M
T a l escola -dc.qualidade deveria icí
da cultura greco-romana) uma escola técnica (profissional, mas
fundamentalmente
pública, para que fosse garantido o o de; todas as classes a
não manual), que acabou por suplantara clássica, na medida
. ela e para qtie os interesses económicos imediatos não interferissem,
em que era mais adequada à formação dos intelectuais orgânicos
• sendo a. escola privada,..na. formação cios alunos;;
.: dás classes dominantes. . ''
'•*•'•
Fica claro que a preocupação de Gramsçi é abrir a todas as,
No mesmo.texto citado'acima, Gramsçi afirma que'
classes, e n ã o apenas às dominantes, a capacidade- de formar
a K n d ê n c i a hoje é a de abolir q u a l q u e r t i p o d e " e s t o l a d e s i n t e r e s s a d a " .
extremamente' desequilibrada nas sociedades complexas. Se
seus ])rólmtis intelectuais, pois sem isso a iiiíri peio. poder lieii ' . ' ( n ã o imediatamente, iriceressada) e " f o n r i a t i v a " , o u consertar d e l a s í S o - ! • s o m e n t e um
r e d u z i d o e x e m p l a r d e s t i n a d o a u:r.a p e q u e n a e l i t e de
• s e n h o r e s e d c m u l h e r e s que n ã o d e v e m p e n s a r c m . s e p r c p a r n r p a r a u m .
todos n ã o tiverem o a uma escola que lhes permita uma . . formação cultural básica, que possa.ser eventualmente.expandida . em seguida, a'"batalha das ideias" vai ser sempre ganha.pelas
f u t u r o p r o f i s s i o n a l , b e m . c o m o a d c d i f u n d i r c a d a vez m a i s as e s c o l a s
classes dominantes.
p r o f i s s i o n a i s especializadas, n a s q u a i s o d e s t i n o d o a l u n o o s u a futura. .
á t i v i d à c l e s ã ó predeterminados.
Mannheim e a luz no fim do túnel G r a m s ç i . v ê nisso, a l é m do 'elitismo e da e x c l u s ã o das classes trabalhadoras de uma f o r m a ç ã o de qualidade, um . i n d í c i o ' d a - q u e a e x p a n s ã o do ensino — n e c e s s á r i a para .dar conta das novas tecnologias e d o s . a v a n ç o s da ciência c da racionalidade — estava se dando dc. um modo Caótico,.pouco organizado, sem que fossem t r a ç a d a s políticas orientadoras. Nesse sentido, ele tinha s u a p r ó p r i a proposta de p o l í t i c a educacional, tinha uma visão bastante precisa de como a nova ." escola deveria ser.
«çFxcj^rmjos^ntão o. capítulo com uni comentário' sobre .um pensador, do s é c u l o X X , .preocupado com a sociologia d a . . educação, que retoma' a formulação de Weber sobre os tipos d è . . ' e d u c a ç ã o (as pedagogias do cultivo e do; treinamento) c clá a" • ' ela a perspectiva de um programa, para a mudança da e d u c a ç ã o . • '-'
• iyeberianp, prppõejcujc ã sociologia sjrvà.- dc. çmbásamònto.teórico- ••' para educadores e educandos fio^õbjetívo de comprcSideKm- á
. Para ele,, recuperando a percepção de Marx discutida acima
. " s i t u a ç ã o e d u c a c i o n a l moderna. M a n n l í c i m a c h a v a que o
e ampliando-a, a nova escola deveria ser organizada dp seguinte mqd.O. E m primeiro lugar, utiiã escola unitária, que corresponderia aos níveis do Ensino Fundamental e do Médio, que teria um. caráter formativo e objetivaria equilibrarde forma equânime o . desenvolvimento dá capacidade, de trabalhar manualmente e o deseirvohdmentb das capacldade^uVYimS^^^
intelectual.
O. filósofo 6. sociólogo, hiingaro^érnTfvivieo-britâniico Karl;
.'.'•' Mannheim (1893-194?), fugindo de certo, modo ab pessimismo .
:
• pensamento social, n ã o pode-explicar á- vida- humana, apenas. ; cxprcssá-la. O papel.da teoria, cm sua opinião, é o de compreender o que as pessoas-.pensam sobre a sociedade e irão o. cie..propor -. explicações .hipotéticas sobre cia. N o plano das 'suas; próprias c o n v i c ç õ e s , pessoais, cie -defendia uma,sociedade, que fosse . essencialmente d e m o c r á t i c a , uma democracia de. bem-estar -.-...'«.....itK r-íon'ci.3 [-... vt"'ia v o c ê .
9G
5OCIOLOCIA DA EDUCAÇÃO
T s t S VlSÔCS S03RE O PKpCCSSO ÉDOCACIOMAI NO SÉCULO X X
97
Chamado "Q futuro", publicado em sua Introdução-4 sociologia'
Para ele, se é verdade que a: racionalização da vida levou a
da educação, ele afirma: "Queremos compreender nosso tempo,
um declínio da e d u c a ç ã o voltada para a formação, do homem .integral, t a m b é m é verdade que -o arejamento, promovido.pela
as dificuldades desta E r a e como a e d u c a ç ã o sadia p o d e
democratização cias ^relações sociais permitiu o surgimento dc
contribuir para a r e g c n e r n ç ã o d a s o ç i e t l a d e e do homem". •
n o v a s e s p e t a n ç a s . E m b o r a o c a p i t a l i s m o tenha gerado
Regenerar de quê? E o que seria, essa "educação sadia"?
desigualdades sociais, 0 interesse dos jovens cias classes inferiores
A resposta à.primeira questão é: regenerar n .sociedade c o
cm ascender socialmente à elite, em sua.visão, traz no processo
homem dos efeitos perversos.que .vêm embutidos tio processo de
educacional as contribuições culturais das diferentes- camadas
racionalização detectado por Weber. Mannheim vê como luz no
sociais e a intercomunicação entre elas. .;.
. fim d o . t ú n e l a possibilidade dc valer-se da c o m p r e e n s ã o dos
. Mannheim percebeu, o seguinte: a sociologia fazia-se cada
.-diferentes: tipos históricos de educação, construídos por Weber,
. vez mais. importante, na modernidade, para o estudo, dos
"para a montagem de. uma.pedagogia que de conta, de-educar o
; fenómenos educacionais, justamente porque a vida baseada ha
homem moderno sem arrancar-Ihe as possibilidades oferecidas
tradição estava se esgotando. Nas épocas históricas dominadas* .
por uma formação mais integral. ,
peia tradição (pré-capitalista} a e d u c a ç ã o resumia-se a ajudar a c r i a n ç a , a 'ajustar-se à o r d e m social
• • Para Mannheim nao há por que pensar que.a pcclago^WHde—
tradicionalmente
cultivo está coTxrer.ada a~mx>ne. EJejeconhece qtic os modos dc .
estabelecida. Valendo-se da influência da psicanálise, ele observa ', que.'tal processo era.apenas de assimilação ''inconsciente", peia
vicia incutidos por esta cdttcaçãqwtKxla-i-inrri h c'rthihre:r| r?r-ytiçnn, • , estavam associados ao poder de certas classes privilegiadas, "que
c r i a n ç a , do modelo da ordem vigente. Mas-quanto mais a .
â ^ p i m i i a m .dç.toier-.ti de energia excedentes para cultivada";, e que '
t r a d i ç ã o ,-.vai s e n d o s u b s t i t u í d a ' p e j a ' ' .raeiónalizíição da vida,
tais classes entraram ê m declínio com o.desenvolvimento do
"provocada peia consolidação da sociedade industrial, mais os
capitalismo é a.ascensão da classe burguesa. E concorda t a m b é m .
c o n t e ú d o s . educacionais devem ser transmitidos num processo .
que a e d u c a ç ã o especializada desintegra á personalidade c a
"consciente", em que o educando se aperceba do meio social
capacidade de compreender dc .modo mais completo' o inundo em
em que. vive e das m u d a n ç a s pelas quais a.
que se vive. Mas argumenta que.a grande questão educacional.,
:Portanto^para este autor,.nem os objetivos do processo. :
daquela primeira metade do século X X era justamente, saber se os
educacional nem as metas que ele visa podem ser concebidos
valores veiculados por este, tipo de formação são exclusividade
; .sem a x o n s i d e r ã g a ò ;i^^ttcexfôl^aj^pDÍ&-eÍes s ã o ^ p c i a t o g n t e •.
dessas classes ociosas ou se podem ser transferidos eni alguma medida
orientados.. A s perguntas que a sociologia obriga a fazer, .lembra
às classes mechas c aos trabalhadores..
ele, são portanto: Q u e m ensina.quem?.; Para qual sociedade?; Quando e como ensina? -.:,'• G o m o h ã o concordava com a ideia de que a teoria pode e x i s t i r apenas pela teoria, apenas como t e n t a t i v a de
O elemento histórico decisivo ha abertura das possibilidades :
dadas na sociedade atual, na visão de Mannheim, é político, ou seja, o advento da democracia moderna. E isso responde à segunda questão, a respeito: do 'que seria.essa 'sociedade "sadia"..".".'.
'.explicação, Manidteim'achava, q u e a sociologia poderia servir
Para ele.existem t e n d ê n c i a s no sentido de criai p a d r õ e s
de base para o aprimoramento da educação. N u m de seus ensaios,
melhores de vida.. Ele aponta os movimentos da juventude como
( SOCIOLOGIA ()A EDUCAÇÃO
9C
TKCS VISÕES
SOI1RC
O 1'KOCtSSO rOUCAÇIONAl
NO
SÍ.CLMO
XX
•99.
r e s p o n s á v e i s pelo desenvolvimento de um ideal de homem
blocos políticos e ideológicos, que não o satisfaziam. Ele viveu o
''sincero", interessado numa r e l a ç ã o mais a u t ê n t i c a com a
t e r r í v e l momento dá crise e c o n ó m i c a de 1929, quando o
natureza e com õs outros; aponta a psicanálise como responsável:
capitalismo da "livre concorrência" [adaissez-jairc)
por um novo padrão de vida, com saúde m e n t a l , capaz de deixar
colapso, e vivçnciou cmseguida a ascensão do nazismo dc -Hitler
o homem livre das repressões adquiridas na formação; aponta
e suas c o n s e q u ê n c i a s , políticas c .morais na Segunda Guerra
até mesmo o "novo homem" forjado na Rússia comunista como
Mundial (saiu da Alemanha- o foi paru u Inglau-rru' fugindo do
entrou em
um protótipo de 'entusiasmo e dc- dediciiçiio iVvidá çoiminilâHii,
nazismo). Episódios .druiiiúiicos dá. hisliVriu ifn século .XX que
. Enfim/ para Mannheim, a modernidade n ã o tem apenas custos,
Weber n ã o chegou a presenciar. Para Weber, a ascensão do inundo
ou ameaças à liberdade. A.modernidade traz também,esperanças
baseado na razão c na lei racional era um processo incontrolável,
e valor.es podais solidários, abertos.
mas para Mannheim a experiência do. nazismo significou a volta da" i r r a c i o n a l i d a d e , , da desumanidade,
A p r i n c i p a l c o n t r i b u i ç ã o de todas as que a moderna demoeracia é capaz de oferecer é a possibilidade dc. que todas .
tia b a r b á r i e . S ó a
democracia poderia fazer surgir a luz no:fim.do túneI..;Pãra'.ele,
j-as çámád^s..-5CK:iáisVfce1M\ íuí$ tóícofiríribiiii . corrv'. o processo
' a , s u p e r a ç ã o das formas atrasadas e tradicionais dc e d u c a ç ã o
educacional. E a sociologia é. a disciplina, cm sua visão, capaz
podia ser. fonte.de. otimismo,.se t r a t a d a a pn.r.tir da v i s ã o
de fazer a síntese dessas contribuições. Por isso é tão -.importante,
-. d e m o c r á t i c a que o inundo-viu nascer no segundo, pós-guerrá,
:
1
:
com a derrotado nazi-fáscismo.
. para ele, que a sociologia sirva dc base à pedagogia. Ele explica tal processo do seguinte modo, no mesmo já citado acima
texto
Em períodos dc elevada eultUtai havia equilíbrio, em parte consciente, • • . e m parteinconsciente, entre as contribuições prestadas pelos diferentes • grupos à educação. Esse equilíbrio baseava-sç às veies/na ideia do uma. hierarquia dc estamentos ou castas separadas, çáda uma das quais •.aprescntavasuacontribuiçãoculturalprópriacinníveisdiferentes. (...). . • A c o n c e p ç ã o democrática tijtintn^-i ide-ia de síntese a livre . intercomunicação entre as camadas sociais, c suas contribuições •',.' culturais. Seu interesse principal reside.no o, às• elites, dos.mciyibros : . talentosos das classes inferiores,.ria invenção'dc métodos etikquaclos.de •'. : sekção social, eno impedir que a sociedade se deteriore,- convertida eni , • ','•." massas uao diferenciadas. ' ; ' • - ' ,
Estamos viveiúio numa era de planejamento ~ escreveu ele no texto citado acima - destinada a encontrar nova ípririnde coordenação, estamos.vivendo numa era'eni qiie as forças não só da. tradição, mas .também do iluminismo, se desintegram, estamos vivendo .numa era que ado estágio do predomínio das elites limitadas para a democracia ' de.massas,: estamos vívendo-numn "era cujas forças não controladas provocam a' desumanização c n desintegração da personalidade. Finalmente,n-cdúcncão.tei-frdésercóncçbidàçpmo.umanóva forma: de controle social, que não é-nem a inculca do fascismo nem a.comple.ca anarquia de uma política deteriorada do kiissez-j^. A julgar pelos desdobramentos do; capitalismo mundial, depois . de ' 1945- e- a t é osvanos'-Í970i. Mnniiheim-.estava c e r t o . ' A crise capitalista deis anos j 970, porém, provocou o retorno da ideologia do'livre'-.mercado, associada .a- um; p e r í o d o d c d e c l í n i o da
•Envsuma, Maumhejmera um homem de seu tempo, em busca. de ura,p'f'6gr,am,à-'dè. estudos em sociologia do- c'tijjjsaçaai£lgç-"
liberdade: e das esperanças, ho. qual vivemos hoje. Arrisquemos
possibilitasse a f o r m u l a ç ã o de ptojetos e d u c a c i o n a i s que ; .
agora conhecer um• pouco. mais. sobre a e d u c a ç ã o no dias que
ampliassem: o T i ò n z o n t e - d o t i S ^
correm.':.'
:
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